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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

SP faz teste final da 1ª vacina brasileira contra dengue





Última fase dos estudos clínicos promovidos pelo Instituto Butantan tem início no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP; pesquisa envolverá 17 mil participantes em todo o Brasil
        
         O Estado de São Paulo, por meio do Instituto Butantan e da Secretaria de Estado da Saúde, inicia nesta segunda-feira, 22 de fevereiro, a terceira e última fase de testes clínicos da primeira vacina brasileira contra a dengue. O Butantan é um dos maiores centros de pesquisas biomédicas do mundo.
         Os estudos começam com 1,2 mil voluntários recrutados pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, maior complexo hospitalar da América Latina e um dos 14 centros credenciados pelo Butantan para a realização dos testes, que envolverão 17 mil participantes em todo o Brasil.
         Os voluntários do HC entraram em contato diretamente com o hospital ou deixaram seus dados no Serviço de Atendimento ao Cidadão do Butantan, autorizando que eles fossem repassados ao centro de pesquisas do complexo hospitalar. Eles têm entre 2 e 59 anos de idade e residem em diferentes localidades da capital paulista e da região metropolitana da Grande São Paulo.
         Neste primeiro dia, 10 pessoas serão vacinadas. Na capital paulista, o cadastro de interessados em participar do estudo passa de dois mil. Podem ser voluntários do estudo pessoas que estejam saudáveis, que já tiveram ou não dengue em algum momento da vida e que se enquadrem em três faixas-etárias: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos. Interessados também podem procurar o SAC do Butantan pelo e-mail sac@butantan.gov.br.
         Os participantes serão acompanhados por um período de cinco anos para verificar a duração da proteção oferecida pela vacina. O acompanhamento será feito por meio de visitas programadas para coleta de amostras, além de contatos telefônicos e mensagens por celular.
         A vacina do Butantan, desenvolvida em parceria com o National Institutes of Health (EUA), tem potencial para proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos. Com os vírus vivos, a resposta imunológica tende a ser mais forte, mas como estão enfraquecidos, eles não têm potencial para provocar a doença.
         Além do HC, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na capital paulista, também foi credenciada pelo Butantan para a realização dos testes da fase 3. Nos outros 12 centros, o cronograma de vacinação deverá ser divulgado em breve. 
         A pesquisa também será conduzida em Manaus (AM), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Aracaju (SE), Recife (PE), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG), São José do Rio Preto (SP) e Porto Alegre (RS).
         Nesta última etapa da pesquisa, os estudos visam comprovar a eficácia da vacina. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica e nem o participante saberá se foi aplicada a vacina ou o placebo. O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem tomou o placebo contraiu a doença.
         A estimativa do Instituto é que todos os participantes estejam vacinados dentro de um ano. Os resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus, mas o Butantan acredita ser possível ter a vacina disponível para registro até 2018.
         Ao todo, a vacina já foi testada em 900 pessoas: 600 na primeira fase de testes clínicos, realizada nos EUA pelo NIH, e 300 na segunda etapa, realizada na cidade de São Paulo pela Faculdade de Medicina da USP, parceira do Butantan. Os dados disponíveis até agora das duas primeiras fases indicam que a vacina é segura, induz o organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada contra os quatro vírus da dengue e é potencialmente eficaz.
         “Todos os estudos até aqui apontam que a vacina é segura e que ela estimula o organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada contra os quatro vírus da dengue. Os brasileiros estão sensibilizados quanto ao tema e acreditamos que isso fará com que os ensaios clínicos tenham boa adesão”, explica o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil.
         “A dengue é uma doença endêmica no Brasil e em mais de 100 países. A vacina brasileira produzida pelo Butantan, um centro estadual de excelência reconhecido internacionalmente, será certamente uma importante arma de prevenção para que o país possa delinear estratégias de imunização em massa, protegendo nossa população contra a doença e suas complicações, afirma o secretário de Estado da Saúde, David Uip.

Histórico
         Em 2008 o Instituto Butantan firmou parceria de colaboração com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), passando a desenvolver, no Brasil, uma vacina similar a uma das estudadas pelo NIH, composta pelos quatro tipos de vírus da dengue.
         Um dos grandes avanços do Butantan no desenvolvimento da vacina foi a formulação liofilizada (em pó), que garante a estabilidade necessária para manter os vírus vivos em temperaturas não tão frias, permitindo seu armazenamento em sistemas de refrigeração comum, como geladeiras, além de aumentar o período de validade da vacina (um ano).
         O Instituto Butantan tem um fábrica de pequena escala para a vacina da dengue pronta e equipada para produzir 500 mil doses por ano, capacidade que pode ser aumentada para até 12 milhões de doses/ ano com algumas adaptações industriais. O Butantan também tem em projeto a construção de uma planta de larga escala que poderá fabricar 60 milhões de doses/ ano. 
         Ter a vacina desenvolvida e produzida por um produtor público nacional é uma vantagem competitiva para o Brasil, pois garante a disponibilidade do produto, permitindo a autossuficiência produtiva, além de garantir preços mais acessíveis.

