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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Outubro Rosa: A luta pela autoestima


 O golpe das transformações corporais vividas depois do diagnóstico é duro


Quem é que não gosta de se olhar no espelho e sentir linda, não é mesmo? Uma roupa nova, um penteado diferente, uma make bonita podem aumentar a nossa autoestima e nos deixar confiantes e felizes. Porém, para as mulheres que, infelizmente, enfrentam o câncer de mama, a realidade pode ser bem diferente.

O baque inicial de receber uma notícia com um diagnóstico positivo para a doença com certeza mexe muito com o psicológico, mas quando a mulher se dá conta de que poderá perder a mama e provavelmente os pelos de todo o corpo o choque é bem maior.

“Os seios e os cabelos são símbolos de feminilidade na nossa sociedade. Por isso, para as mulheres é muito difícil conviver com essa perda. É como se elas perdessem o poder e a autoestima despencasse”, conta a psicanalista e diretora da Escola de Psicanálise de São Paulo, Débora Damasceno.

Algumas mulheres após a retirada da mama não gostam mais de se olhar no espelho, não deixam mais os parceiros ver e algumas vão além e não têm mais contato sexual. Isso acontece por medo da rejeição e também por vergonha à nova realidade.

Freud tem uma concepção do que somos como seres humanos que congrega corpo e mente. Com isso temos que dores e marcas corporais podem determinar uma visão deletéria sobre si mesma e sobre o mundo ao seu redor ou não. A cicatriz de mastectomia vai ser vista por algumas mulheres como símbolo de força e de vontade de viver e por outras como vergonha e perda da feminilidade.

“Durante o tratamento nós, paciente e profissional, nos questionamos a respeito da feminilidade e suas formas e sobre o que é saúde e bem-estar para ela (a Paciente) para além do que lhe foi delegado como obrigação familiar e social. O convite é para desenvolver um jeito próprio de ser mulher, talvez não tão feminina assim, que talvez não passe por cílios e cabelos, mas um jeito seu, único. A doença, a proximidade da morte que a palavra câncer associa, é lida, por muitas mulheres, como um convite para assumirem a direção da própria vida”, conclui Debora Damasceno.

Muitas vezes os monstros da rejeição e ‘olhares tortos’ estão apenas na cabeça, e as pessoas ao redor só querem ajudar, mas antes de tudo, elas precisam se sentir seguras para enfrentar a vida novamente após o câncer.




Mulheres e o Câncer: trocas de experiências viram livro e projeto de apoio


Inspire SER incentiva troca de experiências e novas perspectivas no enfrentamento da vida e da doença


Um diagnóstico de câncer e o tratamento que o sucede obrigam as pessoas a mudar suas vidas em torno da luta pela sobrevivência. E, muitas vezes, a energia gasta em consultas, exames, cirurgias e quimioterapia abala não somente o físico, mas também o emocional dos pacientes.

Então como lidar com esse turbilhão de sentimentos e novas perspectivas nesse momento? O que fazer após o diagnóstico? Interessada em ajudar outras mulheres a responder tais perguntas e encontrar a ressignificação para continuar, a coach Carine Cidade criou em 2017 o projeto Inspire SER a partir de sua própria experiência de vida. Em 2004, aos 28 anos de idade, ela enfrentou a doença e passou por dilemas comuns às pessoas que vivenciam esse processo.

Inicialmente Carine reuniu um grupo de mulheres acometidas pelo câncer, que passaram a se reunir no Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB). "Apresentei ao Grupo Oncoclínicas a proposta de fazer coaching com algumas pacientes, tentando dar novas perspectivas e buscar o sentido da vida para essas mulheres que foram diagnosticadas com câncer", conta ela.

Sob sua supervisão, as mulheres tiveram uma série de encontros mensais trabalhando muitos temas e, em um deles, tiveram a ideia de deixar um legado para inspirar outras mulheres com suas histórias. Assim nasceu a obra literária Inspire Ser – Mulheres e o Câncer, que reúne dez pacientes protagonistas de histórias inspiradoras. Para realizar esse trabalho, o grupo passou por dez oficinas de Comunicação e Criatividade coordenadas por Jacqueline Moreno, jornalista, organizadora e editora do livro, e contou com a participação de diversos profissionais, médicos e artistas. Durante as oficinas, as dez protagonistas compartilharam experiências pessoais que deram vida aos oito capítulos. Pensamentos, sentimentos, emoções e preocupações e tantos temas muitas vezes ignorados nas conversas com médicos e que vão além da preocupação em tratar a doença.

