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sábado, 9 de outubro de 2021

5 passos para driblar a síndrome da impostora

Consultora empresarial Regina Nogueira alerta para o problema, que afeta mais mulheres do que homens e põe em risco trajetória profissional e pessoal

 

Já ouviu falar na síndrome da impostora? Embora não seja um conceito novo- essa questão é estudada há cerca de 50 anos, desde a década de 1970- muita gente ainda não compreende bem ao que se refere o termo. Resumidamente, essa "síndrome" pode ser definida como uma espécie de bloqueio que impede que a pessoa seja capaz de reconhecer e aceitar seu próprio sucesso.

Mesmo nos dias de hoje, esse é um problema que acomete um grande número de pessoas do sexo feminino, e faz com que a mulher passe a considerar a si mesma "uma fraude", e a acreditar que só conseguiu alcançar determinada posição ou patamar na carreira por ter enganado todas as pessoas ao seu redor.

Segundo pesquisa da plataforma de conteúdo e negócios StartSe, em parceria com a OpinionBox, entre 783 mulheres em posições de liderança de todo o Brasil, 43% apontam o medo de falhar como um dos entraves para evoluir na carreira, enquanto a dificuldade em falar sobre conquistas profissionais foi apontada por 52%. Os dois aspectos são "sintomas" intimamente ligados à denominada síndrome da impostora.

"É um padrão de comportamento, que geralmente reflete uma baixa auto-estima e insegurança. Com isso, a pessoa- em sua maioria mulheres, mas também afeta muitos homens- passa a crer que aquele sucesso que ela está obtendo em sua vida não é real, que foi um ‘golpe de sorte’ aquilo ter acontecido", explica a consultora empresarial Regina Nogueira, que também é especialista em reposicionamento de marca pessoal e corporativa e autora do livro "VOCÊ É UMA MARCA. Descubra como o Personal Rebranding pode mudar a sua vida por meio das marcas".

Regina acrescenta que trata-se de um processo de autossabotagem, em que o indivíduo não aceita o próprio sucesso e acha que não tem competência para executar bem e ter êxito em determinada área ou cargo. "É algo muito complexo, porque a pessoa realmente dá ênfase e ‘joga luz’ sobre o lado negativo, e não no lado positivo daquilo que ela realiza. Assim, não consegue enxergar sua potência".

Na visão da especialista, não é surpresa que tal "síndrome" acometa mais as mulheres. "Durante séculos, fomos educadas para servir, e, culturalmente, o homem sempre ocupou um lugar de muito mais destaque que a mulher. Isso é uma barreira difícil de quebrar, porque ainda hoje a mulher sofre pressão social e enfrenta preconceito no mundo corporativo, simplesmente por ser mulher. Apesar de todos os avanços, ainda estamos longe de ter um ambiente igualitário. Os homens, de forma geral, ainda ganham salários maiores e tendem a ser mais respeitados", diz.

Regina lista algumas dicas para as mulheres deixarem de lado esse "complexo":



1- Faça uma retrospectiva das suas conquistas

Essa é uma medida simples e eficiente, pois ajuda a relembrar cada passo da história daquela mulher, e faz com que ela visualize melhor como chegou lá. "Ao fazer esse exercício, a mulher pode se dar conta de que não chegou onde desejava da noite para o dia. Isso ajuda a valorizar mais cada desafio que ela enfrentou, e entender que se hoje ocupa um determinado cargo, é porque merece", comenta.



2- Liberte-se do medo de errar

Outro cuidado importante, na visão de Regina, é permitir-se ser imperfeita e não ter medo de se mostrar vulnerável. "A mulher não pode se esquecer de que, acima de tudo, ela é humana e, como tal, não tem a obrigação de saber tudo, nem de acertar sempre. Libertar-se dessa imposição também ajuda a sentir-se menos ‘impostora’".



3- Não viva apenas para o trabalho

Ter uma vida fora do escritório também é fundamental, no ponto de vista da consultora. "Não dedique 100% do seu tempo e interesse ao trabalho, cultive suas amizades, estreite as relações familiares, pois são essas as pessoas que te ajudam a voltar pro eixo, relembrar quem você é e parar de duvidar tanto de você mesma".

Além das relações humanas, é necessário reservar algum tempo para o lazer, viagens, hobbies, coisas que te desconectem das obrigações e do peso da rotina. "Isso tudo ajuda a não se levar a sério demais, e afasta do papel de impostora.



4- Reserve algum tempo para você

Regina também sugere tirar tempo para si mesma, dedicando-se a alguma prática que promova a saúde mental e o bem estar- como meditar, caminhar, qualquer atividade que aquela mulher goste e valorize. "Muitas vezes acabamos deixando esses momentos de lado, mas o autoconhecimento é o melhor caminho para que você se conecte consigo mesma, e fuja da ideia de que é uma ‘farsa’", pondera.



5- Nunca é tarde para mudar de atitude

Como última dica, Regina ressalta que nunca é tarde demais para reposicionar sua própria marca pessoal e criar uma nova imagem, seja no trabalho ou na vida pessoal. "Eu mesma tive uma ascensão profissional muito rápida, fui a mais jovem diretora de marketing da multinacional em que eu trabalhava. Quando assumi o cargo de diretora, para atender um grande cliente, me tornei outra pessoa, estava com muito medo, e meu comportamento, minha insegurança, passou a afastar as pessoas. Passado algum tempo, com a ajuda dos amigos e dos colegas mais próximos, consegui identificar a armadilha da impostora e reverter o jogo", conta.

