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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

NOVEMBRO AZUL: Oncoguia invade grupos de WhatsApp para dar um toque nos homens

ONG cria campanha "Posso te dar um toque" para estimular a conscientização dos homens sobre o câncer de próstata


O Instituto Oncoguia, organização sem fins lucrativos de apoio a pacientes com câncer, encontrou um jeito diferente de falar sobre câncer de próstata neste Novembro Azul. Com o slogan "Posso te dar um toque", o instituto criou uma série de cards para serem compartilhados nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp a fim de convidar os homens a se conscientizarem sobre a importância de ficarem de olho na saúde da próstata.

"A ideia é incentivar o autocuidado em geral com a saúde, o que já uma primeira barreira para os homens, e também lembrá-los da importância da consulta com o urologista. O assunto é sério, mas pode ser tratado de forma leve e descontraída, queremos quebrar preconceitos e driblar o medo existente. Para isso, convocamos amigos e familiares para nos ajudar nessa tarefa, todos podem ajudar", explica a fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz.

A ONG também lançou um novo perfil no Instagram como parte da campanha. @possotedarumtoque tem conteúdos para que todos possam chamar a atenção do pai, do avô, dos tios, irmãos, marido, namorado, amigos e colegas de trabalho para os cuidados com a saúde e com o câncer de próstata.


Principais cuidados e orientações

Quando o assunto é câncer de próstata, a recomendação é para que homens façam o rastreamento anual a partir dos 50 anos. Ao completar esta idade, é muito importante que marquem uma consulta com um urologista para a realização do exame de toque retal e de dosagem de PSA.

Esses exames ajudam o médico a identificar qualquer alteração na próstata, possibilitando a realização de exames complementares. Assim, quando for o caso, é possível diagnosticar o câncer de próstata ainda em fases iniciais, quando a chance de cura pode chegar a até 90%.

Homens com histórico familiar da doença em parentes de primeiro grau e homens pretos apresentam maiores riscos de desenvolver a doença e devem conversar com o médico sobre o momento ideal de iniciar o rastreamento. É importante também ficar atento a possíveis sintomas como micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido, vontade de urinar frequentemente à noite, sangue na urina ou no sêmen, disfunção erétil, dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos e fraqueza ou dormência nas pernas ou pés. Nestes casos, é recomendado procurar um urologista o quanto antes para investigar os sintomas.

"Existem muitas razões envolvidas nas dificuldades para os homens se cuidarem adequadamente, mas queremos que eles saibam que não estão sozinhos e que tenham acesso a informação de qualidade para que tomem a melhor decisão. Diante do diagnóstico, hoje existem inúmeras possibilidades de tratamento, sempre focando na melhor qualidade de vida", finaliza Luciana Holtz.

Se você também quiser dar um toque nos homens que conhece para que se cuidem, acesse os conteúdos disponibilizados pelo Oncoguia:
Baixe os cards no portal do Oncoguia
Instagram: instagram.com/possotedarumtoque


Sobre o Instituto Oncoguia
O Instituto Oncoguia é uma associação civil sem fins lucrativos fundada em 2009. Tem como missão ajudar o paciente com câncer a viver mais e melhor por meio de ações de educação, conscientização, apoio e defesa dos direitos dos pacientes.
Site: www.oncoguia.org.br
Canal Ligue Câncer: 0800 773 1666


Estudo da UFSCar avalia efeitos do distanciamento social na qualidade de vida das mulheres

 Pesquisa vai verificar qualidade de vida, do sono, fadiga e saúde mental em mulheres sadias e com doenças reumatológicas

 

Uma pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tem por objetivo levantar dados sobre como as mulheres estão enfrentando o período de distanciamento social causado pela pandemia da Covid-19, com avaliação da qualidade de vida e do sono, fadiga e saúde mental, comparando mulheres sadias com aquelas que têm doenças reumatológicas. O estudo é realizado pelo mestrando Gabriel Bernardi, sob orientação de Paula Regina Mendes da Silva Serrão, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar.


De acordo com o pesquisador, o distanciamento social é uma medida de segurança necessária neste momento da pandemia do novo Coronavírus, mas a queda no convívio social, a diminuição das atividades de lazer e a interrupção de atendimentos em algumas unidades de saúde são fatores que podem gerar queda na qualidade de vida da população em geral. Além disso, o próprio ineditismo da atual pandemia causa, segundo Bernardi, aumento da ansiedade e até um estado depressivo nas pessoas. "Mulheres com doenças reumatológicas - fibromialgia, artrose, artrite, osteoporose, lombalgia, lúpus etc - têm um perfil psicossocial que as tornam ainda mais suscetíveis a terem alterações na qualidade de vida, diante do cenário atual", acrescenta o mestrando.


A principal hipótese do estudo é que existam mudanças provocadas pelo distanciamento social na qualidade de vida, do sono, fadiga e saúde mental tanto de mulheres saudáveis quanto das acometidas por doenças reumatológicas. Considerando isso, a partir da pesquisa será "possível gerar protocolos de saúde para intervir nesses aspectos. Intervenções que busquem amenizar esses efeitos negativos e, após a pandemia, preparar o sistema de saúde a dar enfoque para questões além das físicas", afirma Bernardi quanto à aplicação dos resultados do levantamento.


Para realizar a pesquisa estão sendo convidadas voluntárias, a partir de 18 anos, que tenham, ou não, doenças reumatológicas, de qualquer região do País. As participantes precisam responder a este questionário online (https://bit.ly/34Ppqcq), que leva cerca de 15 minutos, e ficará disponível até março de 2021. Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail bernardi_ga@hotmail.com ou pelo telefone (18) 99797-9515. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 36469420.1.0000.5504).


Crianças serão destaque em ações da campanha Dezembro Laranja

Campanha Dezembro Laranja
(SBD)

Iniciativa tem como objetivo promover a conscientização da importância da prevenção do câncer de pele

 

Os cuidados com a exposição ao sol devem começar bem cedo, no início da vida. Por isso, é muito importante que a conscientização seja desde os pequenininhos até os mais velhos. A preocupação é um dos destaques da campanha de 2020 desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e que no Rio Grande do Sul, tem suas ações promovidas pela secção RS (SBD-RS).

