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terça-feira, 5 de outubro de 2021

Reserva ovariana: especialista em reprodução humana explica como investigar e quais são os exames indicados

Marcador de fertilidade da mulher, a reserva ovariana corresponde a quantidade de folículos armazenados nos ovários, segundo explica o médico Nilo Frantz

 

A reserva ovariana é o principal marcador da fertilidade da mulher. Nesse sentido, ela representa a quantidade de folículos presentes nos ovários, que vai diminuindo progressivamente com o avanço da idade.

Mas por que a reserva ovariana muda ao longo da vida? Qual o momento certo para investigar? Quais os exames que avaliam o estoque de óvulos da mulher? O médico especialista em reprodução humana, Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, explica todos esses questionamentos sobre a fertilidade da mulher. 

Segundo o especialista, denomina-se reserva ovariana a quantidade de folículos (estruturas que contêm os óvulos) armazenados nos ovários da mulher.

"Nesse sentido, é importante esclarecer que a mulher já nasce com um número pré-determinado de folículos, pois eles são produzidos ainda durante a vida intrauterina. Desta forma, após o nascimento não há mais produção de óvulos, e os ovários vão perdendo progressivamente este estoque até chegar à menopausa", explica o especialista.

Se a mulher tem planos de ser mãe ou não está conseguindo engravidar, é importante que ela tenha dados da sua reserva ovariana. Com estas informações, o médico pode avaliar como está a sua fertilidade.

 

Como a reserva ovariana muda ao longo da vida?

O médico explica que, ao contrário dos homens que produzem espermatozoides durante toda a vida, as mulheres já nascem com uma reserva ovariana determinada. Nesse sentido, todos os óvulos que a mulher terá ao longo dos anos são produzidos enquanto ela ainda é um bebê, dentro do útero materno.

"Sabe-se que até a metade da gestação a menina tem de 6 a 7 milhões de óvulos. Já quando nasce, este número cai para 1 a 2 milhões e, deste momento em diante, não para mais de perdê-los", ressalta Dr. Nilo Frantz.

Ele aponta que na adolescência, por volta dos 12 ou 13 anos, quando costuma ocorrer a primeira menstruação, só restam em torno de 400 ou 500 mil óvulos, e a partir daí, a reserva ovariana vai diminuindo progressivamente.

Isto porque a cada ciclo menstrual o corpo feminino disponibiliza cerca de mil óvulos, mas apenas um ovula de fato. Os outros são perdidos por atresia (morte celular), mesmo tomando anticoncepcional ou durante uma gestação.

"Por esta razão, o ovário vai se esvaziando até que, no fim dos 30 e início dos 40 anos, o estoque de óvulos no corpo feminino está praticamente zerado. Assim, com os passar dos anos a fertilidade feminina vai diminuindo até a mulher entrar na menopausa", expõe o especialista em reprodução humana.

 

Qual a importância da reserva ovariana?

Segundo Nilo Frantz, a reserva ovariana tem grande importância para quem pretende ser mãe, pois as mulheres dependem dela para a realização do sonho da maternidade.

"Sabe-se que por volta dos 35 anos, a queda na reserva ovariana começa a ser significativa. Já nos 40 a diminuição é ainda maior, e os óvulos que são liberados têm mais chance de apresentar defeitos genéticos, o que pode causar abortos espontâneos", informa.

A consulta com um especialista é importante para que as mulheres possam saber como está a situação da sua fertilidade, através de consultas e exames de reserva ovariana.

Ele ressalta que existem algumas situações que indicam uma maior necessidade de realização dos exames. São elas:

Mulheres de até 35 anos que não engravidaram depois um ano de tentativas; Mulheres com mais de 35 anos que não engravidaram depois de 6 meses de tentativas; Pacientes que passarão por tratamento de Reprodução Assistida; Mulheres que querem postergar a maternidade realizando o congelamento de óvulos; Pacientes que serão submetidas à cirurgia de retirada de cistos nos ovários: Pacientes que farão alguma cirurgia de endometriose e mulheres que passarão por tratamento de quimioterapia ou radioterapia.

Segundo o médico, a medicina possui três exames capazes de avaliar a reserva ovariana da mulher: a ultrassonografia transvaginal, o FSH Basal e o Hormônio antimülleriano. Desta forma, os resultados são importantes para a definição da abordagem terapêutica mais adequada para cada paciente.

Confira abaixo os detalhes de cada exame.

 

Ultrassonografia Transvaginal

A ultrassonografia transvaginal é feita entre o 2º e o 3º dia do ciclo menstrual. Nesse sentido, o exame permite que o médico observe imagens dos folículos antrais e conte quantos a mulher tem naquele mês específico. É bom lembrar que os folículos são as estruturas ovarianas nas quais os óvulos se desenvolvem. Desta forma, quanto maior o número de folículos, maior a reserva ovariana.

