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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Mês de Combate ao Câncer

Acolhimento humanizado e multiprofissional complementa tratamento e preserva qualidade de vida do paciente com câncer

O acompanhamento por uma equipe de profissionais se mostra essencial para fugir de embates com a doença. Mais do que lutar, o paciente oncológico deve viver

 

Existe hoje um conhecimento coletivo de que o tratamento oncológico depende muito da tecnologia. De fato, houve importantes avanços tecnológicos nas últimas década, que permitem não só o tratamento, mas o diagnóstico precoce do tumor. No entanto, com o desenvolvimento do conhecimento, o câncer caminha para se tornar um problema de saúde crônico, com o qual é possível viver por muitos anos e com qualidade. "Essa mudança de paradigmas reforça a necessidade de ter um olhar completo sobre os cuidados com a saúde do paciente. Dessa forma, é essencial contar com uma equipe multiprofissional que tem como objetivo maior a preservação da autonomia e felicidade do indivíduo com câncer", explica Dr. Olavo Feher, oncologista clínico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês. Somente em 2020 o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou mais de 600 mil novos casos no país.1

Enfermagem, psicologia, odontologia, farmácia, nutrição, fisioterapia, consultoria de imagem, além de outras especialidades como a estomatologia e a fonoaudiologia, compõem a equipe multiprofissional. "Nós consideramos esse time de profissionais como o ponto de partida, mas em casos específicos, em que a doença afeta outras funcionalidades, podemos contar com outros especialistas", esclarece o oncologista. Confira abaixo como a equipe multiprofissional atua e os benefícios que promovem.

Novas forma de cuidar

Ao passo em que oncologistas e o time de profissionais estabelecem novos protocolos de tratamento e cuidado, a ciência busca entender seus impactos na qualidade de vida, condição de saúde, adesão ao tratamento e até no desfecho clínico. A psicologia, por exemplo, é uma das áreas cujos efeitos têm sido amplamente estudados.

Diversos estudos indicam os benefícios que a abordagem multiprofissional pode oferecer ao paciente, bem como o impacto de sua ausência. Os efeitos fisiológicos diretos da doença e do tratamento associados a carga psicológica, por exemplo, afetam o corpo e eventualmente o cérebro, levando a mudanças no sistema neuroendócrino e imunológico com consequências abrangentes na saúde mental e comportamento.2

Cerca de 11% dos pacientes oncológicos têm depressão, 10,2% convivem com a ansiedade e 12,5% tem algum transtorno para se ajustar a nova realidade. Essas comorbidades psiquiátricas levam a uma redução significativa na qualidade de vida em pacientes com câncer, e podem ser associadas a um aumento da dor. Estudos sugerem que a terapia de comportamento cognitivo, psicoeducação, hipnose, técnicas de relaxamento, ioga e exercícios podem ser indicados em diferentes estágios da doença pois visam melhorar o enfrentamento e aceitação por meio da modulação de atividades e mudando o foco de atenção.2

"A assistência multiprofissional e integrada pode auxiliar no tratamento específico do tumor, seja imunoterapia, quimioterapia, radioterapia ou até a cirurgia. A prevenção e o cuidado com as condições físicas e psicológicas que acompanham o diagnóstico favorecem o fortalecimento do indivíduo, tornando-o mais preparado para lidar com o momento delicado e aumentando a adesão ao protocolo", finaliza o especialista.

 


Referência

• Estatísticas de Câncer. Acesso em 29/01/2021. Disponível em https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer.

• Psyco-oncology. Acesso em 28/01/2021. Disponível em https://www.dialogues-cns.org .


Covid-19 - Portadores de Miastenia podem tomar as vacinas contra a COVID-19?

e acordo com dados epidemiológicos mundiais de distúrbios neuromusculares, a estimativa é 1,5 mil novos casos por ano de Miastenia Gravis no Brasil


A Miastenia Gravis é uma patologia autoimune que afeta a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos, a junção muscular. Atualmente, São Paulo representa 28% de pacientes com a doença, de difícil diagnóstico e sem cura, é caracterizada pela fraqueza muscular nos braços e pernas, queda das pálpebras, visão dupla e dificuldade para falar, mastigar e engolir.

De acordo com o Ministério da Saúde, 25% dos miastênicos apresentam somente os sintomas oculares, como ptose (pálpebra caída) e visão dupla. Já os que têm sintomas mais leves e generalizados nos músculos oculares, nas pernas e braços correspondem a 35% dos casos. Os mesmos sintomas em graus moderados e graves, mas acompanhados de fraqueza nos músculos da região bulbar – que afetam a fala e a deglutição – representam 20% dos casos. 

“A pandemia de COVID-19 gerou muitas dúvidas sobre a imunização, já que os portadores podem ser considerados do grupo de risco. Apenas os que apresentam sintomas oculares, sem sintomas em outras regiões e que não fazem uso de corticoides e imunossupressores são considerados exceção”, explica o médico neurologista e diretor científico da Associação Brasileira de Miastenia Gravis (ABRAMI), Eduardo Estephan.