"É por isso que sempre digo que todos têm a capacidade de abandonar um comportamento e se tornar de fato uma nova pessoa, passando uma nova impressão e deixando de boicotar a si mesmo, caminhando para o sucesso em todas as áreas da vida e para uma existência mais plena e feliz", conclui.




Regina Nogueira - especialista em reposicionamento de marca e autora do livro "Você é uma marca! Descubra como o Personal Rebranding pode mudar a sua vida por meio das marcas", que será lançado em outubro. Oferece consultoria estratégica para empresas e pessoas, por meio de atendimentos personalizados que resultam no reposicionamento da marca pessoal e/ou corporativa. É Pós-Graduada em Neurociência e Comportamento pela PUC- RS, Bacharel em Economia pela PUC-SP, Propaganda e Marketing pela ESPM e em Liderança pela Columbia University - NY. Atuou no mercado de publicidade por mais de 20 anos, tendo ocupado cargos de liderança em grandes empresas e agências nacionais e multinacionais nas áreas de Atendimento, Planejamento, Marketing e Branding.


O CORPO VIOLENTO

Não nos vemos como um corpo. Não nos ensinaram que somos um organismo, um sistema vivo, uma estrutura psicofisiológica. Mas, nós somos um corpo. Se nos olhamos no espelho, não vemos o nosso corpo; vemos o corpo que somos. A dualidade platônica reelaborada pelo cristianismo que nos alcançou não venceu Espinosa ou Hume.

Seja: não temos uma mente e nem temos um corpo, mas somos um corpo com capacidade de pensar, uma estrutura física dotada de psiquismo. O pensamento é um atributo do corpo. E como e por que esse corpo pensante gera violência? A ciência confessa: aprendemos muito, não sabemos tudo. Temos, contudo, razoável noção das coisas.


Um organismo, para pensar, tem de ter capacidade de registrar dados e de buscá-los na memória para operações no presente. Humanos, macacos e computadores fazem isto. Esta constatação não é suficiente para explicar todo o comportamento o humano. O que, afinal, faz com que o humano pense e, ainda assim, se comporte com violência?


A primeira razão está na relação do corpo com o seu passado. O que memorizamos, nós o fazemos com conteúdo significante, e correlacionando significativamente com os registros significativos antecedentes. Macacos fazem isso de forma rudimentar; computadores não conseguem fazê-lo; humanos fazem-no de forma complexa.


A segunda relaciona-se com o tempo futuro. O humano tem expectativa, consegue viver antecipadamente o que imagina será o amanhã, fazendo-o com emoções da realidade presente informada pelo passado. Finalmente, o humano é situado na história do seu tempo, e só se afeta, pensa e se compreende nela. Somos um animal histórico.


A memória (dados) e a expectativa (panorama futuro) sempre foram os elementos de decisão do humano. Nos tempos selvagens, o corpo humano compunha a cadeia alimentar. Matava para comer, mas era caçado e servia de comida. Sobreviveram os que aprenderam a usar subsídios da memória para levar a vida até o dia seguinte.


Memória da violência e estratégias de violência moldaram o animal que evoluía. Nesse sentido, então, a inteligência que brotava no humano formava-se como um recurso de luta, como uma arma. O que nos faltava de garras ou dentes nos sobrava de cérebro mortal, inigualável em organizar a violência como recurso eficaz de sobrevivência.


Descobrimos que agrupados éramos mais fortes. Internamente, no entanto, membros do grupo tinham que se conter, ou a guerra doméstica mataria a todos. Sobreviveram os capazes de se adaptar à convivência. Assim é que grupos cresceram e produziram cultura – cultura como sistema de comportamento vantajoso, mas que pede regra.


Sem regra compartilhada, está-se sujeito à oscilação das iras da coletividade. É desse modo que a cultura se introjeta em animais humanos: como “lei” subjetivada. O humano caracteriza-se exatamente por conter em si essa tensão entre um corpo formado para a violência e uma cultura que se inscreve nesse corpo violento e o reprime.


Atualmente, além da tradição cultural, há meios de repressão institucional bem organizados e atuantes (ideologia e repressão). A violência, porém, segue, pelo menos em alguns lugares. Que ocorre? Os estados sociais dos agrupamentos primitivos evoluíram muito rapidamente, sem que os corpos humanos acompanhassem essas mudanças.


Os primitivos viviam em condições equivalentes e possuíam um objetivo comum: sobreviver aos ataques externos de outros animais, humanos ou não. Era, ou coesão, ou morte. Hoje não nos articulamos em torno de objetivos comuns (laços sociais esgarçados) e muitos estão relegados a condições de selva (desprovidos das vantagens disponíveis).


Muitos têm um passado ruim, um presente triste, um futuro desanimador. A evolução nos fez violentos antes de nos fazer controlados socialmente. A violência que nos incomoda é indesejável, mas ela compõe a natureza humana. O que não é natural nem razoável que se naturalize é uma sociedade tão injusta e injustificável como a nossa.

 


Léo Rosa de Andrade

Doutor em Direito pela UFSC.

Psicanalista e Jornalista.

 

O que o ciúme esconde?



