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sexta-feira, 20 de maio de 2022

Vacina contra câncer de próstata, pulmão e ovário começa a ser testada: oncologista comenta esperança no tratamento

 Apesar de focar nas três neoplasias em um primeiro momento, é esperado que o imunizante seja eficaz contra os demais tipos de câncer

 

Com o objetivo de avançar nos tratamentos de diversos tipos de câncer, pesquisadores britânicos iniciaram os testes da vacina OVM-200, criada pela Oxford Vacmedix - empresa desenvolvida por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido. O imunizante está sendo testado em pacientes com câncer de próstata, pulmão e ovário.  

Apenas no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), somando as três neoplasias, é esperado que se tenha 90,2 mil casos diagnosticados em 2022. Através da nova alternativa de tratamento que vem sendo estudada, seria possível direcionar o sistema imunológico do paciente a reconhecer uma proteína, chamada de survivina, que se encontra em altas concentrações na superfície da célula cancerosa. Em grandes quantidades, a survivina, além de desregular a célula cancerosa, funciona também como um inibidor do sistema imunológico. 

Testada pela primeira vez em pessoas, a vacina contém a forma sintética da survivina, capaz de estimular respostas do sistema imunológico. O estudo está sendo realizado em 35 pacientes com câncer no University College Hospital, em Londres, e em outros quatro centros de pesquisa no Reino Unido.  

“De modo geral, nosso sistema imunológico é ‘programado’ para destruir pequenos cânceres quando começam a se desenvolver. No entanto, as células cancerosas podem contornar a situação e permitir que a doença se espalhe, criando estratégias para evitar serem atacadas pelo organismo. Uma dessas táticas é a produção da survivina - proteína capaz de ajudar o câncer a se esconder do sistema imunológico”, explica Bernardo Garicochea, oncologista do Grupo Oncoclínicas. 

No organismo, a survivina combate a morte celular programada, aumenta a taxa de divisão da célula e também fica na superfície dela, impedindo que o sistema imunológico ataque a célula. "A survivina existe em todas as células humanas. Nas do câncer, é produzido mais survivina do que as normais, pois elas não querem morrer de jeito nenhum, querem viver o máximo que podem e se dividir o mais rápido possível", destaca o médico. 

Além disso, Bernardo Garicochea comenta que, na vacina, os cientistas criaram uma proteína bastante semelhante à survivina. "Essa proteína é injetada no paciente e, justamente por ser apenas levemente diferente, o organismo começa a produzir anticorpos contra a survivina. Com isso, ela passa a atacar, por efeito colateral, a proteína que está nas células do câncer em grande quantidade. Já nas células normais, por apresentarem uma baixa quantidade de survivina, o sistema imunológico não se mostra interessado em destruí-las. Com isso, essa inibição que a survivina estava provocando vai começar a desaparecer e o sistema imunológico vai tirar o ‘freio de mão’ que estava puxado e passar a atacar as células do câncer".  

Para o especialista, os avanços trazem esperança para o tratamento de diversos pacientes ao redor do mundo. "Apesar de ainda ser cedo para afirmar os resultados dessa vacina, esse é um momento de muito otimismo na ciência. Acredito que em um futuro não tão longe ela possa ajudar milhares de pessoas", comenta.
 

Como a vacina funciona? 

Durante a fase de testes, os voluntários irão receber três doses da vacina, com duas semanas de intervalo. Em seguida, serão monitorados por seis meses, checando alterações em seu câncer e também efeitos colaterais do medicamento. Vale lembrar que apesar de focar apenas nos três tipos de câncer (próstata, pulmão e ovário), é esperado que a vacina seja eficaz contra as demais neoplasias. 

Apesar do termo "vacina", a droga em estudo tem o objetivo de ajudar o sistema imunológico de quem já tem o diagnóstico da doença a ganhar mais força para combater o inimigo - neste caso, o câncer. Um dos grandes desafios da oncologia é conseguir criar medicações que combatam as neoplasias. Geralmente, as drogas usadas são capazes de atuar nas células cancerígenas, mas, por outro lado, também causam efeitos colaterais. 

"Embora o sistema imune possa prevenir ou desacelerar o crescimento do câncer, as células cancerígenas sempre dão um jeitinho de driblá-lo e evitar que sejam destruídas. Assim, o papel dessa nova geração de terapias avançadas, que têm surgido nos últimos anos para ampliar o leque de alternativas de tratamento no combate ao câncer, é justamente ajudar os ‘soldados’ de defesa do organismo a agir com mais recursos contra o câncer, produzindo uma espécie de estímulo para que o corpo consiga identificar as células cancerígenas com mais facilidade - e assim ele seja capaz de combater a doença. Ou seja, o estímulo que essa vacina gera faz com que o sistema imunológico volte a reconhecer o tumor como um agente externo, promovendo assim uma resposta extremamente específica, e, consequentemente, de elevada eficácia”, comenta o oncologista da Oncoclínicas.

 

Novas frentes no combate ao câncer 

Felizmente, as novas medicações têm avançado no combate ao câncer, pois quanto mais se conhece sobre a doença, mais se sabe que as células cancerosas, ou câncer humano, dependem basicamente que certos sistemas do organismo funcionem adequadamente.  

"O que aprendemos é que esses sistemas - que são as proteínas que se ativam umas com as outras e levam um efeito final na célula - são redundantes. Isso significa que, às vezes, uma conversa com a outra. Então, imagine que a célula está vivendo um momento muito ruim na vida dela, porque a quantidade de oxigênio no meio não está boa. Ela precisa começar, em primeiro lugar, a economizar oxigênio, em segundo lugar evitar a formação de radicais livres, até que se comece a diminuir o metabolismo. Essa célula vai receber o sinal, que vem do meio ambiente, dizendo que tem pouco oxigênio e vai ativar uma série de proteínas, que vão seguir em cascata, até darem um sinal para o núcleo da célula, diminuindo a atividade metabólica”, diz Bernardo Garicochea. 

