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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Startups: por que o mundo precisa delas?



A palavra 'revolução' tem sido banalizada nesta era de grandes transformações, mas, no caso das chamadas startups, ela me parece totalmente aplicável. Com seus inovadores modelos de negócios, frequentemente desenvolvidos por meio de tecnologia moderna, essas empresas emergentes estão provocando mudanças profundas (e positivas) no mundo contemporâneo, e nos mais diversos segmentos.

Entretanto, se a sociedade de forma geral tem saudado esse  fenômeno com o devido entusiasmo, como têm reagido as grandes companhias? Depende do grau de falta de humildade de cada uma delas. Explico: algumas organizações, por mais incrível que isso pareça, ainda não se deram conta de que, nos dias de hoje, inovação (a matéria-prima das startups) é sinônimo de sobrevivência e, na ilusão da autossuficiência, evitam repensar seu modus operandi.

Por outro lado, muitas empresas foram rápidas em enxergar as startups não como ameaça, mas, sim, como potenciais parceiras de aprimoramento, e assumiram um papel de aceleradoras ou incubadoras desse tipo de negócio. Para as startups, a sinergia também é vantajosa, trazendo aporte de recursos e inserção numa rede de relacionamento consolidada.

Um nicho especialmente bem-sucedido no universo das startups é o das chamadas fintechs, ou seja, empresas de tecnologia que atuam no segmento financeiro, oferecendo produtos e serviços com praticidade, agilidade, taxas competitivas e segurança. De acordo com estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Finnovista, o Brasil é o país com maior número de fintechs na América Latina, com 230 das 703 empresas existentes na região.

E mais do que isso: segundo recente pesquisa que a MindMiners realizou sob encomenda do PayPal Brasil, cerca de 20% dos brasileiros que pretendem abrir uma empresa própria afirmam preferir se aventurar no setor da tecnologia e da inovação.

Faz sentido em um mundo onde cada vez mais os cenários econômicos mudam em frações cada vez menores de tempo. Um estudo realizado pela Dell Technologies no primeiro semestre deste ano, prevê que que, graças aos avanços tecnológicos, cerca de 85% das profissões do não tão distante ano de 2030 ainda nem foram inventadas.

Pensando nisso (e na necessidade de estar sempre próximo das tecnologias disruptivas, que surgem a cada estação), o PayPal, líder mundial em pagamentos eletrônicos, está atento às fintechs. Este ano, por exemplo, investiu na LendUp, startup com sede em San Francisco (Califórnia) e que fornece empréstimos pessoais a clientes que não conseguem crédito bancário. Vale lembrar que o PayPal, considerado a primeira fintech do mundo, é um dos protagonistas do processo de democratização dos serviços financeiros e de extinção do dinheiro como conhecemos hoje.

É inescapável: as startups vieram para ficar. Trata-se de um movimento que trará imensos benefícios sociais e econômicos a todos. Por isso mesmo, se você é empresário, não deixe sua companhia sucumbir à falta de humildade em reconhecer que alguém encontrou uma solução melhor para determinada demanda, ou à ideia de que não há nada a aprender com jovens empreendedores.

No mundo corporativo, a falta de humildade também é um pecado capital. 







Mario Mello - diretor geral do PayPal para a América Latina





O Brasil e Eça de Queiroz



A cada dia constatam-se, cada vez mais, dúbios sinais que a Economia e a Política emitem a respeito da realidade brasileira. Indistintamente, tanto os cidadãos comuns, com baixo nível de informação e capacidade de processá-las, como os mais capacitados para tal, demonstram sérias dúvidas a respeito das reais possibilidades de acreditar que o pior já passou. A Política e a Economia são indissociáveis, e a segunda vive de expectativas, boas ou más. Independentemente do anúncio de melhora em alguns indicadores socioeconômicos, fica claro para a maioria dos agentes econômicos que, baseados em  outras crises de grande magnitude já vividas, sabem que melhoras significativas nos respectivos padrões de bem-estar podem materializar-se somente a  partir de 2019, com um novo Presidente, desde que o mesmo tenha como objetivo honesto modernizar o país, sem utilizar-se de medidas voluntaristas de curto prazo, como nos dois últimos fatídicos governos.

O Governo Federal tem conseguido algumas vitórias, com base exclusivamente em abjetas barganhas com deputados e senadores, visando a manutenção de Temer como Presidente da República. O PIB brasileiro voltou a crescer na passagem de julho/agosto, 0,2% (IBRE-FGV). O bom desempenho da agropecuária ajudou o índice, bem como de outros segmentos. A FBCF avançou em agosto, relativamente a julho. O consumo das famílias aumentou 1,8% no trimestre terminado em agosto, ante o mesmo período de 2016, porém o setor de serviços recuou 0,5%. Ocorreu deflação no IGPM, de 1,81% no ano e de 1,3% em 12 meses. Também o INCC decresceu de 0,22% na segunda prévia de setembro para 0,11% na segunda prévia de outubro. Os juros estão baixando rapidamente e a oferta e tomada de crédito crescem modestamente. Nesse aspecto, recentemente, um grande banco privado brasileiro anunciou que sua diretoria havia decidido aumentar acentuadamente o montante destinado à distribuição de dividendos e JCP a acionistas, já que não vislumbravam uma retomada acelerada do crédito no curto prazo e que  havia excesso de caixa em relação aos limites prudenciais exigidos pelas regras da Basiléia. Portanto, uma importante diretriz para entender o cenário que se avizinha.

