Popularmente
conhecidos como “caroços no punho”, os cistos sinoviais são o tumor benigno
mais frequente da mão, ou seja, a causa mais comum de aparecimento de nódulos
ou tumorações nesta região. O dorso do punho é o local mais comumente afetado,
seguido pela região palmar do punho e dedos.
A
teoria mais aceita para a origem do problema descreve a formação de uma
“bexiga” de sinóvia - líquido viscoso, alcalino e transparente que se encontra
nas articulações - causada por uma degeneração da cápsula articular do punho,
tecido que recobre os ossos formando as juntas.
Os
cistos sinoviais são mais frequentes no sexo feminino, e a maioria dos casos
surgem entre os dez e os trinta anos de idade. O aparecimento pode estar
relacionado a um evento traumático em até um terço dos casos, mas na maioria
das vezes, ocorre sem motivo aparente.
Segundo
o presidente da Sociedade
Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Milton Pignataro, o tratamento varia de
acordo com o tamanho e localização dos cistos. Os cistos muito pequenos (<
0,5 cm) são mais difíceis de serem puncionados e se assintomáticos, não
necessitam de qualquer intervenção.
Nos
cistos muito pequenos ou localizados nos dedos ou palma das mãos, a punção é
mais difícil e menos efetiva. Nestes casos, quando o paciente sente dor, é
recomendado a ressecção cirúrgica dos mesmos. Também está indicada a cirurgia
nos cistos maiores que recidivaram após punção prévia.
A
punção de cistos maiores é possível e resolve o problema definitivamente em
cerca de 50% dos casos. Ela pode ser realizada no consultório com segurança,
além de ser pouco dolorosa. O cisto é puncionado diretamente com uma agulha e
seringa, procurando-se retirar o líquido viscoso e amarelo claro, muito
parecido com um gel, que recheia o cisto. Após seu esvaziamento, a injeção de
um corticoide em seu interior (no mesmo ato da sua punção) diminui a taxa de
recidiva e é recomendada.
“Geralmente
os pacientes procuram o consultório devido a um pequeno nódulo que aparece sem
qualquer motivo e vai aumentando de tamanho progressivamente. É muito comum o
paciente relatar que ele diminui quando o punho é menos solicitado e aumenta
quando o paciente realiza atividades forçadas ou movimentos repetitivos”,
afirma o Dr. Milton Pignataro.
Cirurgia
A
cirurgia para retirada do cisto é relativamente simples e muito segura,
resolvendo o problema em cerca de 90% dos casos. O cisto pode voltar a se
formar em cerca de 10% dos casos e a recidiva pode estar relacionada a uma
ressecção incompleta da base do cisto.
A
ressecção artroscópica é bem indicada nos casos de cistos com um componente
intra-articular importante e é uma alternativa menos invasiva à técnica aberta
tradicional.
Vale
lembrar que os cistos não são nódulos cancerígenos e não se espalham para
outras áreas.
Sociedade Brasileira de Cirurgia
de Mão (SBCM)
http://www.cirurgiadamao.org.br/