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terça-feira, 30 de outubro de 2018

Paz familiar é a melhor homenagem à memória das pessoas queridas


Em Dia de Finados é pertinente refletir sobre a importância da harmonia como reverência e homenagem à memória daqueles que se dedicaram às suas famílias ao longo da vida. Um dos fatores que mais geram conflitos e demandas judiciais refere-se à herança. Há muitos casos de discordâncias e desentendimentos em torno dos bens e direitos deixados pelo falecido. Porém, quanto falta planejamento sucessório, a falta de acordo, o que é muito comum, faz com que todos saiam prejudicados, porque as ações judiciais podem durar muitos anos, impedindo que se usufrua da herança, além de criar inimizades.

É preciso considerar o quanto seria doloroso para alguém que lutou durante toda a vida para deixar algo para as pessoas que amava vê-las brigar pela disputa do seu patrimônio. Além das razões sentimentais, que são valores importantes, é preciso considerar a questão prática, porque o litígio costuma deixar os bens indisponíveis para todos enquanto não houver decisão definitiva da Justiça. 

Uma forma de eliminar esses conflitos é o planejamento sucessório, que pode evitar divisões incompatíveis com o perfil dos futuros herdeiros e litígios entre eles após a morte do titular dos bens e direitos. Sempre que possível, deve-se recorrer a um advogado especializado em Direito de Família e Sucessões para que oriente esse processo, de modo que ele atenda aos dispositivos legais e produza resultados eficazes quanto à justa divisão do patrimônio, em especial no sentido de evitar litígios.

O planejamento sucessório é feito em vida pelo autor da herança, ou seja, por quem tem o patrimônio, por meio de doações antecipadas ou pela lavratura de testamento. A medida, além de cultivar a paz e evitar discórdias, elimina os demorados processos de inventários.

A melhor homenagem que se poderia fazer à memória de uma pessoa querida seria evitar que o fruto de seu trabalho venha a ser objeto de discórdia e brigas na família, mas, sabendo-se que isto está muito longe dos seres mortais, recomenda-se aos vivos o planejamento sucessório.







Regina Beatriz Tavares da Silva - Presidente da Associação de Direito de Família e das Sucessões (ADFAS). Doutora em Direito pela USP e Advogada


Ouve-se: é uma princesa... é um príncipe...


Ao chegarmos ao mundo vamos sendo carimbados: é bela, parecida com a tia, é a cara da avó, é igual ao pai, é uma princesa, é um príncipe... Na escola, outros carimbos virão: estudiosa, inteligente, futuro brilhante ou ao contrário não tem futuro. Entre os amigos, no grupo social, e assim, por viver tantos timbres, um dia a casa cai: aquela do timbre não sou eu!

Muitas de nós experimentaram a vida observando uma a uma as indicações das etiquetas, porém, sente que errou o caminho – não era aquele – aquela não sou eu: surge a crise! E agora? O que fazer?

No início a família, os irmãos, os amigos, os colegas são corrimãos a apoiar nossos passos incertos, mas após alcançada certa maturidade, nossa inteligência impõe-se criativa, naturalmente sem desorganizar o precedente em modo danoso a si ou aos demais.

Adaptações constantes aos timbres não nos convém, pois estes no geral refletem mais quem os colocou do que a minha real natureza. Tantas vezes nos acomodamos, tomamos a estrada mais curta e asfaltada, não era aquela e por isso a vida não funciona para nós.

O processo de globalização em curso, refere o filósofo Antonio Meneghetti, se de um lado contribui para estender a cultura cibernética que pode produzir danos, por outro lado significa uma ocasião para mostrar um horizonte mais amplo, novas provocações criativas em que se  dá cultura e responsabilidade para a contínua criação dos outros: “o terciário da globalização rompeu os freios das defesas tradicionais do núcleo familiar, aportando em troca notáveis vantagens e instrumentos para os indivíduos”.

Aí está a ocasião de aprender a ver-se, desinvestir-se as antigas marcas e jogar fora as memórias do passado, porque a vida é sempre ativa, está sempre renovando. Nesse momento, segundo a obra Feminilidade como Sexo, Poder e Graça, sentimos o frescor da existência e logo já somos outra pessoa: adquire-se uma nova roupagem que faz começar um profissionalismo diverso.

Observo então o meu mundo que se expande, que fica mais rico e sinto aquela alegria, razão do meu viver. Eis o momento para desenhar o meu itinerário evolutivo que não somente é possível como já está previsto pelo projeto base da natureza.

