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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Crescimento do emprego na saúde tem ritmo mais acelerado no primeiro semestre


Boletim Econômico de número 7, da FEHOESP - Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, indica crescimento 50% maior no volume de empregos formais na área da saúde no primeiro semestre de 2019


No ano de 2018 foram criados, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho, 82.707 empregos no setor, enquanto que de janeiro a junho de 2019, portanto em seis meses, o número de contratações atingiu 63.255 vagas, o que corresponde a 76,44% das contratações do ano anterior. Caso esse ritmo se mantenha, estima-se que o ano de 2019 gerará 50% a mais de empregos que o ano anterior na área da saúde.

“Desde o início da crise econômica o setor de saúde brasileiro nunca registrou dados negativos, sempre gerou mais empregos do que demissões. Isso mostra a força desse segmento, que é totalmente dependente de mão de obra especializada. Os dados do primeiro semestre de 2019 mostram que os empresários da área estão investindo. Além disso, na saúde a tecnologia não substitui pessoas”, afirma o presidente da FEHOESP - Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, Yussif Ali Mere Jr.

Em junho de 2019, o Brasil registrou 2.298.165 trabalhadores na área da saúde. Entre as atividades, destaca-se a criação de 32.620 postos de trabalho na atividade atendimento hospitalar e também a geração de 10.718 vagas de trabalho na atividade médica ambulatorial.

O Estado de São Paulo computou, em junho de 2019, o contingente de 751.719 trabalhadores no setor de hospitais, clínicas e laboratórios. No acumulado do semestre, o setor gerou 16.459 vagas no Estado, destacando-se a geração de 7.289 postos na atividade de atendimento hospitalar.

Enquanto em 12 meses, de janeiro a dezembro de 2018, o setor saúde empregou 24.085 trabalhadores no Estado de São Paulo, em apenas 6 meses, de janeiro a junho de 2019, já abriu 16.459 novos postos de trabalho. Esse crescimento corresponde a 68,33% das vagas criadas no ano passado. E, caso esse ritmo se mantenha, estima-se que o ano de 2019 irá gerar cerca de 36% a mais de colocações no mercado com carteira assinada este ano no Estado.
São Paulo emprega 33% do contingente de trabalhadores alocados no setor no país.


Leitos diminuem no SUS e crescem na rede não SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) contabilizou, em junho de 2019, segundo o Datasus, 328.653 leitos, divididos entre leitos gerais e complementares. Ao comparar junho de 2019 com dezembro de 2018, contabiliza-se o fechamento de 2.341 leitos SUS no país, o que significa uma redução de 0,7% no número total de leitos, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Os leitos SUS passaram de 333.196, em dezembro de 2017, para 328.653 em junho de 2019, uma redução de 4.543 leitos em 18 meses (queda de 1,4%).

Quanto aos leitos não SUS no país, houve abertura de 4.458 novos no primeiro semestre de 2019, um crescimento de 2,8%. Os setores com maior crescimento de leitos foram o hospital/dia, que passou de 5.544 para 6.078 leitos (crescimento de 9,6%)e a UTI pediátrica, que cresceu de 2.036 leitos para 2.226 leitos (9,3%). “Os leitos de pediatria, inclusive os de UTI, estão se reorganizando, já que o setor privado se adequa à demanda. E os leitos em hospitais-dia também mostram uma tendência já consolidada”, adianta Yussif Ali Mere Jr.

No Estado de São Paulo, em junho de 2019, segundo o CNES, o SUS contabilizou 60.262 leitos divididos entre as diversas especialidades. Ao comparar junho de 2019 com dezembro de 2018, nota-se uma redução de 0,9% no número de leitos SUS, o que significa um fechamento de 573 leitos.

Quanto aos leitos não SUS,foram fechados, no Estado, 153 leitos, representando um recuo de 0,3% do total no semestre, como resultado do fechamento de 244 leitos gerais e da abertura de 91 leitos complementares, categoria na qual são considerados os leitos de UTI. “As análises trimestrais, semestrais e anuais feitas pela FEHOESP mostram que o SUS vem perdendo leitos no país. Porém, não basta apenas analisar o fechamento de leitos por si só. Precisamos analisar a resolutividade dos leitos do SUS disponíveis hoje no país. Não basta abrir ou manter leitos que não sejam resolutivos, eficientes”, defende o presidente da FEHOESP.

Os leitos não SUS no Estado de São Paulo passaram de 46.543 para 46.390.


Cyberbulling: a maldade por trás da internet

 O cyberbullying é mais comum entre jovens e adolescentes
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Segundo a última pesquisa feita pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – feita em 2018, praticamente dois terços da população brasileira (69,8%) possuem conexão com a Internet. Se por um lado, o acesso traz inúmeros benefícios, por outro gera efeitos negativos com uso indevido, cuja repercussão se estende exponencialmente, como é o caso do cyberbullying. 

