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segunda-feira, 8 de junho de 2020

Depois da tempestade na saúde, haverá caos na justiça?



A pandemia decorrente da Covid-19 tem afetado negativamente diversos setores da vida social e econômica. Entre os setores mais afetados está o da saúde, que já sofre com a falta de leitos em hospitais, medicamentos e equipamentos de segurança para os médicos. Há carências não só nos grandes centros, mas agora também no interior dos Estados.

Mesmo que algumas áreas da economia sigam em franca atividade, sem grandes alterações, preocupam os impactos a longo prazo, o que requer a atenção para o futuro que está à nossa porta. Tais impactos não excluem o  Judiciário, pois esse será um setor fortemente sobrecarregado nos próximos meses, devido ao aumento no número de demissões, quebras ou cancelamentos de contratos, constantes mudanças em medidas provisórias e uma instabilidade legal em larga escala. A questão é: a Justiça está preparada para uma avalanche de processos?

Já há, sem dúvida alguma, um aumento de demanda pelas soluções de conflitos mediante a intervenção do Poder Judiciário. Há notícias de um aumento de 177% de pedidos de divórcio. Há quebra de contrato em escala surpreendente, sob o argumento da imprevisibilidade, que de fato atingiu muitas relações, mas claro que não todas. Há também abusos e todos esses conflitos, certos ou errados, desaguarão em litígios.

Dessa forma, precisaremos de um constante esclarecimento sobre a utilização de todas as ferramentas legais disponíveis para a solução desses conflitos, que permitam o atendimento da população – chamados aqui, jurisdicionados - para que não haja um colapso nas atividades do judiciário. As câmaras de conciliação, mediação e arbitragem deveriam ser melhor explicadas e facilitadas para o grande público, e ainda necessário seria, que houvesse mais habilitações nessas câmaras, de árbitros e de pessoal especializado, de modo a otimizar as soluções, o que poderia ser feito em consórcio ampliado com o Poder Judiciário de modo tornar factível o acesso a esses meios. Além disso, promover rapidamente a homologação de sistemas digitais que já existem, como meio de solução de conflitos de direitos disponíveis, para serem instrumentos válidos e eficazes de solução.

A transformação digital precisa ser considerada como fator decisivo para ganho de agilidade e produtividade no meio jurídico. Entretanto, mesmo com a incorporação de novas ferramentas e de tecnologias, as estruturas e o pessoal serão os mesmos. Por isso, antes de pensar na modernização do setor, é preciso que magistrados, advogados, servidores do judiciário e jurisdicionados, sejam motivados e instruídos para a aceitação da chamada cultura digital. Sem conhecimento e planejamento, isso, sem dúvida, gerará um colapso a médio prazo.

Esse tempo de pandemia tem nos ensinado muito como profissionais da área, apesar de toda a tristeza e o sofrimento que esse quadro gera. Há inovações e novas práticas que tem funcionado bem, por exemplo, os agendamentos de despacho virtual com os magistrados, que têm sido bastante produtivos. Porém, para que continue dando certo, isso requer um modelo eficaz, mais organização, eficiência dos sistemas e uma revisão normativa.

A questão que mais me preocupa nesse momento é massificação dos procedimentos judiciais. Se não houver ampliação dos recursos disponíveis e uma eficiente revisão dos procedimentos, adaptando-os às novas realidades, teremos grandes dificuldades em manter níveis satisfatórios de eficiência no judiciário, para que a população possa encontre estabilidade nesse poder.

Vivemos em meio a grandes mudanças de realidades, de critérios de sobrevivência, de aflições e soluções criativas para seguirmos a vida, de modo geral. Todos os sistemas de serviços e contratos precisarão ser simplificados. Nesse passo, a ciência jurídica não pode ficar à margem do processo: precisará se adaptar rapidamente, reagindo às novas realidades.

O grande volume de ações deve ser representado pela área trabalhista, em razão dos ajustamentos dos novos critérios das relações contratuais do emprego, e pela área cível, em vista do colapso econômico que afetará o cumprimento dos contratos. Por isso, é importante que as empresas se resguardem juridicamente para evitar processos. A recomendação é que as companhias não adotem uma posição passiva, de forma a agir assim que identificado algum problema. A manutençao de canais de comunicação com os clientes, fornecedores e o público em geral é uma excelente ação de prevenção e solução de futuros problemas. Claro, que contratar uma boa consultoria jurídica será um caminho natural e eficiente, porque esses mecanismos de comunicação, de preparação dos entendimentos e mitigação de riscos serão eficientes se acompanhados de uma assessoria jurídica qualificada.