Sofia Menegon, apresentadora da podcast Louva a Deusa, conversa com uma especialista e abre o jogo sobre o ciúme saudável ou quando passa a ser excessivo e ultrapassa os limites da liberdade de cada um


Começa com um friozinho na barriga, com a dúvida, a possibilidade que assusta, faz as mãos tremerem e o sangue circular mais rápido. Respirar fundo, se acalmar, tentar lidar com faces “não tão boas” de nós mesmas pode ajudar, mas acessar memórias de situações passadas, verdadeiras ou não, é o mesmo que ficar tirando a casquinha de um machucado, que acaba nunca cicatrizando. Ciúme.

Ele pode estar em várias áreas de nossa vida e nos impede de aproveitá-la. Mas de onde vem esse medo, que toma conta de nossos relacionamentos amorosos, de trabalho, familiares e de amizade? É esse o tema da conversa que tivemos com Andréia Lorena Stravogiannis, neuropsicóloga e especialista no tema.


Cuidado, zelo e liberdade

O ciúme é uma emoção como qualquer outra. Faz parte da vida humana desde a Era dos Metais, quando nossos antepassados passaram a se estabelecer nas terras e delimitar propriedades. A partir desse momento, os homens começaram a querer proteger seus genes e as mulheres, a sua sobrevivência.

Ter ciúme pode significar que cuidamos de nossos relacionamentos amorosos, mas é preciso ter limite. Quando ele ocorre em pequenas doses, é como um remédio, que faz bem se for usado na dose certa e prejudica quando abusamos. Seu significado vem da palavra zelo, mas zelar por um relacionamento não é cuidar de uma pessoa que acho que sua propriedade. Quando é exagerado e passa a interferir na liberdade do outro, vira uma patologia. Ciúme excessivo mistura ansiedade, sintomas depressivos, insegurança, possessividade, baixa autoestima.

As pessoas ciumentas, hoje em dia, gastam muito tempo tentando controlar seus parceiros ou parceiras pelas redes sociais, pesquisando onde estão, com quem, se estão on line, marcam sua localização, tentam invadir e-mails e algumas chegam a colocar programas espiões nos computadores.

Enquanto um ciúme saudável é como uma faisquinha, um cuidado a mais, um agrado, deixa de ser saudável quando o ciumento cuida de si e não do outro. Quando parte de suas próprias inseguranças e medos, quando começa a cercear a liberdade do parceiro ou parceira e os cuidados extrapolam os limites da liberdade.

Homens e mulheres são ciumentos. Os dois gêneros sentem ciúme do que gostariam de ter e daquilo que o suposto, ou a suposta, rival tem. O que muda é a forma. Num contexto histórico, as mulheres desenvolveram um ciúme mais emocional, acionado quando o parceiro se envolve emocionalmente com outra mulher. Nos homens há mais o ciúme sexual, que vem da manutenção dos genes desde a época das cavernas e hoje é mais material e financeiro.

 

Não é amor

Embora seja visto como sinal de amor, ciúme é uma coisa, amor é outra. Quem ama, cuida, olha para o parceiro, se comunica com ele, conversa, não vê o parceiro ou a parceira como propriedade. Quem sente ciúme excessivo quer ter a posse, é marcado por um alto grau de impulsividade, não consegue discernir as coisas, faz escândalos, pensa que está protegendo o que acha que é dele, tem a sensação de que se não for aquela pessoa, não será com mais ninguém e isso é muito perigoso.

Antes de confiar no outro a pessoa tem que confiar em si mesma, perceber se está sendo companheira do parceiro ou parceira, em vez de ser só uma companhia. Quem se doa sem medo, vivencia o relacionamento. O ciumento tende a se envolver com pessoas que vão alimentar seu ciúme e isso é muito cansativo, tanto para quem sente, como para quem é vítima. Isso pode mudar, mas não existe nenhuma pílula mágica que resolva: é preciso fazer psicoterapia, mudar o estilo de apego e procurar relacionamentos com pessoas saudáveis.


Para jovens, o aprendizado em sala de aula é o suficiente para ter destaque

Estudo revela percepção dos mais novos em relação ao aproveitamento acadêmico e desempenho profissional


O conhecimento obtido no ambiente acadêmico é essencial para o desenvolvimento da carreira. Isso porque as habilidades técnicas, conhecidas também como hard skills, são parte crucial para assumir desafios e posições de prestígio no contexto corporativo. Contudo, em um cenário cada vez mais exigente, manter-se apenas com a sabedoria da faculdade ou escola talvez não seja o suficiente. Para entender a percepção dos brasileiros entre 15 e 29 anos acerca do tema, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios fez uma pesquisa e perguntou: “como você avalia seu aprendizado em sala de aula?”. O estudo, no ar entre 26 de julho e 6 de agosto, contou com a resposta de 20.981 pessoas. 

 

A maioria, 69,9% (ou 14.665), dos entrevistados veem o conteúdo dado nas instituições de ensino como o suficiente para terem destaque perante aos concorrentes no mercado. Contudo, segundo o recrutador do Nube, Vitor Santos, para chamar a atenção das contratantes, é importante ir atrás de cursos e conhecimentos extras e complementares. “Os selecionadores valorizam quem se mostra aberto às novas possibilidades”, explica. Portanto, quem traz inovações e está sempre aprendendo se torna um profissional multifacetado para lidar com várias situações e problemas devido à ampla quantidade de sabedoria. 

