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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Consumidor dita as tendências no mercado de beleza


O mercado de beleza e cosméticos é um dos que mais cresce no Brasil. Com uma população cada dia mais exigente e com demandas pulsantes, a indústria e os serviços desse setor precisam se reinventar de maneira dinâmica e constante. De acordo com a Euromonitor International, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial no consumo de cosméticos, ficando atrás apenas de Estados Unidos e Japão. No mercado interno, o setor de beleza está entre os dez principais segmentos do varejo e, claro, isso não é apenas mérito das mulheres. No nicho específico de cosméticos para o público masculino, o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo.

Recentemente, participei da Cosmoprof Bolonha, a maior feira mundial do setor de cosméticos. Um dos destaques observados por lá é justamente o crescimento do setor de beleza masculina, o chamado men’s grooming. Ainda que em escala menor ao universo feminino, já é possível observarmos linhas de cremes e tratamentos pensados exclusivamente para os homens. A variedade de perfumes, desodorantes e cosméticos pré e pós-barba cresce a cada dia - e muito em função de atender uma demanda que antes era ignorada.

Por falar em barba, ela tem sido a protagonista dessa mudança e assumiu ares de referência de beleza e vaidade. O segmento men’s grooming tem ganhado tanta força que não faltam oportunidades de negócios e surgimento de startups nesse segmento. Nos últimos anos, observamos nos grandes centros o surgimento de barbearias à moda antiga. Tem cadeira com estofado de couro, decoração característica, navalha especial, shampoo com essência de cerveja, tônico de crescimento e uma lista de cosméticos e tratamentos de dar inveja a qualquer salão de beleza feminino.

Outra tendência fortíssima da Cosmoprof Bolonha é o segmento de produtos naturais e orgânicos. Impulsionada pela macrotendência de saúde e alimentação natural, no segmento de beleza já começa a se consolidar opções de produtos para o corpo, pele e cabelo que são desenvolvidos com ingredientes mais conectados a esse estilo de vida. O fato é que os consumidores estão preocupados com a saúde, e nesse sentido os produtos naturais ganham muito mais pontos do que os produtos recheados de químicas pesadas.

Dentro desse nicho existem duas demandas diferentes, mas que são correlatas, produtos de origem orgânica e produtos naturais. A diferença básica é que os produtos naturais não sofrem - ou possuem muito pouca - interferência química. Eles são extratos e princípios ativos naturais com mínimos processos industriais. Enquanto isso, produtos orgânicos são certificados por órgãos reguladores e só utilizam compostos de origem orgânica em sua composição.

As empresas também estão sendo pressionadas a serem cada dia mais transparentes em relação ao seu processo de produção. Os consumidores querem saber exatamente o que estão consumindo, exigem que a composição de ingredientes esteja no rótulo e de uma maneira que ele consiga entender. Essa transparência precisa permear as organizações, muito além de estampar na embalagem e no marketing dos produtos o propósito de saúde e beleza. É preciso que isso faça parte do core business da companhia. 

Nesse sentido, selos de qualidade, que atestam a qualidade em produtos e processos, além de embalagens alinhadas a essa tendência natural foram os destaques durante a feira. Por falar em embalagens, essas estão cada dia mais conscientes. Elas recebem uma roupagem e design alinhados com o propósito e o conceito de sustentabilidade que está sendo empregado em seus materiais. Algumas empresas, inclusive, estão investindo em componentes que sejam fáceis de reciclar e em substâncias biodegradáveis. Mesmo sendo alternativas mais caras, tudo isso serve para suprir as expectativas desses consumidores.

É possível notar outras três tendências em relação a embalagens. A primeira é o tamanho. A maioria das empresas está lançando o mesmo produto em dimensões diferentes e embalagens mais compactas, que é a bola da vez. O ciclo de vida da embalagem também está sendo pensado e observado pelas empresas de cosméticos. Mais uma vez para atender a expectativa dos clientes com relação a sustentabilidade.

Mas, o que realmente me surpreendeu foram as tendências de smart package. Esse é um conceito de interação entre online e offline que as companhias estão propondo em suas embalagens. A ideia é fazer o consumidor, munido de seu aparelho celular, interagir com o universo do produto ainda no ponto de venda. Essa é uma característica das “embalagens do futuro”. Imagine aplicar um QR Code no rótulo e, quando acessado, o consumidor vê o storytelling por trás da formulação do produto. É uma experiência que pode enriquecer a vivência do cliente, fazê-lo interagir com a marca, experimentar o resultado e, por que não, criar empatia pelo processo de produção. A novidade foi tão impactante que já estamos trabalhando no desenvolvimento de um book institucional que proporciona a interação entre o mundo on e off por meio do QR Code.