Vivemos, é certo, um momento de “divisão de águas”. Precisamos assumir o compromisso com as tecnologias digitais. Como já observou Albert Einstein, “é impossível obter resultados diferentes fazendo sempre a mesma coisa”. Ou seja, não há como sobreviver no futuro se não pensarmos fora da caixa!

Isso quer dizer que nós, operadores do direito, precisamos abrir nossas mentes e nos prepararmos para mudanças. Se não reagirmos e trabalharmos arduamente para o desenvolvimento de novas tecnologias, de novos modelos de atuação jurisdicional, pouco evoluiremos, especialmente no ramo das relações de trabalho. É preciso dar autonomia aos contratos bilaterais e multilaterais, entendê-los com o olhar das novas realidades. A lei material não precisará mudar, mas deverá se adaptar para possibilitar o exercício dos meios tecnológicos. Assim, conseguiremos um Judiciário mais fluido e eficiente, facilitando a vida de empresas, de profissionais e toda a população.

Marcos Martins - especialista em Direito Civil, Processual Civil e Empresarial, além de sócio-fundador do escritório Marcos Martins Advogados


"A dependência virtual potencializada pelo isolamento"



Os últimos tempos apontam novos modelos e novas formas de utilização da tecnologia e das redes virtuais. A internet teve seus acessos intensificados e mostra-se cada vez mais indispensável na vida das pessoas. Atualizando notícias, apresentando atividades de entretenimento, aproximando pessoas e ampliando o afeto virtual, onde o físico precisou ser reinventado. É a tecnologia dominando o cotidiano e trazendo impactos positivos e negativos para os seus usuários.

A mudança no perfil de consumo está diretamente associada ao fato de que, por conta do isolamento, os hábitos foram totalmente transformados. A modalidade Home Office está sendo amplamente utilizada por diversas empresas e demonstra que veio para ficar. A utilização de aplicativos de abastecimento por delivery também cresceu assustadoramente.  A aula on line hoje já é uma realidade para muitas crianças, jovens e adultos. Além de vídeo chamadas, lives e inúmeras plataformas que já existiam, mas que adquiriram um status de ferramentas habituais e corriqueiras, fazendo parte do dia a dia de um número muito maior de pessoas. 

Do ponto de vista psicológico, destaco a precaução com essa dependência tecnológica como sendo um fator de alerta para que a utilização das mídias não se torne uma doença e se associe a outros distúrbios psíquicos nocivos ao ser humano. Quando o consumo de tecnologia atende às necessidades profissionais ou do entretenimento e lazer - sem substituir prazeres simples como a interação familiar, sem descuidar do trabalho ou dos estudos, sem conflito com os relacionamentos pessoais -, não há o risco de uma dependência cibernética. No entanto, devemos ficar atentos a tudo que foge do controle.  Se o pouco tempo em que não se está conectado vem a sensação de vazio, dor, sofrimento e angústia, devemos acionar o botão vermelho, pois algo pode estar errado.  Sofrer pela abstinência e demonstrar desconforto diante da impossibilidade de uso das redes, pode ser um sinal de que o indivíduo está criando amarrações mentais e psicológicas em relação ao consumo desta tecnologia.     

O consumidor tecnológico compulsivo acha sem graça a vida sem a internet. Se irrita quando o acesso é restrito. Perde horas de sono conectado e até deixa de se alimentar ou se alimenta mal - com o rosto colado às telas e teclando -, o que impossibilita uma mastigação correta e pausada, sem apreciar o sabor dos alimentos, uma vez que a atenção não está voltada para a refeição. E só de imaginar que pode estar perdendo as atualizações das redes, já demonstra mal-estar ao sentir-se excluído.

Que fique claro que o mundo tecnológico também nos apresentou muitas vantagens: aproxima as pessoas em qualquer lugar do mundo; fornece a informação atualizada sobre o que está acontecendo em todos os continentes; permite a realização de trabalhos em casa, perto da família, no conforto do lar, com segurança e proteção, sem enfrentar horas de trânsito; traz comodidade e nos transporta a um mundo de infinitas possibilidades.  

No entanto, temos a inversão destes valores quando o excesso é implantado, tornando urgente a adaptação do uso dessas ferramentas. Essa relação deve ser repensada, pois substituir o afeto de quem está próximo, deixar de fazer atividades diárias (algumas necessárias até para a higiene), deixar de alimentar o corpo e a alma com atitudes benéficas, dormir apenas duas ou três horas por noite (ou até menos), com certeza não são hábitos saudáveis - e o seu organismo vai reagir a isso de uma forma nada agradável, trazendo sérios riscos para sua saúde.