De modo geral, uma proteína pode ser usada tanto para um caminho, como para outro. Ou seja, a célula espertamente se utiliza de uma mesma proteína para várias coisas, conseguindo ser condutora de diversos efeitos. "É removido um material do tumor para o estudo do DNA das células ou delas propriamente ditas. Com isso, conseguimos definir o que há de errado na célula cancerosa e é possível bloquear o problema através dos medicamentos que estão surgindo", explica.  

Quanto aos benefícios dos novos tratamentos, o oncologista comenta os principais pontos. "A toxicidade do tratamento é muito menor do que quando se usa quimioterapia ou radioterapia. Além disso, vale destacar também o aprendizado em se descobrir coisas novas, como os fatores de funcionamento das vias de sobrevivência da célula e entendimento do sistema imunológico. Isso vai fazer com que comecemos a tratar os distúrbios metabólicos das células. É esse o futuro que nos espera".
 

Dose de esperança 

Apesar dos avanços promissores, o especialista explica que ainda é cedo para afirmar que a nova descoberta seria a chave para a cura do câncer ou que seja aplicável a todos os casos. De toda forma, os passos já trilhados são observados com otimismo e lançam boas perspectivas para tratamentos de cânceres metastáticos e que não respondem às medicações convencionalmente indicadas, tais como quimioterápicos e drogas alvo-moleculares. 

“Passamos a encontrar caminhos para aqueles casos em que não haviam respostas para outros tratamentos disponíveis no momento. Isso abre novas portas. Essas respostas têm se mostrado promissoras no que seria efetivo para vencer o câncer”, finaliza Bernardo Garicochea.

 

Oncoclínicas - maior instituição privada no mercado de oncologia clínica do Brasil em termos de faturamento. A Oncoclínicas conta com 91 unidades, entre clínicas, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros integrados de tratamento do câncer, estrategicamente localizadas em 25 cidades brasileiras. Desde sua fundação, a Companhia passou por um processo de expansão com o propósito de se tornar referência em tratamentos oncológicos em todas as regiões em que atua. O corpo clínico da Companhia é composto por mais de 1.300 médicos especialistas com ênfase em oncologia, além das equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pela linha de cuidado integral no combate ao câncer. A Oncoclínicas tem parceria exclusiva no Brasil com o Dana-Farber Cancer Institute, um dos mais renomados centros de pesquisa e tratamento do câncer no mundo, afiliado à Harvard Medical School, em Boston, EUA.

Para obter mais informações, clique aqui.


Cirurgia bariátrica reduz em 90% risco de doença hepática causada pela obesidade, apontam novos estudos

Ilustração: Kateryna Kon / Divulgação 
Um recente estudo, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), comprovou que a cirurgia bariátrica, e seus efeitos metabólicos, reduziram em 90% o risco de pacientes com obesidade desenvolverem doença hepática, câncer de fígado ou morte relacionada.


O estudo avaliou um grupo de mais de 1,1 mil pacientes que tiveram uma forma agressiva de doença hepática gordurosa. A cirurgia apresentou nestes pacientes benefícios para o controle de doenças como a esteatose hepática (doença hepática gordurosa não alcoólica) e redução de risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC), se comparado ao grupo de pacientes com obesidade que manteve apenas o tratamento clínico.

Atualmente, a doença hepática gordurosa não alcoólica é a principal causa de doença crônica do fígado. Nos Estados Unidos, por exemplo, um em cada quatro americanos adultos têm a doença causada pela obesidade. Não existe tratamento para a redução da gordura no fígado e a única maneira de controlar a doença e evitar a evolução para cirrose, ou até mesmo câncer de fígado, é perder peso e melhorar dieta.



Reversão da esteatose em um ano

Foi o que aconteceu com a paciente Regina Aparecida de Araújo, de 55 anos, que estava com um quadro grave de esteatose hepática e foi submetida à cirurgia bariátrica há um ano e meio. Os exames realizados em janeiro, um ano após o procedimento, indicam condições de um fígado normal.

"Eu estava com 90 quilos e não tinha sintomas. Fui ao médico da família e depois ao hepatologista e descobri que estava com o fígado 'tomado' de gordura, prestes a ter uma cirrose. Recebi a indicação de cirurgia bariátrica, que eu já conhecia, e realizei em 16 de janeiro de 2021. Depois da cirurgia foram seis meses fazendo exames a cada 3 ou 4 semanas e com um ano estava completamente curada do fígado", conta Regina.
Dr. José Alfredo Sadowski em cirurgia │ Foto: André Kasczeszen / Comunicore

Segundo o cirurgião bariátrico, Dr. José Alfredo Sadowski, responsável pelo tratamento da paciente, a cirurgia bariátrica vem se mostrando como mais uma importante ferramenta para o tratamento da esteatose e da esteatohepatite. Além disso, após a cirurgia, estes pacientes geralmente precisam de menos, ou nenhuma, medicação para manter outras condições, como a hipertensão e o diabetes tipo 2, sob controle.

“As indicações para a cirurgia bariátrica são muito claras e existindo comorbidades, como a esteatose hepática, o procedimento apresenta excelentes resultados no médio e longo prazo para controle e remissão dessas doenças”, explica Sadowski.

Segundo a hepatologista do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP) do Hospital Nossa Senhora das Graças, Dra. Cláudia Ivantes, os benefícios para a saúde do fígado após a cirurgia bariátrica já são observados no primeiro ano do procedimento com 7% redução do peso inicial e diminuição da fibrose hepática após 10% da perda de peso.

"Observamos ainda depois de cinco anos de cirurgia bariátrica uma resolução e regressão da fibrose que é um componente de prognóstico importante da esteatohepatite não alcoólica. Pacientes com esteatohepatite não tratada podem evoluir para cirrose hepática e câncer de fígado, o hepatocarcinoma. Então a cirurgia bariátrica também traz grandes benefícios do ponto de vista da saúde do fígado”, explica a hepatologista.


