Arquiteta Patricia Penna, à frente do escritório Patricia Penna Arquitetura e Design, prepara um guia completo que orienta sobre a escolha o móvel ideal
Estantes transformam a decoração
Projeto: Patricia Penna Arquitetura e Design
As estantes sob medida chamam atenção não apenas pelo
visual, mas também pelos vários papéis que cumprem no projeto. Desde dividir
ambientes, sem isolá-los totalmente, até expor coleções, objetos de decoração,
livros e porta-retratos, elas organizam os espaços e valorizam lembranças.
Suas
dimensões, estilos, acabamentos e materiais devem ser analisados antes da
compra ou execução. Polivalentes, as estantes podem estar em todos os ambientes!
Procurando
ajudar na difícil missão de definir a estante ideal, a arquiteta Patricia Penna, à
frente do escritório Patricia Penna
Arquitetura e Design, reuniu diversas dicas infalíveis. “Em uma estante tudo é possível, incluindo a mistura de materiais,
cores e funções. O mais importante é considerar a sua relação com o ambiente”, afirma a profissional.
Confira a
seguir:
1)
Estantes sob medida:
Para
começar esse guia completo sobre estantes, Patricia pontua as vantagens
de contar com a execução sob medida. “Sem dúvidas, é a melhor alternativa para criar um móvel que atenda
aos mais específicos desejos e funções”, explica Patricia Pena.
Estante
feita sob medida com acabamento em pintura gofrato
Projeto:
Patricia Penna Arquitetura e Design
Foto:
Sergio Israel
Estar atento às medidas é
importante. Em linhas gerais, a recomendação é não projetar
vãos muito baixos, pois seu acesso é dificultoso. Ou seja, um afastamento de 30 a 35 cm do piso, no
mínimo, já permite um conforto maior. O vão entre prateleiras pode também
seguir estas mesmas medidas. Desse modo, itens como livros, vasos de plantas e
adornos, em geral, caberão. Caso haja a necessidade de um vão maior, para um
objeto especifico (como uma escultura, ou um quadro), as dimensões, certamente,
podem ser ajustadas.
“É importante haver a definição do que a estante
acomodará para, também, haver um cálculo do peso que ela deverá suportar”, comenta
a arquiteta.
2) Ilmuminação de estantes:
O próximo passo é pensar na iluminação da estante. Os dois
sistemas mais usados em projetos são: iluminação no forro, com embutidos ou
peças de sobrepor direcionáveis, e as fitas de LED, instaladas na estante.
Em ambos sistemas, é possível criar efeitos bastante interessantes, desde uma
atmosfera aconchegante e intimista, à iluminação mais “alegre” e forte.
”Naturalmente, a iluminação ideal dependerá da
função que a estante exerce no ambiente, bem como do que estará exposto nela”, explana
Patricia Penna.
Iluminação da estante valoriza os objetos
expostos
Foto: Marco Tiê
A instalação de LED pode ser feita nas laterais
da estante, ou em suas prateleiras. Tudo dependerá do desenho e construção da
estante. A luz será sempre difusa, uniforme e agradável aos olhos, perfeita
para uma atmosfera aconchegante e intimista. Mas, atenção à temperatura de cor
da luz, bem como sua intensidade.
A
iluminação instalada no forro, em linhas gerais, tende a focar e pontuar o que
quer que esteja no móvel. Ela é ideal para dar destaque a obras de arte, peças
de decoração e toda sorte de objetos dispostos, que mereçam atenção maior.
Novamente, atenção à temperatura de cor da lâmpada e sua intensidade, para que
o resultado desejado seja atingido;
Há ainda
a alternativa super charmosa de prender uma luminária articulada na estante,
seja no topo ou em algum trecho dela. A luminária pode ser usada para dar
destaque para algum item, ser direcionada para outro ponto – ou ainda ser usada
como luminária de leitura!
3)
Materiais:
Existem muitos materiais e
acabamentos que podem ser usados na execução de estantes: madeira, vidro e
metal são alguns deles. Segundo
a arquiteta, a escolha deve estar diretamente associada ao tipo e peso de
objetos que serão acomodados na peça, bem como estar vinculada, também, ao
resultado estético. “Avaliar a resistência e a durabilidade do
material é fundamental para a tomada de decisão”, comenta.