O tratamento consiste, na maioria dos casos, no uso de corticoides ou imunossupressores, medicamentos que afetam a imunidade e, consequentemente, a resposta vacinal. Segundo o especialista, “ainda não se sabe o quanto essas medicações podem diminuir o efeito da vacina, já que não há estudos científicos com esse grupo de pacientes. Quanto aos pacientes timectomizados, provavelmente, o sistema imunológico deles não é tão afetado quanto o dos imunossuprimidos, mas também pode haver um efeito menor da vacina. De qualquer forma, a recomendação é que os portadores de Miastenia Gravis tomem a vacina, embora saibamos que nos pacientes imunossuprimidos o efeito dela pode ser menor”, esclarece.

O médico observa ainda que é fundamental prestar atenção no momento certo de tomar a vacina. Algumas pessoas apresentam uma reação vacinal com sintomas leves, como dor de cabeça e na região onde foi feita a aplicação. Essas reações duram de um a dois dias e são transitórias, mas podem levar a piora dos sintomas miastênicos enquanto durarem, como pode acontecer com qualquer inflamação. Por isso, recomenda-se que qualquer vacina seja tomada no momento que o paciente estiver bem compensado da doença, e a abordagem desse tema com o médico que faz o acompanhamento do paciente é muito importante.

Ainda segundo ele, muitos miastênicos têm receio de que o estímulo imunológico piore com a vacina. A Miastenia Gravis ou adquirida é uma doença autoimune, diferente da Miastenia Congênita. Contudo, a maioria das vacinas existentes já é administrada em pessoas com Miastenia Gravis – exceto as que são feitas com vírus vivos para quem usa imunossupressor – e não parece haver frequentes eventos dessa natureza.

“O ideal é conversar com o médico que esteja acompanhando o caso para que se considere o melhor momento de tomar a vacina”, recomenda o Dr. Eduardo. Vale lembrar que os imunossuprimidos fazem parte do terceiro grupo, que inclui pessoas com morbidades, sendo que a vacinação desse grupo será posterior a dos profissionais de saúde, idosos e indígenas.


Sinovac/Butantan ou AstraZeneca/Fiocruz?

As duas vacinas disponíveis no Brasil são as do Laboratório Sinovac/Instituto Butantan e da AstraZeneca/Fiocruz. A vacina da Sinovac/Butantan usa o vírus inativado, ou seja, morto por processos químicos. A vacina da AstraZeneca/Fiocruz usa outro método, um vetor viral (adenovírus) geneticamente modificado que contém uma “mensagem” no código do vírus. Ela é enviada ao sistema imunológico, que a reconhece e começa a produção de proteínas para estimular as defesas.

Sendo assim, ambas não usam vírus vivos como agente imunizante (o vírus contido na vacina da AstraZeneca/Fiocruz é apenas um vetor), portanto podem ser administradas em miastênicos, incluindo os que fazem uso de imunossupressores. Mesmo os que já tiveram a COVID-19 devem ser vacinados para evitar casos de reinfecção, já que ainda não se sabe o tempo de cobertura da imunização. A recomendação dos especialistas para quem foi infectado é que aguarde o período de quatro semanas a partir da data do primeiro sintoma, para que não seja confundido com uma possível reação vacinal.

De acordo com o Dr. Eduardo, menos de 1% dos imunizados apresentou efeitos adversos, como fadiga, febre, coceira, dores no corpo e na região da aplicação. “Dessa forma, mesmo que a fraqueza muscular se manifeste após a primeira dose, vale a pena se imunizar, já que os sintomas são passageiros”, finaliza.

É fundamental lembrar que as duas vacinas devem ser administradas em duas doses para fazer efeito. O intervalo entre uma dose e outra é de 14 a 28 dias no caso da vacina do Butantan e de 12 semanas para a vacina da Fiocruz. Os especialistas recomendam ainda que os pacientes que fazem uso de imunossupressores fiquem em observação por uns 15 minutos após a aplicação da vacina, por precaução.

Para mais informações sobre miastenia, acesse o site: https://www.miastenia.com.br/abrami/

 

 

Dr. Eduardo Estephan - Médico neurologista do Ambulatório de Miastenia do Hospital das Clínicas e do Ambulatório de Doenças Neuromusculares do Hospital Santa Marcelina, ambos de São Paulo.


Musculação na infância: entenda quais os riscos e benefícios da prática

Com a crescente e cada vez mais constante busca por um corpo saudável, muitas pessoas passaram a recorrer às academias para atingir seus objetivos e ganhar maior qualidade de vida. Cada vez mais novos, crianças e adolescentes também têm buscado pela prática de exercícios físicos, como é o caso do filho da atriz Carol Nakamura, cujo físico foi bastante comentado nas redes, recentemente, após ter uma foto sua publicada pelo pai. Wallace, que tem 10 anos, já apresenta um abdômen bem definido por conta da prática de jiu-jitsu. Ainda, com o retorno das aulas se aproximando, as crianças irão retornar a ter mais atividades físicas na rotina.

Mas existem muitas dúvidas sobre os melhores tipos de treino para cada idade e se existem riscos ao começar na infância. "Ao contrário do que se imagina, não existe uma idade mínima ou indicada para o começo da musculação. Porém, são necessários alguns cuidados com as crianças. Havendo interesse, podem iniciar a prática em qualquer idade, mas devem ser avaliadas as capacidades motoras e cognitivas, além de seguir as ordens de segurança. Reforçando que é preciso sempre haver um instrutor ou professor para garantir que os jovens estejam bem assistidos e que a execução dos exercícios seja bem orientada", diz Dr. Jan Willem Cerf Sprey, da Clínica SO.U, Médico do Esporte e especialista em Ortopedia e Traumatologia Esportiva.