O que mais me chamou atenção é que todas as tendências são na verdade resultado de uma pressão que as empresas já estão vivendo em seus mercados, por causa das mudanças no comportamento do consumidor, que está cada dia mais antenado, bem informado e exigente. O Brasil é um dos países que mais desenvolve tecnologia e soluções de beleza para pele negra, por exemplo. Não é para menos, uma vez que metade da nossa população é afrodescendente. Assim, a indústria apenas responde às demandas do consumidor.

Para crescer, basta ter um olhar atento isso. É incrível o quanto uma indústria pode crescer e se aprimorar baseada em inovação para as tendências de seu mercado. O desafio é tangibilizar essas informações e transformar dados em negócios. Tirar do mundo das ideias e trazer para o real, podendo aplicar a informação à fim de realizar o planejamento estratégico da empresa, é o que realmente vai fazer a diferença para esse mercado.






Ricardo Bertoni - publicitário pós-graduado em design. É diretor de arte na Mazzaferro Color Charts, referência no segmento de cosméticos. O profissional tem estudado inovações no mercado de beleza e participando das principais feiras globais do setor.

Empresas brasileiras preferem perder transações legítimas a correr o risco de sofrer fraude, mostra pesquisa da Experian


Percentual de companhias dispostas a perder negócios (80%) é o maior entre os onze países participantes do levantamento; 77% estão interessadas em adotar medidas de segurança mais avançadas que não impactem a experiência do consumidor


Uma pesquisa feita pela Experian (Relatório Global de Fraude e Identificação 2018) mostra que 80% das companhias brasileiras preferem perder transações legítimas a correr o risco de sofrer uma fraude. O percentual é o maior entre os onze países consultados (em seguida, vem os Estados Unidos, com 73%, e a China, com 72%). 

Além disso, a pesquisa também aponta que o percentual de empresas nacionais que acreditam que a imagem de sua marca é prejudicada quando uma transação legítima é declinada por suspeita de fraude é um dos menores do mundo (57%), ocupando o sexto lugar no ranking, atrás de Índia (74%), África do Sul (70%), Singapura e China (63%), Espanha (62%) e Estados Unidos (60%).

“Os dados reforçam a ideia de que as empresas brasileiras estão dispostas a aumentar suas barreiras de segurança para prevenir fraudes e evitar perdas”, avalia Luiz Junqueira, diretor de Decision Analytics da Serasa Experian. A pesquisa foi feita entre os meses de junho e agosto de 2017 e consultou 500 empresas de onze países, além de 5.500 consumidores.

O material também revela que, globalmente, mais de dois terços (67%) das empresas acredita que uma transação fraudulenta aprovada gera mais custos do que uma transação legítima negada. O material pode ser baixado gratuitamente no site da Serasa Experian neste link.


Identificação dos clientes

As empresas precisam identificar melhor seus clientes para ajudar a combater fraudes on-line, ainda de acordo com a pesquisa. Os líderes empresariais concordam que, se fossem mais precisos na identificação dos consumidores, evitando negação de transações legítimas, veriam aumento de receita. Além disso, 84% das empresas no mundo todo dizem que a necessidade de mitigação do risco de fraude poderia ser reduzida se estivessem certos sobre a identidade dos clientes. 

No Brasil, 77% das empresas entrevistadas mostraram-se interessadas em adotar medidas de segurança e identificação/autenticação mais avançadas que tenham pouco ou nenhum impacto na experiência digital do cliente, atrás de Estados Unidos (88%), Índia (87%), África do Sul (84%) e Espanha (78%). Entre as brasileiras, 80% afirmam que devem haver medidas de segurança mais inteligentes para proteger contra as fraudes sem prejudicar a experiência digital dos clientes, alcançando o terceiro maior percentual entre os países, atrás de África do Sul (89%) e China (86%).

Do ponto de vista do consumidor, a pesquisa mostra que os clientes esperam que bancos e varejistas on-line façam tudo o que puderem para proteger suas informações e suas transações. No Brasil, 63% dos consumidores que utilizam Internet Banking aceitam protocolos de segurança quando transacionam online, porque fazem com que eles se sintam protegidos. A média global é de 66%.

Isso não significa que os consumidores gostem de inconveniências. A pesquisa também mostra que, globalmente, 35% dos consumidores transacionariam mais online se não houvessem tantos obstáculos de segurança para superar. No Brasil, o percentual é ainda maior que a média global (40%) e o quarto maior dentre os países consultados, atrás de Índia (53%), China (49%) e Turquia (41%). 