Em suma, o cyberbullying consiste na intimidação e hostilização de uma pessoa na internet. “A prática faz com que não existam fronteiras, uma vez que se torna muito difícil identificar os agressores por se valerem de apelidos, nicknames, nomes e perfis falsos”, descreve a advogada Christiane Faturi Angelo Afonso. 

Um dos ataques mais comuns, difundidos na rede, são cometidos por adolescente em ambiente escolar. De acordo com os dados da pesquisa TIC Educação 2017, do CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil, quatro em cada dez professores brasileiros (o equivalente a 40%), já ajudaram pelo menos um de seus alunos contra esse crime, fazendo do Brasil o segundo país no ranking mundial, com maior número de crianças e adolescentes que mais sofrem com o cyberbullying, perdendo apenas para a Índia. 

 Brasil conta com legislação para punir agressores de cyberbulling
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Dra. Christiane explica que o Brasil possui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, dentro da Lei 13.185/2015, que considera o bullying todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, causando dor e angústia à vítima. “Nos termos do parágrafo único do artigo 2º desta lei, ocorre o cyberbullying quando há intimidação sistemática na internet com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial dos mais diversos tipos, como exposição de fotos íntimas ou adulteradas”. 

A legislação estabelece uma série de ações para identificar e combater esse tipo de violência nas escolas. E no ano passado, houve uma alteração importante na LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação –, com a inclusão de um dispositivo que obriga as instituições educacionais a promoverem medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência. 

Por meio do Judiciário é possível obter decisões liminares para determinar a retirada de conteúdos da internet, informações dos responsáveis dos aplicativos, sites ou provedores, tais como os dados do usuário, inclusive para informar o IP de origem da informação. Para isso, é importante a vítima fazer um boletim de ocorrência e coletar todo o conteúdo da intimidação virtual”, aconselha a advogada.


40% dos usuários de cheque especial recorrem ao limite extra todos os meses, aponta pesquisa CNDL/SPC Brasil


20% dos brasileiros utilizaram cheque especial no último ano. Maioria não fez pedido de forma espontânea e 25% usaram dinheiro para pagar contas ou lidar com imprevistos. Maioria dos empréstimos pessoais ainda é feito em bancos tradicionais e 52% consideram juros abusivos


O cheque especial é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, mas nem por isso o consumidor brasileiro tem evitado usar esse limite disponível na conta, que muitas vezes é fácil de ser obtido. Uma pesquisa feita em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que, em cada dez brasileiros, dois (20%) recorreram ao cheque especial em algum momento nos 12 meses anteriores ao levantamento, percentual próxima aos 17% observados na mesma pesquisa do ano passado.

O levantamento ainda mostra que a maior parte (40%) dos usuários do cheque especial tem o hábito de utilizar o saldo extra todos os meses. Esse comportamento é ainda mais comum levando em conta as pessoas da classe C, D e E (48%). Outros 30% de usuários recorreram ao cheque especial a cada dois ou três meses e 27% pelo menos três vezes no ano.

O cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada, oferecida pelos bancos e, geralmente, utilizada de forma automática pelo cliente quando não há saldo suficiente para cobrir os débitos em sua conta bancária. Em média, os juros cobrados são de 320% ao ano, superiores inclusive ao cartão de crédito rotativo, segundo dados oficiais do Banco Central.

Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, por causa dos juros elevados, o cheque especial só deve ser utilizado em ocasiões emergenciais e durante períodos curtos. “É um erro incorporar o limite do cheque especial como parte da renda. Essa ilusão pode levar o consumidor a gastar mais do que o orçamento permite e ver sua dívida se transformar em uma bola de neve muito difícil de ser paga”, alerta Vignoli.
 

68% dos usuários de cheque especial não solicitaram crédito ao banco; 25% usaram limite para pagar contas ou lidar com imprevistos

De acordo com a pesquisa, apenas 24% das pessoas que usaram o cheque especial no último ano solicitaram o crédito de forma espontânea. A maior parte (68%) disse ter recebido o limite de forma automática ou a partir de uma oferta, sem a solicitação direta ao banco ou instituição financeira. Outra constatação é que somente três (33%) em cada dez usuários do cheque especial buscaram outras alternativas de crédito para conseguir o dinheiro que precisava antes de recorrer ao limite fornecido pelo banco.

A pesquisa revela que entre as motivações para recorrer a esse saldo extra, há um misto de falta de controle das finanças e eventos inesperados. Os imprevistos  com doenças ou compra de medicamentos (25%) e o descontrole no pagamento das contas (25%) foram as principais razões do uso do limite do cheque especial. Há ainda pessoas que apelaram a esse dinheiro porque estavam com pagamentos de contas a vencer (23%) ou porque foram surpreendidas com a necessidade de manutenção do automóvel ou moto (18%).

