Nódulo persistente no pescoço, lesão na boca e rouquidão prolongada são alguns dos sintomas que podem indicar a presença de neoplasia na região; se diagnosticado precocemente, as taxas de cura chegam a 90%
De acordo com os dados da Organização Mundial da
Saúde o Câncer de Cabeça e Pescoço é o quinto mais incidente no mundo. A
estimativa é de que haja cerca de 1,5 milhões de novos casos e 460 mil mortes a
cada ano da doença que abrange tumores malignos na língua, na boca, na laringe,
na faringe, nos seios paranasais e na cavidade nasal, nas glândulas salivares,
nos ossos da face, na pele e na tireoide. No Brasil, conforme o Instituto
Nacional de Câncer (INCA), são cerca de dez mil mortes, dentre os mais de 43
mil novos diagnósticos no período.
Um dos principais desafios para o tratamento é a
demora na identificação da doença, o que segundo o Inca, ocorre em cerca de 76%
dos casos. Isso porque, conforme explica Rondinelli
Ribeiro médico oncologista do Instituto de Câncer de Brasília (ICB), na maioria dos casos o Câncer de Cabeça e Pescoço não
manifesta sinais claros. Assim, com o objetivo de chamar atenção para tumores
cujos sintomas, muitas vezes, são negligenciados, em 27 de julho é celebrado o
Dia Mundial de Prevenção a este tipo de neoplasia maligna e, para conscientizar
os brasileiros sobre a importância do diagnóstico precoce, o Governo Federal
sancionou a Lei 14.328/22 que instituiu julho como o Mês Nacional de Combate ao
mal.
“Existem alguns
sintomas inespecíficos, ou seja, manifestações que podem ser causadas por
outras doenças que podem indicar a presença de tumores na região e, por isso,
necessitam da avaliação de um especialista para um diagnóstico mais preciso”,
pontua. “Alguns dos indícios de alerta são: ferida ou inchaço persistente nas
regiões, nódulos na boca, pescoço ou mandíbula, manchas vermelhas ou
esbranquiçadas na boca, dores ou uma sensação de queimação durante as
refeições, mudanças na tonalidade da voz, e/ ou rouquidão. Se este tipo de
câncer atingir ossos, músculos e nervos pode dificultar ainda o movimento de
abrir a boca, ou então, caso incida na garganta, pode afetar a respiração,
provocando congestão nasal”, reforça Rondinelli.
Prevenção
Adotar hábitos de vida
saudáveis, ter uma alimentação balanceada e manter a higiene bucal em dia são
medidas preventivas de extrema importância.“Tabagismo e bebidas alcoólicas são
os grandes responsáveis pela maioria das lesões malignas de cabeça e pescoço,
especialmente quando associados. Somados, o excessivo consumo de álcool e de
cigarro apresentam risco de 40 a 100 vezes maior de desenvolver neoplasias na
cavidade oral. Parar de fumar, inclusive, é a melhor maneira de evitar a
maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe”, explica.
Rondinelli defende que o acompanhamento médico periódico também é prática
fundamental para prevenção de quaisquer males. “Quando identificado precocemente,
as chances de sucesso podem superar 90%. No ICB, temos tratamentos disponíveis
para os cânceres de cabeça e pescoço e realizamos o acompanhamento com a nossa
equipe multidisciplinar a partir de exames e biópsias específicos para a
detecção da doença”, finaliza.
Instituto de Câncer de Brasília - ICB