Vale salientar ainda que a contagem de folículos está muito relacionada à idade da mulher. De modo geral, com o passar dos anos, a quantidade deles diminui. Contudo, em casos excepcionais, há mulheres mais velhas que ainda possuem uma boa reserva ovariana, porém estes óvulos são de baixar qualidade.

 

FSH Basal

O FSH Basal é um exame de sangue realizado entre o 2º e o 5º dia do ciclo menstrual. Nesse sentido, ele serve para medir a quantidade do hormônio folículo-estimulante (FSH), indutor natural dos ovários.

Desta forma, os níveis de FSH aumentam conforme a mulher se aproxima da menopausa. Portanto, ele é um marcador efetivo da baixa reserva ovariana e, consequentemente, da baixa resposta à estimulação ovariana na Fertilização in Vitro. Sendo assim, quanto mais altos forem os níveis de FSH, menor será a possibilidade de sucesso de gravidez.

Contudo, embora o FSH indique uma baixa reserva ovariana, ele não é um marcador da qualidade dos óvulos. Dessa forma, em alguns casos, mesmo que a reserva ovariana seja baixa, a gravidez é possível.

 

Hormônio antimülleriano (AMH)

O exame que testa o hormônio antimülleriano é um exame de sangue mais moderno e eficaz na verificação da reserva ovariana.

O AMH é produzido pelas células dos ovários onde se desenvolvem os folículos antrais e pré-antrais. Sendo assim, quanto maior o número dos folículos no ovário, maior a reserva ovariana e a concentração sanguínea de AMH. Este hormônio, diferente do FSH, não sofre variação expressiva dentro do ciclo menstrual. 

No entanto, ele só pode ser realizado a partir da puberdade, quando a capacidade reprodutiva da mulher está completa. Antes desta idade ele é indetectável.

 

O que se considera uma baixa reserva ovariana?

A partir dos exames realizados é possível verificar como está a reserva ovariana de cada mulher. Desta forma, o médico pode fazer uma análise de todos os índices e orientar a melhor conduta para alcançar a gravidez.

 

É possível engravidar com baixa reserva ovariana? Dr. Nilo enfatiza que a baixa reserva ovariana não é um fator impeditivo para uma gravidez. Desta forma, enquanto a mulher estiver ovulando ainda existe a possibilidade de gerar um filho.

"O que vai dificultar mais a gestação é a idade da mulher. Uma paciente mais jovem, mesmo com a reserva ovariana baixa, tem mais condições de engravidar do que a mais velha. Isso ocorre porque além da diminuição dos folículos, a mulher com a idade mais avançada tem uma piora significativa na qualidade dos óvulos", finaliza o médico.


Álcool na gestação segue fazendo vítimas entre os bebês

Análise apresentada na publicação Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2021 indica tendência de redução da abstinência entre as mulheres entre 18 e 34 anos, com variação média anual de 2% ao ano, o que significa que mais brasileiras em idade fértil passaram a beber entre 2010 e 2019. Além disso, o uso abusivo de bebidas apresenta tendência de aumento com média anual de 5% para a mesma faixa etária.

São dados preocupantes não somente do ponto de vista da saúde feminina, mas sinal de alerta para as futuras gerações. No Brasil, estima-se que 15% das gestantes consomem bebidas alcoólicas, fator de risco importante para o desenvolvimento de transtornos neurológicos e neurocomportamentais, além de danos congênitos, conhecidos como Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal (em inglês, FASD – Fetal Alcohol Spectrum Disorders), sendo a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) seu quadro mais grave. Trata-se de doença sem cura, mas totalmente evitável, desde que a gestante não consuma álcool.

 

“Apesar de importante incidência, os danos causados pelo uso de álcool na gravidez ainda são pouco conhecidos pela população e suas consequências podem persistir por toda a vida adulta da criança. Portanto, a prevenção é fundamental e nosso papel é contribuir na disseminação de conhecimento a respeito do perigo”, destaca Erica Siu, vice-presidente executiva do CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, referência nacional no tema.

 

No mundo, a cada mil bebês, de 6 a 9 nascem com SAF. No Brasil, não há dados oficiais, mas estudo realizado em maternidade da periferia de São Paulo aponta que 38 a cada 1.000 nascidos sofriam de algum transtorno relacionado ao uso de álcool. No entanto, estimativas indicam que sequer 1% das crianças afetadas são diagnosticadas.

 

Para a especialista em Pediatria Neonatal e conselheira científica do CISA, Conceição Aparecida de Mattos Segre, essa falta relevante de diagnóstico pode ser explicada pela complexidade do próprio diagnóstico, pela dependência da presença de alterações faciais (que ficam menos nítidas com o passar dos anos), pela necessidade de preparo das equipes de saúde para identificar os casos e carência de uma equipe multidisciplinar.