Saúde do coração

O estudo também reforça o resultado de melhora da saúde cardiovascular destes pacientes. Os pacientes que foram submetidos à cirurgia apresentaram 70% menos chance de sofrer algum evento cardíaco, como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e infarto.



Critérios de indicação da cirurgia bariátrica e metabólica

Os critérios de indicação do Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina (CFM) para a cirurgia bariátrica preveem o encaminhamento quando o paciente apresenta Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m², com ou sem comorbidades; acima de 35 kg/m², na presença de comorbidades como a esteatose hepática, hipertensão, diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares, entre outras relacionadas ao excesso de peso, sem sucesso no tratamento clínico. A cirurgia metabólica, voltada para pacientes com obesidade leve e diabetes tipo 2 sem sucesso no tratamento clínico, pode ser indicada quando o paciente apresenta IMC acima de 30 kg/m².

Atlas da Obesidade alerta sobre índices da obesidade - A última edição do Atlas da Obesidade, divulgada neste mês de abril, mostrou que as metas de controle da prevalência da obesidade estabelecidas pela OMS até 2025 estão longe de serem cumpridas. Segundo os dados, a previsão é que até 2030 uma em cada cinco mulheres esteja obesa. Nos homens, é esperado que um em cada sete homens esteja com obesidade.

No Brasil, o Atlas apontou que a população obesa deve ser de aproximadamente 50 milhões até o início da próxima década, sendo 29 milhões de mulheres e 21 milhões de homens, o que representa 33% da população aproximadamente.
Segundo o cirurgião bariátrico, a sociedade precisa compreender a obesidade como uma doença sem cura, causada por vários fatores e progressiva, que precisa ser tratada de forma precoce e principalmente prevenida.

“A obesidade, além da sobrecarga do peso, traz outros problemas de saúde como a hipertensão, o diabetes, problemas cardiovasculares e pode até aumentar o risco de alguns tipos de câncer se não houver um controle adequado. Entre estes tratamentos está a cirurgia bariátrica, considerado o método mais eficaz até o momento para controle da obesidade em seus níveis mais graves”, explica o Dr. José Alfredo Sadowski.


Medicamento genérico proporciona tratamento de qualidade e economia aos brasileiros

 Medley desmitifica principais dúvidas sobre genéricos para promover informação relevante ao consumidor

 

Nesta sexta-feira (20/05) é celebrado o Dia Nacional do Medicamento Genérico, um item essencial para garantir tratamento de qualidade a milhares de brasileiros. Pensando nisso, Medley, marca referência na produção e qualidade de medicamentos genéricos, com o propósito de promover acesso a saúde integral, desenvolveu um conteúdo informativo sobre esse tipo de medicamento. 

Conheça abaixo algumas das principais dúvidas dos consumidores sobre o assunto:

 

O medicamento genérico é confiável?

Os medicamentos genéricos foram instituídos no Brasil em 19991 e sua qualidade é garantida da mesma forma que os medicamentos de referência. Os genéricos passam por testes de equivalência farmacêutica e terapêutica, de biodisponibilidade e bioequivalência, antes da concessão do registro pela Anvisa.2 A importância dos genéricos está associada à oferta de medicamentos seguros e eficazes com um preço menor, mas que muitas vezes ainda possuem certa desconfiança sobre sua qualidade.

 

Pode substituir um medicamento de marca por um genérico?

A segurança e eficácia do medicamento genérico são totalmente asseguradas. Ele contém o mesmo princípio ativo, a mesma dose e fórmula farmacêutica, tendo que ser administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência. Dessa forma, o medicamento de referência pode ser trocado por um genérico, conforme indicação médica.5

 

Precisa de receita?

Assim como ocorre com medicamentos de referência, os genéricos também precisam de prescrição médica para serem adquiridos. O médico deve prescrever com a denominação genérica³, tendo um papel importante para o sucesso da política de medicamentos genéricos no Brasil. Por isso, sempre que possível, o profissional deve receitar medicamentos pelo nome do princípio ativo.4

 

Só tem genérico no Brasil?

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, os medicamentos genéricos não são vendidos apenas no Brasil. Desde que foram implantados no país, permitiu-se uma maior sintonia com normas adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), países da Europa, Estados Unidos e Canadá.6 Nos Estados Unidos e em muitos países da Europa, políticas semelhantes foram adotadas há décadas. Os Estados Unidos, o Japão e a Europa representem cerca de 60% do mercado mundial de genéricos.7

 

Florencia Duarte 

Diretora de desenvolvimento industrial da fábrica da Medley 

“A empresa interessada em registrar medicamentos genéricos deve utilizar obrigatoriamente o medicamento de referência constante nas listas vigentes da autoridade sanitária.8 Os medicamentos de referência são registrados no órgão federal responsável pela vigilância sanitária. Depois, são comercializados conforme a eficácia, segurança e qualidade que foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente pelo registro. É importante que as pessoas saibam que o processo regulatório e também o de qualidade pelo qual um medicamento genérico passa é tão rigoroso quanto o de qualquer medicamento, independente da marca, por isso, é realmente seguro e confiável para o tratamento.” 

No mês do genérico, Medley reforça que o medicamento genérico é aquele que contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica, administrado pela mesma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes à do medicamento de referência podendo, por isso, substituí-lo sem comprometer a eficácia do tratamento9. Para saber mais, é só acessar o Instagram da marca 

 

Sobre Medley, referência em genéricos

Referência na produção de medicamentos, inclusive os genéricos, a Medley tem como propósito promover o acesso à saúde integral aos brasileiros. Para a empresa, a saúde não é apenas um detalhe na vida das pessoas, mas sim uma jornada que requer dedicação. 