Entenda o que pode estar por trás da vontade de comer um doce



Estresse, TPM, alterações genéticas e hábito são alguns motivos, mas a boa notícia é que não é necessário eliminar o doce da alimentação

Diferentes situações podem levar uma pessoa a ter vontade de doce, em menor ou maior grau. Os motivos podem ir desde um hábito do cotidiano até distúrbios mais sérios como uma hipoglicemia, quando o corpo está com baixa concentração de glicose no sangue. É preciso atenção com o controle desse consumo, pois assim como acontece com qualquer outro nutriente, o excesso pode causar anormalidades na saúde.

O consumo de carboidratos, como é o caso do açúcar, aumenta a absorção de triptofano, um aminoácido essencial utilizado pelo cérebro para produzir a serotonina, um neurotransmissor que interfere em algumas funções: o início do sono, sensibilidade à dor e controle do humor. O prazer também pode ser citado como motivo, já que a liberação da serotonina é responsável ainda pela sensação de bem-estar.

"Muitas pessoas acabam excedendo o consumo de carboidratos para se sentirem melhor quando expostas a diversas situações: estresse, no caso de mulheres com síndrome pré-menstrual, pacientes com "depressão sazonal", indivíduos que estão tentando parar ou que pararam de fumar, entre outros casos", explica o especialista Dr. Marcio Mancini, endocrinologista e responsável pelo Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da USP.

Outras explicações para a vontade de comer doces podem ser as alterações genéticas e o hábito. De acordo com o especialista, "diferenças genéticas nos receptores de sabor amargo, gorduroso ou doce nas papilas gustativas da língua podem fazer com que indivíduos já nasçam com maior preferência por alimentos doces".

Já o hábito vem da preferência do brasileiro por alimentos adocicados, disseminado desde os tempos do Império, quando o Brasil se tornou o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Além disso, momentos com sobremesas são normalmente celebrações positivas, resgatando a relação do ingrediente com satisfação e bons eventos.

Porém, quando a vontade por produtos açucarados é constante é preciso tomar cuidado, pois pode ser um sinal de compulsão alimentar. O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) é uma doença psiquiátrica caracterizada por episódios descontrolados de alimentação, que acontecem pelo menos uma vez por semana durante três meses. O problema é definido pela recorrência na ingestão de certo alimento num curto período de tempo. Nessas situações a pessoa não tem controle sobre o que come e pode consumir alimentos doces e em seguida salgados, depois doces novamente. É uma doença.

Comportamentos compulsivos podem ser causados, entre outros motivos, pela privação de alimentos, como muitas vezes acontece com os doces. Neste caso, as dietas muito restritivas que pregam a eliminação do carboidrato, por exemplo, podem causar comportamentos compulsivos. "O ideal é que nenhum alimento seja eliminado do cardápio e que a alimentação seja equilibrada, a não ser que exista uma razão médica", diz o Dr. Marcio Mancini.

Assim, é melhor comer um doce quando se tem vontade do que tentar enganar o organismo com outras opções consideradas mais saudáveis sugere Dr. Daniel Magnoni, cardiologista e nutrólogo do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.


O açúcar vicia?
Para o Dr. Marcio Mancini, utilizar a palavra vício para comida não é um conceito correto. "Precisamos de comida para sobreviver e do carboidrato para dar energia ao corpo. Eliminar um nutriente é irreal. Alguns estudos mostram que o cérebro responde ao açúcar de maneira similar como algumas drogas, mas isso acontece porque o ingrediente ativa os centros cerebrais de prazer e recompensa, o que não significa um vício", explica o endocrinologista.

Ele ainda reforça que "a definição de vício ou adição é a dependência física, que faz alguém buscar o consumo excessivo e cada vez maior, crescente, de uma substância para conseguir o mesmo prazer e satisfação. Isso não se observa com o açúcar. Não existe síndrome de abstinência quando se interrompe o consumo".

Um estudo conduzido pelo Dr. John Menzies da Universidade de Edimburgo corrobora a afirmação do especialista ao comprovar que as pessoas podem ficar viciadas no ato de comer, porém não em alimentos específicos, como doces ou hambúrgueres¹. Nesse sentido, é preciso estar atendo às quantidades ingeridas do alimento e caso perceba um descontrole, o ideal é procurar o auxílio de um nutricionista ou de um médico especialista.