O processo de privatização federal está avançando, mas não na velocidade necessária para que se consiga diminuir significativamente o Déficit Público e a explosivamente crescente relação Dívida/PIB. O processo de privatização de empresas estaduais de saneamento perdeu tração, em função das eleições estaduais em 2018. De 18 estados inicialmente interessados, apenas 7 iniciaram estudos de viabilidade econômica e são apontados como projetos que podem tornar-se editais, no próximo ano. A arrecadação tributária federal cresce marginalmente, também afetada pelas mudanças estruturais na Economia, que permanecerão, independentemente ou não de recessão. Também o índice de informalidade contribui acentuadamente para esse quadro.

A geopolítica mundial deverá continuar benéfica neste e no próximo ano, mas não será suficiente para ajudar um país que continua à deriva, evidenciando indubitavelmente que nossos governantes continuam desprezando a máxima talmúdica: “... quando não se sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. No dia 13/10/17, o FMI publicou relatório intitulado “América Latina e Caribe: Em movimento, mas em baixa velocidade”, alertando sobre a incerteza em torno da Política na América Latina depois das eleições previstas para os próximos meses. Registra o texto: “... Em particular, o risco de que se adotem agendas populistas e que se retroceda nos esforços de reformas e ajuste que estão em curso, que essas economias dificilmente poderiam custear, poderia reduzir o otimismo e a incipiente recuperação econômica”. Tal documento enfoca o México, Brasil, Chile e Paraguai.

Há que haver esperança, mas sem perder de vista os sérios problemas que enfrentamos no cotidiano.

O renomado escritor português Eça de Queiroz, autor de diversas obras primas da literatura mundial, escreveu no periódico “Farpas” (1871, há 146 anos) uma severa crítica à sociedade portuguesa da época, que retrata exatamente no que se transformou o Brasil contemporâneo: “... o país perdeu a inteligência e a consciência moral. Não há princípio que não seja desmentido nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta a cada dia. A ruína econômica cresce, cresce, cresce... A agiotagem explora o juro. A ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número das escolas é dramático. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. Não é uma existência, é uma expiação. Diz-se por toda parte: ‘o país está perdido’”.

Nada mais atual!




Fernando Pinho - economista, palestrante e consultor financeiro da Prospering Consultoria.




46% dos professores de matemática reclamam de falta de capacitação para uso de tecnologias educacionais



Segundo pesquisa da Matific com 537 docentes no Brasil, quase a metade dos entrevistados afirmam não receber treinamento algum dos colégios com relação às plataformas digitais de ensino


Quase a metade dos professores de matemática do ensino fundamental no Brasil reclama da ausência de treinamentos e capacitação para a utilização de tecnologias educacionais em salas de aula, sobretudo na rede pública de ensino. Segundo pesquisa da Matific com 537 docentes no País, 46,6% dos entrevistados afirmam não receber nenhum apoio dos colégios com relação ao uso de plataformas digitais no currículo escolar.

Outro problema apontado pelo levantamento da Matific, empresa que atua com gamificação em cerca de 250 colégios públicos e privados no País, desde a educação infantil até o sexto ano, é a falta de estrutura de internet e laboratórios de informática. Cerca de 60% dos professores consultados afirmam que a ausência de banda larga e equipamentos adequados são o principal entrave para o avanço das tecnologias educacionais no País.

Dentre os problemas, os professores apontaram ainda questões como falta de computadores e tablets nas salas de informática (49,6%), ausência de laboratório de informática (30,4%) e inexistência de política de incentivo da escola para o uso de tecnologias (33,4%).

A pesquisa mostra, por outro lado, que 98,3% dos professores aceitariam usar plataformas tecnológicas para complementar o cronograma de aulas. Porém, apenas 8% dizem ter dificuldade em utilizar sistemas digitais em salas de aula. Do total de professores pesquisados, 58,3% atuam na rede pública de ensino, 35,4% são do setor privado e 6,3% dão aulas em ambos.


Principais dificuldades para o uso de tecnologias no ensino fundamental, segundo os professores
 
  • Falta de laboratório de informática: 30,4 %
  • Falta de estrutura de internet (banda larga): 60,8 %
  • Falta de computadores e tablets: 49,6 %
  • Falta de política de incentivo da escola para o uso de tecnologias educacionais: 33,4 %
  • Falta de capacitação de professores para usar a tecnologia: 46,6 %
  • Tenho dificuldade em lidar com tecnologia: 8,0 %
  • Não vejo e/ou não tenho nenhuma dificuldade: 17,0 %
  • Outros: 11,4%




Matific




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