 

Outros 21,3% (4.477) consideram o conteúdo um pouco abaixo e tentam complementar o repertório por outros meios. “Com a Internet, as opções são diversas e muitas delas gratuitas, você só precisa pesquisar em fontes e sites confiáveis regulamentados. Aqui vão algumas opções: faculdades disponibilizam cursos extracurriculares gratuitos, até para quem não é aluno, tais como a FGV, Senai, USP, entre outras. Para quem fala inglês, o MIT e Harvard também têm opções. Há, inclusive, instituições com iniciativas e parcerias responsáveis por disponibilizar especializações com certificação. Por exemplo, o Nube tem treinamentos comportamentais voltados para o desenvolvimento”, conta. 

 

Apenas 6,2% (ou 1.301) têm a percepção de terem uma bagagem acadêmica muito superior em relação aos outros. “Como já mencionado, o ideal é sempre continuar em evolução, nós vivemos em uma sociedade baseada em inovações e, por esse motivo, é importante se renovar e adquirir novos conhecimentos”.

 

Por fim, 2,6% (538) dizem ter um rendimento bem inferior nesse quesito e isso os prejudica no contexto organizacional. “A primeira dica para quem acredita não ter um bom desempenho escolar é: reserve um tempo para planejar e gerenciar a forma como você estuda. Para melhorar é importante ter organização e se dedicar. Cada pessoa precisará de um tempo e método diferente, você só precisa descobrir qual é o seu”, orienta. 

 

Assim, como orientação final para quem quer obter um perfil desejado pelas companhias, Santos indica: “mantenha-se informado sobre as capacitações mais utilizadas nas áreas pelas quais você tem interesse. Se possível, fique ligado sobre as informações gerais responsáveis por afetar o mundo e, consequentemente, os negócios. Procure sempre aprimorar seu domínio na língua portuguesa, porque comunicação verbal e escrita irão te auxiliar a transmitir com coesão e clareza suas competências. Demonstre proatividade e curiosidade, a maioria das empresas, se não todas, busca candidatos interessados em aprender”, conclui.



 

Fonte: Vitor Santos - recrutador do Nube

www.nube.com.br


Impacto da Covid-19 na saúde mental de crianças, adolescentes e jovens é significativo, mas somente a 'ponta do iceberg' - UNICEF

Novas análises indicam que transtornos mentais entre jovens acarretam uma redução de contribuição para a economia de quase USD$ 390 bilhões por ano

 

Nova Iorque - Crianças, adolescentes e jovens poderão sentir o impacto da Covid-19 em sua saúde mental e bem-estar por muitos anos, alertou hoje o UNICEF no principal relatório da organização que este ano está focado em saúde mental de crianças, adolescentes e cuidadores no século 21. De acordo com The State of the World’s Children 2021; On My Mind: promoting, protecting and caring for children’s mental health (Situação Mundial da Infância 2021: Na minha mente: promovendo, protegendo e cuidando da saúde mental das crianças - disponível em inglês ), mesmo antes da Covid-19, crianças, adolescentes e jovens carregavam o fardo das condições de saúde mental sem um investimento significativo para resolvê-los.

Segundo as últimas estimativas disponíveis, calcula-se que, globalmente, mais de um em cada sete meninos e meninas com idade entre 10 e 19 anos viva com algum transtorno mental diagnosticado. Quase 46 mil adolescentes morrem por suicídio a cada ano, uma das cinco principais causas de morte nessa faixa etária. Enquanto isso, persistem grandes lacunas entre as necessidades de saúde mental e o financiamento de políticas voltadas a essa área. O relatório constata que apenas cerca de 2% dos orçamentos governamentais de saúde são alocados para gastos com saúde mental em todo o mundo.

"Foram longos, longos 18 meses para todos nós - especialmente para as crianças e adolescentes. Com lockdowns nacionais e restrições de movimento relacionados à pandemia, as meninas e os meninos passaram anos indeléveis de sua vida longe da família, de amigos, das salas de aula, das brincadeiras - elementos-chave da infância", disse a diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore. "O impacto é significativo e é apenas a ponta do iceberg. Mesmo antes da pandemia, muitas crianças estavam sobrecarregadas com o peso de problemas de saúde mental não resolvidos. Muito pouco investimento está sendo feito pelos governos para atender a essas necessidades críticas. Não está sendo dada importância suficiente à relação entre a saúde mental e os resultados futuros na vida ".

 

Saúde mental das crianças durante a pandemia da covid-19

Na verdade, a pandemia cobrou seu preço. De acordo com resultados preliminares de uma pesquisa internacional com crianças e adultos em 21 países conduzida pelo UNICEF e o Gallup - que tem uma prévia apresentada neste relatório Situação Mundial da Infância 2021 - em média, um em cada cinco adolescentes e jovens de 15 a 24 anos entrevistados (19%) disse que, muitas vezes, se sente deprimido ou tem pouco interesse em fazer coisas.

Enquanto a covid-19 está perto de chegar a seu terceiro ano, o impacto sobre a saúde mental e o bem-estar de crianças e jovens continua pesando muito. Segundo os últimos dados disponíveis do UNICEF, globalmente, pelo menos uma em cada sete crianças foi diretamente afetada por lockdowns, enquanto mais de 1,6 bilhão de crianças sofreram alguma perda relacionada à educação. A ruptura com as rotinas, a educação, a recreação e a preocupação com a renda familiar e com a saúde estão deixando muitos jovens com medo, irritados e preocupados com seu futuro. Por exemplo, uma pesquisa online na China no início de 2020, citada no relatório Situação Mundial da Infância 2021, indicou que cerca de um terço dos entrevistados relatou sentir medo ou ansiedade.