Os números de cânceres de pele no Brasil continuam preocupantes: são mais de 180 mil novos casos por ano. A doença também equivale a 30% dos tumores malignos no país. A Sociedade Brasileira de Dermatologia está comprometida com o combate ao câncer de pele e convida a todos para engajamento nessa luta. A campanha propõe que todos conversem com seus filhos, sobrinhos, netos e todas as crianças e adolescentes sobre as medidas para prevenir as queimaduras solares e, consequentemente, o o câncer de pele.

 


Marcelo Matusiak


+ de 40 milhões de brasileiros sofrem com zumbido e hipersensibilidades auditivas.

Você é um deles?

 

A 15ª edição do Novembro Laranja, ‘Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido, Misofonia e Hiperacusia’, promovida pelo Instituto Ganz Sanchez - primeiro centro latino americano especializado no tratamento de Zumbido, Misofonia e Hiperacusia - visa alertar a população sobre as causas e formas de tratamento, além de reforçar que parte crescente da comunidade médica vem progressivamente oferecendo opções de tratamento com melhora na qualidade de vida, e até cura, desses sintomas que já atingem mais de 40 milhões de brasileiros.

Estima-se que 22% dos paulistanos tenham zumbido (Oiticica e Bittar, 2016)

O Zumbido é hoje mais comum do que: Asma, Diabetes, Surdez, Cegueira e Alzheimer.

Estima-se que a MISOFONIA possa acometer 14-22% da população (Wu e cols, 2014)

Estima-se que a HIPERACUSIA acometa 8-17% das pessoas (Paulin, 2016)

A Profa. Dra. Tanit Ganz Sanchez, especialista reconhecida mundialmente como autoridade na pesquisa e tratamento do Zumbido no ouvido, tem na bagagem mais de 25 anos de estudos sobre o tema e é também a criadora do Novembro Laranja – mês escolhido para chamar atenção para o zumbido e as hipersensibilidades auditivas com o objetivo de alertar e conscientizar sobre a ‘Quadrilha do ouvido’ (Zumbido, Misofonia e Hiperacusia).

‘Novembro Laranja’ é a campanha que leva informação de qualidade e gratuita para todo o Brasil!



Quadrilha do ouvido






Você tem ou conhece alguém que sofre com algum desses sintomas?



ZUMBIDO: o barulho que está ‘dentro do seu ouvido’

Som que as pessoas escutam dentro dos seus ouvidos, especialmente nos momentos de silêncio. Os mais comuns se parecem com apitos e chiados.



MISOFONIA: isso não é frescura!

Intolerância a sons baixos e repetitivos (mastigação, respiração, pigarro, clique de caneta, chinelos etc).



HIPERACUSIA: quando o mundo está com o botão do volume no máximo!

Intolerância ao volume dos sons (conversas, música, eletrodomésticos, trânsito, restaurantes etc).

Algumas consequências diárias da presença da ‘Quadrilha do Ouvido’ relatadas pelos pacientes:

Ø Dificuldade para dormir

Ø Falta de concentração

Ø Queda no rendimento escolar, universitário ou profissional

Ø Irritabilidade frequente

Ø Crises de ansiedade

Ø Restrição ou até isolamento do convívio familiar, escolar e profissional

Ø Depressão




POR QUE JUNTAMOS OS SINTOMAS NA MESMA CAMPANHA?

• Todos refletem alguma forma de incômodo com sons

• Cada um deles pode aparecer sozinho ou em grupo, fazendo parte da quadrilha do ouvido.

• Incomodam milhões de pessoas que sofrem com a falta de informação e de tratamento.

• Podem ser amenizados por tratamentos semelhantes

• A vida moderna tem muitos fatores que agridem os ouvidos. Todos nós estamos mais sujeitos a ter esses sintomas.



15a edição do Novembro Laranja - Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido, Misofonia e Hiperacusia

Objetivos

Ø Conscientizar a população sobre a realidade preocupante do aumento dos problemas do ouvido em pessoas de todas as idades, particularmente o Zumbido. Há três anos, a Campanha aborda também os temas Misofonia e Hiperacusia.



Ø Motivar mais profissionais a abraçarem essa causa, entendendo que Zumbido, Misofonia e Hiperacusia são sintomas de ouvidos mais frágeis, que precisam de mais cuidados com as agressões diárias, além da investigação correta de suas causas.

Ø Divulgar que o tratamento precoce do Zumbido, da Misofonia e da Hiperacusia pode fazer a diferença na recuperação da qualidade de vida. 


Ø Mudar pensamentos restritivos (“não há nada a fazer”, “isso não tem cura” ou “aprenda a conviver com isso”) ajuda a ampliar a atuação profissional e obter sucesso no tratamento do paciente.

Ø Parcerias com empresas para conscientizar e alertar funcionários do RH e colaboradores sobre os sintomas, que podem ser prejudiciais para o bom desempenho das funções.

Ø Alertar a população de que o tratamento correto pode melhorar muito a qualidade de vida do portador de zumbido, hiperacusia e misofonia.

Após a notoriedade conquistada com mais de uma década de Campanha, a Profa. Dra. Tanit Ganz Sanchez chama atenção para a parceria com profissionais de vários estados do Brasil que passaram a dedicar tempo e estudo ao tratamento do zumbido. “A ajuda da população mais informada pelas campanhas anteriores - e ávida por tratamento em suas cidades - foi fundamental para acelerar esse movimento médico, pois ela levou as informações aos seus respectivos profissionais para juntos buscarem o tratamento. Esse círculo virtuoso já conseguiu melhorar o cenário do zumbido no país, mas ainda há muito para melhorar. Por isso, a participação de mais profissionais experientes está sendo progressivamente encorpada na Campanha ao longo dos anos”, conscientiza a médica que, desde 1994, observa o sintoma se alastrando entre crianças, adolescentes e adultos, e que também defende o abandono das crenças errôneas da medicina sobre o zumbido ser um problema exclusivo da terceira idade e sem cura.

No cenário atual, a Quadrilha do Ouvido é vista como um conjunto de sintomas decorrentes da vida moderna, pois esses sintomas podem ser causados por erros alimentares, exposição abusiva aos sons, uso frequente de celulares, fones de ouvido, medicamentos sem prescrição e por estresse com as dificuldades da rotina, entre tantos outros.

As atividades da Campanha NOVEMBRO LARANJA acontecem no Brasil todo e conta com muitos profissionais envolvidos para a conscientização da população sobre a Quadrilha do Ouvido.

“Com o passar do tempo, temos certeza que o Novembro Laranja fará com que a Quadrilha do Ouvido seja mais conhecida, mais investigada e tratada com mais sucesso!”, afirma Dra. Tanit Ganz Sanchez.