 

“O diagnóstico precoce e o tratamento multidisciplinar são essenciais para promover o melhor desenvolvimento e possibilitar um aumento da qualidade de vida das crianças acometidas. Sem o diagnóstico correto, deixamos uma geração de brasileiros e famílias sem o atendimento de que tanto precisam”, alerta Segre.

 

A campanha é promovida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Associação Médica Brasileira (AMB) e o CISA, com o apoio da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), com apoio da brasileira Marjan Farma, visa a disseminar conhecimento científico a respeito dos riscos do consumo de álcool durante a gravidez. A ação acontece nas redes sociais com a publicação de conteúdos especiais sobre efeitos do álcool no feto e as consequências para a saúde do bebê, diagnóstico e tratamento.


Treino aeróbico noturno traz mais benefícios cardíacos a hipertensos, indica estud

Cientistas da USP compararam o efeito de exercício aeróbico matinal e noturno em homens de meia-idade; resultados sugerem que treinar entre 18h e 21h ajuda a estimular mecanismos que fazem o ajuste fino da pressão arterial (foto: acervo dos pesquisadores)

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Estudo publicado na revista Blood Pressure Monitoring comprova que os benefícios da atividade física para hipertensos podem ser potencializados se os exercícios forem praticados entre as 18h e as 21h.

A análise teve como foco a taxa de recuperação cardíaca (TRC), que a grosso modo pode ser explicada como a medida de redução da frequência cardíaca após a interrupção do exercício. O treino noturno melhorou tanto a fase rápida (medida 60 segundos após o ápice do esforço físico) quanto a fase lenta (medida 300 segundos depois) da TRC.

A investigação foi conduzida pelo pós-doutorando Leandro Campos de Brito, sob a orientação da professora Cláudia Lúcia de Moraes Forjaz, da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP). O pesquisador comparou respostas de pacientes hipertensos a treinos aeróbicos estruturados realizados pela manhã e à noite durante dez semanas.

Segundo Brito, aproximadamente 25% das pessoas não são responsivas aos exercícios do ponto de vista do controle da pressão e, para elas, são necessárias estratégias diferentes das convencionais. Como, por exemplo, a realização de exercícios em momentos que possam maximizar os benefícios.

A ideia inicial de Brito, em seu doutorado, foi avaliar o efeito crônico do exercício no tocante a benefícios cardiovasculares em geral. Isso incluía também as respostas da TRC, como a medida de redução da frequência cardíaca após a interrupção do exercício. Trata-se de uma variável capaz de fornecer um marcador dos mecanismos autonômicos de regulação do funcionamento do coração.

“Há dois ramos no sistema autonômico cardíaco: o simpático e o parassimpático. A grosso modo, o parassimpático faz o coração desacelerar e o simpático faz o órgão acelerar e bater mais forte. Espera-se que, após um período de treinamento com exercícios físicos, o poder do parassimpático aumente [coração mais relaxado] e o do simpático diminua. A TRC nos permite inferir como esse comportamento ocorre, por meio da mensuração realizada nos primeiros 60 segundos [resposta tipicamente parassimpática] e 300 segundos após o fim de um teste máximo de esforço cardiopulmonar, sendo que essa última resposta sugere tanto a atuação do nervo parassimpático, recuperando o compasso do coração, quanto a desaceleração do simpático, cuja atividade foi acumulada durante o exercício”, explica.

Segundo o grupo de cientistas, o fato de ambas as fases (rápida e lenta) da TRC terem aumentado com o treino noturno indica que praticar exercícios a essa hora do dia melhora ambos os ramos do sistema autonômico cardíaco (parassimpático e simpático). Além disso, os resultados mostram que o efeito benéfico não é limitado ao momento em que os voluntários se exercitaram.

“Avaliamos as pessoas pela manhã e à noite e as que treinaram no período noturno mostraram melhores resultados nas duas avaliações.”


Método

O experimento envolveu 49 homens hipertensos de meia-idade, medicados por no mínimo quatro meses com o mesmo tipo de fármaco e a mesma posologia. Eles foram alocados aleatoriamente em três grupos: o de treinamento matinal (7h às 9h), o de treinamento noturno (18h às 21h) e o grupo-controle (sem treino aeróbico).

O treino foi realizado três vezes por semana durante dez semanas. Os grupos que realizaram o treino pedalaram na bicicleta ergométrica (30 minutos nas duas primeiras semanas e 45 minutos nas demais, com intensidade moderada) e o grupo-controle fez alongamento (30 minutos). Nas avaliações iniciais e finais do estudo, a taxa de recuperação cardíaca dos voluntários foi mensurada 60 e 300 segundos após o final do exercício.