Cada material possui suas vantagens, desvantagens
e aplicações mais indicadas. A madeira
natural, por
exemplo, é em geral resistente ao peso e deformidades. Dependendo do acabamento
que receber, torna-se mais resistente à impacto e umidade, principalmente
quando com é tratada com vernizes e impermeabilizantes. No mercado existem
múltiplos tipos, do rústico ao contemporâneo.
O MDF laminado, aquele que vem pronto de fábrica,
tem a vantagem do custo-benefício e uma gama de acabamentos: brilhantes,
opacos, madeirados e lisos. Ele também é resistente aos impactos (com as
devidas precauções), porém não possui a mesma defesa contra a umidade,
sobretudo quando esta atinge o cerne do material. A luz solar e o calor
excessivo podem alterar sua integridade física. Outro detalhe é a finalização
das quinas. Por tratar-se de uma matéria-prima “pronta”, fitas de acabamento
são necessárias e, nem sempre, são agradáveis aos olhos ou permitem bons
resultados.
Há ainda o MDF cru, que pode receber lâminas
naturais de madeira ou pinturas do tipo “laca”. As possibilidades de acabamento
são, também, muito diversas, mas o custo de execução aumenta em torno de 30%,
no mínimo. Estes são menos resistentes à impactos e igualmente frágeis à
umidade. A luz solar e calor excessivo também podem alterar suas
características.
Já o vidro
é delicado, fluido, mas tem limitações quanto às dimensões e aplicabilidades.
Nesse caso, os modelos vão do clássico ao super moderno. Seu custo, em
geral, varia muito. O metal, por sua vez, é
polivalente! Pode ser acompanhado da madeira, do laminado, do vidro ou dele
mesmo!
Sendo possível receber as mais diversas pinturas
e finalizações: rústicos, acetinados, brilhantes, metalizados etc. “A
mistura de materiais também é muito bem-vinda! O resultado pode ser incrível e
ainda mais original”, enfatiza a profissional. Uma estante com
acabamento madeirado pode receber nichos ou prateleiras pintados, metálicos, em
vidro ou até mesmo, couro.
Estante de madeira com apliques em couro
prespontado
Projeto: Patricia Penna Arquitetura e Design
Foto: Marco Tiê
4) Estantes na cozinha:
Engana-se quem pensa que a cozinha não
pode receber uma estante. Afinal, o espaço pede sim um móvel bonito e funcional
para eletrodomésticos e louças. Móveis abertos deixam objetos a mostra, porém
os deixam mais suscetíveis à poeira e demandam constante cautela. Já uma
estante com portas, ainda que com alguns nichos abertos, permite maior liberdade
quanto ao que será armazenado e maior proteção à objetos delicados.
Estante com fundo em inox e prateleiras com
acabamento melamínico apoia os utensílios domésticos na cozinha. Projeto:
Patricia Penna Arquitetura e Design
Foto: João Paulo Duque
5) Estantes dividindo ambientes:
Essas peças ainda podem servir de divisórias
entre ambientes, delimitando os espaços de forma sutil. “Realizamos
um projeto residencial onde uma estante metálica com fechamento em vidro foi
proposta para o living. Executada sob medida, ela serve de expositor de objetos
de arte, taças e copos, além de divisória, pois “separa” o hall social, do
jantar. Minimalista e funcional”, exemplifica a arquiteta.
Este é,
então, um exemplo dentre muitos, onde estantes saem da mera função de
armazenagem ou exposição adornos, livros e objetos, assumindo um papel na
arquitetura e layout do ambiente.
Estante
metálica com fechamento em vidro da Ornare delimita ambientes com leveza |
Projeto: Patricia Penna Arquitetura e Design | Foto: Leandro Moraes
Patrícia Penna - a arquiteta é destaque de
mostra de decorações no Brasil e no exterior. Com a equipe multidisciplinar que
faz parte do escritório Patrícia Penna Arquitetura & Design,
assina projetos de arquitetura e design de interiores nas áreas residenciais,
corporativos e institucionais.
Patrícia Penna Arquitetura
& Design
Rua Armando D’Oliveira Cobra, 50
– São José dos Campos
(12) 3209-9785
www.patriciapenna.arq.br
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