A Medley acredita que o cuidado com a saúde vem da dedicação diária a detalhes que fazem a diferença. Pensando nisso, busca fazer parte da jornada de saúde das pessoas promovendo conteúdos relevantes, campanhas educativas e serviços ao público, para que as pessoas se tornem protagonistas da própria saúde. 10

 

Sanofi 

  

Referências: 

1. Ministério da Saúde. Dia Nacional do Medicamento Genérico. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

2. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Livro do Cremesp - Manual dos Medicamentos Genéricos - Perguntas e Respostas. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

3. Ministério da Saúde. Medicamentos Genéricos. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

4. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Manual dos medicamentos genéricos. Disponível neste link. Acesso em; 2022, março ;

5. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos e Definições. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

6. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

7. Ministério da Saúde. Genéricos. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

8. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos e Definições. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

9. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos e Definições. Disponível neste link. Acesso em: 2022, março; 

10. Medley. Sobre a Medley: uma das maiores indústrias farmacêuticas do Brasil. Disponível neste link. Acesso em: 2022, janeiro.

Testosterona não é a solução para todos os casos de falta de libido.


Estar atento aos sinais do nosso corpo é importante para identificar os motivos que causam algum comportamento estranho ou inesperado. E a falta de libido pode acontecer e estar relacionada a questões físicas ou emocionais e deve ser examinada mais a fundo.

Mas o que é a libido? O nome está relacionado ao desejo sexual, e por isso, pode estar alto ou baixo em algumas pessoas, em determinadas fases da vida como explica a Dra. Sarina Occhipinti, especialista em Clínica Médica: "Os aspectos hormonais influenciam tanto quanto os aspectos psicológicos. Essas alterações na área do desejo para homens têm muita relação com testosterona, mas também tem relação com ansiedade e estresse que podem influenciar demasiadamente na falta do desejo sexual. Já em mulheres a maior parte das queixas está relacionada a predominância estrogênica, isto é, uma fase do climatério onde o estrogênio está desproporcional em relação a progesterona e isso pode ocorrer a partir dos 35 anos. O uso da testosterona em mulheres é indicado numa patologia denominada Desejo Sexual Hipoativo e o diagnóstico é feito pelas queixas e não pelo valor de testosterona no sangue. Os estudos demonstram que a testosterona nesses casos tem efeito moderado. Outra causa comum de queda de libido em mulheres é a menopausa, e para isso o mais indicado é a reposição hormonal” explica.

A falta de libido começa a ser um problema quando afeta a qualidade de vida e o bem-estar do casal, gerando dificuldades no relacionamento “A falta de libido é um problema que pode ser a causa de uma relação amorosa problemática mas também pode ser consequência dela. O importante é identificar as origens bioquímicas, anatômicas ou psicológicas e tratá-las”.


Possíveis causas da falta de libido


Fatores psicológicos: estresse, depressão, ansiedade, traumas e fadiga são alguns dos motivos que provocam a falta de libido.

Alterações anatômicas na região urogenital consequente à doenças ou má-formações.

Medicamentos: o uso contínuo de remédios que diminuem os níveis de testosterona no sangue (como aqueles para exemplo medicamentos para depressão, ansiedade, tratamento hormonal para câncer de mama, tratamento de câncer de próstata) também podem reduzir a libido.

Alterações hormonais: Baixo nível de testosterona estradiol podem influenciar em homens e mulheres, mas seus resultados são impactantes nas queixas masculinas. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a testosterona em mulheres tem efeitos limitados e a maior parte das vezes os problemas hormonais são outros, como climatério e menopausa.

Segundo um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo por meio do Cresex (Centro de Referência e Especialização em Sexologia) do hospital estadual Pérola Byington, falta ou diminuição do desejo sexual afeta 48,5% das mulheres que procuram auxílio médico por conta de disfunções sexuais.

Outro levantamento feito pelo Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), mostrou que a falta de libido representa o maior número de queixas registradas no Ambulatório de Sexualidade da Ginecologia, somando 65% das reclamações.

A pesquisa do Cresex foi realizada com 455 pacientes do Ambulatório de Sexologia. O HC levou em conta o público que gira em torno de 150 a 200 pacientes por mês. Os dois estudos mostraram que a falta de desejo sexual é uma queixa predominante entre as mulheres nos consultórios médicos.

Mesmo as mulheres sendo a maioria nas queixas pela falta de libido, de acordo com a Dra. Sarina Occhipinti, os homens também se queixam, no ápice da relação sexual, ou seja, na hora do orgasmo “A falta de orgasmo em mulheres é um problema muito mais comum do que se pensa, alguns estudos apontam que mais de 80% das mulheres queixam de anorgasmia e a causa está muito relacionada à falta de conhecimento do próprio corpo. Existe uma ideia de que a área da vagina seria a região mais sensível e responsivo ao orgasmo mas não é. Essa região é pouco inervada para permitir a passagem do feto quando do processo do nascimento. A área feminina que corresponde ao penis no homem é o clítoris então é a que deve ser friccionada para que a mulher chegue ao clímax da relação sexual”.


Como tratar e aumentar a libido

Para aumentar a libido é importante primeiramente consultar um médico para que seja possível identificar a causa e, assim, iniciar o tratamento mais adequado, como explica a Dra. Sarina Occhipinti: “Nos casos em que a falta de libido é devido ao uso de algum medicamento, o médico pode alterar a dosagem, efetuar a troca do medicamento, ou até mesmo a suspensão do remédio. Quando está relacionado com alterações hormonais, pode ser recomendada a realização da correção dos hormônios apropriados”.

Mas se a falta de libido estiver relacionada a questões emocionais, é importante procurar um médico ou psicólogo que seja capacitado em tratar ansiedade e estresse que são as causas mais comuns. Para casos específicos na esfera sexual, a melhor solução é buscar um tratamento com profissional especializado.


Einstein testa técnica que aumenta número e qualidade de transplantes de fígado

Método permite preservação e recuperação extracorpórea do órgão aumentando a taxa de aproveitamento das doações

 

O Brasil é o segundo país em número absoluto de transplantes hepáticos realizados no mundo. Apesar disso, pode levar até quatro anos para uma pessoa receber um órgão.