 

Custo para a sociedade

Transtornos mentais diagnosticados - incluindo transtorno do déficit de atenção com hiperatividade - TDAH, ansiedade, autismo, transtorno bipolar, transtorno de conduta, depressão, transtornos alimentares, deficiência intelectual e esquizofrenia - podem prejudicar significativamente a saúde, a educação, as conquistas e a capacidade financeira de crianças, adolescentes e jovens no futuro.

Embora o impacto na vida deles seja incalculável, uma nova análise da London School of Economics, incluída no relatório, estima que transtornos mentais que levam jovens à incapacidade ou à morte acarretam uma redução de contribuições para as economias de quase US 390 bilhões por ano.

 

Fatores de proteção

O relatório observa que uma mistura de fatores genéticos, de experiência e ambientais desde os primeiros dias, incluindo parentalidade, escolaridade, qualidade dos relacionamentos, exposição a violência ou abuso, discriminação, pobreza, crises humanitárias e emergências de saúde, como a covid-19, molda e afeta a saúde mental das crianças ao longo da vida.

Embora fatores de proteção, como cuidadores amorosos, ambientes escolares seguros e relacionamentos positivos com colegas, possam ajudar a reduzir o risco de transtornos mentais, o relatório alerta que barreiras significativas, incluindo estigma e falta de financiamento, estão impedindo que muitas crianças tenham uma saúde mental positiva ou estejam acessando o apoio de que precisam.

O relatório Situação Mundial da Infância 2021 pede que governos e parceiros dos setores público e privado se comprometam, comuniquem e ajam para promover a saúde mental de todas as crianças, todos os adolescentes e cuidadores, proteger os que precisam de ajuda e cuidar dos mais vulneráveis, incluindo:

• Investimento urgente em saúde mental de crianças e adolescentes em todos os setores, não apenas na saúde, para apoiar uma abordagem intersetorial, incluindo toda a sociedade para prevenção, promoção e cuidados.

• Investir em serviços públicos de qualidade - integração e ampliação de intervenções baseadas em evidências nos setores de saúde, educação e proteção social - incluindo programas parentais que promovem cuidados responsivos e de atenção integral, e garantia de que as escolas apoiem a saúde mental por meio de serviços de qualidade e relacionamentos positivos.

• Preparar pais, familiares, cuidadores e educadores para abordar o tema da saúde mental como parte da saúde integral.

• Quebrar do silêncio em torno da saúde mental, fomentar a cultura da escuta sem julgamentos - escuta empática - promovendo uma melhor compreensão da saúde mental e levando a sério as experiências de crianças, adolescentes e jovens.

• Valorizar a rede de apoio entre pares - promovendo e valorizando esse diálogo entre os próprios adolescentes sobre saúde mental.

"A saúde mental faz parte da saúde física - não podemos continuar a vê-la de outra forma", disse Fore. "Por muito tempo, em países ricos e pobres, temos visto muito pouco entendimento e muito pouco investimento em um elemento crítico para maximizar o potencial de cada criança. Isso precisa mudar".

 

No Brasil, Pode Falar ajuda adolescentes e jovens

O Brasil foi um dos 21 países que participou da pesquisa conduzida pelo UNICEF e o Gallup - que tem uma prévia apresentada neste relatório Situação Mundial da Infância 2021. Os dados mostram que 22% dos adolescentes e jovens de 15 a 24 anos brasileiros entrevistados disse que, muitas vezes, se sente deprimido ou tem pouco interesse em fazer coisas.

Para contribuir com a mudança desse cenário, o UNICEF lançou, no Brasil, o Pode Falar. Trata-se de um canal de ajuda virtual em saúde mental e bem-estar para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. O Pode Falar foi criado em parceria com diversas organizações da sociedade civil e empresas com expertise na área, e funciona de forma anônima e gratuita por meio de um chatbot que pode ser acessado no site podefalar.org.br .

 

 

Notas

As estimativas das causas de morte entre adolescentes são baseadas em dados da Estimativas Globais de Saúde 2019, da Organização Mundial da Saúde (OMS). As estimativas sobre a prevalência de transtornos mentais diagnosticados baseiam-se no Estudo de Carga Global de Doenças de 2019, do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME).

Os resultados da pesquisa sobre sentimentos de depressão ou ter pouco interesse em fazer coisas são parte de um estudo maior conduzido em conjunto entre o UNICEF e o Gallup para explorar a divisão intergeracional. O projeto Changing Childhood entrevistou aproximadamente 20 mil pessoas por telefone em 21 países. Todas as amostras são baseadas em probabilidade e nacionalmente representativas de duas populações distintas em cada país: pessoas de 15 a 24 anos e pessoas de 40 anos ou mais. A área de cobertura é todo o país, incluindo áreas rurais, e a base de amostragem representa toda a população civil, não institucionalizada, dentro de cada coorte de idade com acesso a um telefone. As conclusões completas do projeto serão divulgadas pelo UNICEF em novembro.

 

Brincadeira de criança (e adultos!): o brincar como forma de aprender

Brinquedos educativos surgem como uma ferramenta de desenvolvimento cognitivo, sensitivo e motor das crianças


Na era da internet, das telas e do imediatismo, encaixar no dia a dia da criança brincadeiras que estimulem a imaginação e auxiliem no aprendizado parece uma missão impossível. Mas é por isso que os brinquedos educativos têm ganhado cada vez mais espaço no dia a dia dos pequenos.