Não, não sou um príncipe ou uma princesa, mas como refere Carl Rogers: aquilo que sou é suficiente se realmente consigo sê-lo.

O momento é agora queridas amigas! Ao sucesso!







Alice Schuch - doutora em gêneros, pesquisadora, palestrante e escritora sobre o universo feminino


Será que minha ansiedade é normal ou patológica?


A ansiedade ajudou nossos ancestrais a sobreviverem em um ambiente hostil, repleto de perigos. Entretanto, milhões de anos depois, em um mundo aparentemente mais seguro, a ansiedade se tornou um problema para grande parte da população.

E o Brasil é o país com o maior número de pessoas com transtornos de ansiedade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 23,9% dos brasileiros apresentam algum tipo de transtorno ansioso.


Mas, afinal, quando a ansiedade passa de um sentimento comum e vira um transtorno mental? Segundo a neuropsicóloga Thaís Quaranta, todas as pessoas podem se sentir ansiosas, em diferentes níveis, em diversas situações ao longo da vida.  
 
“A ansiedade é um sentimento comum que pode surgir antes de uma viagem, de uma reunião importante, antes de uma prova, no dia do casamento, do nascimento de um filho, entre outras situações. O que pode indicar que ansiedade está fora do controle ou se tornou patológica é quando ela interfere nas atividades e impede que a pessoa trabalhe, estude, saia de casa, entre em avião, vá a um supermercado. Ou seja, quando causa prejuízos importantes na capacidade funcional do indivíduo”, explica Thaís.

Outra questão importante levantada pela neuropsicóloga é 
que os critérios para o diagnóstico de um transtorno ansioso levam em consideração não só os prejuízos funcionais, como também o tempo de manifestação dos sintomas. “Os sintomas precisam estar presentes na maioria dos dias, por pelo menos seis meses ou mais, com danos na vida profissional, acadêmica, familiar e social”, comenta. 


Ansiedade: mil e uma formas 

A ansiedade patológica pode se manifestar de diferentes maneiras. Os transtornos ansiosos mais conhecidos são o Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG), o Transtorno do Pânico (TP), o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), o Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) e as Fobias, como a Agorafobia e Fobia Social. 

“Todos os transtornos ansiosos têm manifestações semelhantes. Normalmente, a ansiedade e o medo são desproporcionais aos estímulos. Surgem sem motivos aparentes, comprometem o bem-estar e a qualidade de vida, assim como são acompanhados por sintomas físicos", explica Thaís.

"Um bom exemplo são as pessoas com Transtorno do Pânico, que costumam procurar o pronto-socorro com sintomas de um ataque cardíaco, como batimentos acelerados, sudorese, tontura, enjoo, formigamento nos braços, entre outras manifestações físicas”, cita a especialista.



Medo x Ansiedade

“O medo é mais restrito a situações externas e específicas, como andar de avião, por exemplo. A ansiedade é uma antecipação de uma ameaça e não está ligada a situações externas, nem a algo específico, é mais vago. Porém, os dois sentimentos podem aparecer juntos, de acordo com o tipo de transtorno ansioso. Na verdade, um pode levar ao outro”, ressalta Thaís.

Outras manifestações que podem indicar um transtorno ansioso são cansaço crônico, irritabilidade, inquietação, insônia, dores musculares, problemas gástricos, falta de memória e concentração.

“É importante citar que a ansiedade leva o cérebro a realizar milhões de conexões neurais desnecessárias, com pensamentos muito rápidos e elevado nível de estresse. Por isso, a pessoa pode se sentir mais cansada, esquecida e com maior dificuldade em reter novas informações, por exemplo”, diz a neuropsicóloga.



Abordagem Cognitiva Comportamental

Após o diagnóstico, há diversas maneiras de tratar os transtornos ansiosos. Porém, é muito importante que além de medicação, o paciente realize algum tipo de psicoterapia. Atualmente, a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é uma das abordagens terapêuticas mais indicadas para tratar os transtornos da ansiedade
“A TCC busca mudar ou eliminar os pensamentos disfuncionais, para alterar os padrões de comportamento. A terapia também fornece recursos para que o paciente consiga reduzir o grau da ansiedade e enfrente as situações para devolver sua capacidade funcional e melhorar a sua qualidade de vida como um todo”, encerra Thaís.


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