Muitas vezes os fígados são subaproveitados devido a características intrínsecas dos doadores (como idade, obesidade e doenças prévias) e outros fatores como lesões vasculares, acúmulo de gordura interna, anormalidades anatômicas e lesões causadas durante a extração para doação, por exemplo. Somente em 2019, dos 3.768 doadores falecidos, apenas 2.245 fígados estavam em boas condições para a efetivação dos transplantes, uma diferença de 40%.

Atento a esse desafio, o Einstein busca uma maneira de maximizar o aproveitamento dos órgãos para transplante. Pesquisadores da organização começaram, neste ano, a estudar uma nova abordagem para realizar a perfusão extracorpórea de fígado em um protocolo de pesquisa que envolverá 12 pacientes. O hospital é o primeiro no Brasil a avaliar o método.

A técnica, chamada HOPE – sigla para hypothermic oxygenated machine perfusion (máquina de perfusão hipotérmica oxigenada), foi introduzida no transplante de fígado para mitigar a lesão de isquemia-reperfusão, dano que se intensifica durante o restabelecimento do fluxo de sangue no novo corpo ao qual foi ‘conectado’. Este tratamento após a retirada do órgão do doador e antes do transplante contribui para o sucesso do procedimento e pode reduzir o risco de rejeição.

O HOPE é um método que auxilia na recuperação do órgão antes mesmo do transplante e na investigação de sua funcionalidade e viabilidade ao fazer uma análise detalhada do fígado com exames bioquímicos, como o de consumo de oxigênio e lesão celular, que ajuda a avaliar a funcionalidade do órgão. Essas informações e suas implicações também são analisadas no âmbito da pesquisa.

“Infelizmente, o paciente pode não sobreviver até o aparecimento de um órgão que esteja em boas condições, devido à gravidade do seu caso. Sendo assim, aumentar com segurança a taxa de utilização de órgãos é fundamental para salvar mais vidas”, explica o Dr. Yuri Longatto Boteon, cirurgião de transplante hepático e pesquisador do Einstein, responsável pelo estudo.

O primeiro paciente beneficiado com a técnica HOPE no Einstein foi um homem de 22 anos e em estado crítico, com alto risco de mortalidade. Como nesse caso, pessoas mais debilitadas demandam órgãos de melhor qualidade, a dificuldade de encontrar um que esteja em boas condições pode atrasar todo o processo. “O transplante para esse paciente jovem foi realizado de forma bem-sucedida após o tratamento com o HOPE de um órgão de doador de critério estendido dentro do protocolo de pesquisa. O paciente se recupera bem”, ressalta o cirurgião.

Doadores de critérios estendidos (limítrofes) são aqueles com perfil de risco, como idosos ou pessoas com alguma doença prévia, o que faz com que as chances de descarte dos órgãos doados aumentem para prevenir um possível mal funcionamento do órgão no transplantado. Atualmente, 60% a 70% dos fígados para transplante são de doadores com essas características.

O projeto nasceu de uma colaboração com uma empresa americana, a Bridge to Life, com uso do equipamento VitaSmart™, que é fabricado na Itália. Em países como Suíça e Holanda, por exemplo, a máquina de perfusão já faz parte da rotina na prática.

 

Fígados não transplantados

No ano de 2019 foram realizados 23.957 transplantes no país, dos quais 2.245 foram hepáticos. Entre 2009 e 2019, houve um aumento no número de transplantes de fígado (de 1.603 para 2.245), assim como de doadores falecidos (2.406, em 2012, para 3.768) e de equipes especializadas na realização do procedimento (59, em 2009, para 74, em 2019). Apesar desses números positivos, há uma constante disparidade entre o número de transplantes de fígado realizados e o necessário – que, no ano de 2019, era de 2.967.

Os dados estão descritos em artigo publicado em 2021 na revista científica einstein (São Paulo) e intitulado “Descarte de fígados de doadores no Brasil: como otimizar sua taxa de utilização em transplantes?”¹,

Fígados não transplantados são frequentemente de doadores com idade avançada, com obesidade, portadores de hepatites virais (vírus B e C) e com maior número de comorbidades. Os órgãos de doadores não ideais ou de critérios estendidos apresentam risco aumentado de complicações pós-operatórias e mesmo de não função primária do enxerto. Logo, a expansão dessa população de doadores de critérios estendidos compromete as taxas de utilização desses órgãos.

Apesar da otimização dos cuidados de terapia intensiva com os doadores abrandar um agravamento da lesão aos órgãos, não é possível a reversão de características demográficas desfavoráveis dessa população (por exemplo: obesidade e senilidade). Assim, a implementação da máquina de perfusão para permitir a criação de estratégias de avaliação da capacidade metabólica desses fígados antes do transplante, bem como potencialmente de seu recondicionamento, tem ganhado crescente atenção da comunidade transplantadora.

¹Drezza JP, Boteon AP, Calil IL, Sant Anna RS, Viveiros MM, Rezende MB, et al. Descarte de fígados de doadores no Brasil: como otimizar sua taxa de utilização em transplantes? einstein (São Paulo). 2021;19:eAO6770. https://journal.einstein.br/wp-content/uploads/articles_xml/2317-6385-eins-19-eAO6770/2317-6385-eins-19-eAO6770-pt.pdf?x56956


Como evitar o agravo de alergias respiratórias e de pele no inverno

  Com a chegada do frio, é comum as pessoas alérgicas sofrerem com a piora das suas condições, tanto respiratórias quanto de pele.

 

O inverno é o tipo de estação "ame ou odeie". A queda das temperaturas é o amor de uns, mas o terror de outros, principalmente pelo aumento dos sintomas daqueles que lidam com alergias respiratórias e de pele.  

"As alergias respiratórias (como rinossinusites e asma) pioram nesse período porque é um momento de baixa umidade do ar, de alterações bruscas de temperatura e do aumento da poluição atmosférica", explica a Dra. Brianna Nicolette, alergista e imunologista pela USP.  