Sobre a CAMPANHA NACIONAL DE ALERTA AO ZUMBIDO, MISOFONIA E HIPERACUSIA

Deseja chegar aos 04 cantos do Brasil como um movimento para popularização da preocupante realidade do aumento de zumbido e hipersensibilidades auditivas, sintomas ainda desconhecidos que impactam a vida de milhões de brasileiros.

Disponibilizamos nossos materiais de divulgação para profissionais de outras cidades fazerem download e implantarem ações locais (material disponível em www.institutoganzsanchez.com.br/novembrolaranja)







Dra. Tanit Ganz Sanchez - Graduada pela USP, a médica especializou-se em otorrinolaringologia, fez Doutorado e Livre Docência também pela USP. Há mais de 25 anos, pesquisa os sintomas de ouvidos desvalorizados pela medicina, como zumbido, misofonia e hiperacusia, sendo reconhecida internacionalmente; Fundadora e Diretora do Instituto Ganz Sanchez que há mais de 10 anos é direcionado exclusivamente ao estudo e ao atendimento de pessoas com Zumbido, Misofonia e Hiperacusia; Criadora e coordenadora do GANZ – Grupo de Apoio Nacional a Pessoas com Zumbido; Criadora e coordenadora da ‘Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido’, o Novembro Laranja, Palestrante de eventos nacionais e internacionais, levando os resultados de suas pesquisas e disseminando conhecimento à comunidade científica internacional. Fundadora da ‘TV Zumbido’, website destinado a oferecer conteúdo de qualidade sobre zumbido ao público em geral, Autora do livro ‘Quem Disse Que Zumbido Não Tem Cura?’, que já está em sua segunda edição. Incentivadora da criação do ‘Dia Nacional de Conscientização sobre Zumbido’ (11/11), do ‘Dia Nacional de Conscientização sobre Misofonia’ (12/11) e do ‘Dia Nacional de Conscientização sobre Hiperacusia’ (13-11) - todos englobados na campanha ‘Novembro Laranja’, movimento que vem crescendo com o engajamento da comunidade médica e demais profissionais da saúde. Sumidade reconhecida pela comunidade médica internacional, Dra Tanit teve algumas pesquisas premiadas internacionalmente, o que justificou a conquista da inédita presidência do International Tinnitus Seminar, evento tradicionalmente realizado entre Europa e Estados Unidos, para trazê-lo ao Brasil. Assim, em 2011, foi realizado pela primeira vez no hemisfério sul.


Bolhas nos pés? Saiba como tratar e evitar o problema

 Freepik/ nensuria 
Quem já teve uma bolha no pé sabe o quanto é incômodo, o problema traz dor e desconforto para os que praticam exercícios e até para quem usa um calçado novo ou inapropriado para realizar as tarefas do dia a dia. As lesões são provocadas por conta ao atrito entre a pele e algum objeto, geralmente a meia ou o próprio sapato. A fricção faz com que a camada superior da pele (epiderme), se descole e a bolha se forma entre duas camadas de pele (derme e epiderme).

Segundo a podóloga Malú Pìnheiro, coordenadora técnica da Doctor Feet, o formato dos pés, algumas deformidades ortopédicas, joanetes e outros podem fazer com que algumas pessoas e determinadas áreas do pé tenham mais atrito com os calçados ou com o solo, facilitando o aparecimento da lesão. “Queimaduras por frio ou calor também podem propiciar a formação de bolhas”, pontua.

E atenção, a bolha nunca deve ser estourada porque isso aumenta o risco de infecção da pele. “Normalmente, a bolha é produzida pelo corpo para proteger os tecidos da pele que estão inflamados. Assim, ela evita pancadas no local e protege contra a entrada de vírus e bactérias”, alerta a especialista.

Para prevenir o aparecimento delas, o ideal é usar de protetores especiais para bolhas, existem modelos de tecido, silicone e gel, adaptados para diversas áreas dos pés como dedos, tendão e plantas. “Mas, se já houver a bolha, é importante protegê-la com um curativo que não grude. Pode ser gaze coberta por vaselina líquida para manter a área longe de eventuais atritos e contaminação”, recomenda Malú, acrescentando que, se a bolha for muito grande, dolorosa, ou estiver com alguma secreção, é fundamental procurar um dermatologista pois o tratamento pode envolver medicamentos, como antibióticos. “Geralmente, a pele começa cicatrizar com o tempo e o líquido é reabsorvido pelo nosso organismo, a lesão se transforma em uma casquinha e uma pele nova aparece no local”, finaliza.

 

Doctor Feet

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Instagram: @doctor_feet

Facebook: /doctorfeet.podologia

Cientistas da Mayo desenvolveram um índice matemático para distinguir um microbioma saudável de um doente

O que faz com que algumas pessoas desenvolvam doenças crônicas como artrite reumatoide, câncer e síndrome metabólica, enquanto outras se mantêm saudáveis? Uma grande pista pode ser encontrada no microbioma do intestino: os trilhões de bactérias vivendo dentro do sistema digestivo que regulam várias funções do corpo.

Para utilizar a grande população de organismos minúsculos como indicador do bem-estar das pessoas, os pesquisadores da Mayo Clinic desenvolveram um Índice de Saúde do Microbioma Intestinal. Esse índice diferencia um microbioma saudável de um que está doente. 

Em um novo estudo publicado na edição de 15 de setembro da Nature Communications, os pesquisadores revelaram como seu índice, composto por uma fórmula matemática interpretada biologicamente, pode considerar o perfil do microbioma intestinal a partir de amostra de fezes de uma pessoa para revelar a probabilidade de ela ter uma doença, independentemente do diagnóstico clínico. 

“Essa descoberta avança nosso entendimento da composição de um microbioma intestinal saudável que está sendo almejado há tempo,” diz Jaeyun Sung, Ph.D, o autor correspondente. “Nosso índice prevê o quanto uma amostra do microbioma intestinal se assemelha a condições saudáveis e não saudáveis.” O Dr. Sung é professor assistente de cirurgia, na Faculdade Mayo Clinic de Medicina e Ciência, e pesquisador do Centro Mayo Clinic de Medicina Individual no Programa de Microbioma.