"Tivemos uma oficina em cima de trabalhos como mapa de Empatia e Lego Serious Play refletindo sobre nossa missão ao contar as nossas histórias. Depois trouxemos Barbara Borba, uma talentosa atriz, que trabalhou corpo e voz e também falamos da experiência de escrever como forma de botar para fora o que sentimos. Acompanhando isso de perto vi o quanto era necessário falar sobre a história pessoal envolvendo físico, emoção, espírito, sentimentos e expectativas e deixar que a história médica fosse contada e tratada pelos especialistas", testemunha a coach.

As experiências vivenciadas em dez encontros acabaram dando origem ao livro "Inspire Ser – Mulheres e o Câncer", que reúne relatos das integrantes dos encontros realizados no NOB. Nele, mulheres de diversos perfis compartilham histórias com temas como relacionamentos, carreira, espiritualidade, sexualidade e família.

"Quando a ideia do projeto literário tomou forma, a oncologista Clarissa Mathias, do NOB, sugeriu convidarmos outros profissionais do Grupo Oncoclínicas a participarem do processo de composição da obra. A ideia foi rapidamente aceita e, partir dessa união de forças, especialistas das diferentes unidades passaram a colaborar ativamente com os conteúdos, indicando dados importantes, como estatísticas que mostram as iniciativas propostas pelo projeto, como a meditação. Além disso, buscando outros especialistas, até internacionais, como Shiri Ben Arzi - co-fundadora da metodologia de Medical Coaching que tem como propósito a restauração do paciente no processo de lidar com a doença", contextualiza Carine.


Histórias que curam histórias

A partir da experiência literária com pacientes na Bahia veio a proposta de expandir a iniciativa para outros territórios, o que levou ao surgimento de um modelo de replicação do projeto para todo o Brasil. Assim, o Inspire Ser já está sendo levado a outras cidades e, a partir de encontros via videoconferência, passará a reunir periodicamente pacientes nas diferentes unidades do Grupo Oncoclínicas, ampliando as trocas e debates, uma ideia que promete melhorar a vida de mulheres em todo o país.

"É extremamente importante criar esse conceito de que existe uma vida depois do diagnóstico e que essa vida pode ter uma qualidade até melhor que antes se a pessoa souber aproveitar os ensinamentos adquiridos durante o processo", afirma a oncologista Clarissa Mathias. "É inacreditável como a maioria das pessoas consegue se reinventar após o tratamento e seguir", completa.

"Sabemos que inspirando essas mulheres, as pessoas do seu entorno serão inspiradas", conclui Carine.




GRUPO ONCOCLÍNICAS
www.grupooncoclinicas.com

PREVENÇÃO AO CÂNCER BUCAL




A doença atinge em torno de 14 mil brasileiros, por ano


Pouco conhecido, e geralmente diagnosticado tardiamente, os casos de câncer bucal vem aumentando ano a ano e segundo o INCA, (Instituto Nacional de Câncer), para 2018 há uma estimativa de 14.700 novos casos, sendo mais de 11 mil, em homens. 

E assim como qualquer incidência de câncer, seus primeiros sintomas costumam passar despercebidos e podem ser confundidos com um pequeno machucado ou com uma afta indesejada. Desta maneira, a visita regular ao dentista pode contribuir para o diagnóstico inicial. “Com um bom trabalho é possível notar a diferença entre uma boca saudável e uma com necessidade de cuidados especiais, por isso, nós dentistas podemos orientar os pacientes” – resume o cirurgião dentista Helio Cano, coordenador da campanha e representante do Grupo Qualidade em Saúde neste evento.

Para detectar estas anomalias, os dentistas utilizam uma microcâmera que aumenta em até sessenta vezes a imagem da boca do paciente, tornando visível o que seria muito difícil visualizar a olho nu. “Essas imagens fazem muita diferença no diagnóstico dos nossos pacientes, seja para detectarmos simples problemas bucais ou até mesmo, doenças mais graves” – resume. 

Vale lembrar que para garantir dentes fortes e saudáveis em qualquer idade, a escovação deve ser feita todos os dias, principalmente após as refeições (café da manhã, almoço e janta), com uma escova de dentes de cerdas macias (para evitar lesões nas gengivas), pasta de dente com flúor e principalmente, fazendo o uso do fio dental. “Um grande desafio é fazer com que uso do fio dental se torne rotina. Por ele exigir tempo e paciência, muitas vezes é deixado de lado” – finaliza.





Dr. Hélio Cano - Especialista em prótese e reabilitação oral. É cirurgião dentista e membro da ADA (American Dental Association). Possui pós-graduação em implante, odontologia estética e lentes de contato. É também diretor clínico e idealizador da Prez Odonto. Saiba mais em: www.prezodonto.com.br. Ele pode abordar qualquer assunto sobre trato bucal, como escovação, caries, dores e etc.


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