Essas condições climáticas, por si só, são mais irritantes para a pele e a mucosa de qualquer pessoa. No entanto, para os alérgicos esse efeito irritativo costuma ser pior, já que aumenta a exposição às proteínas alergênicas.  

Some-se a isso a vestimenta: no inverno, as pessoas costumam usar roupas de lã e cobertores - ou seja, tecidos que acumulam ácaros -, e que, muitas vezes, estavam a vários meses no armário. Também é habitual nessa época do ano ficarmos em ambientes fechados e com pouca ventilação, o que favorece o desencadeamento de doenças respiratórias e alérgicas.  

"As alergias de pele, como a dermatite atópica e a urticária, também têm impacto nos dias mais frios", explica a Dra. Brianna. "Nesse caso, os fatores mais prejudiciais nessa época do ano são a baixa umidade relativa do ar e o aumento na temperatura dos banhos, fatores que ressecam ainda mais a pele dos pacientes." 

Pacientes que já convivem com alergias de pele apresentam uma deficiência na barreira cutânea, que tem como função manter a água do organismo - isso significa que essas pessoas perdem mais água do que o normal.  

"Por isso, o banho quente, para essas pessoas, é altamente prejudicial, pois a água em altas temperaturas remove o óleo natural da pele, deixando-a mais ressecada e sem proteção", explica.

 

Dicas para evitar o agravamento de alergias 

Com tudo isso em mente, o que fazer para evitar a piora das alergias? A Dra. Brianna elencou algumas dicas essenciais e que podem fazer toda diferença nessa época do ano:  

  • Sempre que possível, abra janelas e portas para arejar o ambiente
  • Lave as roupas de inverno antes de usá-las
  • Não esqueça de tomar água para manter a hidratação do corpo (e da pele!)
  • Evite banhos muito quentes e muito longos
  • Use cremes hidratantes adequados para fortalecer a proteção cutânea
  • Evite que pets entrem nos quartos e durmam nas camas das pessoas alérgicas (já que o acúmulo de pelos pode aumentar alergias)
  • Sempre que possível, tome um pouco de sol para estimular a produção de vitamina D

 

Dra. Brianna Nicoletti - Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2003); Residência médica em Medicina Interna pela Universidade Estadual de Campinas (2006); Residência médica em Alergia e Imunologia Clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2009); Associada à Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia; Médica Especialista em Alergia e Imunologia do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein (desde 2013); Integrante da equipe de Qualidade da UnitedHealth Group (desde 2011).


Você sabia que o frio interfere no sistema cardiovascular?

Por conta do processo de vasoconstrição periférica, inerentes a baixas temperaturas, no inverno, aumenta a incidência de infarto, AVC e morte súbita

 

Em dias de frio, para ajustar a perda de calor, o organismo coloca em ação um mecanismo para manter a temperatura do corpo constante. Esse processo é denominado de vasoconstricção periférica.

“Sabiamente, o corpo humano diminui o calibre (a grossura) das artérias nas mãos, pés, orelhas, nariz, para diminuir a perda de calor. Isso ocorre para privilegiar e manter a temperatura adequada do coração, cérebro e outros órgãos nobres”, explica Dr. Caio Henrique, cardiologista e arritmologista pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.

Como consequência da diminuição do calibre das artérias e veias, a pressão arterial aumenta, ou seja, ocorre o mesmo quando você aperta a ponta de uma mangueira e a água sai com mais pressão ao permitir que ela volte a fluir pela mangueira.

“Por essa razão, digamos, mecânica ou física, a pressão arterial tende a subir no frio e, por conta disso, no inverno, existe um aumento da incidência de angina (dor no peito causada pela diminuição do fluxo de sangue no coração), infarto e AVC”, alerta o cardiologista.


Dicas para seguir à risca e manter a pressão arterial normal em dias frios:

- Agasalhe-se bem. Evite exposição ao frio extremo, se possível;

- Mantenha alimentação saudável (evite os excessos típicos do frio e a ingestão de produtos industrializados);

- Mantenha seu peso adequado (não ganhe aqueles quilos a mais nesse período);

- Realize exercícios físicos regularmente, se possível, em ambientes com temperaturas mais controladas;

- Não fume;

- Caso tome remédios, mantenha o uso regular. 

“O desempenho cardíaco fica comprometido com as baixas temperaturas e, por isso, quem sofre maior risco são aqueles que já são doentes, com pressão alta, diabetes e, assim, devem medir sua pressão e se medicar corretamente”, insiste Dr. Caio.

O médico traz dados como o da American Heart Association (AHA), que indicam aumento de arritmias cardíacas e morte súbita, infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC), que sobem em até 25% em períodos de queda de temperatura.

“Na capital inglesa, estudiosos do London School of Hygiene and Tropical Medicine confirmam que a queda repentina dos termômetros leva a uma relação em que para cada grau a menos, em um único dia, ocorrem 200 casos de infarto a mais. E, aqui em São Paulo, uma análise da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, com base em dados do Cadastro Nacional de Saúde, do Sistema Único de Saúde (SUS), de junho a agosto, indicou que sobem em 30% o número de internações em São Paulo causadas por infarto e arritmia, se comparada com os três meses de verão na capital paulista”, finaliza.
 

Saúde de crianças pede atenção com chegada do frio

Equilibrar benefícios da socialização com cuidados preventivos é desafio de escolas e famílias

 

Após um período longo em casa, com pouco ou nenhum contato social, as crianças retornam às aulas e ao contato com amigos e familiares. A socialização, no entanto, traz benefícios e também pede que cuidados sejam tomados. 

A coordenadora do Ensino Infantil do Colégio Marista Paranaense, Sibele Maria Dal Col Guimarães explica que o contato com outras crianças é essencial para o desenvolvimento infantil. “Tanto o aprendizado como o desenvolvimento social, cognitivo e psicológico tem a ganhar com a volta ao presencial. Por meio de debates, brincadeiras e conversas é que as crianças descobrem o mundo”, explica. 