Referência bibliográfica:


1 Johannes Hebebranda, Özgür Albayraka, Roger Adanb, Jochen Antela, Carlos Dieguezc, Johannes de Jongb, Gareth Lenge, John Menziese, Julian G. Mercerf, Michelle Murphyf, Geoffrey van der Plasseb, Suzanne L. Dicksong. "Eating addiction", rather than "food addiction", better captures addictive-like eating behavior.
< http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0149763414002140 >


Sobre a campanha Doce Equilíbrio: ​


A Campanha Doce Equilíbrio, é uma iniciativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e tem como objetivo promover a informação sobre o equilíbrio na alimentação e estilo de vida. Equalizando o debate sobre o açúcar como componente que pode e deve fazer parte de uma vida saudável, a campanha visa o bem-estar da sociedade. Nas plataformas de blog (http://www.campanhadoceequilibrio.com.br/), Facebook (www.facebook.com/campanhadoceequilibrio) e Instagram (http://instagram.com/campanhadoceequilibrio), o público pode acompanhar e participar interativamente dos conteúdos relacionados ao universo do açúcar. O projeto conta ainda com o apoio da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG), do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (SIFAEG), e do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool do Estado da Paraíba (SINDALCOOL).

COMBATE AO AEDES





Ministério da Saúde investe R$ 100 milhões para vacina da dengue

A previsão é um investimento total de R$ 300 milhões do governo federal para os estudos do Butantan, incluindo recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e BNDES

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, assina nesta segunda-feira (22), em São Paulo (SP), o contrato com o Instituto Butantan para financiamento da terceira e última fase da pesquisa clínica para a vacina da dengue. No total, o Ministério da Saúde investirá R$ 100 milhões nos próximos dois anos para o desenvolvimento do estudo. O Instituto inicia nesta segunda-feira, no Hospital das Clínicas, a vacinação de um grupo de voluntários para dengue.

Ao todo, a previsão é um investimento de R$ 300 milhões do governo federal para os estudos do Butantan. Além dos recursos do Ministério da Saúde, estão sendo analisados outros R$ 100 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de um contrato da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), e R$ 100 milhões do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

“O investimento é um compromisso do governo federal com o desenvolvimento de novas tecnologias contra Aedes aegypti e as doenças transmitidas por esse mosquito. A pesquisa do Butantan é promissora contra a dengue e pode nos auxiliar na busca soluções contra o vírus Zika”, afirma o ministro da Saúde, Marcelo Castro.

O Butantan, principal produtor de imunobiológicos do país, é vinculado ao Governo do Estado de São Paulo e já desenvolve estudos e pesquisas nas áreas de Biologia e Biomedicina em parceria com instituições estrangeiras. Uma delas é o National Institutes of Health (NIH) – agência de saúde do governo norte-americano –, com o qual o Instituto está em estágio avançado de desenvolvimento da vacina contra a dengue.

No total, 17 mil voluntários de 13 cidades nas cinco regiões do Brasil participarão dos estudos e serão vacinados durante um ano. Os resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus, mas o Butantan estima ter a vacina contra a dengue disponível em 2018.

A vacina do Butantan tem potencial para proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos. Com os vírus vivos, a resposta imunológica tende a ser mais forte, mas como estão enfraquecidos, eles não têm potencial para provocar a doença.

Nesta última etapa da pesquisa, os estudos visam comprovar a eficácia da vacina. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica nem o participante saberá se foi aplicada a vacina ou o placebo. O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e quem tomou o placebo contraiu a doença.

Os resultados da segunda fase da vacina já superaram as expectativas em relação a eficácia e segurança,  se mostrando superior a outras vacinas já disponíveis ou em desenvolvimento. Para a imunização será necessária apenas uma dose da vacina que pode ser aplicada em pessoas de todas as idades, inclusive em crianças.

VACINA ZIKA – O Ministério da Saúde anunciou no dia 11 o primeiro acordo internacional para desenvolvimento de vacina contra o vírus Zika. A pesquisa será realizada conjuntamente pelo governo brasileiro e a Universidade do Texas Medical Branch dos Estados Unidos. Para isso, serão disponibilizados pelo governo brasileiro US$ 1,9 milhão nos próximos cinco anos.

De acordo com o cronograma de trabalho, a previsão é de desenvolvimento do produto em dois anos. A parceria no Brasil para desenvolvimento da vacina será com o Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. O IEC é o Laboratório de Referência Nacional para Arbovirus e Centro Colaborador da OPAS/OMS para Referência e Pesquisa em Arbovirus. Já a Universidade texana é Centro Colaborador da OMS para Pesquisa em Vacinas, Avaliação e Treinamento de Doenças Infecciosas Emergentes. A parceria poderá contar com o apoio da OPAS.

O acordo prevê a instituição de um Comitê de Coordenação que irá se reunir, pelo menos, duas vezes ao ano para analisar o progresso e os resultados alcançados no âmbito da cooperação. Está prevista também a participação de outros organismos de saúde internacional, como a Organização Mundial de Saúde.

O investimento em novas tecnologias é um dos eixos do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia que está sendo executado pelo governo federal, além da parceria com os governos estaduais e municipais.

O plano foi criado para conter novos casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika e oferecer suporte às gestantes e aos bebês. Ele é resultado da criação do Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional. O plano é dividido em três eixos de ação: Mobilização e Combate ao Mosquito, Atendimento às Pessoas e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa.

Gabrielle Kopko
Agência Saúde

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