Efeitos do microbioma intestinal na saúde

O Dr. Sung afirma que os efeitos do microbioma altamente complexo na saúde humana são profundos, mas é relativamente nova a ciência sobre como detectar adequadamente se algo pode estar errado e como aplicar o microbioma como indicador da saúde geral. O que se sabe é que o ecossistema dos microbióticos está ligado a um conjunto de benefícios, incluindo ajuda na digestão de comida, regulação do metabolismo e contribuição com a imunidade. Porém, restam muitas dúvidas. Estudos recentes ligam alterações no microbioma intestinal a importantes doenças crônicas. O Dr. Sung diz que a falta de testes ou algoritmos acionados por biomarcadores prejudica a detecção precoce de sinais de doença antes da ocorrência de sintomas específicos diagnosticáveis.

Para o novo estudo, o Dr. Sung e sua equipe analisaram 4347 metagenomas por “shotgun” de fezes humanos disponíveis publicamente, o que permitiu que os pesquisadores sequenciassem extensivamente todos os genes em todos os organismos conhecidos presentes na amostra de fezes. As amostras foram agrupadas através de 34 estudos publicados abrangendo condições saudáveis e 12 condições não saudáveis. Quase 1700 das amostras de microbioma intestinal eram de pessoas não saudáveis, ou seja, aquelas com doença clinicamente diagnosticada ou peso corporal anormal com base no índice de massa corporal. Quase 2600 amostras eram de pessoas reportadas como saudáveis, ou seja, sem doença evidente ou sintomas adversos.

“Nós agrupamos as amostras não saudáveis em um grupo e as amostras saudáveis em outro,” explica o Dr. Sung. “Então fizemos uma comparação das frequências dos micróbios que foram observados em ambos os grupos. Descobrimos que alguns micróbios foram muito mais frequentemente observados no grupo saudável comparado com o grupo não saudável e vice-versa.

A análise dele levou a um perfil do microbioma do intestino humano saudável composta por 50 espécies microbianas.

“Mas o desafio real foi aplicar essa informação para projetar um indicador de saúde,” diz o Dr. Sung.


Fórmula matemática avança descoberta de microbioma

A descoberta de um perfil do microbioma intestinal saudável levou o Dr. Sung e sua equipe a desenvolverem uma fórmula matemática que prevê o quanto uma amostra de microbioma intestinal se assemelha a condições saudáveis e não saudáveis. Eles criaram uma proporção entre as espécies saudáveis e as espécies não saudáveis. Quanto maior o número, maiores as chances de que a amostra de microbioma correspondente seja de uma pessoa saudável.

“Um número maior irá dizer para você: ‘Ah, você parece muito saudável. O seu microbioma se assemelha ao da população saudável,’” afirma o Dr. Sung. “Mas um número baixo revela: ‘Ah, não podemos dizer exatamente qual doença você pode ter, mas podemos dizer que algo não está certo. O seu microbioma se assemelha muito com como um microbioma seria em uma população doente.’ E é isso que chamamos de Índice de Saúde do Microbioma Intestinal. Você pode vê-lo como uma ‘contagem de crédito para seu intestino.’”

Em uma validação de coorte independente com cerca de 700 sujeitos humanos, as amostras saudáveis foram diferenciadas das amostras não saudáveis 74 por cento das vezes.


Conexão cardiovascular ao microbioma intestinal

Durante o estudo, o Dr. Sung fez outra descoberta: uma correlação moderada entre o Índice de Saúde do Microbioma Intestinal e lipoproteínas de alta densidade, ou HDL, ou “colesterol bom”, no sangue. 

“Quanto mais alto o Índice de Saúde do Microbioma Intestinal, maior o nível do HDL,” ele explica. “O fato de termos conseguido achar essa correlação com o marcador de saúde cardiovascular é muito animador, já que agora estamos conectando informação do microbioma intestinal com dados clínicos. Uma área de pesquisa no meu grupo é identificar como o microbioma intestinal se comunica com os vários tecidos no corpo por meio de sinais químicos. Atualmente, estamos longe de conseguir tirar conclusões sobre mecanismos específicos, mas temos algumas pistas promissoras que gostaríamos de perseguir mais a fundo.”

Ele diz que a descoberta destaca o potencial do índice de ser um preditor de saúde poderoso e consistente. No futuro não tão distante, o Dr. Sung imagina um momento em que fornecer uma amostra de fezes para avaliar o microbioma durante consultas regulares ao médico se tornará rotina. Ele espera desenvolver mais o Índice de Saúde do Microbioma Intestinal para que um dia ele possa contribuir com os programas de triagem de medicina abrangente e saúde preventiva.

“Nossa métrica quantitativa de fezes para indexação da saúde do microbioma é uma inovação conceitual e técnica e tem o potencial de informar tratamentos para manter ou restaurar a saúde por meio da modulação do microbioma intestinal,” diz o Dr. Sung. “Nosso índice fornece um ponto de destino de como você quer que seu microbioma se pareça, especialmente depois de uma grande perturbação, como intoxicação alimentar ou antibióticos. Além disso, esse trabalho demostra o poder de integrar amostras existentes por meio de várias fontes e condições de saúde para identificar descobertas realmente robustas que beneficiem a saúde humana. ”


IQeB - Instituto Quimioterapia e Beleza divulga pesquisa: "Expectativa do paciente oncológico para o cenário pós-Covid-19"

Pacientes oncológicas não se surpreenderam com o isolamento social e o uso de máscaras são práticas cotidianas indicada devido à baixa imunidade, porém o receio do pós pandemia existe e foi declarado por cerca de 77,2% das entrevistadas

 

O Instituto Quimioterapia e Beleza - IQeB, maior banco de lenços do Brasil, lança a pesquisa ‘Expectativa do paciente oncológico para o cenário pós-Covid-19’, com o intuito mostrar a dimensão do impacto da pandemia em pacientes oncológicas. A pesquisa ouviu cerca de 820 pacientes oncológicas de todo o Brasil, entre 18 e 70 anos, e aponta que muitas pacientes deixaram de se consultar com médicos, realizar exames, receber diagnóstico, iniciar ou manter tratamentos e tiveram até procedimentos importantes cancelados, como cirurgias, radio e quimioterapia. 

Para além da pesquisa, as sociedades de saúde já informaram que muitas mulheres deixaram de ser diagnosticadas, devido a diferentes movimentos da área da saúde, com o foco na erradicação do Covid-19. Segundo o INCA em estudo realizado em 2019, para este ano de 2020, a incidência do câncer em mulheres foi estimada em mais de 300 mil casos, sendo que 66 mil são apenas de câncer de mama. 