A dependência tecnológica pode estar de mãos dadas com sintomas de ansiedade, baixa autoestima, depressão, fobias sociais, solidão e pânico. Além da taquicardia, dos tremores e da xerostomia (famosa boca seca), sintomas físicos desenvolvidos por usuários compulsivos das redes. E em uma escala associativa, destaco também os problemas posturais, visuais, as lesões repetitivas, a insônia, obesidade e as dores musculares.

Portanto, a utilização da tecnologia com responsabilidade é imprescindível para evitar o rótulo do uso compulsório. Controle seus horários e perceba se está sendo afetado pela perda de interesse por interações sociais. Busque fazer um “detox digital”, ficando horas e até dias sem utilizar celulares, tabletes, computadores ou qualquer tipo de aparelho que possibilite a conexão. Contribua para a manutenção da sua saúde mental e do corpo. Encontre seu equilíbrio em atividades simples como a leitura de um livro, ouvindo uma música, colocando no papel suas emoções e promovendo seu autoconhecimento. Cuide de você e tire o dia para relaxar, sem o auxílio da internet. Sim, isso é possível. Alimente o simples e resgate o que há de melhor em si mesmo, promovendo sua capacidade de interagir, sonhar e realizar. Sem a intoxicação digital que nos expõe a potencialização de sentimentos e ações nada saudáveis.

Enfim, se todo excesso esconde uma falta, faça uma reflexão e descubra se o seu excesso tecnológico camufla a fuga de uma realidade e a busca de opções externas desnecessárias para alimentar um vazio interior. Utilize a internet a seu favor, usando somente o necessário, e não se torne um zumbi cibernético acometido por diversos transtornos físicos e psíquicos.





Dra. Andréa Ladislau – Psicanalista. * Doutora em Psicanálise * Membro da Academia Fluminense de Letras - cadeira de numero 15 de Ciências Sociais * Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde * Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social * Professora na Graduação em Psicanálise * Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói * Membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza * Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo. * Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites.


Como deve se comportar o mercado nacional com as mudanças causadas pela pandemia


Para o Headhunter, especialista em recolocação executiva e sócio da OPTME RH, com 12 anos de experiência no mercado de capital humano, Marcelo Arone, embora todos os mercados estejam sofrendo, mais ou menos, com a pandemia pelo novo Coronavírus, alguns devem se reerguer mais rapidamente. Tudo vai depender de como o mundo empresarial encarar as mudanças inevitáveis que estão acontecendo.


Marcelo Arone, 12 anos de mercado de capital humano, entende que não se deve romantizar a crise: “só veremos daqui a alguns meses se essa preocupação social, seja dos indivíduos ou das empresas, continuará se refletindo aos que mais precisam de ajuda. Toda crise acelera os processos de transformação, mas não podemos passar a falsa sensação de que teremos meses fáceis pela frente”, explica ele.

Marcelo lembra que estamos nos adaptando ao novo normal: “estamos vivendo a história. A grande questão é a previsibilidade de quando sairemos do isolamento. Em crises passadas, que tratavam apenas da economia, o país saiu mais forte se comparado ao resto do mundo”, lembra ele, que segue: “no entanto, estamos vivendo uma crise que se estende à saúde e ao social e que, obviamente, tem um impacto ainda maior no mercado de trabalho, exatamente por essas questões”, enfatiza.

Ele chama atenção ao custo duplo para as empresas, ou seja, demitir e contratar pessoas num espaço curto caso a economia volte antes do que se imagina: “isso já ocorreu. Nessas horas, lealdade corporativa vale mais do que uma reestruturação, dependendo do segmento e porte da empresa”, explica Marcelo. Segundo ele, o mercado de trabalho cada vez mais irá exigir profissionais resilientes, dinâmicos e flexíveis: “se não estávamos preparados para essa pandemia, nas próximas será obrigação ter um plano de contingência e gerenciamento de crise”.

Marcelo Arone aponta os setores que seguem fortes mesmo em meio à crise: Tecnologia, Digital, Consumo Básico, Medicamentos, Agronegócio, Bancos, Laboratórios. Os que mais estão sofrendo, obviamente, são os da Aviação, do Turismo e da Cultura. Para ele, para a retomada, vão contar o bom relacionamento com empresas, a readequação de métodos de venda e fidelização, como a venda promocional de pontos em programa de milhagens visando utilização no segundo semestre do ano, o dimensionamento da malha aérea para promover turismo local, inclusive pela alta do dólar, o retorno de Cinemas ao ar livre, remetendo a movimentos da década de 40/50, os famosos “Drive in”.

