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terça-feira, 30 de outubro de 2018

Má adaptação de lente pode cegar


 Três em cada 10 brasileiros usam lente sem consultar um especialista e 16% não pode usar.


No Brasil 1 em cada 2 brasileiros precisa de correção visual e 2 milhões optam por lente de contato. O problema é que 30% dos que preferem as lentes de contato correm risco de complicações sérias na visão. Isso porque, um levantamento do oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier nos prontuários do hospital, mostra que é este o índice de pacientes que chegam aos consultórios usando lentes coloridas sem prescrição ou compradas com a receita dos óculos de grau. Para o médico o índice é tão alto porque a venda de lente de contato é  livre na internet e ópticas mesmo depois do CFM (Conselho Federal de Medicina) publicar resolução na qual determinou que a indicação, adaptação e acompanhamento de lentes de contatos são atos médicos "Só  quando aparece alguma complicação esta parcela da população consulta um oftalmologista" afirma. Uma lente mal adaptada, adverte. pode causar cicatriz e úlcera  na córnea com grande risco de perda da visão. Algumas pessoas só aparecem no consultório quando estão com sequelas definitivas nos olhos.   Para outras, comenta, uma pequena intercorrência que poderia ser resolvida com troca de material, melhor ajuste ao formato do olho ou prescrição de colírio  lubrificante. é o suficiente para o abandono do uso.
Prescrição e acompanhamento

Engana-se quem pensa que a prescrição só é necessária para lentes corretivas.. É indicada também nos casos de lente estética para trocar a cor dos olhos.

Queiroz Neto explica que a adaptação inclui análise da curvatura e relevo da córnea, exame de refração, avaliação do filme lacrimal, fundoscopia e de utilização de lentes teste independente da finalidade

Usar lente sem prescrição médica é um erro porque nem todos estão aptos, adverte. A estimativa é de que 16% dos brasileiros não podem. Quem tem alguma doença ocular externa, alergia, olho seco ou a borda da córnea irregular, salienta,  tem problemas com certeza se não passarem por avaliação e  acompanhamento.   

No outono, ressalta, o risco de desconforto com lentes de contato é maior. Isso porque, o aumento da poluição no ar desencadeia doenças alérgicas nas vias respiratórias que levam à alergia ocular em 70% dos casos.Quando surge alergia nos olhos, pondera, a recomendação é interromper o uso da lente até a completa recuperação.


Falhas comuns

O especialista diz que o uso de lentes vencidas ou durante o sono, quando a produção lacrimal tem uma redução de 50%, são as causas mais frequentes de úlcera de córnea. Estas duas atitudes aumentam o risco de contaminação em 10 vezes por reduzirem a oxigenação da córnea.

O perigo é ainda maior no calor por conta da evaporação da lágrima e proliferação de bactérias no ar. 

O erro mais comum na manutenção de lentes, ressalta, é comprar um litro de soro fisiológico para fazer a limpeza. Isso porque, soro não contém conservante e depois de aberto se torna um campo fértil para a multiplicação de bactérias e fungos. Por isso o uso de soro só está liberado se for comprado em embalagens de dose única. Ao primeiro sinal de desconforto - olhos vermelhos, dor, sensibilidade à luz, visão embaçada e sensação de corpo estranho – o especialista indica interrupção do uso e passar por consulta com um oftalmologista.
Prevenção

As recomendações do médico para prevenir a contaminação da córnea são:

·         Lavar cuidadosamente as mãos antes de manipular as lentes.

·         Utilizar solução higienizadora tanto na limpeza quanto no enxágüe das lentes e estojo.

·         Friccionar as lentes para eliminar completamente os depósitos 

·         Não usar soro fisiológico ou água na higienização

·         Retirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no cabelo

·         Colocar as lentes sempre antes da maquiagem

·         Guardar o estojo em ambiente seco e limpo

·         Trocar o estojo a cada quatro meses

·         Respeitar o prazo de validade das lentes

·         Jamais dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno.

·         Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e procurar o oftalmologista

·         Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas

·         Não entrar no mar ou piscina usando lentes.



9 Mitos e Verdades sobre o Estrabismo


Algumas pessoas apresentam problemas nos músculos que controlam os movimentos oculares. Assim, os olhos podem se desviar para dentro, para fora, para cima e para baixo, levando ao estrabismo, condição que atinge de 2 a 5% das crianças e que pode afetar de forma irreversível a visão.

Com a ajuda da oftalmopediatra, Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo, fizemos uma lista com 9 principais mitos e verdades sobre o estrabismo. Confira:



1- O estrabismo é simplesmente uma questão estética. Mito ou verdade?