Estes dados impactam diretamente no quadro e avanço da patologia e a pesquisa realizada pelo IQeB ‘Expectativa do paciente oncológico para o cenário pós-Covid-19’ dá um panorama sobre o comportamento e também os receios dessas pacientes em relação ao término da pandemia. 77,2% das respondentes informaram estar em tratamento para o câncer de mama e embora 17,7% delas tenha declarado não considerar seguro manter o tratamento durante a pandemia e preferir aguardar, a maioria comenta que reconhece o risco de alteração do estágio da doença. 

Além disso, 77,2% das entrevistadas pela pesquisa do IQeB também declararam não acreditar que o sistema de saúde terá capacidade para atender o número represado de pacientes após a pandemia. Lembrando que, além dos tratamentos em curso, há os novos casos que deixaram de ser diagnosticados neste período. 

Essas pacientes apresentam vulnerabilidade imunológica, uma característica do câncer e, segundo a Sociedade Brasileira de Patologia, cerca de 50 mil brasileiros, ao menos, deixaram de ser diagnosticados com câncer desde o início da pandemia. Um dado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica informa que 70% das cirurgias de câncer foram adiadas em abril de 2020, além disso, segundo o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - Icesp, no período 30% menos pacientes iniciaram tratamento.

 

Comportamento

O cotidiano destas pacientes não foi alterado, mas a modificação aconteceu no principal cenário: rotina médica, uma exigência para os casos de câncer, para que se possa desacelerar, tratar e minimizar os sintomas e avanços da doença. Além disso, o receio sobre o pós-pandemia e a retomada da rotina de tratamentos é o que deixa as pacientes mais receosas. 

43,5% das respondentes declararam que não saíram de casa durante a pandemia e ficaram em total isolamento social. Elas informaram ter utilizado a internet e as facilidades da tecnologia para fazer compras, evitando contato com possíveis infectados. 

"Este estudo mostra apenas um recorte sobre a situação das pacientes com câncer e deixa a reflexão sobre o setor de saúde, levantando algumas questões importantes: Depois do Covid-19 como será o impacto disso quando a área da saúde voltar a fazer estes atendimentos? O setor da saúde está com a estrutura preparada para dar atendimento a esta demanda que irá surgir?", comenta Deborah Duarte Presidente e sócia-fundadora do Instituto Quimioterapia e Beleza e responsável por conduzir a pesquisa. "Muitas pacientes relatam ter medo do futuro, de como poderão ter mais qualidade de vida e sobrevida, pois é uma crescente o número de casos diariamente e a estrutura se mostra despreparada para isso".

 

Dados da Pesquisa: "Expectativa do paciente oncológico para o cenário pós-Covid-19"

 

Faixas etárias das entrevistadas

36,5% - 41 a 50 anos
19,8% - 36 a 40 anos
19,3% - 50 a 60 anos
11,6% - 31 a 35 anos
5,9% - 26 a 30 anos
4,6% - 61 a 70 anos
1,3% - 18 a 25 anos

 

Tipo de tratamento em andamento

77,2% Das respondentes declararam estarem em tratamento para o câncer de mama

As demais declararam câncer de pele, útero, linfoma ou leucemia, ovário, pulmão e intestino.

 

Tipo de tratamento

32,9% - Curativo

> 74,8 câncer de mama
29,4% - Adjuvante
> 89,2% câncer de mama
18,7% - Para doença metastática

> 52,9% câncer de mama
14,1% - Neoadjuvante

> 96,6% câncer de mama
4,9% - Paliativo exclusivo

> 57,5% câncer de mama

 

Impacto da pandemia no tratamento

54,6% - Não houve alteração
15,7% - Consultas remanejadas

11,2% - Consultas remanejadas, exames prorrogados
6,0% - Exames prorrogados

2,6% - Cirurgias canceladas ou adiadas

1,6% - Consultas remanejadas, cirurgias canceladas ou adiadas

1,3% - Interrupção no tratamento (quimioterapia, radioterapia, outros)

Local de tratamento: Hospital particular, público ou convênio médico
53,4% - Hospital particular com convênio médico
44,3% - Hospital público

> 80,7% - Câncer de Mama
2,3% - Hospital particular
> 74,4% - Câncer de Mama


Comportamento durante a pandemia

43,5% - Não saíram de casa durante a pandemia - ficaram em total isolamento social e utilizaram-se de ferramentas on-line para fazer compras, evitando contato com possíveis contaminados.

39,5% - Saíram unicamente para irem ao supermercado, realizar compras de alimentos e à farmácia para compra de medicamentos.

9% Saíram para trabalhar

8% Para se exercitar

 

Segurança para manter atendimentos durante a pandemia

Embora 17,7% tenha declarado não considerar seguro manter o tratamento durante a pandemia e preferir aguardar, a maioria delas declara que reconhece o risco de alteração do estágio da doença.

 

Capacidade do Sistema de Saúde no momento pós pandemia

77,2% declararam não acreditar que o sistema de saúde terá capacidade para atender o número represado de pacientes após a pandemia.

 

Pesquisa "Expectativa do paciente oncológico para o cenário pós-Covid-19"

Realização: IQeB - Instituto Quimioterapia e Beleza

Validada por oncologista: Dr. Felipe Ades (CRM 168018/SP), Diretor científico do IQeB

Respondentes: 820 pacientes oncológicas de todo o Brasil

Entrevistas por e-mail

Período de coleta de dados: 21/06 a 05/07/2020


CIRURGIA ROBÓTICA REDUZ OS RISCOS DE SEQUELAS EM PROCEDIMENTOS CONTRA O CÂNCER DE PRÓSTATA

Recuperação é mais rápida e chance de cura é maior em pacientes diagnosticados precocemente


As possíveis sequelas, como incontinência urinária e impotência sexual, decorrentes de uma prostatectomia, que é o procedimento de retirada da próstata como parte do tratamento do câncer, têm risco menor de ocorrer quando a cirurgia é feita com tecnologia robótica. “O equipamento confere mais precisão às incisões e movimentos para a extração do tumor”, esclarece o Dr. Bruno Benigno, uro-oncologista do Grupo Leforte.

Minimamente invasiva, a cirurgia robótica requer apenas incisões pequenas para tratar o paciente. O procedimento é realizado com o cirurgião dentro da sala de operações e com toda a equipe médica presente, para o suporte necessário a qualquer situação.