“Para o grupo-controle, optamos por uma atividade que não traria impacto adicional de benefício na variável estudada. Por isso, esse tipo específico de alongamento [estático e ativo]. O objetivo era fazer com que o grupo-controle fosse à EEFE-USP o mesmo número de vezes que o grupo que treinou, tivesse a pressão aferida o mesmo número de vezes, encontrasse os pesquisadores nos mesmos dias, se sentisse cuidado na mesma magnitude”, explica Brito, primeiro autor do artigo.

O experimento foi realizado no Laboratório de Hemodinâmica da Atividade Motora da EEFE-USP, coordenado por Forjaz.

O estudo teve o apoio da FAPESP por meio de bolsa de doutorado concedida a Brito, que também foi bolsista de mestrado e atualmente recebe bolsa de pós-doutorado.


Possíveis razões

Os pesquisadores estão tentando entender os mecanismos que fazem essa melhora ser mais expressiva à noite. No primeiro trabalho, descobriram que a sensibilidade barorreflexa (mecanismo autonômico que controla a pressão arterial, batimento a batimento) foi aumentada com o treino.

“Esse mecanismo avalia, a cada vez que seu coração bate, se a pressão subiu ou desceu demais e corrige. Um mecanismo desse mais sensível reflete uma saúde melhor. O treino da noite e o da manhã melhoraram a sensibilidade desse mecanismo, mas o da noite melhorou mais. Entretanto é uma medida espontânea, feita com a pessoa em repouso. Atualmente, no pós-doutorado, fazemos uma estimulação máxima dessa sensibilidade utilizando medicamentos, o que, de alguma maneira, acaba refletindo um pouco mais o estresse do dia a dia, porque ninguém fica parado o tempo todo, o indivíduo tem desafios físicos, cognitivos e emocionais nos quais esse controle autonômico também é exigido”, diz Brito.

Ele explica que as funções cardiovasculares de um indivíduo variam durante as 24 horas do dia. “O esperado é que pela manhã, ao acordarmos, nosso valor de pressão arterial aumente, atingindo um primeiro pico em torno das 10h. Então, esse valor estabiliza e haverá uma redução no meio da tarde, perto das 15h. Um segundo pico acontece entre 18h e 20h. Depois disso, há uma redução progressiva, sendo que tanto a pressão arterial quanto a frequência cardíaca registrarão os menores valores mais ou menos no meio da madrugada. Estamos propondo que esse exercício no período da noite estaria encontrando uma janela de oportunidade para uma melhora mais expressiva.”

Segundo Brito, à noite o indivíduo apresenta maior sensibilidade barorreflexa e menor atividade simpática. “Além disso, por conta do ciclo de 24 horas, à noite ele começa a ter uma redução de batimento cardíaco e também apresenta menor resistência nos vasos sanguíneos. É um momento em que o estresse sobre o sistema cardiovascular está menor e parece que isso permite que o exercício tenha mais benefícios. Trata-se de uma hipótese para explicar esse resultado que encontramos.”

Junto a colegas, ele já publicara outros artigos sobre o tema, como o divulgado ano passado na revista Clinical and Experimental Hypertension (leia mais em: agencia.fapesp.br/34212/.


Estilo de vida

O profissional de educação física ressalta, no entanto, que também foram registrados benefícios no grupo que treinou pela manhã, só que em menor intensidade. “É importante dizer que, quando o assunto é fazer exercício, qualquer hora é melhor do que hora nenhuma. Ou seja: é necessário se exercitar. O que tentamos neste trabalho foi maximizar as respostas.”

Segundo Brito, hipertensos resistentes, que tomam quatro ou mais fármacos anti-hipertensivos por dia, necessitam de estratégias melhores de abordagem do problema do que as convencionais. “Para eles, creio que nossos resultados são bastante interessantes.”

O cientista esclarece que todo mundo vai ficando com a pressão mais alta conforme envelhece, mas nem todos serão hipertensos. “Nos adultos, um a cada quatro é hipertenso; em idosos, duas a cada três pessoas são hipertensas.”

Brito lembra que o mínimo recomendado para um adulto são 150 minutos de atividade física moderada por semana. “Se você fizer somente esses 150 minutos, já terá 7% menos de chance de se tornar um hipertenso na maturidade. E quando falo de atividade física, estou englobando todos os tipos de atividade física, incluindo limpar a casa. Caso você já seja hipertenso, se fizer esse mínimo recomendado, terá até 50% menos chances de ter complicações advindas da hipertensão.”

O pesquisador reafirma que a atividade física, em geral, confere um fator protetor intenso ao controle da pressão arterial. “Se o hipertenso fizer um exercício estruturado aeróbico, são esperados resultados semelhantes, por exemplo, àqueles referentes ao uso de um medicamento hipertensivo. Não à toa, nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Hipertensão [SBH], a primeira intervenção sugerida é uma mudança no estilo de vida, e não o uso de medicamentos, quando o quadro clínico do paciente permite”, reforça Brito, que também é diretor do departamento de educação física da SBH. “Nenhum hipertenso deveria ficar sem fazer exercício aeróbico.”