Já é possível perceber que as mudanças na arquitetura dos escritórios também deverão ser perenes: algumas empresas já haviam aderido ao Home Office, mas poucas como política efetiva de RH. No entanto, o trabalho remoto já virou uma prática, até pelo ganho de produtividade que gera a empresa e maior qualidade de vida aos colaboradores. “Sem contar que em função do distanciamento, mesmo quando voltarmos a uma certa normalidade, o espaçamento entre as mesas, será maior” lembra ele, que segue: “certamente, haverá um rodízio de pessoas gradual nos escritórios. Alguns clientes já devolveram parte do andar por conta da economia e indicação que irão manter o home office como padrão. Já não será mais “diferencial” ou benefício adicional para as empresas e funcionários. Será usual”.

Outro ponto fundamental citado pelo especialista é a mentalidade empreendedora: “já vivíamos num país com 40mi de informais antes da pandemia e com taxa de desemprego em torno de 12%. Certamente ambos os números irão crescer e levar em torno de 2 a 3 anos para voltar a esse patamar. Com as chances de cargos mais elevados sofrerem cortes nessa pandemia, o empreendedorismo será um meio natural. Consultorias, franquias, Investidores são alguns exemplos do que esse nível de executivo busca quando é desligado do mercado de trabalho. Grandes negócios surgiram após crises dessa natureza econômica. Saber “se reinventar” será o termo da moda para empresas e pessoas.

O especialista lembra também que a forma como os governos estão conduzindo a crise é sempre fundamental, ainda mais em uma situação inédita, como é o caso da pandemia: “os conflitos políticos atrapalham a retomada. Estamos perdendo uma chance de talvez nos consolidarmos como um novo polo econômico de geração de empregos”. Segundo Marcelo, algumas empresas devem sair da China e buscarão países emergentes que transmitam um ambiente de segurança e estabilidade para os negócios, e, para estarmos no alvo dessas empresas, será preciso trocar conflito por solução.




Marcelo Arone - Headhunter, especialista em recolocação executiva e sócio da OPTME RH, com 12 anos de experiência no mercado de capital humano. Formado em Comunicação e Marketing pela Faculdade Cásper Líbero, com especialização em Coach Profissional pelo Instituto Brasileiro de Coaching, Marcelo já atuou na área de comunicação de empresas como Siemens e TIM, e no mercado financeiro, em empresas como UNIBANCO e AIG Seguros. Pelo Itau BBA, tornou-se responsável pela integração da área de Cash Management entre os dois bancos liderando força tarefa com mais de 2000 empresas e equipe de 50 pessoas. Desde então, se especializou em recrutamento para posições de liderança em serviços, além de setores como private equity, venture capital e empresas de Middle Market, familiares e brasileiras com potencial para investidores. Já entrevistou em torno de 8000 candidatos e atendeu mais de 100 empresas em setores distintos.


OPTME Consultoria em RH

O novo normal nas relações de trabalho


Como o mercado deve se adaptar ao novo momento e quais são as expectativas para o segundo semestre


A pandemia não fez apenas com que todos adotassem novos hábitos que ajudam na prevenção ao covid-19, mas também criou um panorama novo no mercado de trabalho mundial, acelerando a transformação em diversos setores.
Um deles é o próprio RH, que adotou entrevistas por videoconferência, otimizou etapas do processo seletivo e avaliações, antes presenciais, e que agora foram adaptadas ao ambiente virtual.

“Observamos que a adaptação de todos esses processos não gerou prejuízos para empresa e nem para o candidato. Conseguimos manter o mesmo nível na contratação, 100% adaptados aos processos online e, em alguns casos, ganhando maior agilidade”, afirma Francine Silva, superintendente de recrutamento e seleção da Luandre.

Ela observa que também há uma ligeira mudança no perfil do profissional a ser contratado. “Características como autogestão, se tornaram requisitos fundamentais. Claro que sempre foi um perfil importante, mas em um ambiente em que boa parte dos profissionais trabalhará de casa, em sistema home office, não há como contratar alguém com dificuldade de autogerir o próprio trabalho”, conta Francine.

O mesmo ocorre com a empatia, sem a qual, numa situação como a que vivemos, que envolve incertezas, instabilidade e questões emocionais importantes, não seria possível conviver e lidar com as situações, pontua a especialista em RH.


