Ser dono de uma empresa não significa ter
acesso indiscriminado ao caixa, ainda mais em tempo de recessão e pandemia
A divisão de bens particulares e ativos empresariais entre
herdeiros de uma mesma família exige cuidados. Sim, essa etapa é decisiva na
continuidade dos negócios, com reflexos para influenciar na sobrevivência da
própria corporação.
Se bem conduzida, a sucessão trará muitos benefícios e
desdobramentos importantes, assegurando que a companhia continue saudável e o
patrimônio individual seja preservado.
É preciso lembrar: em caso de problemas financeiros - com a
consequente entrada em cena de credores - é grande o risco de que uma parte da
herança transferida aos herdeiros possa ser dilapidada, tudo por causa do
obrigatório pagamento de dívidas.
Para que a condução dos negócios familiares seja conduzida com
normalidade e as posses sejam garantidas, acompanhe as orientações de Morgana
Borssuk, sócia do escritório Borssuk & Marcos Advocacia:
1) A transferência de patrimônio aos legatários exige uma
cultura de sucessão dentro da organização. Ou seja, o fundador deve treinar as
novas gerações para se familiarizarem com os negócios. Assim, eles podem
assumir gradativamente todas as responsabilidades, sem traumas.
2) Quando se percebe o desinteresse do familiar, o que fazer?
Uma das soluções é encontrar um sócio que esteja disposto e apto para assumir o
negócio. É uma maneira de garantir o futuro financeiro daquele membro que não
quer contato com os empreendimentos.
3) Dentro de um ambiente de confiança entre as partes, por causa
dos laços familiares, a tomada de decisões tende a ser mais rápida, definindo
com segurança como será a nova cara da companhia. Use isso em favor de todos e
do próprio negócio.
4) Toda a família, com a devida qualificação profissional, tem
condições de assumir setores importantes da corporação. Esse fato emerge como
uma segurança natural, mas não quer dizer que profissionais competentes no
mercado devam ser descartados. Não deixa de ser um caminho para arejar
planejamentos e novas estratégias.
5) Ser dono do negócio não significa ter acesso indiscriminado ao caixa, ainda mais em tempo de recessão e pandemia. Por isso, é fundamental definir um valor como salário ou pró-labore. Trata-se de uma forma de não misturar interesses particulares com os associados à condução dos rumos da empresa. Isso evita o aparecimento de dívidas e confusões desnecessárias sobre a administração.
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