Pesquisa apresenta uma nova visão sobre os sistemas de recursos
hídricos derivados das geleiras das montanhas, impactando até 1,9 bilhão de
pessoas em todo o mundo
WASHINGTON
- /PRNewswire/ -- Cientistas de todo o mundo avaliaram os 78
sistemas de água baseados em geleiras das montanhas do planeta e, pela primeira
vez, os classificaram em ordem de importância para as comunidades adjacentes
das planícies, e avaliaram sua vulnerabilidade a futuras mudanças ambientais e
socioeconômicas. Esses sistemas, conhecidos como torres de água nas montanhas,
armazenam e transportam água por meio de geleiras, blocos de neve, lagos e
córregos, fornecendo recursos hídricos inestimáveis para 1,9 bilhão de pessoas
em todo o mundo, aproximadamente um quarto da população mundial.
A pesquisa, publicada na prestigiosa revista científica Nature,
apresenta evidências de que as torres de água globais estão em risco, em muitos
casos críticos, devido às ameaças das mudanças climáticas, populações
crescentes, má administração dos recursos hídricos e outros fatores
geopolíticos. Além disso, os autores concluem que é essencial desenvolver
políticas e estratégias internacionais de conservação e adaptação às mudanças
climáticas específicas para montanhas, de modo a proteger os ecossistemas e as
pessoas a jusante.
Globalmente, o sistema
montanhoso mais utilizado é a torre de água Indus na Ásia, de acordo com essas
pesquisas. A torre de água Indus, formada por vastas áreas da cordilheira do
Himalaia e cobrindo partes do Afeganistão, China,
Índia e Paquistão, também é uma das mais vulneráveis. Sistemas de torre de água
de alto nível em outros continentes são os Andes do sul, as Montanhas Rochosas
e os Alpes europeus.
Para determinar a importância
dessas 78 torres de água, os pesquisadores analisaram os vários fatores que determinam
a dependência, pelas comunidades a jusante, do suprimento de água desses
sistemas. Eles avaliaram, também, a vulnerabilidade dos recursos hídricos, bem
como as pessoas e ecossistemas que dependem deles, com base em previsões de
futuras mudanças climáticas e socioeconômicas.
Das 78 torres de água globais
identificadas, a seguir estão os cinco sistemas mais confiáveis por continente:
- Ásia: Indus, Tarim, Amu Darya, Syr Darya, Ganges-Brahmaputra
- Europa: Ródano, Pó, Reno, Costa
Norte do Mar Negro, Costa do Mar Cáspio
- América
do Norte: Fraser,
Columbia e Noroeste dos Estados Unidos, Pacífico e Costa do Ártico, Saskatchewan-Nelson, América do Norte-Colorado
- América
do Sul:
Sul do Chile, Sul da Argentina, Negro, região de La Puna, Norte do Chile
O estudo, de autoria de 32
cientistas de todo o mundo, foi liderado pelo Prof. Walter
Immerzeel e Dr. Arthur Lutz, da
Universidade de Utrecht, há longo tempo
pesquisadores de recurso s hídricos e mudanças climáticas na Ásia montanhosa.
"O que é único em nosso
estudo é que avaliamos a importância das torres de água, não apenas observando
a quantidade de água que elas armazenam e fornecem, mas também a quantidade
necessária de água das montanhas a jusante e a vulnerabilidade desses sistemas
e comunidades a algumas mudanças prováveis nas próximas décadas", afirmou
Immerzeel. Lutz acrescentou: "Ao avaliar todas as torres glaciais de água
na Terra, identificamos as principais bacias que devem estar no topo das
agendas políticas regionais e globais".
Esta pesquisa teve o apoio da
National Geographic e Rolex como parte de sua parceria Perpetual Planet, que
visa esclarecer os desafios enfrentados pelos sistemas críticos de suporte à
vida da Terra, apoiar a ciência e a exploração desses sistemas e capacitar
líderes de todo o mundo a desenvolver soluções para proteger o planeta.
"As montanhas são lugares
emblemáticos e sagrados em todo o mundo, mas o papel fundamental que
desempenham na manutenção da vida na Terra não é bem compreendido", disse Jonathan Baillie, vice-presidente executivo e cientista
chefe da National Geographic Society. "Esta pesquisa ajudará os tomadores
de decisão, em nível global e local, a priorizar onde devem ser tomadas medidas
para proteger os sistemas de montanhas, os recursos que eles proporcionam e as
pessoas que deles dependem".
Para maior informação, visite
natgeo.com/PerpetualPlanet.
Foto
FONTE National Geographic Society