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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Velho Sábio ou Cowboy: qual perfil de masculinidade irá triunfar nas urnas estadunidenses?


Este ano (2020) haverá eleições presidenciais nos Estados Unidos da América. Há dois candidatos majoritários: o republicano Donald Trump, que busca a reeleição, e o democrata Joe Biden. Para além de uma análise político-partidária, vou centrar nos diferentes perfis de masculinidade em que Trump e Biden performam.

Donald Trump performa um estereótipo de gênero masculino no qual os homens são os líderes poderosos, milionários, vigorosos, agressivos e corajosos.

Se recorrermos ao conceito de arquétipo criado pelo médico psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, os eleitores estadunidenses que apoiam Trump projetam nele a encarnação do cowboy cinematográfico vivido no cinema por John Wayne. A forma como Trump lida com as questões da imigração hispânica e com a pandemia expressam o estereótipo do cowboy que não teme, atira com precisão e nunca erra o alvo. Trump performa a velha dicotomia presente no imaginário estadunidense: o herói WASP (sigla de branco, anglo-saxão e protestante) contra o mexicano ou indígena (retratados pela indústria hegemônica da mídia como bandidos). Nesse sentido, a adesão à Trump pode ser lida como uma resposta psicológica profundamente enraizada na masculinidade hegemônica que performa um padrão patriarcal bruto de homem.

Joe Biden, 78 anos, expressa um padrão distinto de masculinidade. Diferente de Trump, cujo pai já era muito rico, Biden vem da classe trabalhadora; o pai era um humilde vendedor de carros. Durante sua vida, enfrentou tragédias familiares: a morte de sua primeira esposa e de sua filha de 13 meses em um acidente de carro e, décadas depois, a morte de seu filho Beau, aos 45 anos, de câncer no cérebro.

Aos olhos de alguns eleitores, isso faz de Biden um homem que sabe como é passar por momentos difíceis, superá-los e compreender a dor dos outros. "Ele tem a capacidade de mostrar empatia e compreensão por aqueles que enfrentam adversidades", disse Anthony Zurcher, jornalista da BBC. Biden escolheu como vice a senadora Kamala Harris, uma mulher, negra, filha de um jamaicano e uma indiana. Kamala, ex-procuradora-geral da Califórnia, tem um peso simbólico, uma vez que expressa causas identitárias e de gênero.

Por fim, Biden performa um protótipo de masculinidade que se distancia do padrão do cowboy e se aproxima ao arquétipo do velho sábio. O velho sábio (também chamado de senex) é o filósofo distinto pela sua sabedoria e julgamento. Diferente da figura paterna que usa a força, o velho sábio se vale do conhecimento para oferecer orientação, agindo como um mentor.

Em tempos de pandemia, caberá aos eleitores estadunidenses escolher quem será o seu líder: o cowboy que atira primeiro e pergunta depois ou o velho sábio que usa a temperança e a empatia para guiar o povo no caminho da História.




Jorge Miklos - Sociólogo e Analista Junguiano. Dirige uma pesquisa sobre as contribuições da mídia para a constituição das masculinidades no Imaginário Social Brasileiro.

 

Não misture interesses particulares e negócios da empresa

Ser dono de uma empresa não significa ter acesso indiscriminado ao caixa, ainda mais em tempo de recessão e pandemia


A divisão de bens particulares e ativos empresariais entre herdeiros de uma mesma família exige cuidados. Sim, essa etapa é decisiva na continuidade dos negócios, com reflexos para influenciar na sobrevivência da própria corporação.

Se bem conduzida, a sucessão trará muitos benefícios e desdobramentos importantes, assegurando que a companhia continue saudável e o patrimônio individual seja preservado.

É preciso lembrar: em caso de problemas financeiros - com a consequente entrada em cena de credores - é grande o risco de que uma parte da herança transferida aos herdeiros possa ser dilapidada, tudo por causa do obrigatório pagamento de dívidas.

Para que a condução dos negócios familiares seja conduzida com normalidade e as posses sejam garantidas, acompanhe as orientações de Morgana Borssuk, sócia do escritório Borssuk & Marcos Advocacia:

1) A transferência de patrimônio aos legatários exige uma cultura de sucessão dentro da organização. Ou seja, o fundador deve treinar as novas gerações para se familiarizarem com os negócios. Assim, eles podem assumir gradativamente todas as responsabilidades, sem traumas.

2) Quando se percebe o desinteresse do familiar, o que fazer? Uma das soluções é encontrar um sócio que esteja disposto e apto para assumir o negócio. É uma maneira de garantir o futuro financeiro daquele membro que não quer contato com os empreendimentos.

3) Dentro de um ambiente de confiança entre as partes, por causa dos laços familiares, a tomada de decisões tende a ser mais rápida, definindo com segurança como será a nova cara da companhia. Use isso em favor de todos e do próprio negócio.

4) Toda a família, com a devida qualificação profissional, tem condições de assumir setores importantes da corporação. Esse fato emerge como uma segurança natural, mas não quer dizer que profissionais competentes no mercado devam ser descartados. Não deixa de ser um caminho para arejar planejamentos e novas estratégias.  

5) Ser dono do negócio não significa ter acesso indiscriminado ao caixa, ainda mais em tempo de recessão e pandemia. Por isso, é fundamental definir um valor como salário ou pró-labore. Trata-se de uma forma de não misturar interesses particulares com os associados à condução dos rumos da empresa. Isso evita o aparecimento de dívidas e confusões desnecessárias sobre a administração.

 

A importância das trocas intergeracionais

As interações sociais fazem parte de nossas vidas e tem forte impacto em vários aspectos dela, podendo promover atitudes positivas e gerar conhecimento. Todos nós precisamos nos fazer entender, e a comunicação é uma parte importante desse desenvolvimento, sendo um processo natural e fundamental. E para isso é necessário que além de nos comunicar de maneira correta possamos compreender uns aos outros, e assim, promover uma interação de qualidade e construtiva.

As interações entre as gerações são de suma importância. As trocas intergeracionais fortalecem o relacionamento, promovem a troca de ideias e conhecimentos entre as faixas etárias favorecendo a formação e a consolidação de vínculos sociais, que permitem além da troca de experiências de vida o compartilhamento destes conhecimentos, ideias, atitudes, crenças, pontos de vista, hábitos, culturas, oportunidades, novos caminhos, crescimento e por fim evolução. De forma amigável, são construídos bons relacionamentos com aceitação e comprometimento entre as partes.