Trabalho remoto

Todas as empresas que puderam aderir ao home office o fizeram neste período de quarentena. A pergunta que muitos se fazem é como será em um futuro próximo. Para Francine, algumas empresas vão optar por adotar integralmente o sistema, caso a experiência esteja sendo boa, uma vez que os custos de manter profissionais em escritórios são bastante altos em capitais brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro. “Algumas companhias também podem adotar um rodízio entre equipes para evitar aglomerações”.

Para a melhor decisão, a Luandre vem aconselhando clientes a observar o quanto estas mudanças têm afetado a produtividade e, principalmente, a qualidade de vida dos profissionais durante a crise para tomar a decisão mais acertada nesta volta gradual.


Mudanças nos escritórios

As companhias que pretendem aos poucos voltar ao trabalho in loco já comunicam que devem fazer mudanças, como estudar quais setores são fundamentais de serem mantidos no escritório. “Nas conversas com clientes, entendemos que alguns preferem que certos setores estejam concentrados em um só lugar, como o RH e o financeiro, por isso as formas de garantir a segurança destes profissionais vêm sendo estudadas”, conta Francine.

Já existem iniciativas sendo tomadas em alguns escritórios, como troca de materiais de madeira por outros mais simples de limpar, alargamento de corredores, e retirada de portas, cujas maçanetas podem provocar a contaminação.

“Alguns estudam a utilização de tecnologia, como já utilizada em fábricas, que avisa se os profissionais estão ultrapassando a distância segura. Locais de encontro coletivo, como cafeterias, também devem ser temporariamente fechados ou ganhar configuração que permita o distanciamento social”, explica. 


Setores valorizados

A adaptação também passa pela necessidade de adequar setores da economia aos novos tempos. Uma das áreas que a Luandre mais tem trabalhado, a de saúde, teve um grande aumento na demanda e já contratou 3.656 profissionais do segmento, desde o início do ano, um aumento de 165% em relação ao mesmo período no ano passado.

Segundo Francine, além dos atendimentos emergenciais, em razão da covid-19, clínicas e hospitais tem demanda de especialistas que atendam via teleconsulta aqueles que estão com alguma condição importante, mas preferem não ir ao hospital pela recomendação de evitar a contaminação. 

Já o setor de ecommerce* apresentou crescimento de 26,7% em comparação com o mesmo período de 2019.  O percentual convertido é de R$ 20,4 bilhões de faturamento.

A Luandre também tem notado este crescimento pelo aumento da demanda no setor de logística -- nos últimos três meses, foram 220% mais vagas em relação ao mesmo período do ano passado. “Esta adaptação no modo de compras da população é positiva num momento de instabilidade como o nosso, porque consegue manter parte do varejo atuante, de uma forma nova, já que muitos brasileiros preferiam fazer compras em lojas físicas”, comenta Francine. Para ela, no segundo semestre, mesmo que haja uma flexibilização para a abertura de lojas, a apreensão pelo vírus deve manter o setor de varejo virtual fortalecido.




Luandre Soluções em Recursos Humanos

Fonte: Compre&Confie


Cinco fatores que dificultam a inovação nas empresas


Inovação é um tema recorrente nas empresas. A maioria sabe da sua importância e necessidade, mas poucas são as que conseguem efetivamente colocá-la em prática. Trabalhando com o tema há algum tempo, percebo que há vários fatores que impedem uma empresa de inovar de forma coerente com a sua realidade, de forma assertiva e periódica. Por isso, resolvi listar aqui os cinco fatores mais comuns que tendem a inibir a inovação nas empresas.


#1 Síndrome de Gabriela: “Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim”. A música tema da novela Gabriela, de Jorge Amado, fez muito sucesso na década de 70. A trama revela que Gabriela não conseguia se adaptar aos costumes de sua época, adotando um jeito espontâneo e até pouco rude para não se enquadrar à sociedade. Qualquer semelhança com muitos empresários atualmente não é mera coincidência. Mesmo em tempos de digitalização, muitos ainda insistem em viver como se estivessem na era das máquinas à vapor. A alegação quase sempre é: em time que está ganhando não se mexe. E assim, a inovação passa longe.


#2 Síndrome de avestruz: Outra síndrome que impede a inovação nas empresas é a de avestruz. Os líderes ficam tão imersos nas pendências que não conseguem acompanhar as tendências. Com a cabeça dentro de seu próprio “buraco”, eles não conseguem enxergar o que acontece fora da empresa e, não por acaso, muitas vezes são “atropelados” por inovações que simplesmente riscam suas empresas do mapa. Apaixonados por seus próprios produtos/serviços, eles não conseguem acompanhar as transformações do consumidor, que está sempre buscando novas formas de ter suas necessidades atendidas.