O equipamento utilizado consiste basicamente em duas partes: o robô, com pinças articuladas, capazes de acessar áreas da anatomia humana que a mão do médico teria mais dificuldade, e a estação de operação, em que o cirurgião utiliza imagens 3D para guiar as pinças do robô. Além disso, o médico conta com controles capazes de compensar tremores e movimentos bruscos, conferindo mais suavidade, firmeza e precisão ao procedimento cirúrgico.

“A cirurgia robótica tem benefícios comprovados para inúmeras aplicações, mas é no tratamento do câncer de próstata que ela consegue diferenças ainda mais expressivas”, ressalta o uro-oncologista, lembrando que o procedimento também pode ser feito por vídeo ou com cirurgia aberta, dependendo do caso.

Para alguns pacientes, o tratamento requer mais do que a cirurgia. É preciso complementar com radioterapia. “Em caso de metástase, pode ser necessário quimioterapia”, comenta o especialista. Importante lembrar que diabetes, idade avançada, tabagismo e outros fatores representam risco ao tratamento, podendo aumentar as chances de sequelas.

“Se o tumor for muito agressivo, podemos realizar a radioterapia antes da cirurgia, ou hormonioterapia. Nessa estratégia, retiramos a fonte do câncer, controlando o tumor por meio da diminuição dos índices de testosterona no organismo”, esclarece o uro-oncologista.

Por outro lado, existem tumores benignos, de baixa agressividade, cuja recomendação é apenas vigilância ativa. “Se o paciente tiver idade avançada, principalmente, e for assintomático, podemos optar apenas por monitorar a evolução da doença, garantindo qualidade de vida”, afirma o médico do Grupo Leforte.


Alta incidência

O câncer de próstata é o mais comum em homens, atrás apenas dos tumores de pele não-melanoma, com quase 66 mil novos casos e 15,5 mil mortes por ano em todo o País, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer).

Como 80% dos casos são assintomáticos, é fundamental estar com os exames para diagnóstico precoce em dia. O rastreamento é feito pela combinação do PSA (antígeno prostático específico, uma proteína identificada por exame de sangue) com o toque retal. Ambos são necessários, pois os exames podem falhar no diagnóstico se forem feitos isoladamente.

Aproximadamente 6% dos exames combinados dão positivo, levando o paciente à segunda fase do diagnóstico, a biópsia, que identificará o tipo de tumor. Esse procedimento é indolor –consiste na retirada de 12 fragmentos de diferentes regiões da próstata. Para realizá-lo, o paciente recebe anestesia local, em ambiente hospitalar ou clínica especializada.

A recuperação é rápida, sendo que a maioria dos homens pode retornar ao trabalho no dia seguinte. O preparo é feito com antibióticos, jejum e uso de laxante retal. Pode haver pequenos sangramentos na urina e no esperma, por cerca de uma semana, mas é algo autolimitado, ou seja, costuma cessar sozinho no processo de recuperação. Há também a ressonância magnética que, em alguns casos, evita a necessidade de biópsia.

O rastreamento deve começar a ser realizado a partir dos 50 anos. Pacientes com fatores de risco – histórico familiar, por exemplo – devem começar cinco anos antes, aos 45. Há também a possibilidade de realizar um exame chamado painel genético, para identificação de genes que indicam maior risco de a doença se manifestar precocemente. Mas esse teste é recomendado apenas quando o paciente possui histórico familiar de câncer de próstata em homens jovens, com menos de 45 anos.

 

Uma semana de intubação pode gerar problemas na voz

Pandemia de Covid-19 aumentou número de pacientes que recorrem à fonoterapia após período de internação

 

A Covid-19 já infectou mais de 5,5 milhões de brasileiros, resultando na morte de mais de 160 mil pessoas. Após meses de pandemia, no entanto, diversas especialidades médicas passaram a olhar também para outros problemas gerados pelo vírus. Entre eles estão questões relacionadas à voz, em decorrência do processo de intubação muitas vezes necessário durante o tratamento do novo Coronavírus.

De acordo com Bruna Rainho Rocha, fonoaudióloga do Hospital Paulista, sete dias de intubação podem ser suficientes para gerar complicações relacionadas à laringe. A rouquidão é um dos sintomas mais frequentes após a intubação de um paciente, mas costuma ser temporária, com duração de dois a três dias.

Entretanto, há situações mais graves, que também podem gerar fraqueza na voz. “As pregas vocais ficam localizadas na laringe, por onde passa o tubo orotraqueal para a intubação. A laringe é muito sensível e pode ser comprometida por inúmeras causas, desde trauma, por uma intubação de emergência ou de difícil exposição, até por um tempo longo de permanência da cânula em contato com a mucosa da laringe”, explica a fonoaudióloga.

Para alguns pacientes que passaram semanas e até meses intubados, é indicada a fonoterapia para a adequação da qualidade vocal. Nestes casos, é importante recorrer inicialmente a um otorrinolaringologista, que poderá realizar o diagnóstico do problema e, assim, o fonoaudiólogo pode definir a melhor conduta para cada caso.

“O primeiro passo do paciente consiste em fazer uma avaliação com um médico otorrinolaringologista para entender a causa destes problemas, que podem ser gerados pelo tempo de intubação, por uma lesão nas pregas vocais ou até mesmo por paralisia das pregas vocais”, completa Bruna.


Uso de máscaras

Outro problema relacionado à Covid-19 independe de ser acometido ou não pelo vírus. Algumas pessoas têm apresentado fadiga vocal, com prejuízos em suas falas, devido ao uso de máscaras – necessário desde o início da pandemia.

“As máscaras de proteção contra doenças podem atenuar o som da fala em até 12 decibéis, dependendo do tipo. Ou seja, parece que estamos falando mais baixo do que realmente estamos e isso torna a comunicação mais difícil – tanto para quem fala quanto para quem escuta. Para contornar essa situação, muitas pessoas acabam aumentando a intensidade da fala. Se não há preparo para isso, aumenta-se o risco de disfonias [problemas de voz]”, explica a fonoaudióloga.