Globalmente, um em cada quatro consumidores afirma que já abandonou uma transação porque o processo de cadastro demandou mais informações. “As empresas devem estabelecer estratégias para equilibrar a gestão de risco e uma boa experiência digital para seus clientes”, afirma Junqueira.





Serasa Experian

Fake news: compartilhar notícias falsas pode comprometer seu emprego


Uma das maiores preocupações do mundo digital, atualmente, são as fake news. No ambiente de trabalho, elas eram conhecidas como a “rádio-peão”. São informações falsas proliferadas sem a preocupação com sua origem ou veracidade. Para combatê-las, nada melhor que o senso crítico e a educação virtual.

Devido ao grande avanço da tecnologia e internet, tornou-se comum receber fake news em mensagens no WhatsApp e nos feeds de notícias do Facebook, Twitter e demais redes sociais. Elas podem ser usadas para aplicar golpes, espalhar vírus e dúvidas infundadas, influenciar opiniões e até manipular o cenário político. Só para ter uma ideia do tamanho do problema, o compartilhamento de fake news deve começar a ser punido com multas e até a prisão em alguns países. No Brasil, por hora, seu maior impacto talvez seja na vida profissional de quem espalha essas informações falsas.

As fake news que você repassa podem ser veneno para sua carreira. Não se deve acreditar em tudo que se lê, pois ao espalhar essas notícias falsas sua imagem se atrela a elas. Isso compromete emprego, chances de recolocação, e até mesmo a imagem profissional a longo prazo.

Antes de clicar em “compartilhar” ou “publicar” algo, é bom pensar nas consequências. Tudo que é dito online, sobretudo se estivermos em uma rede social profissional, pode e será usado contra ou a seu favor. Uma boa dica é sempre checar a fonte, verificar se ela veio de um veículo que garanta credibilidade. 

É importante se tomar muito cuidado ao compartilhar notícias com base apenas em um título chamativo, ou uma opinião pouco embasada, sem ao menos ler a informação completa, e buscar saber se aquilo condiz com a realidade. Não encaminhe áudios sem fontes, não compartilhe correntes sem checar a veracidade dos fatos e preste muita atenção no endereço da notícia. Evite sites conhecidos por serem sensacionalistas e preste atenção na formatação e na ortografia da matéria, dentre outros cuidados básicos. 

Outro ponto de atenção são as informações ligadas à política. Se possível, não compartilhe informações desse tipo, sobretudo em redes profissionais. Elas são sempre controversas, mexem com pontos de vista de muitas pessoas, e às vezes até quando são informações verdadeiras, corre-se o risco de ofender alguém, inclusive seu empregador.

Nunca fomente discussões desse cunho. Por vezes, você pode nem dizer algo ofensivo, mas as discussões que podem se seguir na linha da postagem podem ganhar peso negativo, e você não tem controle sobre isso. Deixar sua imagem atrelada ao que os outros estão dizendo é um risco que se corre à toa.

Outro ponto importante é jamais falar mal da empresa onde trabalha ou já trabalhou. Grandes empresas têm funcionários especializados em analisar qualquer menção à empresa em redes sociais. Ou seja, você será observado.

No final de contas, se você publica algo falso ou ofensivo, mesmo que posteriormente apague, isso será visto por um número considerável de pessoas. O cuidado deve ser prévio e algumas dicas são bem vindas: não leia só o título, verifique o autor, verifique se conhece o site e se o mesmo é confiável, observe se o texto contém erros ortográficos, veja a data de publicação, verifique outras fontes e tome cuidado com o sensacionalismo.

Os profissionais devem compreender que quando estão nas redes sociais, devem tomar o máximo de cuidado para não criar uma imagem negativa. Entrar em espaços de conteúdo duvidoso, compartilhar notícias falsas e até participar de debates políticos de baixo nível são posturas que devem ser abandonadas.

O profissional deve ser reconhecido pelas atitudes positivas e não por polêmicas e postagens duvidosas. Quanto maior for a exposição de uma pessoa nas redes sociais, mais vulnerável ela fica. Critério em relação à exposição é imprescindível. Quem gosta e precisa se expor, que o faça com qualidade, orientação e bom senso. É preciso olhar de modo crítico para as informações compartilhadas e analisar se o conteúdo é coerente com o seu discurso profissional, se é favorável a novos negócios. Sua imagem na web vale mais que 1000 likes.






Fernanda Andrade - Gerente de Hunting e Outplacement da NVH – Human Intelligence.

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