Pessoas são diferentes umas das outras, seja por questões familiares, educação, outras culturas, outras crenças, entre vários aspectos que podem fazer com que tenham visões diferentes de mundo, mas que não deve ser visto como empecilho para a criação de laços empáticos e novos aprendizados.

As trocas intergeracionais devem ser incentivadas, seja por meio de programas, politicas públicas, dentro das famílias, e na sociedade como um todo. Visto que estamos caminhando para ser um país de idosos e esse é um fenômeno global.

Nesse sentido, se faz necessário a construção de laços significativos e de reciprocidade entre as faixas etárias criando momentos de convivência e desconstrução de estereótipos e minimização de preconceitos relacionados à velhice.

Quando se tem respeito às diversidades e aos saberes e experiências de vida de cada um, há uma convivência pacífica e rica em solidariedade e reconhecimento das necessidades do próximo.

A solidariedade intergeracional pode reverter os preconceitos sociais frente ao envelhecimento, bem como agregar na melhoria da qualidade de vida de jovens, adultos e idosos e seus efeitos se produzem na saúde e bem-estar de cada geração.

Pessoas que vivenciam de forma positiva as relações e apoio intergeracional sentem-se mais positivas em relação a si próprias e ao mundo de forma geral, suportando melhor o stress, doenças e outras dificuldades que venham a se apresentar.

A gerontologia, como ciência que estuda o processo do envelhecimento nos aspectos biológico, psicológico, social, entre outros que permeiam esse processo, tem um papel fundamental na promoção e criação destas trocas intergeracionais. Os profissionais da área são figuras essenciais na construção de uma interação de qualidade entre as gerações.

 



Fabiana da Silva Prestes - professora do Curso de Tecnologia em Gerontologia – Cuidado ao Idoso do Centro Universitário Internacional Uninter.


Andrew da Silva Alfaro - professor do Curso de Tecnologia em Gestão das Organizações do Terceiro Setor e Práticas Integrativas e Complementares (PICS) do Centro Universitário Internacional Uninter.

 

Empreendedorismo no pós-pandemia: 6 dicas para empreender alinhando seus propósitos aos negócios

Especialista revela um passo a passo de estratégia e metodologia para desmistificar o medo de empreender


A crise do novo coronavírus afetou a forma como as pessoas têm encarado as dificuldades, e ao mesmo tempo reacendeu temas como propósito e sentido de vida, o que para muitos significa empreender. Além disso, a palavra empreendedorismo traz consigo o medo do descontrole e do desconhecido, e para esclarecer alguns pontos importantes, a especialista em estratégia de carreira Rebeca Toyama preparou 6 dicas para mostrar que com propósito, estratégia e metodologia pode ser mais fácil encarar o desafio.  

De acordo com dados do Portal do Empreendedor, do Governo Federal, o número de microempreendedores individuais (MEIs) no país cresceu 10,2% no primeiro semestre de 2020, chegando a mais de 10 milhões de registros. Entre os indicadores que explicam o crescimento, estão o aumento do desemprego e mudanças nas relações de trabalho, além das vantagens que a formalização garante.

Para a especialista, a crise vem trazer uma visão ampla das contradições e conflitos que os profissionais mantinham encobertos e até negavam, como a forma que se conduzia a vida profissional, mas com a chegada da pandemia fez com que as pessoas se relembrassem da responsabilidade com o seu destino, propósito e sentido de vida. Com isso, muitos profissionais se veem na necessidade de ter um negócio próprio, e por muitas vezes, procuram soluções rápidas com atitudes impulsivas e os resultados não surgem como esperado, assim vem a paralisação e medo de continuar no projeto.

“Por diversas vezes começamos a empreender em diferentes áreas de diversas formas, sem refletir, planejar ou conversar com alguém que já tenha experiência nesse percurso. E no ritmo da urgência, tendemos a negligenciar o tempo necessário para identificar o que realmente queremos e encontrar caminhos que nos levem onde realmente queremos chegar. ”, explica Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira.

Diante do distanciamento social, as pessoas têm se sentido inaptas para tudo que for decidir e até mesmo para refletir sobre o futuro, mas é necessário buscar entender o que realmente se quer para assim encontrar um propósito e o transformar em um negócio. “Neste momento, a primeira coisa a se fazer é respirar e buscar se reconectar consigo mesmo, assim as escolhas serão feitas de forma consciente e a partir de quem realmente somos e nos levem onde verdadeiramente queremos chegar. ”, comenta a Rebeca.

Junto da busca pelo caminho a seguir, muitos empreendedores costumam se queixar sobre a solidão ao empreender, mas de acordo com a especialista, é uma ilusão acreditar que sozinho se produzirá um projeto imbatível, sem mesmo ter buscado referências de pessoas mais experientes na área.

“Buscar pessoas mais experientes nas áreas de atuação pretendida, aprender com profissionais que já superaram desafios, como o que você está enfrentando, ou criar redes colaborativas, além de acelerar o crescimento do negócio, afastará o sentimento de solidão que habita na vida de muitos empreendedores. ”, ressalta, Toyama.

Mas para que esse cenário seja positivo, é necessário entender que existem saídas que podem ser o ponto-chave para se ter mais experiência e sucesso ao empreender, como projetos de mentoria para profissionais que desejam ser orientados, estimulados e desenvolvidos nos dois pilares: o profissional e o pessoal. E neste caso, a mentoria é a porta para tirar o projeto do papel e ainda melhorar o networking com empreendedores que estão no mesmo processo.

E é importante se atentar que para um profissional ser chamado de mentor, é primordial que a pessoa tenha apresentado uma jornada de sucesso, e que tenha uma vasta experiência para um determinado negócio. 

“Não existe uma resposta pronta, mas existem formas de encontrá-la. Pesquisar, explorar, fazer perguntas para quem pode nos trazer partes dessa resposta: as empresas que nos inspiram através de seus valores, os concorrentes com seus modelos de negócio, as pessoas com suas expectativas e necessidades e os mentores com sua experiência e sabedoria. ”, finaliza Rebeca Toyama.

A especialista em estratégia de carreira, Rebeca Toyama preparou um passo a passo com 6 dicas que levam estratégia e metodologia para aplicar em seu projeto e ter sucesso ao empreender.