Mito. Ao contrário do que se possa pensar, o estrabismo é uma condição que precisa de tratamento, pois pode afetar a visão de forma irreversível quando a criança desenvolve a ambliopia, mais conhecida pelo termo “olho preguiçoso”. Quase metade dos casos de ambliopia tem relação com o estrabismo não tratado, que afeta a visão binocular. A retina capta duas imagens (uma de cada olho) e as envia para o cérebro, que as une em uma única imagem. Entretanto, na criança com estrabismo, o cérebro recebe dois estímulos visuais diferentes e escolhe a melhor imagem.

Essa supressão por tempo prolongado, durante o período considerado crítico para o desenvolvimento visual, que é por volta dos dois anos de idade, e que se completa por volta dos sete, pode levar à supressão irreversível, ou seja, o cérebro irá continuamente favorecer o olho com a melhor visão, reduzindo a capacidade visual do olho afetado. Assim, a criança não irá desenvolver a visão binocular, fundamental para ver imagens em 3D, profundidade e maior campo visual.  



2- Estrabismo também pode ser operado adultos. Mito ou verdade?

Verdade. O estrabismo pode ser corrigido por meio de cirurgia em bebês, crianças e adultos. Lembrando que o estrabismo causado pela hipermetropia não tem indicação cirúrgica. Outro ponto importante é que nas crianças, o ideal é operar antes dos sete anos de idade, para evitar danos na acuidade visual, principalmente na visão binocular. Já nos adultos, há evidências na literatura atual de melhora na visão binocular, entre outros pontos, sugerindo benefícios físicos e psicológicos da cirurgia.



3-Tampão trata estrabismo? Mito ou verdade?

Mito. Essa é uma dúvida muito comum no consultório. O tampão não é usado para tratar o estrabismo. Ele é usado para prevenir a ambliopia, mais conhecida como olho preguiçoso. O que ocorre é que a criança com estrabismo tende a usar mais o olho saudável em detrimento do olho que apresenta o desvio. Isso pode diminuir ou afetar a acuidade visual, levando a diferenças importantes na visão. O tampão é usado para treinar a visão dos dois olhos e para prevenir a ambliopia. O único tratamento para o estrabismo é cirúrgico ou com lentes corretivas, no caso do estrabismo causado pela hipermetropia.



4-Todo tipo de estrabismo precisa pode ser operado. Mito ou verdade?

Mito. Quase todos os tipos de estrabismo podem ser operados. Entretanto, o estrabismo causado pela hipermetropia não tem indicação cirúrgica. Isso porque o olho se desvia devido ao grau deste erro refrativo. Assim, quando o grau é corrigido por meio das lentes, o desvio desaparece. Portanto, nestes casos, não há indicação cirúrgica, mas sim indicação para uso de lentes corretivas. É chamado de estrabismo acomodativo.



5-Crianças com síndrome de Down têm mais risco de ter estrabismo. Mito ou verdade?

Verdade. Cerca de 20% das crianças com Down apresentam o estrabismo. A maior parte, cerca de 40%, apresenta o estrabismo acomodativo causado pela hipermetropia.



6-Em bebês, o desvio dos olhos é normal. Mito ou verdade?

Mito. Até os 3 meses, os bebês podem apresentar algum grau de imaturidade visual e apresentar algum desequilíbrio variável no alinhamento dos olhos. Mas, desvios bem estabelecidos e fixos desde o nascimento não mudam e indicam o estrabismo. Portanto, o ideal é levar o bebê em um oftalmopediatra para uma avaliação mais apurada.



7- Estrabismo em adultos pode ter relação com doenças neurológicas. Mito ou verdade?

Verdade. O estrabismo que aparece na vida adulta pode ter várias causas, dentre eles como uma manifestação ocular de uma doença neurológica, por exemplo. Ou ainda de doenças musculares, da tireoide, entre outras.



8-Estrabismo pode ter relação com atrasos no desenvolvimento? Mito ou verdade?


Depende. Na maioria dos casos não há nenhuma relação. Entretanto, o chamado estrabismo divergente constante, ou seja, aquele em que a criança desvia o olho para fora, em direção à orelha, de forma constante, precisa ser investigado. Isso porque pode estar associado à paralisia cerebral ou a outras complicações no parto.



9- O uso de óculos trata estrabismo. Mito ou verdade?

Depende: O uso de óculos trata o estrabismo quando ele é considerado acomodativo e quando há desvio por embaçamento visual, principalmente causado pelo astigmatismo. O uso de óculos também trata o estrabismo causado pela hipermetropia. Nos demais casos, o tratamento padrão é a cirurgia para corrigir o desvio.

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