Alguns profissionais, no entanto, precisam utilizar a máscara de proteção durante toda a sua jornada de trabalho. Nestes casos específicos, Bruna recomenda algumas ações que podem diminuir os efeitos da fadiga vocal:

  • Falar mais devagar
  • Articular bem as palavras (mexer mais a boca para falar)
  • Evitar falar em lugares barulhentos
  • Aumentar a hidratação (beber mais água ao longo do dia)

O Hospital Paulista oferece o serviço de fonoterapia há três anos, voltado ao atendimento de casos de voz e de motricidade orofacial, principalmente em adultos. Para quem não sabe, a motricidade orofacial é a área da Fonoaudiologia responsável pelos cuidados com órgãos, músculos e articulação necessários à respiração, sucção, deglutição, mastigação, fala e mímica facial.

“Se uma pessoa é rouca, tem cansaço para falar, fica com dor na região da garganta depois de falar, não consegue aumentar o volume da voz ou sente que ela falha, pode procurar o serviço do Hospital. Pessoas que roncam, têm apneia do sono, paralisia facial ou alguma outra alteração de Motricidade Orofacial também podem verificar a possibilidade da fonoterapia”, completa.




Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

O grave quadro dos bebês prematuros em tempos de COVID-19

Com 340 mil partos de prematuros por ano, Brasil entra no "Novembro Roxo" como décimo país em incidência de prematuridade e, no contexto da pandemia, enfrenta desafios complexos, como o isolamento de prematuros na UTI, a evasão de consultas de gestantes e um quadro de pânico e desinformação

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a pandemia do coronavírus já provocou mais de 1 milhão de mortes em todo o mundo, somando 32 milhões de casos em 188 países. Os números, assombrosos por si só, agravam outras situações que já eram bem complexas antes da pandemia. Uma delas é o universo da prematuridade como um todo, que envolve, entre outros pontos, a prevenção durante a gestação, o tratamento de bebês prematuros e o acolhimento à família.

O Brasil é o 10º país com mais partos prematuros no mundo, com cerca de 340 mil nascimentos de bebês nessas condições por ano, aponta a OMS. A lista inclui ainda China, Estados Unidos, Índia e Nigéria, sendo que 60% desses nascimentos ocorrem na África e no Sul da Ásia, o que demonstra o caráter global do problema. Vale destacar ainda que, no mundo, ocorrem 15 milhões de nascimentos nesse perfil, ou seja, um em cada dez bebês nascem prematuros todo ano, sendo que 1 milhão deles morre, consolidando assim a prematuridade como a principal causa de mortalidade infantil até 5 anos.

E quando a realidade do coronavírus se mistura à realidade da prematuridade, o tema se desdobra em várias questões: a mãe transmite coronavírus pela gravidez? E pela amamentação? Há relação da prematuridade com a COVID-19? A gestante deve ir ao médico presencialmente para fazer o pré-natal ou há outra opção? É realmente necessário que o bebê prematuro fique isolado na UTI Neonatal? É neste contexto que se iniciam as atividades de 2020 do Novembro Roxo – mês de sensibilização global para a causa da prematuridade – conduzidas no Brasil pela ONG Prematuridade.com, única instituição do País de apoio aos bebês prematuros e suas famílias.

Um recente estudo realizado pela Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA relatou que as mulheres com Covid-19 têm maior chance de parto prematuro. O resultado aponta que 12,9% dos nascidos vivos entre uma amostra de 3.912 mulheres foram prematuros, em comparação com 10,2% na população em geral.

“Precisamos colocar esse assunto com a evidência e a urgência que merece. Trata-se de um problema que pode até ser evitado com um bom pré-natal ou, ainda que haja o parto prematuro, certamente o bebê pode se recuperar com o mínimo de danos à saúde quando recebe o atendimento adequado. O resumo é que podemos interferir positivamente nesse quadro e vidas podem ser salvas. E agora temos que adaptar a realidade da prematuridade ao cenário do COVID-19”, explica Denise Leão Suguitani, fundadora e Diretora Executiva da ONG Prematuridade.com.


Evasão de consultas e isolamento de bebês na UTI: medo leva a erros graves

De maneira resumida, um parto é considerado prematuro quando acontece antes de 37 semanas de gestação. São várias as causas que podem levar à prematuridade, mas o principal passo para evitar esse problema é a prevenção. Nesse sentido, o pré-natal é uma das medidas mais eficazes para uma gestação saudável e completa. E aqui começa o primeiro processo agravado pela COVID-19: a evasão de consultas de gestantes por medo de infecção. 

Recentemente, a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) realizaram um grande estudo com 2.753 mulheres (1.713 grávidas e 1.040 puérperas – mães de recém nascidos com até 45 dias – de todas as classes sociais,  em todas as regiões do país. 

Entre outros dados, o estudo revelou que 81% das grávidas temem a contaminação pelo novo coronavírus durante as consultas de pré-natal, e 82% têm medo da internação hospitalar por ocasião do parto. Além disso, mais da metade (53%) das gestantes também não sabia se poderia ter acompanhante no hospital no pós-parto, o que é garantido por lei desde 2005.  

Embora não justifique o abandono de pré-natal – cujas consequências podem ser irreversíveis para mãe e para o bebê e isso tem que ficar muito claro – o receio das mulheres tem razão de ser. Uma pesquisa publicada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos descobriu que mulheres grávidas com coronavírus são mais propensas a desenvolver sintomas graves e têm maior probabilidade de ter parto prematuro ou sofrerem uma perda gestacional.

Cerca de 12% das mulheres infectadas tiveram parto prematuro – maior que a taxa de 10% de partos prematuros registrados na população em geral. No caso de mulheres sintomáticas, a taxa de nascimento de prematuros quase dobrou, chegando a 23%. Mulheres sintomáticas e assintomáticas também tiveram aborto espontâneo, com uma taxa geral de 2,2%. A pesquisa analisou os registros médicos de cerca de 600 gestantes, entre 18 e 45 anos, diagnosticadas com coronavírus entre março e agosto deste ano.

E, além da evasão de consultas, este cenário tem vários desdobramentos, entre eles a separação de mãe e bebê prematuro na UTI. Como já se sabe, o isolamento social é a principal forma de evitar a transmissão do coronavírus. O problema central é que o distanciamento é exatamente o oposto à principal premissa do Método Canguru, que consiste basicamente em colocar o bebê prematuro em contato pele a pele com sua mãe ou com seu pai para fins de tratamento e recuperação do recém-nascido.

O Método já é pacificado pela medicina moderna e viabiliza uma série de benefícios, entre eles o estímulo ao aleitamento materno, melhor desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo do bebê, além de redução do estresse e da dor no recém-nascido prematuro ou de baixo peso.

