Durante 3 meses, realizamos uma pesquisa com algumas centenas de estudantes de Medicina de todo o Brasil para avaliar os impactos da quarentena em seu bem-estar.
Em
abril desse ano, lançamos uma pesquisa através do Jaleko WeCare - iniciativa do
Jaleko que foca no bem-estar do estudante de Medicina - com o objetivo de
avaliar como a quarentena estava impactando na saúde física e mental dos
estudantes de medicina do Brasil. Ao todo, 294 estudantes contribuíram com
respostas à um questionário com 8 perguntas. Apesar da amostra pequena, os
resultados trazem reflexões valiosas. Confira a seguir:
Como
os estudantes estão se sentindo?
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Incertezas em relação aos impactos na faculdade (atraso na formatura,
paralização das aulas presenciais, início de EAD, prejuízo na formação
acadêmica);
-
Preocupação com a saúde dos familiares;
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Potenciais impactos financeiros de uma crise econômica.
Somente 8% não têm estudado durante a quarentena. Apesar de toda ansiedade e preocupação, a maioria dos alunos vem mantendo uma boa rotina de estudos, com mais da metade com uma frequência de pelo menos 5 dias/semana. Enquanto não estão estudando, esses estudantes estão:
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Navegando na Internet ou Instagram;
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Assistindo séries e/ou LIVEs;
-
Praticando atividades físicas;
-
Lendo;
Quase metade dos que responderam estão sedentários durante a quarentena. Existem algumas evidências na literatura que mostram que o sedentarismo entre universitários de Medicina fica entre 20-50%. Portanto, aparentemente não houve piora significativa, porém não deixa de ser alarmante que 47% não têm praticado nenhum exercício. Para piorar, o isolamento dificulta e limita a prática de atividades físicas externas.
Apenas 16% está mantendo uma dieta saudável e balanceada. A esmagadora maioria se encontra em cima do muro, variando entre alimentação saudável e "chutadas de baldes". Pesquisas entre o público geral mostram ainda aumento do consumo de bebidas alcoólicas.O
retrato final parece mostrar que o estudante de Medicina durante a pandemia
encontra-se ansioso, com elevado nível de sedentarismo, alimentação de
qualidade variável e que vem mantendo uma rotina de estudos.
Algumas
dicas para ajudar a melhorar esse cenário
É claro que se trata somente de um retrato de uma pesquisa com uma pequena amostra, porém ainda assim vou deixar algumas dicas de como cuidar melhor do seu bem-estar enquanto a tão sonhada vacina não chega:
1.
Atenda às suas necessidades básicas - Durma, coma e hidrate-se regularmente e
limite o uso de álcool e outras substâncias para otimizar seu rendimento e seus
estudos.
2.
Tenha um(a) "companheiro(a) de batalha" - Estabeleça suporte aos seus
colegas e use ferramentas de contato (presenciais, telefone, texto ou e-mail)
para fornecer incentivo e lembrar que vocês estão juntos(as) nessa empreitada.
3.
Faça pausas - Reserve um tempo para se concentrar em algo que não seja os
estudos, mesmo por apenas alguns minutos, para ter um pouco de lazer e
distração.
4.
Permaneça conectado(a) - Dar e receber apoio de familiares, amigos e colegas é
essencial em uma crise e ajuda a reduzir os sentimentos de isolamento.
5.
Atualize-se - Confie em fontes confiáveis de informação. Participe de grupos de
trabalho onde informações relevantes são fornecidas.
6.
Faça auto-avaliações regulares - Fique de olho quanto a sinais de aumento do
estresse. Converse e desabafe com seu companheiro ou companheira de batalha,
outro colega, familiar, amigo(a) ou chefe, se necessário.
7.
Olhe para o futuro - Pode ser difícil, mas é vital lembrar que essa crise
terminará. Invoque suas forças pessoais e incentive isso nos outros.
Foi
identificando esse problema que criamos o Jaleko WeCare, iniciativa do Jaleko
voltada ao cuidado do bem-estar dos estudantes e profissionais da área da
saúde, com três pilares fundamentais: atividade física, alimentação saudável e
saúde mental.
OBS:
83% dos que responderam à pesquisa não conheciam o Jaleko WeCare. Se você faz
parte deles, não deixe de seguir nosso Instagram que tem muito conteúdo legal,
como essas dicas acima.
Rodrigo
Junqueira - sócio-executivo do Jaleko, Head de Growth e Conteúdo, e médico pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ.
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