Quanto aos riscos à saúde, a prática de exercícios com carga, seja fixa, solta ou do próprio corpo, pode gerar lesões, assim como nos adultos. Porém, há uma tendência menor de ocorrer lesões por sobrecarga na infância, como distensões e estiramentos. "Nessa fase da vida, é mais comum que haja algum dano acidental, que pode ser evitado com um profissional capacitado orientando e auxiliando durante toda a sessão de treinamento, desta forma evitando cargas excessivas e movimentos incorretos", explica o médico.

Não existe uma modalidade mais indicada para cada faixa etária. Isso vai depender da capacidade motora e do interesse da criança. Porém, recomenda-se que:

• Assim como em adultos, não sejam usadas substâncias que aumentem o desempenho ou esteroides anabolizantes.

• Antes de iniciar um programa formal de treinamento de força, uma avaliação médica seja realizada por um pediatra ou médico do esporte.

• Crianças com doença cardíaca congênita complexa (cardiomiopatia, hipertensão da artéria pulmonar ou síndrome de Marfan) devem realizar uma consulta com um cardiologista pediátrico antes de começar um programa de treinamento de força.

• O condicionamento aeróbico deve ser combinado com o treinamento resistido se o objetivo for benefícios globais à saúde.

• Os programas de treinamento de força devem incluir 10 a 15 minutos para aquecimento e para relaxar o organismo após o treino.

• Os jovens devem ter ingestão adequada de líquidos e nutrientes.

• Exercícios de força específicos devem ser aprendidos inicialmente sem carga (sem resistência).

• Depois de dominar a técnica de cada exercício, cargas incrementais podem ser adicionadas usando peso corporal, pesos livres ou outras formas de resistência.

• Treinamento com pesos deve ser sempre supervisionado e orientado por profissionais habilitados.

"Existem evidências científicas suficientes que atestam que a prática de exercícios resistidos na infância, ou seja, que envolvem forças opositoras utilizando cargas progressivas, diferentes velocidades e tipos de movimento, trazem benefícios à saúde, ao condicionamento físico e à performance de outros esportes", conta Dr. Jan. Entre esses reflexos positivos, estão:

• Tendência a se machucar menos ao praticar outros esportes e, quanto acontece, a reabilitação é melhor.

• Melhor massa óssea futura.

• Ganho de força muscular.

• Melhora na composição corporal.

• Melhora no perfil lipídico (colesterol e triglicérides).

• Menor chance de desenvolver doenças crônicas, como obesidade, diabetes e pressão alta.

• Maior autoconfiança.

• Menor risco de desenvolver depressão e ansiedade.


Marca-passo: mitos e verdades sobre o dispositivo cardíaco

 Especialista responde às principais dúvidas sobre essa invenção que revolucionou a vida de tantas pessoas


O marca-passo é um dispositivo elétrico implantado sob a pele de pessoas que sofrem com um ritmo cardíaco muito lento, o que pode ser uma ameaça à vida. O primeiro marca-passo implementado foi há apenas 63 anos, pelas mãos do cirurgião cardíaco sueco Ake Senning. O procedimento mudou para sempre a vida de seu paciente, um engenheiro de 40 anos com uma séria deficiência no bombeamento de sangue.

Por ser uma invenção médica relativamente nova, muito se especula sobre como é a vida de quem usa marca-passo. Essa pessoa é barrada em detector de metais? Ela pode ou não usar aparelhos eletrônicos? Pode viajar de avião? E assim por diante. O cardiologista do Hospital Brasília Edson D’Avila explicar o que é real e o que é mito sobre o assunto.


Quando colocar um marca-passo é indicado?

“A colocação de um marca-passo é indicada quando existem alterações no sistema elétrico do coração que tornam os batimentos cardíacos muito lentos, levando a cansaço, fadiga e desmaios”, explica o cardiologista. Alguns exemplos são condições como bradicardia, bloqueio atrioventricular e insuficiência cardíaca.

O marca-passo monitora constantemente o coração e intervém de forma autônoma em caso de abrandamento do ritmo cardíaco. Isso acontece por meio do envio de impulsos elétricos que, por sua vez, causam contração e são capazes de restaurar o ritmo correto do órgão.


Como é a vida de quem usa marca-passo?

“É uma vida normal, pois o dispositivo por si só não altera a rotina diária do paciente. O que pode mudá-la é a gravidade da doença cardíaca que levou à colocação do aparelho em questão”, pontua Edson. Apesar de, no pós-operatório imediato, o paciente poder sentir algum desconforto, logo após os primeiros dias, ele já pode retornar às suas atividades diárias normalmente (desde que não haja esforço excessivo). 

Vale destacar que os marca-passos atuais são dispositivos muito eficazes, que geralmente não apresentam nenhum mau funcionamento. Além disso, se o paciente seguir as medidas de precaução recomendadas pelo cardiologista e for periodicamente às consultas para verificações do aparelho, é possível manter a sua qualidade de vida. A bateria do marca-passo dura, em média, de 8 a 10 anos, daí a necessidade de uma avaliação semestral do dispositivo.


Quem tem marca-passo pode fazer tomografia?