Mas com a interação, voltam também algumas doenças que quase não foram vistas durante a pandemia, como resfriados, gripes e outras doenças virais e bacterianas típicas. Isso se deve a uma maior tendência na concentração de pessoas em ambientes fechados, ar seco e frio, de acordo com a Médica de Família e coordenadora do CEPI (Centro de Ensino Pesquisa e Inovação) do Hospital Marcelino Champagnat, Maíra de Mayo Loesch. “Com alguns cuidados básicos é possível auxiliar na manutenção da saúde de crianças e também adultos", orienta.

 

Prevenção ainda é o melhor remédio

É importante manter os ambientes bem arejados e com boa circulação de ar para evitar a transmissão de vírus. Seja em casa ou na escola, manter alguns hábitos adotados na pandemia ainda são a melhor saída. Sibele explica que o uso adequado de agasalhos, manter ambientes com pouca concentração de crianças e preferir áreas abertas quando possível são formas de ter ganhas educativos sem afetar a saúde, 

Em primeiro lugar, manter a vacinação da criança em dia e ter uma boa alimentação e hidratação são essenciais, de acordo com Maíra, pois: “a hidratação ajuda a manter as vias aéreas mais úmidas e protegidas do ar seco e frio”. Alimentos ricos em vitaminas como frutas, legumes e verduras, além da proteína encontrada em carnes, ovos e leite nutrem nosso organismo e auxiliam o sistema imune. Manter os cuidados de saúde e higiene como lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou usar álcool em gel.

Caso a gripe ou resfriado se instale, é recomendado fazer higiene nasal com soro fisiológico e evitando que a secreção se acumule. Nessa fase é comum que as crianças percam o apetite, então é importante oferecer comidas saudáveis ao longo do dia. A médica ressalta também que os pais devem ficar atentos para sintomas de febre alta que não alivia com antitérmicos, associada a dificuldade para respirar, prostração (quando a criança fica caidinha) ou manchas na pele. “Não medique seu filho por conta própria, fale com seu médico de confiança”, conclui.

 

Colégios Maristas

www.colegiosmaristas.com.br


Como fica a saúde bucal em situações extremas, como no reality show 'No Limite'?

Um bochecho com água até pode eliminar restos de alimentos, mas não elimina a comunidade microbiana que vive em nossas bocas.


Imagine estar em condições extremas e não poder escovar os dentes. Qual seria o maior desespero: a sensação de estar com os dentes “sujos”, ter de aguentar o próprio mau hálito ou estar vulnerável a possíveis doenças da boca e dos dentes?

É exatamente por isso que estão passando os participantes do reality global ‘No Limite’, que além de provas que desafiam o corpo e a mente também têm de lidar com a falta de escova, pasta de dente, fio dental e itens de higiene pessoal, produtos que só são adquiridos conforme as boas performances nas provas, e apenas pelo grupo ganhador, que recebe o tão esperado kit de higiene.

Mas, e quanto aos perdedores, tem algum jeito de eles fazerem a higiene bucal? “Não”, responde categoricamente o Dr. Ricardo Jahn, professor de Periodontia da Universidade Santo Amaro. Segundo ele, um bochecho com água até pode eliminar restos de alimentos, porém, não desorganiza e nem elimina a comunidade microbiana que vive em nossas bocas.

“Não existe uma forma alternativa de higiene. Claro que a sabedoria popular fala em escovar com gravetos, raízes, folhas de plantas ou ainda usar algum pedaço de tecido. Porém, estas alternativas não serão realmente eficientes”.

Até mesmo aquela “escovada com o dedo”, que muitas pessoas provavelmente devem ter feito em algum momento da vida por ter esquecido a escova de dentes, também não é aconselhável. “Não funciona. É puro mito”. A melhor opção é comprar uma escova e fazer a higiene correta assim que possível, destaca o cirurgião-dentista.

“Não imagine que limpar os dentes com os dedos será realmente efetivo. Isso é um mito. Não conseguiremos alcançar o espaço entre os dentes como fazemos com o fio dental e nem limpar a superfície dos dentes próximas à gengiva. Se você não consegue adquirir uma escova no exato momento, aguarde a próxima oportunidade, o mais breve possível, de acesso a uma escova e então realize a higiene oral adequadamente”.

Ele adverte que ficar sem escovar os dentes por mais de duas semanas pode deixar a saúde bucal frágil. “Um dos artigos científicos mais importantes na história da Odontologia foi escrito em 1965 (tem mais de 50 anos, portanto) por Löe, Theilade e Jensen e é conhecido como gengivite experimental em humanos. Nele, os autores suspenderam o uso da higiene oral em um grupo de 12 estudantes de Odontologia saudáveis. Todos eles desenvolveram gengivite (inflamação na gengiva) no intervalo entre 10 e 21 dias. Desde então, muitos outros estudos confirmaram esses resultados, que são consenso na Odontologia. Quem não realiza higiene oral tem alto risco de desenvolver doença inflamatória e também cárie dentária”.

Nem mesmo alimentos popularmente considerados “autolimpantes” têm alguma evidência científica de higiene bucal, ou seja, a boa escova de dentes e o creme dental são as únicas soluções.

Portanto, Ricardo Jahn reforça que a higiene bucal é imprescindível para a prevenção das doenças dentais e periodontais que, por sua vez, estão relacionadas a outras doenças sistêmicas dos indivíduos. Ele aconselha: “Se você estiver em uma situação em que não tem acesso a métodos de higiene oral, procure ter acesso o mais breve possível”.