O artigo Comparison of morning versus evening aerobic-exercise training on heart rate recovery in treated hypertensive men: a randomized controlled trial pode ser lido em https://journals.lww.com/bpmonitoring/Abstract/9000/Comparison_of_morning_versus_evening.99294.aspx.

 

 


Karina Ninni

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/treino-aerobico-noturno-traz-mais-beneficios-cardiacos-a-hipertensos-indica-estudo/36989/


Outubro Rosa: chances de cura chegam a mais de 95% quando o tumor é descoberto no início

Campanha #CorrenteRosa incentiva mulheres a realizarem a mamografia

 

O câncer de mama é atualmente o tipo que mais afeta a população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo responsável por 2,26 milhões de casos identificados em 2020.

Afetando em sua absoluta maioria mulheres (99%), o volume corresponde a 11,7% de todos os diagnósticos de câncer no mundo. No Brasil, projeções do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que ao menos 66.280 mil dessas pessoas estão em território nacional, um número de novos casos que tende a se repetir nas estatísticas de 2021.

Diante dessa realidade, a detecção em fase inicial continua sendo a principal arma no combate ao câncer de mama, tendo como aliada essencial a mamografia - que deve ser realizada anualmente em mulheres a partir dos 40 anos e é a melhor forma de detectar o tumor no começo do seu desenvolvimento aumentando as chances de cura.

Contudo, entidades de classe e especialistas alertam que durante a pandemia causada pela Covid-19 esse exame teve uma queda importante nos seus registros de busca, com potenciais impactos diretos no volume de descobertas tardias de cânceres a curto prazo. Dados iniciais já indicam que ao menos 70 mil brasileiros deixaram de receber seus diagnósticos em 2020 por não terem realizado exames de rotina essenciais, considerando análise feita pela Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).

Parte importante deste número se refere à queda na procura por mamografias e outros exames complementares determinantes para a descoberta do câncer de mama, como biópsias. Para o oncologista Max Mano, líder de tumores de mama do Grupo Oncoclínicas, a soma desses fatores gera uma equação perigosa, tendo como resultado inevitável o atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento do câncer, algo altamente prejudicial para o sucesso das terapias de controle empregadas.

"As chances de cura chegam a 95% ou mais quando o tumor é descoberto no começo, sendo o tratamento em geral menos agressivo, o que melhora, em muito, a qualidade de vida durante e após as terapêuticas aplicadas contra a doença. De forma geral, a mamografia é a principal aliada para identificação de tumores de mama em fase inicial, mas o medo da COVID-19 fez com que muitas mulheres adiassem suas rotinas médicas essenciais", diz o médico.

Essa percepção é reforçada pelos recém-divulgados dados da pesquisa "Câncer de mama: tabu, falta de clareza sobre a doença, diagnóstico precoce e autocuidado", realizada entre os dias 7 e 23 de setembro de 2021 pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da farmacêutica Pfizer. Das 1.400 mulheres de faixas etárias acima dos 20 anos entrevistadas, 47% deixaram de frequentar o ginecologista ou o mastologista durante a pandemia. No tocante à importância do diagnóstico de tumores em estágio inicial, 59% afirmaram saber da importância de realizar a ultrassonografia regularmente ou mamografia após os 40 anos, além de manter um acompanhamento médico ginecológico constante.

O levantamento revelou adicionalmente que mais da metade das entrevistadas (55%) afirmou saber que deve fazer exames de rotina desde o início da vida adulta se houver casos de câncer de mama na família, cientes de que a hereditariedade é um fator de atenção.

Não à toa, neste Outubro Rosa a tônica central das campanhas de conscientização traz o reforço da necessidade de retomar os exames preventivos e consultas com especialistas, sempre respeitando os cuidados para evitar o contágio do coronavírus. "Muitas mulheres com suspeita ou sintomas não foram ao médico por conta do medo do vírus. Essa é das situações mais perigosas, já que o crescimento de um nódulo pode ser rápido e cada segundo conta. O bom é que com o avanço da vacinação já é possível retomar a rotina de cuidados, mantendo, é claro, as recomendações contra a Covid-19", explica Max Mano.

Como estímulo à esse movimento, o Grupo Oncoclínicas realiza ao longo de todo o mês a #CorrenteRosa, com uma série de ativações em plataformas digitais voltadas a um olhar positivo para o retorno das rotinas médicas no combate ao câncer de mama. Nas mídias sociais e por meio do hotsite especial https://www.movimentopelavida.com.br, serão disponibilizadas informações gerais sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer mama, direitos dos pacientes e outras dúvidas frequentes, além da possibilidade de geração de cards com mensagens de estímulo para serem enviadas por familiares e amigos para mulheres das mais diferentes faixas etárias.