O especialista explica que sim, quem tem marca-passo pode fazer tomografia. Muitas pessoas confundem esse procedimento com a ressonância magnética, um dos exames que o portador do dispositivo não pode fazer. Há alguns modelos mais modernos de marca-passo (chamados de “condicionados”) que permitem a realização do exame. Mas a grande maioria deles não é compatível com a ressonância magnética. Nesse caso, seu funcionamento pode ser alterado por uma interferência da ressonância magnética. Por isso, quando o paciente usa um marca-passo e precisa de atendimento com outro especialista além do cardiologista, precisa informá-lo sobre o uso do dispositivo.


Quem usa marca-passo pode dormir em colchão magnético?

Essa é uma dúvida relativamente comum, e a resposta é: não recomendamos. O colchão magnético acelera o desgaste da bateria do dispositivo.


Quem tem marca-passo pode usar celular?

De fato, algumas ferramentas eletrônicas ou eletrodomésticos podem interferir no implante e alterar sua função. No entanto, quem tem marca-passo pode usar celular, sim! O importante é evitar a proximidade do telefone celular com o peito, ou seja, nunca deixa-lo no bolso posicionado no mesmo lado em que foi feito o implante e sempre usá-lo no ouvido contralateral ao marca-passo.


Quem tem marca-passo pode enfartar?

O médico pontua que sim, quem usa marca-passo pode enfartar. “Enfartos são causados por alterações nas artérias do coração e o marca-passo trata o sistema elétrico, o que impossibilita a avaliação do eletrocardiograma durante um episódio de ataque cardíaco”, explica.


Quem tem marca-passo pode usar micro-ondas?

A resposta é positiva, mas deve-se ficar mais afastado do aparelho durante o seu funcionamento.


Quem tem marca-passo pode viajar de avião?

O cardiologista do Hospital Brasília destaca que, apesar de poderem viajar de avião, é importante que os pacientes com o dispositivo avisem que são usuários do aparelho. “Apesar de os detectores de metais de aeroportos não interferirem no implante em si, podem acionar o alarme conectado a eles, porque a estrutura é de metal. Para evitar essas situações, é bom informar sua condição à equipe de segurança e passar por verificações alternativas”, complementa Edson.


Que exames o portador de marca-passo não pode fazer?

Como mencionamos anteriormente, é importante avaliar com o seu médico a realização de uma ressonância nuclear magnética. Fora esse, todos os outros são totalmente permitidos.


Quem usa marca-passo pode trabalhar normalmente?

Quem usa o implante pode trabalhar, a única coisa que pode afetar a rotina laboral é a doença de base. Como recomendação médica, é importante que os profissionais dedicados a atividades de risco, como motoristas ou pilotos, discutam os seus casos com o especialista, para uma avaliação detalhada e um direcionamento específico.

 


Hospital Brasília


Mais de 50% da população indígena já foi vacinada

Foto: divulgação/Sesai
Indígenas estão entre os grupos prioritários da primeira fase da imunização contra a Covid-19

 

Cerca de 20 dias após o início da vacinação entre os indígenas com mais de 18 anos atendidos pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) e as especificidades da ADPF 709, cerca de 51% dessa população (mais de 200 mil indígenas) já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Desde o dia 19/01, o trabalho de imunização é realizado pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) - responsáveis por levar atenção básica de saúde às áreas indígenas.

O Ministério da Saúde enviou 907.200 doses de imunizantes, contemplando duas doses por pessoa, aos 34 DSEI. A logística de distribuição das vacinas segue o Plano Nacional de Operacionalização contra a Covid-19 e conta com a parceria do Ministério da Defesa e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde para o transporte das doses até os Distritos. A SESAI realiza a campanha de vacinação em aproximadamente seis mil aldeias com uma estratégia operacional que envolve 14 mil profissionais de saúde indígena.

O secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, comemora o avanço significativo da vacinação, mesmo as equipes enfrentando dificuldades de acesso às aldeias, que é feita por meio de transportes aéreo, fluvial e rodoviário, e depende também de condições climáticas favoráveis para voos e deslocamentos. “Mesmo com todas as questões logísticas que a SESAI se depara, já ultrapassamos a marca de 50% da nossa população atendida já vacinada nessa primeira fase. Já estamos numa situação muito favorável, aquém das nossas expectativas, e todos em breve serão vacinados”, afirma.

Os dados de doses aplicadas e coberturas vacinais da população indígena das aldeias estão sendo disponibilizados no portal da Saúde indígena. Como nas áreas mais remotas não há sinal de celular ou acesso à internet, ainda há dificuldade de registro imediato na inserção das doses no Sistema de Informação do PNI. De acordo a SESAI, não houve registros de eventos adversos na aplicação do imunizante entre a população indígena. 


DADOS

O Brasil tem aproximadamente 755 mil indígenas cadastrados no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) e atendidos pela ADPF 709. Desses, 410 mil são maiores de 18 anos e poderão ser imunizados neste primeiro lote. Os 20 mil profissionais de saúde das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena dos 34 DSEI também receberão o imunizante.

Desde o ano passado, a SESAI vem realizando um trabalho de conscientização nas aldeias. Os profissionais de saúde reforçam a importância de que todos sejam imunizados, ressaltam a não obrigatoriedade da vacinação, e reafirmam que as vacinas são seguras e possuem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.

Os indígenas do contexto urbano ou rural serão imunizados pelos serviços municipais ou estaduais de saúde, de acordo com o cronograma de cada localidade. 