1- Trabalhe o autoconhecimento para aprender a focar a mente e o coração em uma única direção. Sabemos que neste momento muitas emoções estão à flor da pele e para agirmos com sabedoria, é necessário não perder a conexão com seu propósito;

2- Identifique 3 negócios que te inspire, independentemente se estão na sua área de interesse, e extraia de cada um deles o máximo de aprendizados divididos em: o que devo fazer e o que não devo fazer;

3- Encontre 2 pessoas que possuam experiência positiva em sua área de interesse, extraia de cada um deles o máximo de aprendizados divididos em: o que funciona e o que não funciona;

4- Transforme os aprendizados em ação e depois dessas experiências acima você estará mais preparado para começar a colocar suas ideias no papel ou aprimorar seu projeto;

5- Agora vem uma parte importante: Apresente seu projeto para 3 pessoas e peça a opinião delas. Cuide para que essas pessoas sejam diferentes para que você receba diferentes opiniões;

6- Aprimore seu projeto e desenvolva a oferta do produto e serviço, monte uma boa apresentação, pois agora chegou a hora de apresentá-lo para 3 possíveis clientes, isto é, pessoas que possuam as características de quem você gostaria de atender.

 



Rebeca Toyama - fundadora da RTDHO e ACI empresa com foco em bem-estar e educação corporativa. Especialista em estratégia de carreira e saúde financeira. Possui formações em administração, psicologia, marketing e tecnologia.  Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora. Colaboradora do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), Instituto Filantropia e Universidade Fenabrave.


Investimento em pesquisa é um alicerce para a rentabilidade do agronegócio

Terceiro episódio do "Caminhos do Agro" mostrou resultados de pesquisa e inovação desenvolvidos pelas iniciativas iniciativas público e privada


Investir em pesquisa e inovação no agronegócio se traduz em maior produtividade e rentabilidade, beneficiando toda a cadeia produtiva. É o que concluiu um levantamento feito pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que comprovou que a cada R$ 1,00 investido em suas unidades de pesquisa, o retorno econômico foi de R$ 12,20 para a sociedade. Além disso, as tecnologias adotadas por todo o setor produtivo tiveram R$ 10,9 bilhões de impactos econômicos, o que representa um retorno 18 vezes mais que o valor total investido.

Estes foram alguns dados apresentados durante o episódio “Pesquisa e Inovação”, o terceiro do “Caminhos do Agro SP”, realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo em conjunto com a TV Cultura, a InvestSP e a iniciativa privada.

O encontro online foi conduzido pelo Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira e contou com a participação do gerente do Seedcare Institute, localizado em Holambra (SP), José Veiga; do pesquisador e gerente de qualidade de sementes da Syngenta, Adhemar Oliveira; do Diretor do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária do MAPA, Cleber Oliveira Soares; e do Diretor Geral do Instituto Agronômico da Secretaria de Agricultura, Marcos Machado.

Investir em pesquisa no agronegócio proporciona diretamente o melhoramento dos produtos fornecidos ao consumidor final e o aumento da renda dos pequenos e médios produtores. “A força que o agronegócio brasileiro tem atualmente, de fato, foi construída graças aos desenvolvimentos feitos pelos institutos e empresas de ciência e tecnologia. Se mudamos a história do Brasil e do estado de São Paulo, ao sairmos de importador para o maior exportador de alimentos do mundo é, sem dúvida, graças ao trabalho feito por nossos pesquisadores, cientistas e estudiosos, que tanto se dedicaram ao estudo e desenvolvimento do ecossistema”, reforçou o Secretário Gustavo Junqueira.

As pesquisas de melhoramento genético são, segundo o Diretor Geral do Instituto Agronômico, Marcos Machado, o principal motivo de o mercado contar hoje com uma gama de variedades de culturas como o arroz, café e citros. “Nosso trabalho é levar a qualidade genética que mantém esse material produtivo e resistente a doenças. Essas pesquisas são o alicerce do agro atual, que vem se tornando cada vez mais integrado, seja no controle biológico ou na genômica”, destacou.

O Diretor do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária DIAGRO/SDI/MAPA, Cleber Oliveira Soares, salientou que investir em ciência, tecnologia e inovação é vital para o desenvolvimento de todas as atividades econômicas de qualquer nação. E no Brasil isso não é diferente. “Estamos vivendo um momento em que o agronegócio, como um todo, tem cada vez mais suportado a base da economia do país. A pesquisa é uma oportunidade ímpar para agregar mais valor ao setor. É a chance de alavancar a cadeia do sistema produtivo nos segmentos agroalimentar e foodtechs, principalmente para o Estado de São Paulo, que tem o maior parque agroindustrial do Brasil. É capturar valor sobre a nossa robustez do agronegócio”, ressaltou Soares.


Semente: o insumo mais tecnológico

O debate também abordou um dos insumos mais importantes do ecossistema do agronegócio: as sementes. São elas que carregam todos os avanços tecnológicos, do melhoramento vegetal, desenvolvimento de genética, resistência às pragas e doenças e características do produto final. No Brasil, cerca de 30% das sementes comercializadas são tratadas na indústria antes de chegar ao plantio. “A semente, hoje, tem muito mais tecnologia do que um carro”, salientou Gustavo Junqueira.

“Vivemos numa nova era em que a tecnologia permite o desenvolvimento de sementes de alto teor produtivo. Nosso papel como instituto é garantir a fluidez nos testes de ensaio, a aderência no tratamento das sementes e a plantabilidade das sementes tratadas. O tratamento de sementes é um investimento, um seguro imprescindível, pois é esse insumo nobre que garantirá a germinação de uma planta saudável”, explicou o gerente José Veiga Seedcare Institute, que atua em pesquisas e testes no tratamento de sementes.

De acordo com o pesquisador e gerente de qualidade de sementes Syngenta, Adhemar Oliveira, o estado de São Paulo é um dos que mais utiliza e aplica tecnologia no agronegócio, pois há uma necessidade de expandir a produtividade, sem aumentar área de produção. Para isso, a parceria entre as iniciativas público e privada é fundamental para que seja possível entender as necessidades de quem está na ponta da cadeia, atuando no campo. “Para aumentar a produtividade, a semente é o início. É a responsável por levar a tecnologia embarcada ao homem do campo para que lá expresse todo seu potencial. A atuação dos técnicos da Secretaria espalhados pelo estado e por nossas equipes comerciais de campo é fundamental, pois são esses profissionais que trazem para a indústria as necessidades e dificuldades do campo. Em conjunto, buscamos entender e buscar alternativas para inovar e levar soluções ao mercado”, explicou.

