20 minutos de exercício físico diário é o
suficiente para contribuir para melhores respostas ao tratamento convencional
da doença
Com a correria do dia a dia, as pessoas estão dando
menos atenção à quantidade de exercícios físicos que o corpo necessita – e as
consequências disso geram impactos diretos no aumento dos índices de casos de
câncer. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 80% dos
casos de surgimento de tumores malignos estão relacionados ao nosso modo de
vida, sendo o sedentarismo um dos principais protagonistas destas estatísticas.
Outro dado que reforça essa percepção vem de uma
pesquisa realizada pelo JAMA Internal Medicine que apontou que atividades
físicas regulares em níveis moderados podem reduzir o risco de desenvolvimento
de 13 tipos diferentes de câncer dos 26 analisados.
Segundo Daniel Gimenes, oncologista do Centro
Paulista de Oncologia (CPO) - Grupo Oncoclínicas, é preciso lembrar que mesmo
após o diagnóstico de câncer de mama, os exercícios físicos exercem um papel
preponderante para a saúde da mulher e evolução positiva do tratamento. "O
incentivo à prática constante de atividades físicas e ingestão de alimentos
saudáveis surgem não apenas como iniciativas essenciais para frear os índices
aumentados da doença como também forma de potencializar o processo de
tratamento para mulheres com câncer de mama. Pesquisas científicas sugerem que
indivíduos com esse perfil apresentam taxas de sobrevivência maior ao câncer
cinco anos após o diagnóstico", diz o especialista.
O oncologista explica que é importante oferecer à
paciente a oportunidade de 150 minutos de atividade física semanal, ou seja, 20
minutos por dia. "O movimento regular faz com que sejam eliminadas do
sangue as moléculas de gordura, chamadas de lipídios, que servem como forma de
alimento para as células tumorais. Isso significa que os exercícios dão um
suporte extra para que o corpo possa combater o inimigo, reduzindo suas chances
de crescimento", afirma o Dr. Daniel.
Essa melhora nos índices de resposta contra o tumor
de mama pode ser obtida a partir de mudanças leves na rotina com a adoção de
atividades aeróbicas simples, como caminhada, corrida, bicicleta e dança, por
exemplo. Outras formas de movimento do corpo como a yoga também são
recomendadas. "A prática de movimentos libera substâncias como a
endorfina, hormônio responsável pela sensação de bem-estar, além de contribuir
efetivamente para a redução das dores crônicas, fadiga, estresse e melhora no
sono", diz o oncologista do CPO.
Ainda de acordo com ele, tais benefícios
oncológicos derivados da prática de exercícios contribuem para a diminuição no
risco de recidiva da doença. "Ao colaborar para o controle e redução de
peso, a paciente estará também reduzindo as chances de retorno do tumor, já que
o sobrepeso e a obesidade são fatores que levam à maior chance de
recidiva", frisa o Dr. Daniel. Outro ponto importante é que a atividade
física pode proporcionar a melhora da autoestima da paciente. Contudo, o
especialista lembra que a prática não substituí o uso de medicamentos
específicos para controle da doença, devendo ser entendido como um aliado.
"Consideramos os exercícios como um
complemento dos tratamentos convencionais de quimioterapia, radioterapia,
hormonioterapia ou cirurgia de retirada da mama. Dr. Daniel destaca que, embora
a atividade física seja importante durante o tratamento de câncer de mama, é
essencial que seja praticada respeitando as limitações da paciente. "Se a
mulher está sedentária durante anos, não é recomendado que comece com um treino
pesado. Todo movimento é benéfico ao corpo e cabe à equipe multidisciplinar
envolvida nos cuidados com a paciente orientar sobre as opções adequadas
conforme o histórico pessoal", finaliza o especialista.
Grupo
Oncoclínicas