 

 

Karina Borges


Ministério da Saúde


Quer morar nos EUA? então esqueça o visto de investidor!

Imigração americana disponibiliza opções bem melhores que o EB-5 para profissionais estrangeiros que desejam morar e trabalhar nos EUA

 

Popularmente, acredita-se que as únicas opções para que um estrangeiro consiga um green card para morar nos Estados Unidos sejam através de parentesco direto ou casamento com alguém que possua cidadania americana, ou então através do visto EB-5, também conhecido como “visto de investidor”.  

“De fato, muitos brasileiros se utilizaram deste visto para empreenderem e buscarem o tão sonhado direito a residência na América. somente na primeira década deste século (2001 a 2010), foram emitidos 1.018 vistos EB-5 para cidadãos do Brasil. Em geral, empresários que decidiram montar um novo negócio ou simplesmente levar suas empresas do Brasil para os Estados Unidos, investindo no mercado de trabalho e, consequentemente, colaborando com a economia americana” – relatou o advogado brasileiro/americano de imigração, Dr. Felipe Alexandre. 

No entanto, apesar de suas vantagens, o EB-5 está longe de ser o visto americano mais barato ou que oferece as maiores recompensas. Para se qualificar a um visto EB-5, é preciso primeiramente desembolsar a “bagatela” de US$900 mil (caso o investimento seja feito em alguma cidade americana onde existe carência de empregos ou de uma determinada indústria) ou de até US$1,8 milhões em localidades nobres, em geral grandes centros urbanos, do país.

Além destas altas quantias, também é preciso comprovar que o investimento pretendido irá gerar ao menos 10 empregos nos EUA, e que após os dois primeiros anos de funcionamento a empresa deverá estar gerando lucro. Somente quando isso acontece é que o investidor estrangeiro terá então o direito a receber seu green card definitivo.

“Por conta do alto valor e tempo necessário até que o direito a residência permanente seja conquistado, muitos brasileiros que só conhecem a alternativa do EB-5 acabam desistindo de buscarem o green card americano” – observa Rodrigo Costa, especialista em investimentos e mercado de trabalho nos EUA

Entretanto, O Brasil vem aos poucos descobrindo que existem diversas outras modalidades de vistos que levam ao green card, especialmente aqueles em que é permitido qualificar-se com base em uma carreira bem-sucedida ou na formação acadêmica de um profissional estrangeiro. E o melhor é que estes vistos não exigem investimento financeiro mínimo e, em muitos, casos, nem mesmo a necessidade de uma oferta de trabalho ou de já haver empregador nos Estados Unidos.

São os vistos “EB” (employment-based), categoria da qual também faz parte o EB-5 (veja abaixo). Tratam-se de vistos criados pela imigração dos EUA para atender a constante necessidade do mercado de trabalho americano em “absorver” a capacidade profissional e intelectual de estrangeiros bem capacitados para benefício dos Estados Unidos.

Especialmente nos últimos 20 anos, estes vistos se tornaram fundamentais para que a América mantenha-se como a maior potência econômica do mundo, tanto que, não por acaso, houve um aumento da emissão dos vistos “EB” tanto na gestão de Obama (2009-2017) quanto de Trump (2017-2021), uma prova de que democratas e republicanos concordam em pelo menos um aspecto: os Estados Unidos precisam de imigrantes qualificados.” Apontou o Dr. Felipe.

Existem centenas de profissões em falta nos EUA. Descubra quais são e como os vistos “EB” permitem a chegada de trabalhadores estrangeiros no país

“A expectativa é de cada vez mais estrangeiros obtenham vistos “EB” nos próximos anos. Isto porque existem atualmente centenas de profissões em falta nos EUA, tanto em quantidade quanto em qualidade. Isso acontece porque nos últimos 10 anos o mercado de trabalho americano criou mais empregos do que havia pessoas disponíveis ou qualificadas para preenche-los. E para contornar esse problema e atender a demanda do mercado, O país precisa contar com a mão-de-obra e o talento de profissionais estrangeiros” – ressaltou o Dr. Felipe Alexandre, que atende anualmente centenas de brasileiros que buscam o direito a residência nos EUA.

Entre as profissões mais em falta nos EUA atualmente destacam-se os profissionais de saúde, incluindo médicos, dentistas, enfermeiros e fisioterapeutas.

Profissionais de TI vem em seguida. Especialmente com o avanço cada vez maior das tecnologias de ponta, telefonia celular e outras ferramentas de comunicação on-line. Desenvolvedores de programas, analistas de sistemas e muitas outras áreas de tecnologia podem encontrar ótimas oportunidades no país.

Engenheiros também estão em falta nos EUA, em todas as suas especialidades, desde a área de construção civil até o segmento de óleo e gás.

pilotos de aviação também estão em falta. Isso acontece basicamente por dois motivos: 1) existem muitos pilotos americanos se aposentando. 2) Uma grande quantidade de pilotos americanos mudou-se para trabalhar nas grandes companhias aéreas localizadas na Ásia e no Oriente Médio.

Outras profissões com escassez de profissionais nos EUA incluem advogados de determinadas áreas jurídicas, profissionais de educação, arquitetos e muitas outras funções que exigem conhecimento técnico e experiência.

Também é importante mencionar que empresários são sempre muito bem-vindos nos Estados Unidos, uma vez que movimentam a economia e geram empregos. Um empresário que consiga demonstrar um bom histórico profissional e um excelente plano de negócios para os EUA terá grandes possibilidades de obter um green card.