A iniciativa contará ainda com uma programação de Lives com médicos especialistas voltadas ao esclarecimento das principais dúvidas da população em geral, em tempo real, sobre os diferentes temas que se referem ao câncer de mama.


Autoexame e desafios para além da pandemia

A pesquisa do Ipec/Pfizer aponta também para outro aspecto relevante ao debate: os perigos das mulheres realizarem apenas o autoexame. Das entrevistadas, 21% alegaram não saber do risco de o autoexame apontar apenas um tumor já em estágio avançado. "O toque nas mamas pode ser uma forma de detectar a doença, mas isso só se torna possível em estágios menos iniciais da doença, quando o tumor fica com maiores dimensões e se torna, portanto, palpável. E este é um sinal de que o tumor atingiu um estágio mais avançado. Em contrapartida, a mamografia é capaz de mostrar tumores milimétricos, o que aumenta as possibilidades de obtermos respostas positivas aos tratamentos. O autoexame não pode e nem deve substituir os exames periódicos e as idas ao médico", reforça Max Mano.

O oncologista do Grupo Oncoclínicas faz ainda um alerta sobre os desafios do país com relação não só a medidas que contribuem para o diagnóstico do câncer de mama de forma mais precoce possível, como ao acesso à uma linha de cuidados integral adequada após a detecção do tumor. A situação, que já apresentava desafios importantes na rede pública antes da eclosão da Covid-19, continua latente e exige um olhar de atenção. "A equidade no acesso a acompanhamento médico, diagnóstico e tratamento precisa ser debatida por todas as camadas da sociedade para que possamos buscar soluções que promovam a melhoria da saúde como um todo. Precisamos lembrar que os exames diagnósticos são apenas a primeira parte da jornada do paciente na descoberta e luta contra o câncer, mas depois disso há muitas etapas a serem cumpridas para que haja efetivamente a certeza do acompanhamento adequado em todas as fases da doença", aponta.


Uma vida mais saudável

No tocante à prevenção, cultivar uma rotina saudável, de acordo com o médico, é a chave para reduzir as taxas de câncer de mama entre a população nos próximos anos. Parar de fumar, buscar uma alimentação saudável, controlar o peso corporal e manter uma rotina de exercícios são valiosas para a saúde como um todo e exercem também papel fundamental na prevenção do câncer de mama.

"A prática regular de exercícios físicos e adoção de uma dieta alimentar balanceada são essenciais tanto para reduzir as chances de incidência do câncer de mama quanto para reduzir os riscos de recidiva da doença", frisa.

Segundo Max Mano, obesidade, sedentarismo e tabagismo estão entre os fatores evitáveis que podem contribuir para o surgimento da doença. Uma pesquisa publicada na revista Nature e que contou com a colaboração do Ministério da Saúde revela que uma em cada dez mortes em decorrência de câncer de mama no Brasil - cerca de 12% - poderia ter sido evitada com a prática de atividade física regular. De acordo com a pasta, os números mostram que, em 2015, 2.075 mortes poderiam ter outro desfecho se as pacientes realizassem pelo menos uma caminhada de 30 minutos ao dia cinco vezes por semana.


Novo tratamento não medicamentoso é promissor para terapias preventivas para Alzheimer

 Aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com Alzheimer ou outras formas de demência. A doença de Alzheimer leva à perda de memória e prejuízo na função cognitiva e é a causa mais comum de demência entre idosos. Embora certos tratamentos possam ajudar a reduzir os sintomas e, às vezes, reduzir a progressão da doença, atualmente não há como prevenir ou curar o Alzheimer.

Usando oxigenoterapia hiperbárica (OHB), na qual os indivíduos respiram 100% de oxigênio em uma câmara especial de alta pressão atmosférica, os pesquisadores foram capazes de reverter os danos cerebrais associados às características biológicas do Alzheimer.

"Ao tratar a raiz do problema que causa a deterioração cognitiva com a idade, estamos na verdade mapeando o caminho para a prevenção", disse o co-pesquisador Prof Shai Efrati.

Frequentemente usada para tratar o envenenamento por monóxido de carbono e infecções que deixam os tecidos sem oxigênio, a terapia hiperbárica, quando aplicada de uma forma específica, já foi considerada capaz de reparar o tecido cerebral danificado e renovar o crescimento de vasos sanguíneos e células nervosas no cérebro. Os pesquisadores testaram seu potencial para Alzheimer.

"Após uma série de tratamentos hiperbáricos, pacientes idosos que já estavam sofrendo de perda de memória mostraram uma melhora no fluxo sanguíneo para o cérebro, bem como uma melhora real no desempenho cognitivo", disse o co-investigador Prof. Uri Ashery.