“Caminhos d

o Agro SP” 

O projeto “Caminhos do Agro SP” é resultado de uma parceria entre InvestSP, Fundag, TV Cultura e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os episódios podem ser acompanhados nos canais do YouTube da Secretaria de Agricultura e Abastecimento: https://www.youtube.com/agriculturasp e da TV Cultura: https://www.youtube.com/cultura


AGENDA CAMINHOS DO AGRO SP

16 de setembro: Live 2 - Café

23 de setembro: Episódio 4 - Regularização Ambiental

30 de setembro: Live 3 – Carne Bovina

07 de outubro: Episódio 5 - Produção Sustentável

14 de outubro: Live 4 - Leite

21 de outubro: Episódio 6 – Agro Seguro

28 de outubro: Live 5 - Citricultura

04 de novembro: Episódio 7 - Comercialização

11 de novembro: Live 6 - Papel e Celulose

18 de novembro: Episódio 8 - Consumo

25 de novembro: Live 7 - Olericultura

02 de dezembro: Episódio 9 - Exportação

09 de dezembro: Live 8 - Soja

16 de dezembro: Episódio 10 – Conectividade

 

Quem está pronto para a revolução bancária?

O sistema bancário é um dos setores de maior importância no contexto mundial, responsável por viabilizar o crédito para empreendedores e também pela proteção de risco. Apesar de apresentar um dos sistemas mais complexos e desenvolvidos do mundo, o Brasil ainda encontra desafios de infraestrutura tecnológica. Há dois anos, no entanto, as conversas sobre open banking começaram a apontar que, de fato, estamos prestes a dar um importante passo na democratização dos serviços, agregando segurança e facilidades para o consumidor, ampliando a concorrência e mudando a forma de relacionamento entre clientes e instituições, tanto as financeiras e como não financeiras. 

Ao permitir a integração de aplicativos com os serviços por meio da abertura de interfaces de programação de aplicativos, desenvolvedores de outras empresas de tecnologia serão capazes de criar diversas aplicações e serviços, focadas nas experiências e na forma como os clientes interagem com seu banco. É um passo e tanto. No entanto, essa mudança esperada está impregnada de dúvidas. E não só dos clientes que, em sua maioria, ainda não sabem exatamente o que é o tal do open banking, mas também dos agentes das instituições bancárias. 

Como diretor de inovação de uma empresa provedora de tecnologia para o mercado financeiro tenho percebido uma certa angústia dos players. Ninguém tem dúvidas de que esta será uma transformação, um um marco, mas muitos me perguntam que tipo de estratégia devem entregar, em que base tecnológica. Basicamente, eles estão centrados em duas dúvidas: Como posso me preparar? Como ser protagonista? Como entregar a melhor experiência?

Enquanto o Banco Central ouve as partes interessadas para definir o tamanho desse novo impulso digital que o país dará, tenho recomendado que estudem mais os mercados estrangeiros. Certamente podemos replicar aqui alguns modelos e aprender com o Reino Unido ou mesmo com os países do leste asiático, com a Austrália ou o México. Quais os erros e acertos de cada um deles? 

Fato é que, para fazer parte deste novo jogo, os bancos vão precisar se movimentar, sair da zona de conforto, olhar outros cenários, construir novos modelos de remuneração, de rentabilidade e até mesmo entender como essa rentabilidade será repartida. Temos uma bela oportunidade para criar soluções inovadoras, que serão benéficas e ágeis, mas que também precisam ser simples. Nesse novo paradigma, a competição será mais agressiva e com uma quantidade de agentes maior. Ganhará mercado aqueles que apresentarem as melhores soluções tecnológicas com foco centralizado na experiência do usuários e na economia ou entrega de melhores serviços com menores taxas. Como ficará o novo bolo do sistema bancário, me perguntam.

Por hora, acredito que as maiores fatias devem seguir mesmo com as instituições financeiras tradicionais, que já possuem estrutura para abraçar este novo momento de abertura e de inovação. Praticamente todas já fecharam parcerias ou adquiriram startups e fintechs acostumadas a lidar com a rápida mudança do mercado e com um olhar mais atento aos desejos dos clientes. Mas até quando será assim?

A abertura desse mercado pode atrair as bigtechs como Facebook, Google e Alibaba. Com grande volume de usuários e dados sobre eles, essas gigantes da tecnologia sabem usar essas informações a seu favor e com certeza apresentam um risco para essa concorrência mais segmentada no campo financeiro. Para citar um exemplo,  temos a atual  briga do Facebook para o lançamento no Whatsapp Pay que, apesar de limitado, sai na frente por já contar com aproximadamente 77 milhões de usuários no Brasil.

Também não falta apetite para os players de médio e pequeno porte, que vão apostar no novo para buscar capilaridade. E há espaço real para todo mundo. Pela primeira vez, a vantagem competitiva não estará somente no capital. Sairá na frente aquele que entender melhor seu cliente e antecipar sua demanda através de integrações. É uma oportunidade e tanto para inclusão dos desbancarizados e a pavimentação definitiva do caminho para iniciativas como o PIX e SandBox. O futuro é logo ali.

 



Leo Monte - Diretor de Inovação da Sinqia, principal provedor de tecnologia para o mercado financeiro.


Volta às aulas: segurança e comunicação são imprescindíveis, orienta especialista

Alvo de polêmicas, a decisão de retomar o calendário escolar exige cautela, cuidados redobrados e investimento na saúde e segurança de estudantes e colaboradores, para garantir o sucesso do processo de ressocialização escolar

 

No mês em que o país supera a marca de quatro milhões de casos de Covid 19 confirmados, governos e autoridades de saúde tentam chegar a um acordo sobre o processo de retomada do calendário escolar em estados e municípios brasileiros. Em São Paulo, por exemplo, a previsão de retornar as atividades no dia 08 de setembro foi adiada depois de uma análise dos índices de Coronavírus entre alunos e professores. Decisão que se repetiu também nos estados da Bahia, Santa Catarina e Ceará.

A medida é uma forma de evitar que se repita no Brasil os mesmos resultados de países onde as instituições de ensino foram reabertas, mas precisaram fechar as portas por causa do registro de novos casos. Alguns chegaram a reabrir priorizando crianças menores pela baixa taxa de adoecimento. Outros investiram em mudança de rotina e adotaram medidas como distanciamento das cadeiras, divisão de turmas por dias e horários diferenciados, redobraram práticas de higiene - como lavar as mãos, pelo menos, cinco vezes, durante o período na escola - entre outras. "São medidas simples, mas que podem contribuir com o sucesso desta fase", explica o médico do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica, Bruno Ganem.