Conheça um pouco mais sobre os vistos que compõem a categoria “EB” e que levam ao green card para residência permanente nos EUA:

EB-1: visto destinado para pessoas que possuem “habilidades extraordinárias” comprovadas nas áreas das artes, ciências, educação, negócios e atletismo, e que são reconhecidas nacionalmente, ou até mesmo internacionalmente, por suas contribuições profissionais. Vários médicos, dentistas, cientistas, artistas, empresários, educadores e atletas qualificam-se para esta categoria, desde que possam atender a uma série de exigências do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS).

EB-2 NIW: Nesta categoria o solicitante precisa comprovar que possui um histórico profissional de destaque e, em muitos casos, uma formação acadêmica superior. Estrangeiros que chegam aos Estados Unidos com vistos EB-2 NIW (National Interest Waiver) colaboram diretamente com o mercado de trabalho americano, que sofre com a falta de profissionais em áreas de importância nacional. Engenheiros, médicos, dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas, profissionais de TI, pilotos de avião, arquitetos, entre outros, podem ser elegíveis para esta categoria. Em muitos casos, o visto EB-2 NIW pode ser emitido sem que haja nem mesmo uma oferta de trabalho ou empregador, com o solicitante qualificando-se somente com base em seu próprio histórico e capital intelectual. Empresários que desejam expandir empreender ou expandir seus negócios para os EUA também podem ser elegíveis.

EB-3 é o visto voltado para determinados trabalhadores especializados com no mínimo 2 anos de experiência ou treinamento, profissionais cujo trabalho nos EUA requeira ao menos um bacharelado americano ou grau de educação equivalente em outro país, ou ainda para algumas outras categorias de trabalhadores menos frequentes. Nesse tipo de petição imigratória, o interessado terá que receber uma oferta de trabalho genuína de um empregador nos Estados Unidos e passar por um procedimento junto ao Departamento de Trabalho dos Estados Unidos para a obtenção de uma certificação de trabalho (labor certificate).

EB-4 - Visto criado para atender determinados imigrantes “especiais”, incluindo trabalhadores religiosos, membros de entidades diplomáticas e de certas organizações internacionais, membros das forças armadas, funcionários do governo americano que trabalham no exterior, além de uma série de outras categorias específicas.

EB-5 - O EB-5 é conhecido como o “visto de investidor”, e pode ser adquirido por estrangeiros que desejam empreender nos Estados Unidos. Além de um investimento mínimo cujo valor será determinado de acordo com a localidade em que o solicitante planeja investir, é preciso comprovar que o negócio criado irá gerar empregos e movimentar a economia americana. O EB-5 concede inicialmente um green card provisório e, posteriormente, o definitivo, caso seu portador consiga demonstrar que seu empreendimento nos Estados Unidos se mantém operante e rentável. Devido a seu alto custo, muitas vezes não é a melhor alternativa imigratória para quem deseja morar e empreender nos EUA.

“Especialmente com o início do novo governo americano, a tendência é que as oportunidades legais de imigração e de trabalho para estrangeiros aumentem ainda mais nos EUA. O brasileiro que deseja buscar um futuro melhor na América certamente encontrará um mercado de trabalho aquecido e com excelentes possibilidades profissionais e pessoais” – concluiu Rodrigo Costa.

 

 

Dr. Felipe Alexandre - advogado americano/brasileiro de imigração e fundador da AG Immigration:  Ele é considerado há vários anos pelo “American Institute of Legal Counsel” como um dos 10 melhores advogados de imigração de NY e referência sobre vistos e green cards para os EUA.

 

Rodrigo Costa - administrador de empresas e especialista em investimentos e mercado de trabalho nos Estados Unidos. Ele também é CEO da AG Immigration, escritório americano especializado em processos de vistos e green cards para os EUA.

 

AG Immigration

https://agimmigration.law/

Fone: +1 (407) 728-6033 (11)4210-3678 

e-mail: info@agimmigration.law  

 

Dicas para ensinar online com excelência

 Três instrutores da Udemy falam sobre as suas experiências e dão sugestões para quem está entrando no mercado de cursos online

 

Com a pandemia – e a necessidade de distanciamento social e a crise econômica ocasionadas por ela –, muitos profissionais precisaram adaptar os seus trabalhos e as suas rotinas ou até mesmo se reinventar. Um dos mercados que sentiram o impacto dessa mudança, entre muitos outros, foi o do ensino online.

Uma pesquisa feita pela Udemy, o maior destino do mundo para cursos online, mostrou que, nos primeiros dois meses da pandemia, houve um aumento de 425% nas inscrições em cursos da plataforma, considerando todos os países. No Brasil, esse aumento foi de 95%.

Ao mesmo tempo, também no mundo todo, houve um aumento de 55% na criação de cursos na plataforma por parte dos instrutores, como são chamadas as pessoas que ensinam na Udemy. O que pode significar que mais pessoas estão lecionando online – como complemento de renda ou até mesmo como carreira principal.

Pensando em quem está entrando agora nesse mercado, a Udemy reuniu dicas sobre como ensinar online com excelência dadas por três instrutores experientes. Foram eles: Pilar Sanchez Albaladejo (instrutora de gestão de projetos com quase 70.000 alunos na plataforma), Gustavo Farias (instrutor de gestão de projetos com mais de 180.000 alunos na plataforma) e Camila Carvalho (instrutora de finanças pessoais com mais de 1.000 alunos na plataforma).