 

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP

 www.crosp.org.br


Adeus, óculos: cirurgia de catarata pode eliminar o grau e prevenir o surgimento da doença

Tecnicamente igual à cirurgia de catarata, a chamada “troca do cristalino com finalidade refrativa” é feita quando o paciente ainda não desenvolveu a doença, e visa eliminar o uso dos óculos por meio do implante de lentes intraoculares

 

O cristalino é uma das lentes naturais dos olhos que, juntamente com a córnea, forma o sistema de focalização das imagens. O envelhecimento natural diminui a sua elasticidade e transparência, de forma que a perda progressiva do primeiro fator dificulta a focalização à curta distância, usada para ler e realizar tarefas manuais. Esta dificuldade é chamada de presbiopia e tem seu aparecimento, influenciada por fatores genéticos e ambientais, ao redor dos 45 anos, fase na qual poderá acontecer uma perda progressiva da transparência e a formação da catarata. De tratamento exclusivamente cirúrgico, ela exige a substituição do cristalino opacificado por uma lente intraocular. O procedimento, contudo, pode ser realizado antes mesmo do aparecimento da catarata, com o objetivo de tratar a presbiopia, reduzindo ou eliminando a necessidade do uso de óculos. Estamos falando da troca refrativa do cristalino, como prefere chamá-la o Dr. Marcello Fonseca. 

Para aqueles que não desejam usar óculos, as diversas modalidades de cirurgias refrativas são excelentes soluções para deixar o acessório de lado. As mais conhecidas são aquelas que utilizam o laser para corrigir a miopia, o astigmatismo e a hipermetropia. Contudo, quando o assunto é a presbiopia, o laser não é suficiente para restaurar a visão em todas as distâncias. Resta, então, a intervenção no cristalino com a sua substituição por lentes intra-oculares. 

Segundo o Dr. Marcello da Fonseca, apesar de utilizar a mesma técnica da cirurgia de catarata, o procedimento de troca refrativa do cristalino possui mais um objetivo. “A cirurgia de catarata moderna, com implante de lentes intraoculares, existe desde os anos 60, mas foi neste século que a técnica e a qualidade dos implantes a tornaram tão eficiente e precisa a ponto de mudar de categoria. O que antes se fazia apenas para restaurar a transparência perdida com o aparecimento da catarata assumiu um papel de correção precisa da refração, possibilitando uma visão focalizada em todas as distâncias”, explica o Diretor do Instituto da Visão de Curitiba (iVisão). 

No início dos anos 90, a chegada das lentes dobráveis e, logo depois, das lentes multifocais, fez com que a indicação da cirurgia de catarata acontecesse de maneira cada vez mais precoce. “No início dos implantes de lentes multifocais, operávamos apenas os pacientes com catarata. Mas, quando um paciente de 70 anos ou mais operava a catarata e acabava por se livrar dos óculos, era acompanhado meses depois por um filho que, também, gostaria de se livrar dos óculos”, relata o médico. 

Como toda inovação, essa expansão de possibilidades para uma cirurgia que até então tinha um único objetivo dividiu opiniões na área médica, com alguns oftalmologistas mais conservadores mantendo a indicação apenas nos casos de catarata. O Conselho Federal de Medicina (CFM), depois de longo debate, reconheceu a eficácia e a segurança da cirurgia em um parecer publicado em fevereiro deste ano, no qual orienta a sua inclusão na prática médica como procedimento seguro quando observadas as suas corretas indicações.

 

CIRURGIA ESTÉTICA DA VISÃO?

Uma vez que a cirurgia tem por finalidade a correção de grau, assume um compromisso com o resultado, aproximando-a de alguns procedimentos estéticos. Para o Dr. Marcello, contudo, a semelhança para por aí. 

“Quando realizamos a cirurgia de catarata, buscamos tratar uma doença, visando corrigir uma deficiência visual que prejudica a saúde ocular do paciente. Não raramente, depois da cirurgia, o auxílio de óculos para uma visão perfeita em todas as distâncias é necessário. Na troca refrativa do cristalino, a ideia é reduzir ao máximo essa necessidade e, de preferência, eliminá-la.”, esclarece. 

Para alcançar este objetivo, tudo tem que estar perfeito. Saúde ocular em perfeito estado, com córnea e retina normais, exames pré-operatórios realizados com muita atenção e uma detalhada explicação sobre as vantagens e desvantagens do procedimento. Nenhuma prótese substitui perfeitamente todas as características do órgão original e é fundamental manter as expectativas realistas. Por conta disso, o procedimento possui um grupo específico para o qual é destinado. São eles pacientes saudáveis acima dos 50 anos que tenham presbiopia (“vista cansada”), com a presença ou não de miopia, hipermetropia e astigmatismo. 

O procedimento é rápido e com anestesia tópica - colírios anestésicos. Normalmente se faz um olho de cada vez, com intervalo de 1 semana. A recuperação visual varia de acordo com cada caso, mas, em geral, alguns dias após o segundo olho operado a visão já está recuperada. Uma vez que as maiores alterações refracionais (do grau) acontecem no cristalino e a catarata não mais será um problema, o resultado obtido deve perdurar a vida toda. Isto, contudo, não elimina as chances de que outros problemas nos olhos venham a dificultar a visão e, portanto, o acompanhamento frequente faz-se necessário. 

Como toda cirurgia, esta também possui riscos. Sendo um procedimento intra-ocular, as consequências de uma infecção, por exemplo, podem ser muito graves. Por outro lado, a realização dos procedimentos em hospitais especializados, como o iVisão, bem como a evolução das técnicas cirúrgicas, tornaram o risco de infecção um acontecimento raro. Um recente estudo conduzido pelo Instituto Tadeu Cvintal de São Paulo e publicado na Revista Brasileira de Oftalmologia, mostrou 35 casos de infecção em mais de 27 mil cirurgias. Nesta amostra a incidência média entre os anos foi de 0,13%. 

“O reconhecimento da segurança deste procedimento para pacientes presbitas e sem catarata era algo aguardado por muitos oftalmologistas brasileiros, pois já é aceito em muitos países há muitos anos. Nenhum procedimento médico tem o respaldo de 100% da comunidade científica, mas acredito que vamos operar cada vez menos cataratas e cada vez mais presbiopias. A ideia de que o homem vai se fundir com tecnologias complementares já está acontecendo.”, finaliza o oftalmologista.


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