#3 Liderança imediatista: Talvez o maior inimigo da inovação nas empresas seja o bônus. Focados nos resultados de curto prazo, líderes tendem a focar nas soluções que já são conhecidas e rentáveis em vez de se aventurarem nos longos ciclos de testes e falhas que a inovação demanda. Um bom exemplo desse tipo de cultura é a Kodak. Embora nem todos saibam, foi um engenheiro da própria companhia quem criou a máquina digital. Ao apresentar aos seus líderes, virou motivo de chacota, já que o produto causaria a morte do modelo de negócios da empresa. O resto da história, você já conhece bem. Uma prova inequívoca de que quem não faz, toma!


#4 Sistema imunológico: Outro grande inimigo da inovação é o forte sistema imunológico que a grande maioria das empresas têm. Infelizmente, muitos profissionais acreditam que sucesso é manter o status quo, enquanto na verdade, o certo seria desafiar o status quo, buscando sempre novas maneiras de fazer mais com o mesmo ou até com menos. A busca pela eficiência e pela melhoria deve ser contínua. Não é possível ficar estático em um mundo dinâmico.


#5 Falta de prioridade: Mantidos falsamente seguros em sua tão aclamada zona de conforto, muitas empresas buscas desculpas batidas para não inovar. Entre as mais comuns: inovar custa caro. Experimente então o preço da obsolescência! Garanto que sai muito mais caro. Outra desculpa recorrente é a falta de tempo. Só que enquanto você fica apagando incêndios na sua empresa, pode ser que tenha um garoto nerd dentro de seu próprio quarto criando algo que vai simplesmente matar o seu negócio. Aí, nem incêndio para apagar você terá. Sua empresa já estará em ruínas. E se a sua desculpa for “faltam bons profissionais para inovar”, lembre-se que gente boa é bem treinada. Então, crie você mesmo um campo fértil para que mentes brilhantes se proliferem.

Você, líder, é o maior responsável pelo sucesso ou pelo fracasso da sua empresa. De que lado você quer estar?





Alexandre Pierro - sócio-fundador da PALAS e um dos únicos brasileiros a participar ativamente da formatação da ISO 56.002, de gestão da inovação.
www.gestaopalas.com.br 

Home office motiva aumento de mais de 330% em ataques usando sistemas de acesso remoto no Brasil


Levantamento da Kaspersky revela que número de ataques diários de força bruta à ferramenta de acesso remoto RDP passou de 402 mil no início de fevereiro para 1,7 milhões em abril

A adesão massiva ao home office fez disparar os ciberataques aos sistemas de acesso remoto no Brasil. Levantamento da Kaspersky revela que os ataques de força bruta (Brute Force Attacks) direcionados ao "Remote Desktop Protocol (RDP)" - uma das ferramentas de acesso remoto mais populares para postos de trabalho ou servidores - passaram de uma média diária de 402 mil em fevereiro para mais de 1,7 milhões em abril, um crescimento de 333% em dois meses.
Os ataques de força bruta têm como objetivo descobrir o nome de usuário e senha para acessar o Remote Desktop Protocol (RDP) por meio de um processo de tentativa e erro, até que o par correto seja descoberto. Assim que descobrem a credencial correta, os cibercriminosos ganham acesso remoto ao computador-alvo, o que lhes permite fazer quase tudo com o dispositivo, desde espionagem a roubo de informação.