A nova abordagem desenvolvida pelos pesquisadores melhorou de forma inequívoca as características comumente associadas à doença de Alzheimer. Especificamente, o tratamento hiperbárico resultou em:

• Memória melhor em 16,5% dos pacientes em média;

• Aumento do fluxo sanguíneo em 16% -23% dos casos;

• Melhoria da atenção e concentração em 6% dos pacientes;

• Maior velocidade de processamento de informações em 10,3% de todos os casos.

"Nossas descobertas fornecem esperança de que agora seremos capazes de lutar contra um dos maiores desafios do mundo ocidental. De acordo com nossas descobertas, a terapia hiperbárica administrada em uma idade jovem provavelmente prevenirá totalmente esta doença severa", explica o membro da equipe TAU, Dr. Ronit Shapira.

A abordagem foi testada pela primeira vez em laboratório, seguida de testes em pacientes com mais de 65 anos em estágios de deterioração da função mental que geralmente precedem o Alzheimer e a demência. A terapia incluiu uma série de 60 tratamentos em câmaras hiperbáricas durante um período de 90 dias.

O estudo faz parte de um amplo programa de pesquisa focado em reverter os processos de envelhecimento e as doenças que o acompanham. Os pesquisadores observam que as descobertas são um passo encorajador em direção a novas abordagens para prevenir a doença de Alzheimer, abordando não apenas os sintomas ou direcionando os biomarcadores, mas também a patologia central e a biologia responsáveis ​​pelo desenvolvimento da doença.

Os resultados foram publicados na revista Aging.

 


Rubens de Fraga Júnior - professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.


Fonte: Ronit Shapira et al, Hyperbaric oxygen therapy alleviates vascular dysfunction and amyloid burden in an Alzheimer's disease mouse model and in elderly patients, Aging (2021). DOI: 10.18632/aging.203485


7 mitos e verdades que você precisa saber sobre menopausa

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o climatério corresponde ao período entre o final da fase reprodutora até a senilidade. Dentro deste período, ocorre a menopausa, definida com a interrupção permanente da menstruação, reconhecida após 12 meses consecutivos de amenorreia (ausência de menstruação).  

De acordo com a pesquisa publicada no periódico médico Menopause Review Przeglad Menopauzalny, entre 80 e 90% das mulheres sofrem com um ou vários sintomas da menopausa. Com o aumento da expectativa de vida, estima-se que as mulheres terão de conviver com alguns desses sintomas por cerca de 1/3 de suas vidas. 

A pesquisa aponta que ondas de calor, acompanhadas de disfunções sexuais, estão entre os sintomas mais comuns nesse grupo em toda a América Latina. No caso das ondas de calor, também conhecidas como fogachos, cerca de 75% das mulheres são acometidas nos primeiros 3, 5 anos após a menopausa. 

“Embora seja uma fase fisiológica, toda mulher passará por esse período de transformações e desafios. Daí a importância de ter acesso às informações corretas que ajudem a passar por este período sem tanto sofrimento”, pondera a Dra. Claudia Chang, pós doutora em endocrinologia e metabologia pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). 

Para ajudar a conhecer melhor os fatos sobre a menopausa, a endocrinologista selecionou os principais mitos e verdades que cercam este período da mulher:

 

Há dietas específicas na menopausa

Mito. A alimentação neste período, assim como deve ser em todas as fases da vida, precisa apenas ser saudável e equilibrada. No entanto, há determinados alimentos que podem minimizar os sintomas, como a soja, por exemplo, que atua no mesmo receptor do hormônio feminino.   

Já o consumo de leite e derivados (nas mulheres que não têm intolerância) é essencial para obter maior aporte de cálcio e minimizar a perda de massa óssea, muito comum na menopausa. Outra dica é aumentar também o consumo de proteína, evitando a perda de massa muscular (massa magra).

 

A mulher não pode mais engravidar

Verdade. No climatério, ainda é possível engravidar, já que o corpo está em fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Com a menopausa já instalada e passado um ano de amenorreia (ausência da menstruação), a diminuição dos tamanhos dos ovários e a queda da produção hormonal ovariana inviabilizam uma gestação.  

“Uma das formas de a mulher engravidar nesta fase seria por meio da reprodução assistida, conhecida como Fertilização In Vitro, ressalta Claudia Chang.

 

A mulher fica mais suscetível a algumas doenças

Verdade. Como a menopausa é marcada pela queda na produção do estrogênio, hormônio responsável pela distribuição da gordura corporal, pela fixação do cálcio nos ossos e pelo equilíbrio das gorduras no sangue, há alterações no corpo, como o maior acúmulo de gordura visceral/abdominal e possíveis riscos de diabetes, osteoporose e doenças cardiovasculares, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto e hipertensão.