Seguindo a linha estratégica de outros países, o Brasil orienta autoridades da educação para a retomada das aulas, mas com medidas que garantam bons resultados e, principalmente, após a realização de testes de covid-19 em professores, colaboradores e estudantes, para auxiliar na tomada de decisão e avaliar se é viável reabrir as portas. Para o especialista, cada etapa deste processo deve ser feita de forma cautelosa e, principalmente, segura. "Uma das principais preocupações de pais, professores, estudantes e autoridades é uma nova onda de infecções dentro das instituições. Há ainda uma outra preocupação porque em muitos casos crianças e adolescentes são assintomáticos e há um risco muito grande de levarem o vírus para dentro de casa, onde pode haver pessoas mais suscetíveis ao vírus, como os idosos, por exemplo. Por isso, todas as medidas que podem ser colocadas em prática a favor da saúde neste momento são fundamentais", enfatiza o médico.


A importância da testagem e medidas de prevenção

Um estudo recém publicado pela revista britânica ‘The Lancet’ sugere que só é possível assegurar um retorno às aulas com pouca possibilidade de um novo surto, após grande volume de testagem de pessoas sintomáticas (entre 59% e 87%), e destaca também o rastreamento de contatos de alunos que estiveram e isolamento.

O médico vai além e destaca ainda outras importantes iniciativas que são decisivas nesta fase. "Observamos mudanças de hábitos sociais e, mais do que nunca, é preciso investir agora em práticas que atendam às exigências deste ‘novo normal’. E quando falamos em instituições de ensino, onde há um público mais diverso, com necessidades tão distintas, o processo precisa ser gradativo e requer medidas importantes. Destaco como fundamental os protocolos sanitários, que auxilia as instituições nesta reestruturação de suas atividades, respondendo de forma eficaz à essa mudança organizacional", afirma Ganem.

"A Covid 19 provocou impactos significativos em todas organizações e temos a certeza de que nada será como antes. É um cenário desafiador e também é o momento ímpar para que os gestores repensem seus modelos e invistam nos protocolos de saúde, para favorecer que seja uma fase amparada em segurança sanitária e confiança, dois pilares fundamentais nesta etapa". O médico detalha que os protocolos sanitários dispõem de três ‘engrenagens’ que funcionam em total sintonia. "Primeiro, é preciso fazer triagem dos profissionais para entender quais são as populações das escolas e os riscos oferecidos. Esta é uma etapa de extrema relevância para criar a engrenagem seguinte, a do monitoramento, questionar o que será monitorado para dar mais segurança aos grupos selecionados na triagem. Por fim, os essenciais protocolos de testagem. Esses pilares funcionando darão a sustentação necessária à segurança sanitária", enfatiza o médico.

De acordo com o especialista, a consultoria às instituições proporciona uma fusão da segurança com a comunicação mais fluida entre as equipes, que também é essencial para reestabelecer a confiança e promover um ambiente seguro, saudável e acolhedor. "Todas as etapas da consultoria são desenvolvidas para adequar os ambientes às novas realidades. O Grupo Sabin, em parceria com a In Press Oficina, por exemplo, dispõe do projeto Novos Costumes, é uma consultoria especializada para a Covid 19. Especialista vão às instituições, avaliam os espaços e rotinas, desenvolvem protocolos e monitoram os resultados. Todo o trabalho é personalizado, de acordo com cada segmento de atuação, perfil dos colaboradores e dos clientes ou usuários", destaca o médico.

Para conhecer mais sobre o projeto, acesse: http://novoscostumes.com.br/


Mudanças no comportamento de consumo reforçam um país de contrastes

pexels

O consumo se tornou uma das formas mais efetivas de entender o cotidiano contemporâneo e as mudanças sociais. Não apenas por estar presente de forma global, mesmo nas camadas mais populares e nas diferentes configurações político-econômicas, mas também por expressar modos de vida e vínculos de sentido entre o sujeito e o contexto que o cerca. A própria falta de consumo comunica e auxilia a compreender as questões de desigualdade, desemprego, ou mudanças culturais, por exemplo. Nas relações com as marcas emergem emoções, resgates de valores, rituais de busca, uso, descarte, entre outros, que superam o aspecto pejorativo do consumismo. Dessa forma, podemos pensar o consumo como uma das possibilidades de entender o Brasil durante e após a pandemia.

A relação entre consumo e pandemia no país tem sido o foco de diferentes pesquisas. O estudo Vida na Quarentena, desenvolvido pelo Google em parceria com a MindMiners, relata que 56% dos entrevistados tiveram queda na renda, enquanto 23% dizem ter perdido o emprego. Nessa situação de instabilidade econômica e incertezas geradas no âmbito da saúde, a busca de informação sobre o assunto permanece. As dúvidas se espalham em diferentes setores, ampliando a preocupação com outras pautas. Racismo e violência são alguns dos temas que mobilizaram os entrevistados, ainda que 39% comente sobre a sensação de impotência para atuar nesse cenário.

O consumidor brasileiro, que conta com marcas de bancos e cervejas entre as mais valiosas, enquanto mundialmente as empresas de tecnologia lideram esses rankings, parece sustentar uma expectativa nas empresas em assumir um posicionamento social efetivo no contexto pandêmico. Sete em cada dez pessoas acreditam na atuação das marcas durante esse momento, mas esperam que a ação seja comprometida por meio de doações e manutenção de empregos. O que mostra a pesquisa Vida na Quarentena é o anseio por mudanças, para encontrar um reencaixe que retome o sentimento mínimo de segurança. Algo que supere a dicotomia nociva entre saúde e economia.

O consumo midiático e a compra online também são comportamentos em deslocamento durante o período. A pesquisa Kantar Covid-19 Barometer, aponta um pico na audiência televisiva, que se estabiliza em níveis superiores do patamar anterior ao distanciamento social. As campanhas publicitárias não ficaram de fora da discussão sobre a covid-19. Além da publicidade social, a publicidade de causa está presente com empresas do setor financeiro e lojas de departamento. YouTube, redes sociais e uso de games também são consumos midiáticos crescentes pelos dados das pesquisas. Ainda que os estudos não aprofundem qual o discurso utilizado na comunicação e sua autenticidade com as empresas, vemos que o próprio consumidor assume o papel de vigilância e tem no seu comportamento uma forma de contrapor os esforços de marca vistos como não coerentes. O crescente consumo no ambiente digital abre espaço para a circulação dessas avaliações, mas também sobrepõe a crítica sem rosto, a divulgação de falsas notícias e o cancelamento sem a discussão aprofundada para uma mudança nas ações mercadológicas.  