"Aprender brincando é a forma mais prazerosa, portanto, mais eficaz de aprendizado", explica a pediatra da Sociedade Brasileira de Pediatria Dra. Francielle Tosatti . "Isso porque experiências positivas ativam a memória de uma forma muito estrutural e proporcionam um aprendizado consolidado, daí, o papel tão primordial que os brinquedos educativos desempenham na infância."

Brinquedos musicais, blocos de encaixar, empilhar equilibrar e contar, além de livros de faz de conta, quebra-cabeças e jogos interativos estimulam o desenvolvimento cognitivo sensitivo e motor das crianças, gerando milhares de conexões neurais que permitem esse estímulo da imaginação, trabalham a concentração, a linguagem verbal e não-verbal.


Além do aprendizado, um desenvolvimento emocional

Para uma criança, conquistar uma nova habilidade brincando é uma experiência muito especial. "A sensação de superação, de conquista e, ao mesmo tempo, a aplicabilidade dessa nova aquisição de forma natural são verdadeiros impulsionadores de desenvolvimento!", explica a pediatra. "O que a criança mais quer é pôr em prática aquilo que ela aprendeu a fazer!"

É por isso que esses brinquedos educativos e lúdicos viram ferramentas tão aliadas do aprendizado infantil, já que a criança usa todo o seu intelecto e imaginação para interagir com eles e, depois, compartilhar com os tutores o que, até minutos atrás, era impossível para ela. "Como não querer esse sentimento de novo e de novo? É essa sensação que impulsiona e faz ser tão fantástico o aprender pelo brincar! É a emoção do saber fazer!", explica.


O papel dos pais na brincadeira educativa

A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Para a pediatra, brincar é uma forma de arte, portanto, também pode surgir do movimento tão comum das crianças imitarem os pais. "Brincar de dona de casa, de mecânico, de médico, é imitar a vida adulta com a vantagem de ter a sua disposição uma ferramenta maravilhosa chamada imaginação, que não tem fronteiras, que não tem limites e que é de graça!", diz ela.

Mas isso não significa que esse movimento deve ser unilateral: assim como as crianças podem viajar até o mundo dos pais para aprender, os pais podem fazer a mesma coisa, e essa é uma forma de os adultos ajudarem os pequenos a vencerem os seus desafios. "Entre na brincadeira, não se preocupe, pois você não perderá o seu papel de referência, afinal, você tem uma maturidade que a criança não tem, e que será o ponto de equilíbrio quando a arte, ou a brincadeira, imitar a vida em seus maiores desafios, e vencê-los, porque aprendeu a compreendê-los", finaliza.

Se você precisa de um estímulo extra para apostar nos brinquedos educativos e entrar na brincadeira junto com as crianças, montamos uma seleção com modelos disponíveis na Alô Bebê que podem colaborar para essa brincadeira conjunta.


Jogo Da Memória Cara de Bicho - Pais e Filhos

O Jogo da Memória da Pais & Filhos, é uma ótima opção para brincadeiras em família, e ainda mais quando se trata do aprendizado do pequeno enquanto brinca. Composto por 40 peças. Incentive o uso do raciocínio lógico e da criatividade das crianças. Valor: R 19,90 https://www.alobebe.com.br/jogo-da-memoria-cara-de-bicho--2175.html,20453?o=7896647021750


Cãozinho Aprenda Comigo - Yes Toys - O Cãozinho Aprenda Comigo da Yes Toys, vai entreter e divertir a criança. Ele ensina sobre as partes do corpo, primeiras letras e músicas. Possui um coração que reproduz frases divertidas e melodias encantadoras, e estimula a interação e aprendizagem dos bebês.


Indicação de Uso:

6 a 12 meses, +1 ano

Valor: R 169,90 https://www.alobebe.com.br/caozinho-aprenda-comigo--0669-55.html,21563?o=7898578205605


Cubo Didático - Merco Toys- O Cubo Didático da Merco Toys além de divertir os pequenos, ele estimula a percepção, coordenação motora, distinção de formas e cores e ainda acompanha 18 formas didáticas para encaixar. Esse cubo também vira um pequeno tapete quando desmontado. Valor: R 38,90 https://www.alobebe.com.br/cubo-didatico.html,14180?o=7896885204038


Casinha da Dinda Aranha Educativa - Merco Toys - Casinha da Dinda Aranha Educativa da Merco Toys traz descobertas e amplia as percepções sensoriais das crianças - coordenações motoras e visual, percepção tátil e nomeação de cores. Para pequenos com mais de 12 meses. Valor: R 129,90 https://www.alobebe.com.br/casinha-da-dinda-aranha-educativa-.html,25178?o=7896885204298


Bolinhas de Empilhar Balancing Cal - Baby Einstein - O brinquedo musical de empilhamento Balancing Cal é um jogo divertido que vai animar seu bebê e apoiar o desenvolvimento das suas habilidades motoras.

- Equilíbrio perfeito entre diversão e descoberta

- Incentiva o desenvolvimento da coordenação olho-mão

- 5 peças duráveis

- 3 sinos musicais

- Texturas exclusivas para brincadeiras sensoriais

- Materiais seguros e duráveis para crianças

Idade recomendada:

- à partir de 12 meses Valor: R 139,90 https://www.alobebe.com.br/bolinhas-de-empilhar-balancing-cal.html,26810?o=074451116511

*Preços pesquisados em setembro de 2021. Podem sofrer alteração sem aviso prévio.