Para a fundadora da ONG Prematuridade.com, a apreensão das mulheres grávidas, das mães de prematuros e dos profissionais de saúde quanto à infecção pelo vírus é legítima, mas o efeito colateral de uma decisão extrema, como a de faltar a uma consulta do pré-natal ou restringir a presença dos pais na UTI Neonatal, podem levar a um agravamento contundente de casos e do quadro geral da prematuridade. Não é exagero dizer que pode custar a vida do bebê e da própria mãe, além de quadros de ansiedade, estresse e depressão, comuns na prematuridade e agora mais frequentes durante o período da pandemia. 

“Mesmo com o distanciamento social, é importante pensarmos estratégias para garantir o vínculo e o melhor desfecho possível para o bebê e para a família. As gestantes precisam realizar o pré-natal. Os prematuros precisam da presença dos pais. Esses pequenos são mais vulneráveis, e podem ficar com sequelas físicas, motoras e cognitivas. Precisamos adequar o combate ao coronavírus a essa realidade, ressaltando a importância do acompanhamento da gravidez, da manutenção de consultas dos bebês, de manter a vacinação das crianças em dia e da extrema importância da presença dos pais ao lado do prematuro sempre que possível”, pondera.

A diretora da ONG acrescenta ainda que há um movimento mundial chamado “Separação Zero”, voltado a promover a aproximação dos pais com os bebês prematuros nas UTIs. A campanha foi traduzida para mais de 20 línguas e acontece em dezenas de países de todos os continentes, como Alemanha, Reino Unido, Ucrânia, Gana, Austrália, Israel, México e Estados Unidos. No Brasil, a ação foi capitaneada pela ONG Prematuridade.com.

“Houve casos de pais que testaram negativo para o coronavírus e, mesmo assim, foram impedidos de entrar na UTI. Isso é muito grave! É certo que precisamos zelar pela segurança de todos: dos bebês, das famílias e das equipes, mas a presença materna, principalmente, faz parte do processo de cura do prematuro e só deve ser restringida em casos extremos”, diz.


Transmissão pela gravidez, amamentação e outras dúvidas: ações de educação

A OMS afirma que não há informações se uma gestante com COVID-19 pode transmitir o vírus para seu bebê durante a gravidez ou o parto, mas se confirmada a doença após o nascimento, a mãe deve seguir alguns cuidados, especialmente por se tratar de bebês mais vulneráveis e que requerem atendimento diferenciado. 

“Devido às mudanças no corpo e no sistema imunológico, sabemos que as gestantes podem ser severamente afetadas por algumas infecções respiratórias. É importante, por isso, que elas tomem precauções para se protegerem contra a COVID-19, e relatarem possíveis sintomas (incluindo febre, tosse ou dificuldades para respirar) para seus provedores de cuidados de saúde”, informa o Ministério da Saúde em seu site.  Mais informações podem ser encontradas na página do órgão.

Outro assunto que também desperta preocupação é o aleitamento materno. “Queremos que as mães de prematuros saibam que é possível e é recomendado, tomando todas as medidas de proteção, que sigam amamentando seus bebês, mesmo com suspeita ou confirmação de infecção pela COVID-19.”, informa Suguitani.

“Além disso, é fundamental levar o bebê a todas as consultas e manter as vacinas em dia. Os prematuros são mais vulneráveis a algumas infecções e possuem um calendário de imunizações especial, por isso, precisam de um olhar mais atento das famílias e dos profissionais”, complementa. 

A fundadora da ONG acrescenta ainda que uma série de iniciativas estão previstas para todo o mês. De acordo com Denise, o Novembro Roxo engloba ações e eventos, ao redor do mundo, ligados à prematuridade e sua prevenção. Esse ano, a campanha, que tem como slogan “Juntos pelos prematuros, cuidando do futuro”, trará uma agenda repleta de atividades. 

“Temos um trabalho forte de conscientização a fazer junto à sociedade como um todo durante o ano inteiro, mas em novembro é o momento de dar ainda mais evidência ao tema. Apesar de a pandemia ter complicado ainda mais o cenário da prematuridade, o fato é que a questão por si só já era bastante complexa. O sonho de ser pai ou mãe envolve inúmeras emoções e expectativas, principalmente o desejo de uma criança saudável. Mas se esse bebê vier prematuramente, é nosso dever enquanto sociedade garantir que ele receba o atendimento mais adequado e que seja acolhido com muito amor, para que tenha todas as condições para uma rápida e plena recuperação. Novembro Roxo é sobre isso: é sobre acolher a vida e cuidar do futuro”, finaliza.


Por que Novembro Roxo?

No dia 17 de novembro, é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade, data escolhida pelo significado especial para Jürgen Popp, um dos fundadores da EFCNI (European Foundation for the Care of Newborn Infants), parceira da ONG Prematuridade.com. Após a morte de seus trigêmeos prematuros, em dezembro de 2006, ele tornou-se pai de uma filha nascida em 17 de novembro de 2008. Ao mesmo tempo, o March of Dimes, organização de caridade americana para prematuros e recém-nascidos teve uma ideia semelhante e lançou um Dia da Consciência para a Prematuridade, em 17 de novembro, nos EUA.

O roxo simboliza sensibilidade e individualidade, características que são muito peculiares aos bebês prematuros. Além disso, o roxo também significa transmutação e mudança, ou seja, a arte de transformar algo em outra forma ou substância, assim como no desenvolvimento de um bebê prematuro. 

 


Sobre a ONG Prematuridade.com

A Associação Brasileira da Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com – nasceu em 2011 a partir de um blog de experiência de mães e profissionais com a prematuridade e suas consequências. Em pouco tempo, os conteúdos se tornaram cada vez mais relevantes, ganharam espaço e surgiu o desejo de que o assunto fosse debatido com urgência. Em novembro de 2014 foi fundada, por Denise Leão Suguitani, a ONG Prematuridade.com, com sede em Porto Alegre (RS), a única organização a atuar na causa em âmbito nacional. 

O trabalho da ONG se baseia em ações dedicadas à prevenção do parto prematuro, à capacidade de educação continuada para profissionais de saúde e à defesa de políticas públicas voltadas ao interesses das famílias de bebês prematuros e dos profissionais que cuidam deles. Atualmente são cerca de 4 mil famílias cadastradas, mais de 100 voluntários em 19 estados brasileiros e um Conselho Científico Interdisciplinar de excelência. Mais informações: https://www.prematuridade.com/

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