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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Toda sexta-feira será o dia de combate ao Aedes aegypti




Governo Federal envolve oito ministérios e a Casa Civil nas estratégias de prevenção às doenças transmitidas pelo mosquito. Uma das propostas é mobilizar a população semanalmente

O combate ao mosquito Aedes aegypti neste verão contará com o esforço de oito ministérios e da Casa Civil. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, se reuniu nesta quinta-feira (03) com o presidente Michel Temer e representantes das pastas para debater as ações integradas de todo o Governo Federal no enfrentamento à transmissão do Zika, dengue e chikungunya. O lançamento oficial da campanha deste ano será no dia 20 de novembro e, além do conhecido Dia “D”, quando há mobilização nacional em todo o país, serão realizadas ações para lembrar que toda sexta-feira é dia de eliminar focos no mosquito.

“Vamos sensibilizar a sociedade, as empresas, as famílias e as escolas, para que tenhamos a possibilidade de diminuir ainda mais a incidência dessas doenças. Será uma força tarefa articulada de todos os ministérios”, afirmou o ministro Ricardo Barros. Além do Ministério da Saúde, vão participar os ministérios da Defesa, Meio Ambiente, Cidades, Integração, Desenvolvimento Social e Agrário, Educação, Justiça e a Casa Civil.

O próximo encontro para aprimorar as ações de cada setor está marcado para a semana seguinte, também com a presença dos representantes do Governo Federal. Entre as ações que já estão previstas destacam-se uma mobilização das escolas, leilão de carros apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal e pelo DETRAN e que servem de focos do mosquito, a participação das Forças Armadas na conscientização da população e eliminação dos criadouros do Aedes aegypti.


 AÇÕES PERMANENTES - Desde a identificação do vírus Zika no Brasil e sua associação com os casos de malformações neurológicas no segundo semestre de 2015, o Ministério da Saúde tem tratado o tema como prioridade. Os recursos federais destinados à Vigilância em Saúde, Piso Fixo de Vigilância em Saúde (PFVS), para a transferência aos estados, municípios e Distrito Federal que incluem as ações de combate ao Aedes aegypti, cresceram 39% nos últimos anos (2010-2015), passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,29 bilhão em 2015. E, no ano de 2016, teve um incremento de R$ 580 milhões, chegando o valor a R$ 1,87 bilhão. Além disso, o Ministério da Saúde contou com apoio extra do Congresso Nacional, por meio de emenda parlamentar, no valor de R$ 500 milhões.


DADOS ZIKA – O Brasil registrou, até 17 de setembro, 200.465 casos prováveis de Zika, o que representa uma taxa de incidência de 98,1 casos a cada 100 mil habitantes. Foram confirmados laboratorialmente, em 2016, três óbitos pela doença no país. Em relação às gestantes, foram registrados 16.473 casos prováveis em todo o país. A transmissão autóctone do vírus no país foi confirmada a partir de abril de 2015, com a confirmação laboratorial no município de Camaçari (BA). O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação dos casos em fevereiro deste ano. Desde então, estados e municípios vinham preparando seus sistemas de registros para encaminhar estas notificações ao Ministério da Saúde. Antes disso, o monitoramento do vírus Zika era realizado por meio de vigilância sentinela.

A região Sudeste teve 83.151 casos prováveis da doença, seguida das regiões Nordeste (74.190); Centro-Oeste (29.875); Norte (11.928) e Sul (1.321). Considerando a proporção de casos por habitantes, a região Centro-Oeste fica à frente, com incidência de 193,5 casos/100 mil habitantes, seguida do Nordeste (131,2); Sudeste (97,0); Norte (68,3); Sul (4,5).


Camila Bogaz
Agência Saúde


Trabalhadores têm dois meses para sacar Abono Salarial ano-base 2014




Cerca de 950 mil trabalhadores podem sacar benefício até 30 de dezembro


Mais de R$ 872 milhões estão disponíveis na rede bancária e casas lotéricas para saque do Abono-Salarial do PIS/PASEP, ano-base 2014. São 948 mil trabalhadores que têm prazo até 30 de dezembro para retirar o benefício. Este prazo foi prorrogado pelo Ministério do Trabalho, por meio da Resolução nº 771/2016, de 28 de julho. A medida já beneficiou 256.797 pessoas que retiraram o dinheiro até 1º de novembro.  

