Recuperação é mais
rápida e chance de cura é maior em pacientes diagnosticados precocemente
As possíveis sequelas, como
incontinência urinária e impotência sexual, decorrentes de uma prostatectomia,
que é o procedimento de retirada da próstata como parte do tratamento do
câncer, têm risco menor de ocorrer quando a cirurgia é feita com tecnologia
robótica. “O equipamento confere mais precisão às incisões e movimentos para a
extração do tumor”, esclarece o Dr. Bruno Benigno, uro-oncologista do Grupo
Leforte.
Minimamente invasiva, a
cirurgia robótica requer apenas incisões pequenas para tratar o paciente. O
procedimento é realizado com o cirurgião dentro da sala de operações e com toda
a equipe médica presente, para o suporte necessário a qualquer situação.
O equipamento utilizado
consiste basicamente em duas partes: o robô, com pinças articuladas, capazes de
acessar áreas da anatomia humana que a mão do médico teria mais dificuldade, e
a estação de operação, em que o cirurgião utiliza imagens 3D para guiar as
pinças do robô. Além disso, o médico conta com controles capazes de compensar
tremores e movimentos bruscos, conferindo mais suavidade, firmeza e precisão ao
procedimento cirúrgico.
“A cirurgia robótica tem
benefícios comprovados para inúmeras aplicações, mas é no tratamento do câncer
de próstata que ela consegue diferenças ainda mais expressivas”, ressalta o
uro-oncologista, lembrando que o procedimento também pode ser feito por vídeo
ou com cirurgia aberta, dependendo do caso.
Para alguns pacientes, o
tratamento requer mais do que a cirurgia. É preciso complementar com radioterapia.
“Em caso de metástase, pode ser necessário quimioterapia”, comenta o
especialista. Importante lembrar que diabetes, idade avançada, tabagismo e
outros fatores representam risco ao tratamento, podendo aumentar as chances de
sequelas.
“Se o tumor for muito
agressivo, podemos realizar a radioterapia antes da cirurgia, ou
hormonioterapia. Nessa estratégia, retiramos a fonte do câncer, controlando o
tumor por meio da diminuição dos índices de testosterona no organismo”,
esclarece o uro-oncologista.
Por outro lado, existem
tumores benignos, de baixa agressividade, cuja recomendação é apenas vigilância
ativa. “Se o paciente tiver idade avançada, principalmente, e for
assintomático, podemos optar apenas por monitorar a evolução da doença,
garantindo qualidade de vida”, afirma o médico do Grupo Leforte.
Alta incidência
O câncer de próstata é o mais
comum em homens, atrás apenas dos tumores de pele não-melanoma, com quase 66
mil novos casos e 15,5 mil mortes por ano em todo o País, segundo dados do INCA
(Instituto Nacional do Câncer).
Como 80% dos casos são
assintomáticos, é fundamental estar com os exames para diagnóstico precoce em
dia. O rastreamento é feito pela combinação do PSA (antígeno prostático
específico, uma proteína identificada por exame de sangue) com o toque retal.
Ambos são necessários, pois os exames podem falhar no diagnóstico se forem
feitos isoladamente.
Aproximadamente 6% dos exames
combinados dão positivo, levando o paciente à segunda fase do diagnóstico, a
biópsia, que identificará o tipo de tumor. Esse procedimento é indolor
–consiste na retirada de 12 fragmentos de diferentes regiões da próstata. Para
realizá-lo, o paciente recebe anestesia local, em ambiente hospitalar ou
clínica especializada.
A recuperação é rápida, sendo
que a maioria dos homens pode retornar ao trabalho no dia seguinte. O preparo é
feito com antibióticos, jejum e uso de laxante retal. Pode haver pequenos
sangramentos na urina e no esperma, por cerca de uma semana, mas é algo
autolimitado, ou seja, costuma cessar sozinho no processo de recuperação. Há
também a ressonância magnética que, em alguns casos, evita a necessidade de
biópsia.
O rastreamento deve começar a
ser realizado a partir dos 50 anos. Pacientes com fatores de risco – histórico
familiar, por exemplo – devem começar cinco anos antes, aos 45. Há também a
possibilidade de realizar um exame chamado painel genético, para identificação
de genes que indicam maior risco de a doença se manifestar precocemente. Mas
esse teste é recomendado apenas quando o paciente possui histórico familiar de
câncer de próstata em homens jovens, com menos de 45 anos.
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