Para começar, os três concordam que os profissionais que gostam de compartilhar o próprio conhecimento podem se dar muito bem ensinando online. Veja a seguir algumas ideias de como fazer isso na prática:

 

Diferenças entre ensinar online e na sala de aula

Para que os alunos se engajem nas aulas online, a dinâmica precisa ser diferente da do ensino presencial, muito mais rápida e dedicada a evitar distrações – isso é um consenso entre os três instrutores.

Para Pilar, não faz sentido que o ensino online simplesmente replique o que costuma acontecer em sala de aula. “Se apenas nos filmarmos falando em frente a um quadro branco, não estaremos aproveitando todas as tecnologias à nossa disposição como instrutores. Devemos usar mais recursos para prender a atenção dos alunos, que vão desde o nosso tom de voz até a forma como editamos os vídeos”, afirma ela.

Camila e Gustavo apontam que um dos principais desafios de ensinar na internet é não poder acompanhar a reação dos alunos em tempo real, durante as aulas. “Nas aulas presenciais, com o contato visual, conseguimos perceber se o aluno está prestando atenção, entendendo, gostando... Na internet, só temos o feedback depois. Por isso, precisamos nos esforçar para que o aluno goste de cada uma das aulas e, dessa forma, faça o curso até o final”, diz Gustavo.

Camila diz que, por não ser possível ter a opinião dos alunos em tempo real, é importante que os instrutores aperfeiçoem os seus cursos conforme forem chegando as avaliações e mensagens dos alunos. “Um curso nunca está 100% pronto no dia da sua publicação. É normal que, com o passar do tempo, façamos alguns ajustes para adequá-lo às preferências dos alunos”, diz ela. Camila também ressalta que várias aulas curtas são preferíveis se comparadas a poucas aulas compridas. “Cansam menos o aluno, fazendo ele evoluir mais rápido no curso”, afirma ela.

 

Recursos para tornar as aulas mais dinâmicas

Animações, efeitos na edição de vídeo, interações com personagens, exercícios práticos, técnicas de oratória e storytelling... São muitos os recursos disponíveis para os instrutores que querem tornar as suas aulas mais atrativas.

Pilar, por exemplo, usa uma ferramenta que gera animações no estilo “mão desenhando na lousa”. “Assim, as minhas aulas ficam mais divertidas. Também insiro uma piadinha ou outra nos vídeos, para chamar a atenção dos alunos, que muitas vezes estudam cansados depois de um dia de trabalho”, conta ela.

Já Gustavo acredita que o diferencial dos seus cursos é a simulação de projetos reais. “Dou exemplos de situações do dia a dia da área de gestão de projetos e me coloco no lugar de diferentes personagens, atuando como se eu fosse cada um deles”, conta ele.

Camila, por sua vez, diz ter uma abordagem mais convencional, mas chama a atenção para a necessidade de manter os alunos entretidos. “Nas aulas online, é muito fácil que os alunos se entediem e percam o foco. Por isso, é interessante para os instrutores serem criativos”, afirma ela.

 

Dicas extras

Assistir cursos de outros instrutores, principalmente dos que são referências nas suas áreas de atuação, é uma das dicas de Pilar para quem está buscando inspiração para criar as próprias aulas online. “A ideia não é copiar, mas entender mais sobre recursos audiovisuais, qualidade de áudio e vídeo, comportamento em frente à câmera e por aí vai. Em resumo, aprender e adaptar o que aprendeu para criar o seu próprio conteúdo”, diz ela.

Outra dica, dada por Camila, é preferir qualidade à quantidade. “Não adianta criar diversos cursos visando obter mais receitas se os alunos não gostarem do primeiro”, afirma ela. Mais uma sugestão de Camila é seguir um roteiro. “Mas é importante não se prender demais a ele, para a narrativa não ficar robótica”, diz ela.

Por fim, para Gustavo, um bom instrutor deve ter um conjunto de características: ser dinâmico, simpático, bem-humorado, animado, claro e objetivo. “É preciso organizar muito bem as ideias a serem transmitidas, de modo que o aluno não se sinta perdido e aprenda de forma progressiva. E, sobretudo, entender as dificuldades de cada aluno, ter empatia”, afirma ele.

 


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Exportações de café do Brasil atingem 3,1 milhões de sacas em janeiro

 

•             Receita cambial gerada com os embarques no mês atingiu US$ 404,13 milhões, equivalente a R$ 2,2 bilhões de reais, alta de 10,2% em relação a janeiro de 2019

•             Exportações no Ano-Safra 2020/21 (jul/20-jan/21) chegaram a 27,8 milhões de sacas de café, crescimento de 17,2% em relação a mesma base comparativa da safra anterior e o melhor resultado para o período nos últimos cinco anos

•             País registrou crescimento das vendas de café para EUA, Bélgica, Colômbia e França, além do aumento de 117,4% nas vendas de café verde para os países produtores

 

O Brasil exportou 3,1 milhões de sacas de café em janeiro deste ano, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. A receita cambial gerada com os embarques no mês foi de US$ 404,13 milhões, equivalente a R$ 2,2 bilhões de reais, alta de 10,2% em relação a janeiro de 2019, se considerarmos a conversão em reais. O preço médio da saca de café foi de US$ 128,41. Os dados são do relatório compilado pelo Cecafé, Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. 