Outro dado que inspira preocupação é que 38% dos entrevistados não analisaram as tarifas e juros envolvidos, principalmente, porque precisavam do valor, independentemente dos custos (25%), não perceberam que entraram no cheque especial (7%) ou por falta de interesse (6%). Parte significativa (43%) desconhece o valor dos juros e taxas que os bancos cobram no cheque especial e mais de um terço (34%) ficou com o ‘nome sujo’ por não honrar com o pagamento.

Para Vignoli, o mau uso do cheque especial pode iludir o consumidor, que acaba pagando caro pela facilidade, praticidade e disponibilidade do recurso. “O consumidor tem de ter clareza de que o dinheiro incorporado ao seu saldo bancário não é seu. Se usar, terá de devolver, e pagando juros altíssimos, afinal, se trata de um tipo de empréstimo. Muitas vezes, as pessoas acabam sendo impulsivas ou ingênuas em aceitarem uma oferta sem analisar suas condições de pagamento”, alerta o educador do SPC Brasil.


21% dos que têm empréstimos em bancos ou financeiras usam dinheiro para despesas básicas; entrevistados têm, em média, 17 parcelas a pagar

Outra modalidade também investigada pela pesquisa foram os empréstimos feitos em bancos ou demais instituições financeiras. A constatação é que a maior parte dessas pessoas pega dinheiro emprestado para cobrir desarranjos orçamentários. Em 21% dos casos, o dinheiro serviu para honrar compromissos com despesas básicas, como água, luz, telefone, condomínio e estudos, por exemplo. O mesmo percentual de 21% foi para quitação de outras dívidas, como empréstimos, cartão de crédito e prestações de compras. Em seguida aparecem a reforma da residência (16%), viagens (16%) e pagamento de exames, remédios ou consultas médicas (12%).

De modo geral, 18% dos consumidores brasileiros contraíram algum empréstimo pessoal em banco ou financeira nos 12 meses anteriores à pesquisa e 14% fizeram uso do crédito consignado, modalidade em que as parcelas são descontadas diretamente do salário ou da aposentadoria. Em média, os entrevistados possuem dois empréstimos e estão com 17 parcelas a pagar.

Assim como no caso do cheque especial, o uso do empréstimo deve ser feito com cautela, afirma Vignoli. “Contratar um empréstimo pode ser a decisão certa quando o consumidor tem planos de longo prazo e está preparado para assumir um compromisso financeiro por vários meses sem desequilibrar o orçamento. Mas em muitos casos, antes de buscar um empréstimo, o mais adequado é tentar uma renda extra ou diminuir ao máximo as despesas mensais, cortando gastos supérfluo”, explica.


Bancos tradicionais respondem por 60% dos empréstimos; 19% não analisaram juros e 52% consideram taxas abusivas

No caso dos empréstimos, as instituições financeiras convencionais ainda representam a maior parte dos credores, embora as fintechs e os bancos digitais já ocupem um espaço relevante. Em cada dez entrevistados que utilizaram alguma modalidade de empréstimo no último ano, seis (60%) recorreram aos bancos tradicionais. Já 17% optaram pelo cartão de crédito, 13% buscaram financeiras, 11% os bancos digitais e 8% as fintechs de crédito.

A pesquisa mostra que um quarto (25%) dos entrevistados não tomou a iniciativa de contratar um empréstimo, mas recebeu uma proposta do banco ou financeira. Os que fizeram a solicitação de forma proativa formam 55% da amostra.

Um dado que desperta preocupação é que nem todos os consumidores que recorreram aos empréstimos deram a devida atenção às tarifas: 19% não analisaram o peso dos juros e das taxas cobradas nas operações contra 76% que agiram corretamente, e foram mais cuidadosos nesse sentido. Para 52%, as taxas são altas ou abusivas e 36% chegaram a ficar inadimplentes por atrasos nas prestações.

De acordo com a pesquisa, 28% dos entrevistados reconhecem negligenciar o controle do pagamento das prestações dos empréstimos, seja fazendo-o apenas de cabeça (17%) ou simplesmente ignorando a tarefa (11%). Já 68% fazem um controle adequado, principalmente por meio de anotações no papel (29%), planilhas (20%) ou aplicativos no celular (19%).


Metodologia

A pesquisa entrevistou 805 consumidores, sendo que continuaram a ser entrevistados somente aqueles que disseram ter utilizado cheque especial ou empréstimo. Todos os entrevistados são acima de 18 anos, de ambos os gêneros, todas as classes sociais e residentes das 27 capitais. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos percentuais para uma margem de confiança de 95%.

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