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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

CIRURGIA ROBÓTICA REDUZ OS RISCOS DE SEQUELAS EM PROCEDIMENTOS CONTRA O CÂNCER DE PRÓSTATA

Recuperação é mais rápida e chance de cura é maior em pacientes diagnosticados precocemente


As possíveis sequelas, como incontinência urinária e impotência sexual, decorrentes de uma prostatectomia, que é o procedimento de retirada da próstata como parte do tratamento do câncer, têm risco menor de ocorrer quando a cirurgia é feita com tecnologia robótica. “O equipamento confere mais precisão às incisões e movimentos para a extração do tumor”, esclarece o Dr. Bruno Benigno, uro-oncologista do Grupo Leforte.

Minimamente invasiva, a cirurgia robótica requer apenas incisões pequenas para tratar o paciente. O procedimento é realizado com o cirurgião dentro da sala de operações e com toda a equipe médica presente, para o suporte necessário a qualquer situação.

O equipamento utilizado consiste basicamente em duas partes: o robô, com pinças articuladas, capazes de acessar áreas da anatomia humana que a mão do médico teria mais dificuldade, e a estação de operação, em que o cirurgião utiliza imagens 3D para guiar as pinças do robô. Além disso, o médico conta com controles capazes de compensar tremores e movimentos bruscos, conferindo mais suavidade, firmeza e precisão ao procedimento cirúrgico.

“A cirurgia robótica tem benefícios comprovados para inúmeras aplicações, mas é no tratamento do câncer de próstata que ela consegue diferenças ainda mais expressivas”, ressalta o uro-oncologista, lembrando que o procedimento também pode ser feito por vídeo ou com cirurgia aberta, dependendo do caso.

Para alguns pacientes, o tratamento requer mais do que a cirurgia. É preciso complementar com radioterapia. “Em caso de metástase, pode ser necessário quimioterapia”, comenta o especialista. Importante lembrar que diabetes, idade avançada, tabagismo e outros fatores representam risco ao tratamento, podendo aumentar as chances de sequelas.

“Se o tumor for muito agressivo, podemos realizar a radioterapia antes da cirurgia, ou hormonioterapia. Nessa estratégia, retiramos a fonte do câncer, controlando o tumor por meio da diminuição dos índices de testosterona no organismo”, esclarece o uro-oncologista.

Por outro lado, existem tumores benignos, de baixa agressividade, cuja recomendação é apenas vigilância ativa. “Se o paciente tiver idade avançada, principalmente, e for assintomático, podemos optar apenas por monitorar a evolução da doença, garantindo qualidade de vida”, afirma o médico do Grupo Leforte.


Alta incidência

O câncer de próstata é o mais comum em homens, atrás apenas dos tumores de pele não-melanoma, com quase 66 mil novos casos e 15,5 mil mortes por ano em todo o País, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer).

Como 80% dos casos são assintomáticos, é fundamental estar com os exames para diagnóstico precoce em dia. O rastreamento é feito pela combinação do PSA (antígeno prostático específico, uma proteína identificada por exame de sangue) com o toque retal. Ambos são necessários, pois os exames podem falhar no diagnóstico se forem feitos isoladamente.

Aproximadamente 6% dos exames combinados dão positivo, levando o paciente à segunda fase do diagnóstico, a biópsia, que identificará o tipo de tumor. Esse procedimento é indolor –consiste na retirada de 12 fragmentos de diferentes regiões da próstata. Para realizá-lo, o paciente recebe anestesia local, em ambiente hospitalar ou clínica especializada.

A recuperação é rápida, sendo que a maioria dos homens pode retornar ao trabalho no dia seguinte. O preparo é feito com antibióticos, jejum e uso de laxante retal. Pode haver pequenos sangramentos na urina e no esperma, por cerca de uma semana, mas é algo autolimitado, ou seja, costuma cessar sozinho no processo de recuperação. Há também a ressonância magnética que, em alguns casos, evita a necessidade de biópsia.

O rastreamento deve começar a ser realizado a partir dos 50 anos. Pacientes com fatores de risco – histórico familiar, por exemplo – devem começar cinco anos antes, aos 45. Há também a possibilidade de realizar um exame chamado painel genético, para identificação de genes que indicam maior risco de a doença se manifestar precocemente. Mas esse teste é recomendado apenas quando o paciente possui histórico familiar de câncer de próstata em homens jovens, com menos de 45 anos.

 

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