Dra. Francielle Tosatti - Graduada pela Universidade Federal do Rio Grande - RS. Residência Médica em Pediatria pela Universidade Federal do Rio Grande - RS. Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Especialista em Emergências Pediátricas pelo Instituto Israelita Albert Einstein. Médica Emergencista da equipe do pronto-socorro e enfermaria do Hospital Infantil Sabará.


Especialista afirma que yoga pode melhorar a qualidade do sono

Divulgação



Uma boa noite de sono é essencial para o fortalecimento do sistema imunológico e para a garantia de um organismo bem equilibrado. Em tempos de pandemia, esse fator se torna ainda mais necessário, uma vez que muitas pessoas estão suscetíveis a enfermidades que podem comprometer sua saúde física e mental.  

Segundo Francisco Kaiut, criador do Método Kaiut Yoga, professor de yoga, quiroprata e terapeuta natural, os distúrbios do sono são diversos e podem causar muitos prejuízos. 

“Segundo o Ministério da Saúde, os distúrbios do sono mais comuns entre os brasileiros são a insônia, a apneia obstrutiva do sono e a síndrome das pernas inquietas. Além disso, há o sono insuficiente e o atraso da fase do sono. Todas essas condições impactam, significativamente, a qualidade de vida das pessoas”, explica. 

Conforme explica Kaiut, a boa notícia é que existem formas de melhorar a qualidade do sono. A prática de yoga, por exemplo, é uma maneira efetiva de dormir melhor e, com isso, de combater os distúrbios do sono de forma natural e saudável. 

“Ao praticar yoga, o indivíduo trabalha seu corpo e sua mente. A yoga atua no sistema nervoso parassimpático, que é responsável por orientar o organismo a reagir em situações de calma e de repouso – como o momento do sono. Quando regulado, o sistema parassimpático é capaz de proporcionar um relaxamento maior ao individuo, dando a ele uma noite de sono mais tranquila”, aponta o professor. 

De acordo com Kaiut, a prática consistente de yoga é a chave para a regulação nervosa efetiva. Entretanto, existem algumas posições que servem como porta de entrada para a prática e trazem resultados rápidos. Por isso, o professor selecionou duas posições simples, que você pode praticar em sua casa antes de se deitar para dormir. 

“A posição de pernas na parede favorece a circulação, estimula uma respiração mais natural e, com isso, contribui para a regulação do sistema nervoso – o que impacta diretamente a qualidade do sono. Para realizá-la, é necessário estar com as costas deitadas no chão e encostar as pernas esticadas em uma parede. Nesse momento, o corpo deve estar em formato de L. Fique na posição e relaxe por alguns minutos!”, explica Kaiut. 

A segunda posição também tem um efeito relaxante parecido. “Nela, é necessário estar deitado no chão de costas e juntar as solas dos pés. Nesse momento, deixe os joelhos caírem para os lados. Para que a posição fique mais confortável, utilize uma almofada ou um travesseiro debaixo dos joelhos”, finaliza o especialista. 

 



Francisco Kaiut - professor de yoga, quiroprata e terapeuta natural, que dedicou sua vida a encontrar uma abordagem mais simples e fácil para lidar com os desconfortos no corpo, com dores crônicas e com a ansiedade. Essa busca resultou na criação do Método Kaiut Yoga, que proporciona saúde e bem-estar, especialmente frente aos problemas da vida contemporânea. 

 

 

MF Press Global

Dia da Saúde Mental

 

Liberte-se dos impactos da pandemia e retome sua vida com equilíbrio

 

O dia mundial da saúde mental tem como data o dia 10 de outubro, instituído, em 1992, pela Federação Mundial de Saúde Mental. Segundo pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano, devido à pandemia. Essa porcentagem só é maior em quatro países: Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%). Em março do ano passado, 41% dos brasileiros relatavam ter sintomas como ansiedade, insônia ou depressão já por consequência da pandemia. 

Outros estudos sobre o mesmo tema também trazem dados preocupantes. Um deles, publicado pela Fiocruz com outras seis universidades em meados do ano passado, dizia que “sentimentos frequentes de tristeza e depressão afetavam 40% da população adulta brasileira, e sensação frequente de ansiedade e nervosismo foi relatada por mais de 50% das pessoas”. 

Na pesquisa do Ipsos, ao serem questionados sobre quando esperavam voltar à normalidade como era antes da covid-19, metade dos entrevistados afirmou esperar que isso aconteça ao longo deste ano. Pouco mais de um terço (35%), porém, diz acreditar que isso vai levar ainda mais tempo. Em média, no mundo, 45% da população dos países entrevistados espera voltar à normalidade neste ano, e 41% acham que vai ser necessário mais tempo. 

“Todo esse cenário nos fragilizou. Pessoas sem histórico de transtornos sendo acometidas por ataques de pânico e ansiedade. Quem já tinha algum tipo de doença psiquiátrica precisou de um suporte maior. Difícil ficar indiferente a tudo que ainda estamos passando”, afirma a psicóloga Flávia Teixeira, Mestre em Saúde Coletiva pela UFRJ e pós-graduada em Psicossomática Contemporânea. 

Segundo a Dra. Danielle H. Admoni, psiquiatra na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), o estresse, associado a outros fatores, como risco de doenças, problemas econômicos, confinamento ou abuso de álcool e solidão; funciona como estímulo ao sistema nervoso central, que pode não reagir adequadamente e desencadear sintomas de depressão ou de transtornos de ansiedade. 