Balanço divulgado pelo Ministério demonstra que a grande maioria com direito a saque é formada por trabalhadores que têm direito ao PIS, num total de 758 mil pessoas, que podem retirar R$ 758 mil.
 
O saque disponível para o PASEP soma R$ 184 mil para 190 mil servidores públicos. 

Consulta- Para saber se tem direito ao Abono, o trabalhador pode fazer a consulta pela internet, no endereço Erro! A referência de hiperlink não é válida. Basta inserir o CPF ou o número do PIS/Pasep, com a data de nascimento. Nas agências bancárias é recomendado que o trabalhador, quando não conseguir sacar, solicite uma consulta a partir do seu CPF, a fim de sanar eventuais dúvidas na checagem nos dados. 

Como sacar- Para sacar o Abono do PIS, o trabalhador que possuir Cartão Cidadão e senha cadastrada, pode se dirigir aos terminais de autoatendimento da Caixa, ou a uma Casa Lotérica. Se não tiver o Cartão Cidadão, pode receber o abono em qualquer agência da Caixa, mediante apresentação de documento de identificação. Informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-726 02 07 da Caixa.

Os servidores públicos que têm direito ao Pasep, precisam verificar se houve depósito em conta. Caso isso não tenha ocorrido, devem procurar uma agência do Banco do Brasil e apresentar um documento de identificação. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-729 00 01, do Banco do Brasil.
Direito- O Abono é um direito do trabalhador que está inscrito no PIS/Pasep por pelo menos cinco anos; tenha trabalhado no mínimo 30 dias em 2014, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos.  É importante ter os dados informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). O recurso que não for sacado será devolvido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

A Central de Atendimento Alô Trabalho do Ministério do Trabalho, que atende pelo número 158, também tem informações sobre o PIS/Pasep.

Confira no link o tutorial sobre o tema: https://www.youtube.com/watch?v=3inRSF_02gk


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

SÍNDROME DE BURNOUT – O ESGOTAMENTO EMOCIONAL NO TRABALHO



O trabalho geralmente ocupa um papel central na vida das pessoas; por volta dos 18 anos a pessoa já desenvolveu ou está desenvolvendo alguma atividade laborativa. Com a inserção de projetos, como o Jovem Aprendiz, muito antes dos 18 anos o adolescente já teve alguma experiência laboral e começa a desenvolver sua identidade social, em razão das novas relações que se estabelecem no ambiente de trabalho. 

Para a maioria das pessoas a inserção no mercado de trabalho deveria promover a melhoria na autoestima, motivação de crescimento profissional, expectativas de reconhecimento, autoconhecimento de aptidões e crescimento pessoal que passa por um processo de maturação e tende a levar o indivíduo à autorrealização. 

O oposto do tema inserido acima mostra uma sociedade laborativa cada vez mais saturada, esgotada, estafada, repleta de argumentos e reclamações que os levam a licenças psiquiátricas. 

O fato de o Brasil encontrar-se em processo de desenvolvimento nos faz notar um aumento do setor de serviços na economia, crescente aumento da instabilidade social e econômica, coexistência de diferentes modalidades de processos produtivos (da manufatura à automação), precariedade das relações de produção, desemprego crescente e mudanças nos hábitos e estilos de vida dos trabalhadores.

Cenários como esses têm causado um aumento de sintomas como: cansaço a todo o momento, enxaqueca, fraqueza, dores musculares, distúrbios do sono, dores no estômago, náuseas, dores de cabeça, alergias, queda de cabelo, maior suscetibilidade a gripes, diminuição do desejo sexual, tentativa de suicídio, falta de atenção e concentração, alterações de memória, irritabilidade, resistência a mudanças, perda de iniciativa, perda de interesse pelo trabalho, pelas coisas pessoais, ironia, raiva, isolamento, ceticismo, despersonalização e distanciamento afetivo, tudo isso “cavando” no sujeito os sentimentos de frustração e fracasso. A pessoa normalmente vai ao trabalho, porém desenvolve um estado que chamamos de presenteísmo, quando se está fisicamente no posto, no entanto com a mente muito distante. A esse conjunto de características damos o nome de síndrome de Burnout (Maslach & Schaufeli, 1993), que é causada por ambientes profissionais que exercem pressões psicológicas constantes, não reconhecimento pessoal, acúmulo de tarefas, perfeccionismo e foco constante no trabalho como únicas fontes de lazer e prazer que acabam por direcionar a pessoa ao desgaste físico e mental. Vale lembrar que não é necessário que a pessoa apresente todos os sintomas concomitantemente para ser caracterizada com burnout e é importante um diagnóstico diferencial, pois apesar de parecer uma depressão, possui características diferentes. A síndrome de Burnout identifica o trabalho como desencadeador do processo e apresenta uma sintomatologia com prevalência de sentimentos de desapontamento e tristeza. Por outro lado, na depressão o que prevalece são os sentimentos de derrota e letargia para a tomada de atitude.