Ainda na lógica digital, os índices de compra online subiram 47% no primeiro semestre de 2020, sendo a maior alta nos últimos vinte anos, conforme a 42ª pesquisa WebShoppers da Ebit em parceria com a Nielsen. Novos adeptos da compra online assumem esse lugar e, embora o sudeste tenha grande impacto no resultado, as regiões norte e nordeste surpreenderam com o desempenho de faturamento e vendas no período. Com o aumento da demanda, as entregas tiveram o prazo estendido, em muitos casos as operações físicas foram mantidas em conjunto com lojas online e ocorreu a disseminação do uso de aplicativos de entrega. Aliás, outra pauta reclamada por meio de manifestações no momento: os direitos trabalhistas e condições laborais dos entregadores. Nesse breve compilado do consumo na pandemia fica registrado o contraste entre resultados de compra, demandas sociais e experimentações de novas práticas na reinvenção do cotidiano.

Alguns hábitos estão na agenda do consumidor para o cenário pós-pandêmico. A Kantar destaca comportamentos que o consumidor pretende manter, como o cuidado pessoal nos segmentos de higiene, alimentação e educação, além da valorização do comércio local e a busca por preços mais convidativos. Parece que o enfrentamento com a finitude despertou a valorização do eu, mas de um sujeito conectado com o mundo. Artistas em suas lives, sustentam o faturamento, mas também são os novos mediadores de temas como política, espiritualidade e educação. Evidenciam como a mídia e um letramento midiático atravessam outras instituições.

Na tentativa de conexão com o mundo, as plantas são trazidas para o lar, uma floresta se puder. Os passeios mascarados de bicicleta são divulgados nas mídias sociais, os exercícios em casa são compartilhados com o trabalho, a elaboração de receitas de uma panela só vira pauta daqueles que podem ficar em casa. Em meio à tensão entre indivíduo e sociedade ressoa a cultura da carteirada, do desencaixe de que a igualdade é ofensiva. Muitos desses momentos ocorrem durante o consumo material ou cultural: no bar, na entrega de comida, no passeio à beira mar. Novamente as contradições podem ser analisadas e destacam outros tantos desrespeitos que levam à posicionamentos afirmativos de reconhecimento.

Para os negócios, os dados dessas pesquisas podem auxiliar a reconfigurar os modelos de atuação, em uma perspectiva inovadora, que consiga associar novos comportamentos e desejos às condições operacionais da empresa. Integração de canais de distribuição e comunicação, proximidade à realidade local e social, assim como estratégia de precificação parecem fazer sentido. Essa visão leva a repensar fornecedores, processos, estrutura organizacional, mantendo margens interessantes ao negócio. Mas, sobretudo, evoca a responsabilização de gestores no entendimento das contradições nacionais e do comportamento ativo dos seus consumidores, sufocados pelo choque que a convivência consigo mesmo e com o mundo fragilizado evidenciou.  

O desafio exposto aqui não é uma visão simplificada, que tenta retirar do objetivo central das empresas o lucro, ou negar responsabilidade de outros setores, mas que entende o desempenho organizacional atrelado à adequação para novas conjecturas e para o desenvolvimento coletivo. Por isso, depende da compreensão mais próxima do que é o país, em suas várias camadas. A ampliação dos estudos de comportamento de consumo pode ser guiada por dados, mas precisa chegar ao sujeito e suas interações, que não estão apenas no virtual e no digital. Conciliar os dados ao olhar de um cotidiano pandêmico pode construir ações que façam sentido aos consumidores e aos cidadãos.




Clóvis Teixeira Filho - professor na área de Gestão, Comunicação e Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter, Mestre em Administração e Doutorando em Ciências da Comunicação.

 

Setembro amarelo reforça debate sobre problemas com a saúde mental agravados na pandemia

 Especialistas da Faculdade São Leopoldo Mandic comentam sobre necessidade de diagnóstico e tratamento adequado

O mês de setembro é conhecido pela cor amarela, por conta da prevenção ao suicídio. Os transtornos mentais são considerados a segunda principal causa de dias improdutivos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os quadros mais prevalecentes estão a ansiedade e a depressão e problemas relacionados ao uso de substâncias. A pandemia de Covid-19 trouxe um aumento na incidência de casos de transtornos mentais, não só por conta da necessidade do isolamento social, mas também pelo medo da contaminação pelo vírus e perdas: da rotina, financeiras, de contato social, e de parentes e entes queridos.

Nessa fase, de acordo com o médico psiquiatra, coordenador da área de Saúde Mental do curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, Dr. Celso Garcia Junior, a recomendação é tentar manter a rotina: "Tenha uma boa noite de sono, mas sem exagerar no número de horas descansando, além de se exercitar, tomar sol e tentar manter algum contato social ainda que seja virtual, podem ajudar a diminuir o estresse. É importante também evitar a superexposição ao noticiário relacionado a pandemia, o que acaba piorando a saúde mental das pessoas."

Para a médica endocrinologista da Faculdade São Leopoldo Mandic, Dra. Juliana Gabriel, a prática da meditação ajuda a diminuir o estresse. "Existem diferentes tipos de meditação, todas com grande benefício, podemos falar, por exemplo, da Mindfulness, um termo em inglês que significa "atenção plena ao momento presente" e é como se fosse um treinamento mental para que sair dos próprios pensamentos, geralmente relacionados ao futuro com questionamentos como "o que eu tenho que fazer", ou ao passado: "o que eu fiz que poderia ter sido diferente."

A especialista destaca que há uma série de benefícios ao treinar a mente para estar no presente, como melhora na atenção e capacidade de concentração e foco; aperfeiçoamento na comunicação e nos relacionamentos; melhora na ansiedade e mesmo na melancolia, entre outros. Além disso, a meditação tem um papel também na saúde física. "Ao estarmos mais atentos ao presente, começamos a prestar mais atenção nos sinais que nosso corpo nos envia. Percebemos melhor a sede, a fome e saciedade, posturas incorretas, vontade de ir ao banheiro. Essas são necessidades tão básicas e óbvias, mas no mundo em que vivemos quase o tempo todo no campo mental, a desconexão com o corpo é muito frequente - e consequentemente, a redução do autocuidado também", conclui a Dra. Juliana.