“O isolamento em casa foi um dos agravantes durante a pandemia, principalmente para quem vive sozinho, já que a solidão é um fator de risco para a depressão, e aumenta as taxas de suicídio e abuso de álcool”, reforça Dr. Adiel Rios, Mestre em Psiquiatria pela UNIFESP e pesquisador no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.

 

Voltando à normalidade

Mesmo com o avanço da vacinação, ainda estamos em meio à pandemia, tendo que seguir todos os protocolos de saúde exigidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). No entanto, com a flexibilização da quarentena, já podemos sistematizar algumas maneiras de enfrentar os estragos que a pandemia gerou na nossa saúde mental e retomar gradualmente nossas vidas.

 

Confira as 05 dicas dos especialistas

 

Entenda o que você pode e o que não pode controlar

Durante a pandemia, as pessoas sentiram que perderam o controle sobre suas vidas. “Neste momento de incertezas, tente basear suas escolhas em fontes confiáveis de informações e diretrizes, como instituições acadêmicas ou governamentais. Há decisões que não precisam ser tomadas com sofrimento, como voltar a trabalhar na empresa ou continuar em home office”, diz a psicóloga Flávia Teixeira.  

“No entanto, às vezes é necessário simplesmente reconhecer que há situações na vida que não podemos controlar. Se você está com dificuldade em aceitar esta realidade, há formas de lidar com suas preocupações. Escreva em um caderno o que vem à mente, como se fosse um diário. Isso torna seu pensamento mais lento, focado e eficiente, trazendo novas perspectivas e maior clareza para assimilar determinadas questões”, reflete Stella Azulay, Educadora Parental pela Positive Discipline Association, especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental.

 

Continue se reinventando

Provavelmente, nunca fomos tão criativos como na quarentena! Haja imaginação para lidar com trabalho, filhos, estudos e afazeres domésticos! Se você passou no teste, por que não continuar a se reinventar?  

Criou uma brincadeira diferente com seu filho? Mantenha-a quando estiver com ele. Teve ideia de fazer pequenos trabalhos de restauração ou pintura de móveis? Adote o hobby! Aprendeu a meditar para relaxar? Se funcionou para você, não pare mais!  

“Poucas pessoas têm consciência que, para uma boa saúde mental, é preciso buscar atividades que proporcionem prazer e bem-estar. Portanto, se você descobriu algo interessante na quarentena que até te fez esquecer da pandemia por alguns instantes, não pare de praticar. Seja individual ou com alguém, realizar novas atividades mantém sua mente ativa e saudável. E isso é tudo o que você precisa neste momento”, pontua Danielle Admoni.

 

Evite a automedicação e mantenha a terapia

“Tomar antidepressivos ou ansiolíticos sem acompanhamento e, pior, mudar a dose ou interromper o uso sem orientação, é uma atitude irresponsável e perigosa. Se você está em um nível de ansiedade tão grande a ponto de recorrer a estes medicamentos, o melhor a fazer é buscar ajuda com um especialista, que irá te avaliar e indicar o tratamento ideal para sua condição”, afirma o psiquiatra Adiel Rios. 

Segundo ele, é preciso ficar atento a sintomas como tristeza profunda e contínua, apatia, desânimo, perda do interesse pelas atividades que gostava de fazer, pensamento negativo (ideias de fracasso, incapacidade, culpa, pensamentos de morte), alterações do sono e do apetite. “O tratamento pode envolver o uso de psicofármacos, associados à psicoterapia”.

 

Não faça do álcool a sua válvula de escape

Na quarentena, muitas pessoas se voltaram para seus métodos habituais de lidar com o estresse e a solidão, como o consumo de álcool e drogas. No ápice do isolamento social, com menos interação com colegas e familiares, foi muito fácil perder o controle. “Se continuar com este hábito, terá uma conta alta em breve, aumentando ansiedade, ataques de pânico e outros sintomas psiquiátricos. Pior: o impacto cerebral deste uso abusivo pode perdurar por muito tempo, mesmo quando acabar a pandemia”, alerta a psiquiatra Danielle Admoni.

 

Respeite a sua retomada

Os restaurantes já estão abertos, assim como os shoppings e o comércio de rua. No entanto, muitas pessoas ainda estão receosas de voltar ao normal, mesmo com os devidos cuidados. “Se você é uma delas, seja qual for o seu medo, não se sinta pressionado a nada. Cada um tem seu próprio ritmo. Só não permita que este medo te domine e te impeça de retomar sua vida. Se chegar a este ponto, será preciso buscar ajuda de um médico especialista”, aconselha a Dra. Cristiane Romano, Mestre e Doutora em Ciências e Expressividade pela USP.  

Enquanto isso, volte à rotina em casa. Não troque o dia pela noite. A privação do sono também é um forte gatilho para transtornos de ansiedade. “Quando você não dorme o suficiente para ser produtivo ou trabalha até tarde da noite, prejudica a rotina do sono, desregulando seu relógio biológico. Isso resulta em uma extrema exaustão, pois o organismo, que já está habituado com um determinado padrão de sono, sofre um forte impacto, precisando de tempo e resistência para se adequar às mudanças. Sendo assim, quanto mais você praticar a rotina em casa, mais fácil será para retomar suas atividades de forma leve, natural, espontânea e sem traumas”, finaliza Adiel Rios.


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