Como é possível verificar no gráfico acima, o ataques dispararam a partir do início de março em toda a América Latina. No Brasil, o crescimento mais acentuado aconteceu entre os dias 9 e 10, quando o número de ataques triplicou de um dia para o outro. A partir de então, a média diária se manteve sempre acima de 1 milhão até o fim de abril. Em fevereiro, a Kaspersky identificou 11,6 milhões de ataques de força contra RDP no País; já em abril, foram mais de 50,5 milhões - um crescimento de 333% em dois meses.
O Brasil também foi alvo de mais de 60% dos ataques identificados pela Kaspersky em abril na América Latina. O segundo país mais atingido foi a Colômbia, com 11,9 milhões de ataques, seguido por México (9,3 milhões), Chile (4,3 milhões), Peru (3,6 milhões) e Argentina (2,6 milhões).
Contudo, o protocolo RDP (Remote Desktop Protocol) não é o único que se encontra vulnerável às ameaças dos cibercriminosos. No final do ano passado, os investigadores da Kaspersky encontraram 37 vulnerabilidades em quatro implementações de VNC (Virtual Network Computing), outro protocolo popular de acesso remoto.
"Muitas empresas foram forçadas a transferir seus funcionários muito rapidamente para o trabalho à distância, sem terem tempo para garantir a existência de medidas de segurança adequadas. Isto deixou-as mais suscetíveis a este tipo de ataque, porque seus colaboradores precisam acessar os recursos da empresa a partir dos seus computadores domésticos, que, muitas vezes, estão ligados a redes com pouca proteção. À medida que o trabalho remoto continua, os funcionários devem tomar precauções adicionais de segurança, como a criação de uma senha forte para as ferramentas de acesso remoto", explica Dmitry Galov, investigador de segurança da Kaspersky.
Para mais informações sobre o relatório da Kaspersky, acesse o Securelist.
Para conectar-se de forma segura a redes corporativas a partir de casa - independentemente das ferramentas utilizadas -, os especialistas da Kaspersky recomendam as seguintes medidas:
• Utilizar senhas diferentes e fortes para acesso aos recursos da empresa;
• Atualizar a versão mais recente do software do dispositivo;
• Sempre que possível, ativar a encriptação para proteger os dados nos dispositivos utilizados para o trabalho;
• Fazer cópias de segurança dos dados críticos;
• Utilizar uma solução de segurança corporativa com proteção contra ameaças de rede, como o Kaspersky Endpoint Security for Business para proteção de endpoints e o Kaspersky Hybrid Cloud Security para proteger o trabalho na nuvem. As soluções também contêm a funcionalidade de verificação de logins para configurar regras de monitorização e alerta para ataques de força bruta e falhas em tentativas de acesso.

Para as empresas que utilizando o RDP, a Kaspersky recomenda:
• Somente permitir o acesso RDP por meio de uma VPN corporativa;
• Permitir a utilização da Autenticação de Nível de Rede (NLA) quando a ligação é feita remotamente;
• Se possível, permitir a dupla autenticação;
• Utilizar uma solução de segurança corporativa capaz de garantir proteção contra ameaças à rede, como o Kaspersky Endpoint Security for Business.




Kaspersky



Transformação provocada por COVID-19 não pode interromper os negócios



A pandemia de COVID-19, com a necessária quarentena e isolamento social, começou em março, passou por abril e já está avançando em maio sem ter um prazo claro de encerramento. Mais do que o tempo de duração, a doença vai impactar toda a sociedade, transformando parâmetros e remodelando as relações sociais. Enquanto o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil buscam formas de conter esse contágio, é preciso compreender que a vida segue. Com novos hábitos e comportamentos, é verdade, mas o quanto antes nos adaptarmos a essa realidade, melhor conseguiremos reduzir os prejuízos financeiros e sociais.

O ano de 2020 prometia ser o da retomada para a economia. Com a Reforma da Previdência aprovada, Reforma Tributária em discussão e outras pautas para reduzir gastos e aumentar as privatizações, o Brasil tinha otimismo e previsão de crescimento, mesmo que tímido. Entretanto, o cenário positivo foi frustrado pelo “meteoro” COVID-19, como citou Paulo Guedes, ministro da Economia. Segundo o relatório Focus, do Banco Central, até o momento a projeção é que o PIB caia quase 3% neste ano e, devido à grande queda no consumo em geral, a inflação também já começa a recuar (a mediana já retraiu de 2,52% para 2,23%).

A grande preocupação neste momento é com os pequenos e médios negócios. Muitos vão fechar as portas até o fim de 2020, o que pode agravar ainda mais velhos problemas. Apesar disso, uma coisa é certa: já no terceiro trimestre teremos uma nova dinâmica da sociedade em funcionamento no Brasil – são esses novos hábitos e rotina que irão pautar o futuro. A economia não parou nem vai parar, mas a cadeia produtiva vai seguir as diretrizes impostas pela pandemia. A transformação digital, que antes era possibilidade, tornou-se requisito básico de quem quer sobreviver nesse novo mundo.

Nesse sentido, três setores irão passar pelas maiores mudanças: “varejo”, “bares e restaurantes” e “turismo”. Eles não serão mais os mesmos de três meses atrás. No mercado varejista, por exemplo, as vendas pela internet devem representar 6% no cenário brasileiro, segundo Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), e a gestão de relacionamento com clientes do varejo pós-COVID-19 será imprescindível, com as marcas se relacionando de maneira próxima com os clientes.

Empresários de bares e restaurantes precisam transformar suas operações em delivery rapidamente, enquanto o turismo deve apostar na flexibilização de pacotes de viagens, com alterações de datas e até de destinos, para estancar a crise – dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram um prejuízo de quase R$ 12 bilhões desde o início da pandemia.