Faculdade São Leopoldo Mandic

slmandic.edu.br ; facebook.com/ saoleopoldomandic


Secretaria da Educação começa a implementar protocolo na rede municipal para garantir a segurança de alunos e profissionais

Data do retorno não foi definida, mas medidas incluem aquisição de 760 mil kits de higiene, 2,4 milhões de máscaras de tecidos, 6,2 mil termômetros digitais e 75 mil protetores faciais. Previsão é investir R 32,1 milhões


A Secretaria Municipal de Educação (SME) começou a colocar em prática o protocolo de segurança para garantir a segurança dos estudantes e profissionais de saúde da rede de ensino da cidade de São Paulo. Além das medidas de prevenção que estão sendo construídas em conjunto com os servidores da SME, os processos de compra de equipamentos de segurança para receber estudantes e educadores, a administração municipal já iniciou o processo de aquisição de equipamentos de higiene e proteção e a previsão inicial é investir R 32,1 milhões.

As medidas sanitárias que serão adotadas pela rede municipal de ensino para a retomada das aulas presenciais na cidade, que não tem data e será definida pela autoridade de saúde do município com base no inquérito sorológico realizado com estudantes, serão apresentadas ao prefeito Bruno Covas pelo secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, e profissionais de educação nesta sexta-feira (11/09) durante visita à Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Prof. Fernando de Azevedo, em São Miguel Paulista, na Zona Leste da cidade.

A Pasta investirá R 23,2 milhões na compra de 760 mil Kits para alunos, compostos por frasqueira com copo e sabonete, R 5,4 milhões na compra de 2,4 milhões de máscaras de tecido, R1,7 milhão na compra de 6,2 mil termômetros digitais e mais R 1,8 milhão para a compra de 75 mil protetores faciais.

Ainda não há data definida para que parte dos estudantes e educadores voltem presencialmente às escolas, a definição ocorrerá após a realização da terceira etapa do inquérito sorológico, realizado pela Secretaria Municipal de Saúde, com alunos da rede particular e estadual.

Tecnologia - Por meio do projeto Sala de Aula Digital, a Secretaria Municipal de Educação já iniciou processo para compra de 465,5 mil tabletes que serão utilizados por estudantes do Ensino Fundamental, Ensino Médio e CIEJA da Rede Municipal. Os equipamentos contarão com chip 4G para acesso à internet e a previsão de investimento é de R 186 milhões.

O mesmo projeto levará equipamentos de tecnologia para mais de 13 mil salas de aula espalhadas em 1.500 Escolas Municipais da cidade de São Paulo. Cada sala receberá um computador, um projetor, uma caixa de som e internet banda larga. A instalação dos equipamentos deverá começar a partir da segunda quinzena de outubro e o investimento previsto é de R 160 milhões.

Diálogo e transparência - Em julho, a Secretaria Municipal de Educação iniciou o trabalho de escuta através do projeto Fala Rede, que reuniu em 13 lives 140 educadores para debater o tema com o secretário municipal de educação, Bruno Caetano, e definir conjuntamente os protocolos de atendimento para garantir uma reabertura com a maior segurança possível. Depois desses encontros, foram criados 14 grupos de discussão que estão fixando mecanismos para a retomada das aulas presenciais após parecer favorável da saúde.

  

Estudantes de Medicina pedem ajuda!

Durante 3 meses, realizamos uma pesquisa com algumas centenas de estudantes de Medicina de todo o Brasil para avaliar os impactos da quarentena em seu bem-estar.

Em abril desse ano, lançamos uma pesquisa através do Jaleko WeCare - iniciativa do Jaleko que foca no bem-estar do estudante de Medicina - com o objetivo de avaliar como a quarentena estava impactando na saúde física e mental dos estudantes de medicina do Brasil. Ao todo, 294 estudantes contribuíram com respostas à um questionário com 8 perguntas. Apesar da amostra pequena, os resultados trazem reflexões valiosas. Confira a seguir:

Como os estudantes estão se sentindo?

Quase 75% dos estudantes não estão bem. A maioria se diz ansiosa, de "saco cheio" ou preocupada. Apenas 1/4 se sente bem ou incrível. Os principais motivos citados como causa da ansiedade foram:

- Incertezas em relação aos impactos na faculdade (atraso na formatura, paralização das aulas presenciais, início de EAD, prejuízo na formação acadêmica);

- Preocupação com a saúde dos familiares;

- Potenciais impactos financeiros de uma crise econômica.

Somente 8% não têm estudado durante a quarentena. Apesar de toda ansiedade e preocupação, a maioria dos alunos vem mantendo uma boa rotina de estudos, com mais da metade com uma frequência de pelo menos 5 dias/semana. Enquanto não estão estudando, esses estudantes estão:

- Navegando na Internet ou Instagram;

- Assistindo séries e/ou LIVEs;

- Praticando atividades físicas;

- Lendo;

 


Quase metade dos que responderam estão sedentários durante a quarentena. Existem algumas evidências na literatura que mostram que o sedentarismo entre universitários de Medicina fica entre 20-50%. Portanto, aparentemente não houve piora significativa, porém não deixa de ser alarmante que 47% não têm praticado nenhum exercício. Para piorar, o isolamento dificulta e limita a prática de atividades físicas externas.

Apenas 16% está mantendo uma dieta saudável e balanceada. A esmagadora maioria se encontra em cima do muro, variando entre alimentação saudável e "chutadas de baldes". Pesquisas entre o público geral mostram ainda aumento do consumo de bebidas alcoólicas.

O retrato final parece mostrar que o estudante de Medicina durante a pandemia encontra-se ansioso, com elevado nível de sedentarismo, alimentação de qualidade variável e que vem mantendo uma rotina de estudos.

 

Algumas dicas para ajudar a melhorar esse cenário

É claro que se trata somente de um retrato de uma pesquisa com uma pequena amostra, porém ainda assim vou deixar algumas dicas de como cuidar melhor do seu bem-estar enquanto a tão sonhada vacina não chega:

1. Atenda às suas necessidades básicas - Durma, coma e hidrate-se regularmente e limite o uso de álcool e outras substâncias para otimizar seu rendimento e seus estudos.

2. Tenha um(a) "companheiro(a) de batalha" - Estabeleça suporte aos seus colegas e use ferramentas de contato (presenciais, telefone, texto ou e-mail) para fornecer incentivo e lembrar que vocês estão juntos(as) nessa empreitada.

3. Faça pausas - Reserve um tempo para se concentrar em algo que não seja os estudos, mesmo por apenas alguns minutos, para ter um pouco de lazer e distração.

4. Permaneça conectado(a) - Dar e receber apoio de familiares, amigos e colegas é essencial em uma crise e ajuda a reduzir os sentimentos de isolamento.

