Profissionais que pretendem encontrar o emprego dos
sonhos ou evoluir na carreira em 2020 estão se perguntando o que o mercado
procura e onde podem melhorar. Alguns desses profissionais se reuniram em
Curitiba para ouvir as respostas dos diretores das gigantes Amazon, Google,
LinkedIn e Ebanx, no Summit Sua Carreira em 2020. O evento, promovido pela
Neoconnection e Universidade Positivo mostrou o que pensam Gil Giardelli
(especialista em inovação), Daniel Cleffi (head da Google), Erika Tabacniks
(head do LinkedIn), Tais Targa (LinkedIn Top Voices), Paulo Cunha (head da
Amazon), Daniele Fonseca (CHRO Ebanx) e David Forli (Universidade Positivo).
Diante de um mercado cada vez mais digital e tecnológico, os especialistas
apontaram algumas habilidades essenciais dos profissionais mais disputados
pelas empresas e anteciparam tendências para 2020.
- Dados são tudo
“O recurso mais valioso do mundo não é mais o
petróleo, mas sim os dados”. A icônica frase, originalmente em inglês, foi
retirada de uma matéria
publicada pela revista The Economist, em 2017, e reforçada pelo professor e
especialista em inovação Gil Giardelli, que revelou que a informação é moeda de
troca no século XXI. Já o head da Amazon, Paulo Cunha, coloca a capacidade
analítica como primordial para qualquer área. Ou seja, não basta mais encontrar
os dados, pois eles estão a um clique dos nossos dedos, mas sim saber filtrar o
que serve e como utilizá-los de forma estratégica.
- Aprendizado contínuo
O conceito de aprendizado contínuo, ou “lifelong
learning”, passou de uma aspiração ocasional para uma necessidade de carreira.
"Aprender novas habilidades não é mais um diferencial, assim como não é
mais algo que você faz apenas quando está em busca de uma grande guinada
profissional. Para se manter competitivo no mercado atual, é preciso firmar um
compromisso com o aprendizado contínuo – e não importa qual é seu cargo ou
plano de carreira", aconselha o head da Amazon, Paulo Cunha, ou “Pacu”
como é conhecido. Segundo ele, empresas de todas as áreas e tamanhos vão
procurar mentes curiosas, flexíveis e orientadas a dados. Vão buscar
profissionais com a habilidade comprovada de aprender continuamente e continuar
relevantes em seus campos de expertise.
- Sonhar grande
Para a CHRO do Ebanx, Daniele Fonseca, “sonhar
grande” é uma das competências requeridas para o profissional do futuro - e um
dos norteadores da mais nova “unicórnio” brasileira. “É a relação que você tem
com seu trabalho, como você olha para as pessoas que trabalha ao seu lado, é
como você faz entregas e dá ideias diferenciadas”, explica. Para ela, a empresa
precisa dar condições para fazer acontecer. “É necessário engajar de fato,
promover a vontade de fazer diferente, o orgulho. Brilho nos olhos dos colaboradores
ainda não dá para fabricar”, brinca.
- Soft Skills
O relatório “Tendências Globais de Talento”,
divulgado pelo LinkedIn e baseado em pesquisa com mais de 5 mil profissionais
de talentos em 35 países, mostra que a “competência interpessoal” já é a habilidade
que mais influencia as contratações no Brasil. Para 95% dos entrevistados
brasileiros, esse é um fator que vai transformar o ambiente de trabalho. Dentro
dessa competência, a head do LinkedIn, Erika Tabacniks, lista cinco habilidades
cada vez mais relevantes para o profissional do futuro: criatividade,
persuasão, colaboração, adaptabilidade e gestão do tempo.
- Programação
De acordo com o líder do Google for Education para
América Latina, Daniel Cleffi, a revolução 4.0 ou revolução cognitiva, é um momento
sem precedentes e acontece de forma muito mais rápida se comparada às
revoluções anteriores. “As máquinas aprenderam a pensar e aprenderam a
aprender”, explica. Para ele, o ensino de programação é essencial para os
profissionais do futuro. “Vários estudos mostram que quem aprende a programar
desenvolve, de forma desproporcional, a capacidade de resolver problemas”,
ressalta.
- Relacionamento e autenticidade
Para a psicóloga e LinkedIn Top Voices
Tais Targa, a qualidade dos relacionamentos vai ditar grande parte da
felicidade e longevidade das pessoas. “O maior preditor da felicidade são os
relacionamentos saudáveis, e o que torna uma pessoa infeliz são os
relacionamentos disfuncionais” pondera. Para Tais, o profissional do futuro não
pode ser acomodado. “Isso limita a capacidade de ser a sua melhor versão, e
precisamos de pessoas autênticas, genuínas, com a capacidade de entregar e
fazer mais”, completa.
- A era da digitalização
Para o diretor de Relações Institucionais da
Universidade Positivo, David Forli, todas as profissões estão passando por um
nível de digitalização muito grande. “Todas as atividades estão sendo
fortemente impactadas pela tecnologia, por isso, compreender e estar atento em
como os avanços tecnológicos podem impactar as carreiras é essencial hoje em
dia”, explica. O grande medo das pessoas é que suas profissões sejam
substituídas pela tecnologia, mas, segundo Forli, quem acompanhar os movimentos
de inovação tende a se encaixar automaticamente em novos papéis que o mercado
vai exigir e ainda não sabemos.
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