Além dessas transformações, o consumo consciente, que já vinha ganhando mais relevância nos últimos anos, passa a ter uma nova complexidade e vai ficar mais criterioso. Com exceção dos bens de primeira necessidade, como alimentação e medicamentos, há perspectiva de crescimento em três categorias. Os “habilitadores de digitalização” são os insumos que possibilitam a comunicação com familiares e trabalho virtual, como smartphone, notebook e software de videochamadas. Na área de “lazer e estudos”, o conceito de educação a distância, com livros e brinquedos, permite o autoaprimoramento neste momento em que estamos em casa. Por fim, “saúde e bem-Estar” deverá trazer novas formas de higienização e de vida saudável.

O importante é compreender esta transformação e ver que, como demonstrado na China e em outros lugares que retornaram à “normalidade”, há motivos para se animar em 2021. É um ano de crescimento e retomada do consumo, obviamente respeitando os novos hábitos consumidores e as novas formas de relacionamento. Mesmo com os planos emergenciais do governo junto às ações da iniciativa privada no combate à pandemia, esta é uma crise que vai se estender, e o mundo já está aprendendo de maneira rápida e dolorosa.





Henrique Carbonell - sócio-fundador da Finanças 360º, empresa especializada em sistema de gestão financeira com conciliação automática de vendas por cartão para o pequeno e médio varejo www.f360.com.br – e-mail: f360@nbpress.com



F360º


Planejamento Sucessório - Coronavírus - Projeto de Lei Estadual 250/2020



À luz do difícil momento que vivemos com a COVID 19, cada vez mais nos vemos obrigados a observar e nos preocupar com um ponto difícil de ser abordado: a morte.

A morte de um ente querido sempre deixa um vazio e muita angústia em seus amigos e familiares. No entanto, além da perda afetiva existe também a dificuldade de termos que nos preocupar com as questões sucessórias e a potencial partilha de bens pelos herdeiros.

A falta de planejamento para esse momento difícil acarreta não só potencial animosidade entre os herdeiros, mas também acarreta um expressivo incremento burocrático e de custos na partilha dos bens. Assim, cada vez mais, cabe a nós sermos precavidos realizando em vida o planejamento sucessório dos bens.

Atualmente, a queda de receita estatal, gerada pelas dificuldades econômicas, faz com que o foco da sanha tributária estatal saia do consumo (impostos sobre compra e venda de mercadoria e serviços), migrando para a tributação sobre a renda. Neste sentido, muito se vem falando na majoração da tributação sobre herança.

Com efeito, o sistema tributário brasileiro privilegia atualmente a tributação no consumo, o que acarreta alto custo para a produção e comercialização de bens. No entanto, tomando como paralelo o praticado atualmente pelo mundo o Brasil tributa pouco a herança e muito o consumo.

Para se ter ideia, em países como a França, Japão e Alemanha a alíquota do Imposto sobre herança é progressivo, superando os 50% para os mais ricos. Nos Estados Unidos, a alíquota máxima atinge os 40%.

No Brasil, por sua vez, o imposto sobre herança costuma trabalhar com uma alíquota única, ou pouca coisa progressiva, sendo a alíquota máxima de 8% adotada pelos Estados do Ceará, Santa Catarina, Mato Grosso, Paraíba, Sergipe, Goiás, Pernambuco, Tocantins, Bahia e Rio de Janeiro.

No Estado de São Paulo a alíquota é única de 4%. No entanto, tramita na Assembleia Legislativa do Estado o Projeto de Lei 250/2020 que visa a alteração da alíquota do ITCMD que passaria a ser progressiva.

Para se ter uma ideia, caso aprovado o projeto de lei conforme proposto, o imposto incidente na transmissão de um patrimônio (somando todos os bens móveis e imóveis) de R$ 5.000.000,00 passaria de aproximadamente R$ 200.000,00 para mais de R$ 320.000,00.

Com efeito, a tendência é de que cada vez mais a renda e o patrimônio venham a ser objeto da sanha arrecadatória do Estado, o que faz com que o planejamento sucessório tenha suma importância para o dia a dia de todos nós.

Nesta linha, é preciso que as pessoas procurem se cercar de empresas jurídicas que contem com uma equipe capacitada para, mediante um atendimento personalizado, realizar o planejamento sucessório de modo a diminuir o impacto financeiro da atuação da máquina estatal, neste momento tão difícil pelo qual estamos passando.




Marcelo Bueno Zola - possui graduação em Direito pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo , é especialista em Direito Tributário pela Universidade Presbiteriana Mackenzie  e  sócio do escritório Ghersel Sociedade de Advogados.


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