5. Atualize-se - Confie em fontes confiáveis de informação. Participe de grupos de trabalho onde informações relevantes são fornecidas.

6. Faça auto-avaliações regulares - Fique de olho quanto a sinais de aumento do estresse. Converse e desabafe com seu companheiro ou companheira de batalha, outro colega, familiar, amigo(a) ou chefe, se necessário.

7. Olhe para o futuro - Pode ser difícil, mas é vital lembrar que essa crise terminará. Invoque suas forças pessoais e incentive isso nos outros.

 

Foi identificando esse problema que criamos o Jaleko WeCare, iniciativa do Jaleko voltada ao cuidado do bem-estar dos estudantes e profissionais da área da saúde, com três pilares fundamentais: atividade física, alimentação saudável e saúde mental.

OBS: 83% dos que responderam à pesquisa não conheciam o Jaleko WeCare. Se você faz parte deles, não deixe de seguir nosso Instagram que tem muito conteúdo legal, como essas dicas acima.

 



Rodrigo Junqueira - sócio-executivo do Jaleko, Head de Growth e Conteúdo, e médico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ.

 

Exportações de café do Brasil atingem 3,3 milhões de sacas em agosto

 

·        Resultado no mês indica a entrada da safra de café arábica no mercado

·        Receita cambial de agosto em reais apresentou crescimento de 25,2% ante agosto de 2019 

·        Acumulado do ano de 2020 (jan-ago) foi o segundo maior volume dos últimos cinco anos, alcançando 26,4 milhões de sacas

 

O Brasil exportou 3,3 milhões de sacas de café em agosto deste ano - considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. A receita cambial gerada pelas exportações no mês passado foi de US$ 386,6 milhões, equivalente a R$ 2,1 bilhões, o que representa um aumento de 25,2% em reais em relação a agosto de 2019. Já o preço médio da saca de café foi de US$ 118,71. Os dados são do Cecafé - Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.

O café arábica correspondeu em agosto a 76,6% do volume total exportado, equivalente a 2,5 milhões de sacas. O café conilon (robusta) atingiu a participação de 14,5%, com o embarque de 472,2 mil sacas, enquanto que o solúvel representou 8,9% dos embarques, com 289,7 mil sacas. 

"O resultado de agosto demonstra a entrada da nova safra de café arábica no mercado e a continuidade positiva nos embarques de conilon, que garantiram ao Brasil uma boa performance nesse início de ano cafeeiro. Toda cadeia do agronegócio café continua desempenhando um trabalho de alta qualidade e eficiência, seguindo todas as medidas de prevenção e segurança determinadas pela OMS e as entidades públicas de saúde municipais e estaduais. A colheita está praticamente encerrada, apresentando bons resultados tanto na quantidade quanto na qualidade. Tudo indica que as exportações do café brasileiro terão bons resultados no segundo semestre e sempre trabalhando com foco nos três “S”, saúde, segurança e sustentabilidade", declara Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.

 

Ano civil

O total de café exportado no ano civil (janeiro a agosto de 2020) foi de 26,4 milhões de sacas milhões de sacas, sendo o segundo maior volume embarcado para o período nos últimos cinco anos. A receita cambial gerada com as exportações de janeiro a agosto foi de US$ 3,4 bilhões. 

Entre as variedades embarcadas no ano civil, o café robusta se destaca pelo aumento de 12,9% nas exportações, se comparado ao volume da variedade exportado de janeiro a agosto de 2019. Essa variedade de café correspondeu no período a 11,6% do total das exportações (sendo equivalente a 3 milhões de sacas embarcadas), enquanto que o café arábica representou 78,3% dos embarques (20,6 milhões de sacas) e o solúvel, 10,1% (2,7 milhões de sacas).


Principais destinos

Os cinco principais destinos de café brasileiro no ano civil (jan-ago), foram: Estados Unidos, que importaram 4,9 milhões de sacas de café (18,5% do total embarcado no período); Alemanha, com 4,5 milhões de sacas importadas (17%); Itália, com 2 milhões de sacas (7,6%); Bélgica, com 2 milhões de sacas (7,3%); e Japão, com 1,3 milhão de sacas (5,1%). Na sequência, estão: Turquia, com 863,9 mil sacas (3,3%); Federação Russa, com 849,5 mil sacas (3,2%); México, com 649,3 mil sacas (2,5%); Espanha, com 634,7 mil sacas (2,4%); e Canadá, com 562 mil sacas (2,1%). 

Entre os principais destinos, a Federação Russa e o México apresentaram aumento nas compras de café brasileiro no período de, respectivamente, 20% e 19,3%. Também houve aumento nos embarques para Alemanha (1%), Bélgica (4,8%), Turquia (7,2%), e Espanha (5,3%). 

Já entre os continentes e blocos econômicos destacam-se o crescimento de 27,7% nas exportações para os países da América do Sul; 51,9% para a África; 99,6% para a América Central; 24,6% para os países do BRICS; 15,8% para o Leste Europeu, além do aumento de 42,7% nos embarques para os países produtores de café.

 

Diferenciados

No ano civil, o Brasil exportou 4,4 milhões de sacas de cafés diferenciados (que são os cafés que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis). O volume foi responsável por 16,8% do volume total de café exportado de janeiro a agosto deste ano e representa também o segundo maior volume para o período nos últimos cinco anos. 

A receita cambial gerada com a exportação de cafés diferenciados do Brasil foi de US$ 721,1 milhões, representando 21,4% do total gerado pelo Brasil com os embarques no ano civil de 2020. 

Os principais destinos de cafés diferenciados foram: os EUA, que importaram 815,5 mil sacas (equivalente a 18,4% do volume embarcado); Alemanha, com 634,5 mil sacas (14,3% de participação); Bélgica, com 558 mil sacas (12,6%); Japão, com 368,2 mil sacas (8,3%); Itália, com 308,4 mil sacas (7%); Espanha, com 182,4 mil sacas (4,1%); Reino Unido, com 171 mil sacas (3,9%); Suécia, com 152 mil sacas (3,4%); Canadá, com 142,2 mil sacas (3,2%); e Países Baixos, com 120 mil sacas (2,7%).

 

Portos

O Porto de Santos segue na liderança da maior parte das exportações no ano civil de 2020, com 79,2% do volume total exportado a partir dele (equivalente a 20,9 milhões de sacas). Em segundo lugar estão os portos do Rio de Janeiro, com 13,4% dos embarques (3,5 milhões de sacas).

 

 

Cecafé

 http://www.cecafe.com.br/

 

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