O termo em inglês significa estar chamuscado, queimado, calcinado por um fogo que se alastra como numa floresta; esse termo só pode ser empregado para o ambiente laborativo, pois é uma metáfora que se refere ao alastramento dos sintomas emocionais e físicos que tomam a pessoa. Estima-se que, no Brasil, 30% dos profissionais apresentam esse grau máximo de “pane no sistema”, conforme pesquisa da filial nacional da International Stress Management Association (Isma), que avaliou mil pessoas de 20 a 60 anos entre 2013 e 2014.

As pessoas com essa síndrome apresentam maior risco de erros e acidentes de carro, devido à desatenção e impaciência. Como se não bastasse, há perdas sociais, especialmente na relação com os colegas e familiares, pois essa pessoa pode apresentar boa aparência e as pessoas se questionarem da veracidade dos sintomas. É normal os amigos e familiares darem conselhos para que a pessoa reaja e isso só tende a piorar, pois a pessoa passa a acreditar que qualquer outro indivíduo em seu lugar teria capacidade de reagir, menos ela, cedendo maior espaço às frustrações e ao sentimento de incapacidade.

As categorias mais atingidas são as pessoas que lidam diretamente com outras e são expostas ao sofrimento humano. A síndrome acomete muitos enfermeiros, psicólogos, professores, policiais, bombeiros, carcereiros, oficiais de justiça, assistentes sociais, atendentes de telemarketing, bancários, advogados, executivos, arquitetos e jornalistas, com a ala feminina como alvo principal, pois as mulheres tendem a desenvolver suas funções, mas também o serviço “doméstico” do escritório, como atender telefone, tomar notas, servir café e organizar festas, sem serem recompensadas por isso. Quando se negam a realizar essas tarefas, sentem-se ameaçadas, achando que sua carreira pode ser prejudicada. Vale lembrar que a síndrome não é de exclusividade feminina.

A síndrome de Burnout tem crescido subitamente, junto à tentativa de desenvolvimento do país, que traz prós e contras, pois há um cenário ambíguo de atividades e exigências. O mercado capitalista exige ainda uma maior produção em menor espaço de tempo. As redes sociais nos mantêm conectados constantemente e provou ser eficiente em comunicação rápida, o que acaba demandando que estejamos disponíveis o tempo todo. Se não respondermos a um questionamento de trabalho às 22h00min pelo WhatsApp (apenas um exemplo dentre tantos) é porque não estamos muito aptos a crescer na carreira, quando, na verdade, o expediente deveria ter terminado às 18h00min. Todas essas facilidades deveriam servir para diminuir o tempo de trabalho, tornando-o mais eficaz, porém a mensagem tem sido transmitida da seguinte forma: “Se você está conectado 24 horas por dia, deve trabalhar 24 horas por dia”.

A síndrome de Burnout possui tratamento e merece atenção especial, uma vez que ataca o biopsicossocial do indivíduo e gera grandes descompassos nas empresas, provocando alta rotatividade de funcionários, perda de grandes talentos e muitas vezes gerando processos expressivos ao setor empresarial. 

Comumente é tratada com ansiolíticos e/ou antidepressivos associados à terapia psicológica de abordagem Cognitivo Comportamental. Entretanto, melhor que tratar é prevenir, e aqui vão algumas atitudes que podem fazer a diferença: aumentar a variedade de rotinas, para evitar a monotonia; prevenir o excesso de horas extras; dar melhor suporte social às pessoas; melhorar as condições sociais e físicas de trabalho; e investir no aperfeiçoamento profissional e pessoal dos trabalhadores




Fernanda Machado -    CRP 06/121510 - Psicóloga Cognitivo Comportamental, com formação em Transtornos Psiquiátricos e Neuropsicologia



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