Com relação às variedades embarcadas, o café arábica representou 84,2% do volume total de café exportado em janeiro, com 2,6 milhões de sacas embarcadas. O café solúvel representou 8,1% dos embarques no mês, com 254 mil sacas exportadas, e o café conilon (robusta) representou 7,7% de participação nas exportações, equivalente a 241,5 mil sacas. Destaque para esta última variedade de café, que registrou crescimento de 7,9% no período em comparação com o volume do café embarcado em janeiro de 2019. 

“O mês de janeiro apresentou uma boa performance nas exportações de café, com destaque para o significativo aumento da receita cambial e o melhor resultado do ano-safra (período julho/2020 a janeiro/2021) nos últimos cinco anos, registando um crescimento de 17,2% em relação ao mesmo período anterior.  Embora tenha apresentado um ritmo menos acelerado, o mês de janeiro também se destacou pelo crescimento das vendas do café arábica para os EUA, Bélgica, Colômbia e França, bem como o conilon para a Colômbia, Itália e Argélia. Esses resultados reafirmam o trabalho competente e qualificado de todo agronegócio café brasileiro, que juntamente com seu foco na sustentabilidade, mostra que a demanda se mantém sólida e que o Brasil continuará atendendo aos mais diversos e exigentes mercados do mundo”, declara Nicolas Rueda, presidente do Cecafé.

 

Principais destinos 

O principal destino de café brasileiro em janeiro deste ano foram os Estados Unidos, que importaram 692,4 sacas de café (22% do volume total exportado no mês para o mundo). Em segundo lugar ficou a Alemanha, com 532 mil sacas exportadas para o país (16,9% das exportações). Na sequência estão: Bélgica, com 261,4 mil sacas (8,3%); Itália, com 195,5 mil sacas (6,2%); Japão, com 150 mil sacas (4,8%); Colômbia, com 113 mil sacas (3,6%); Federação Russa, com 106 mil sacas (3,4%); Turquia, com 97,3 mil sacas (3,1%); França, com 84,6 mil sacas (2,7%); e, Canadá, com 75,3 mil sacas (2,4%). 

Desses principais destinos de café brasileiro, a Colômbia e a Bélgica se destacaram por registrar os crescimentos de 237% e 56,4%, respectivamente, ante o volume exportado a estes países em janeiro de 2019. Os Estados Unidos também registraram aumento, de 8,9% em relação ao primeiro mês do ano passado, e a França apresentou alta de 7,9%. 

Com relação às exportações por continente, grupos e blocos econômicos, se destacaram no mês os embarques para os países da América do Norte, que registraram aumento de 4,6% (798,3 mil sacas), América do Sul, alta de 59% (170,5 mil sacas), América Central, de 40% (14,4 mil sacas) e para os países produtores, crescimento de 51,3% (199,4 mil sacas).

Já as exportações de café verde, especificamente, para os países produtores registraram alta de 117,4, com o embarque 161,5 sacas para aqueles países.

 

Cafés diferenciados 

O Brasil exportou 500,5 mil sacas de cafés diferenciados em janeiro (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) que representaram 15,9% do total embarcado no mês. A receita cambial dessa modalidade foi de US$ 83,6 milhões, correspondendo a 20,7% do total gerado com os valores da exportação de café, enquanto que o preço médio ficou em US$ 166,99.

Os 10 maiores países importadores de cafés diferenciados, que representaram 82,1% dos embarques com diferenciação em janeiro, foram: Estados Unidos, com 118,1 mil sacas (23,6% do volume total de cafés com diferenciação exportado em janeiro); Alemanha, com 69,7 mil sacas (13,9%); Bélgica, com 67 mil sacas (13,4%); Japão, com 35 mil sacas (7%); Itália, com 32,5 mil sacas (6,5%); Canadá, com 22,1 mil sacas (4,4%); Reino Unido, com 18,8 mil sacas (3,7%); Suécia, com 18,4 mil sacas (3,7%); Turquia, com 17,6 mil sacas (3,5%); e Países Baixos, com 12 mil sacas (2,4%).

 

Ano-Safra 2020/21 

Nos sete primeiros meses do Ano-Safra 2020/21 (jul/20-jan/21), o Brasil exportou 27,8 milhões de sacas de café, crescimento de 17,2% em relação a mesma base comparativa da safra anterior e também maior volume embarcado para o período nos últimos cinco anos. Os cafés arábica e robusta no período registraram crescimento de 19,1% no volume exportado, com 22,5 milhões de sacas e 3 milhões de sacas, respectivamente.

A receita cambial com as exportações do período até agora foi de US$ 3,4 bilhões, aumento de 14,3% em relação a jul/20-jan/21, que, convertido em reais atingiu R$ 118,5 bilhões, alta de 51,5%. Já o preço médio ficou em US$ 123,78.

 

Portos 

O Porto de Santos ocupou em janeiro deste ano a liderança como via de escoamento do café com 77,4% de participação (2,4 milhões de sacas embarcadas por ele). Os portos do Rio de Janeiro ficaram em segundo lugar, com 17,3% de participação (544,5 mil de sacas embarcadas por eles). 

O relatório completo das exportações de café em janeiro de 2021 está disponível no site do Cecafé: http://www.cecafe.com.br/.

 

 

Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil 

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