 

Menopausa só ocorre após os 50 anos

Mito. A faixa etária mais comum de ocorrência da menopausa na população brasileira é de 51,2 anos. No entanto, algumas mulheres podem chegar à menopausa antes dos 40 anos, a chamada menopausa precoce. Isso pode ocorrer por diversos fatores como hereditariedade, consumo contínuo de alguns medicamentos, depressão, intervenções médicas como cirurgias, quimioterapias e radioterapias, ou devido à insuficiência ovariana primária.

 

Há alterações de humor, sono, libido e aumento de ansiedade

Verdade. Os fatores psicológicos e fisiológicos mais relacionados com a menopausa envolvem nervosismo, depressão, insônia, irritabilidade, alteração de humor, labilidade emocional, problemas de memória, diminuição da libido e predisposição ao estresse. 

“Nesta fase, a queda da produção estrogênica gera uma sobrecarga fisiológica, podendo resultar em fadiga física ou estafa mental, alterando o sono e favorecendo problemas psicológicos”, completa a especialista.

 

Há ganho de peso

Verdade. Com a redução de massa magra, ocorre a diminuição da taxa metabólica basal e, consequentemente, a energia necessária para manter as funções do organismo em repouso. Além disso, pela queda do estrogênio, há maior acúmulo de gordura na região abdominal, elevando a resistência ao hormônio insulina, o que resulta no aumento de açúcar no sangue.

 

Reposição hormonal é a melhor forma de tratar a menopausa

Parcialmente verdade. Embora a reposição hormonal seja a melhor estratégia do ponto de vista farmacológico, nem todas as mulheres têm indicação ou podem fazer uso da reposição. Alguns aspectos precisam ser observados, como a via de administração hormonal, as doses e os tipos dos hormônios. Tudo isso tem influência nos riscos e na resposta ao tratamento. 

Para as mulheres que possuem alguma contraindicação há outras terapias que podem ser indicadas para tratamento dos sintomas climatéricos, como antidepressivos, acupuntura e homeopatia. 

“Vale lembrar que a prática de atividade física regular, associada à alimentação saudável, é importante para minimizar sintomas climatéricos, favorecer o ganho de massa óssea e aumentar a taxa metabólica basal. Além disso, ao notar sinal de diminuição ou ausência da menstruação, o indicado é se consultar com um especialista que fará avaliações, solicitação de exames e um tratamento adequado. Afinal, por mais que, cedo ou tarde, a menopausa chegue para todas as mulheres, cada uma tem suas particularidades e necessidades”, finaliza Claudia Chang.


Dia da criança: alerta aos pais sobre uso de cremes com testosterona

Contato pele a pele pode prejudicar crianças

Endocrinologista elenca os sinais e alerta para os perigos


 

Esse é um alerta importante para pais e mães que estejam fazendo uso de cremes com testosterona (ou outro hormônio masculino), seja com ou sem indicação médica: “Muito cuidado com esse uso, a quantidade e o local onde está sendo aplicado. O contato da sua pele com a pele de uma criança, num simples abraço recorrente - caso de quem aplica o creme na parte interna do braço por exemplo - faz com que haja absorção desses hormônios no organismo da criança e ela poderá sofrer consequências muito deletérias na saúde”, alerta Dr. Sonir Antonini, endocrinologista da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

 

O endocrinologista explica que haverá excesso de hormônios masculinos nas crianças e entre os sinais estão: 

- Mudança de comportamento com irritabilidade fora do padrão habitual;

- Desenvolvimento de pelos pubianos;

- Cheiro e odor axilar bem antes do momento correto da puberdade (entre 9 e 10 anos da idade);

- Aumento do pênis ou clitóris;

- Crescimento acelerado.

 

“Isso tem sido cada vez mais frequente nos consultórios: na primeira conversa com os pais é negado o uso destas medicações, principalmente quando o uso é feito sem prescrição médica. Muitas vezes o cônjuge ou parceiro sequer sabe desse uso. Isso dificulta muito nossa investigação médica e essas crianças acabam sendo submetidas a exames de sangue repetidos, a tomografias e ressonâncias para depois chegarmos à conclusão da exposição precoce a esses cremes com hormônios”, conta o endocrinologista.

 

A reposição hormonal só deve ser feita mediante indicação de um endocrinologista, que saberá orientar as reais necessidades dessa reposição, bem como de que forma fazê-la e o local onde deve ser aplicada para que não haja interferência no contato pele a pele, principalmente, com as crianças.

 

Puberdade precoce – quando ocorre antes da idade considerada normal, a virilização de genitais e demais características da puberdade, como odor axilar e crescimento de pelos, pode trazer consequências emocionais e psicológicas muito severas nas crianças. É importante que pais, mães e cuidadores estejam atentos aos sinais.

 


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