Pacientes
oncológicas não se surpreenderam com o isolamento social e o uso de máscaras
são práticas cotidianas indicada devido à baixa imunidade, porém o receio do
pós pandemia existe e foi declarado por cerca de 77,2% das entrevistadas
O Instituto Quimioterapia e Beleza - IQeB, maior banco de lenços do Brasil, lança a pesquisa ‘Expectativa do paciente oncológico para o cenário pós-Covid-19’, com o intuito mostrar a dimensão do impacto da pandemia em pacientes oncológicas. A pesquisa ouviu cerca de 820 pacientes oncológicas de todo o Brasil, entre 18 e 70 anos, e aponta que muitas pacientes deixaram de se consultar com médicos, realizar exames, receber diagnóstico, iniciar ou manter tratamentos e tiveram até procedimentos importantes cancelados, como cirurgias, radio e quimioterapia.
Para além da pesquisa, as sociedades de saúde já informaram que muitas mulheres deixaram de ser diagnosticadas, devido a diferentes movimentos da área da saúde, com o foco na erradicação do Covid-19. Segundo o INCA em estudo realizado em 2019, para este ano de 2020, a incidência do câncer em mulheres foi estimada em mais de 300 mil casos, sendo que 66 mil são apenas de câncer de mama.
Estes dados impactam diretamente no quadro e avanço da patologia e a pesquisa realizada pelo IQeB ‘Expectativa do paciente oncológico para o cenário pós-Covid-19’ dá um panorama sobre o comportamento e também os receios dessas pacientes em relação ao término da pandemia. 77,2% das respondentes informaram estar em tratamento para o câncer de mama e embora 17,7% delas tenha declarado não considerar seguro manter o tratamento durante a pandemia e preferir aguardar, a maioria comenta que reconhece o risco de alteração do estágio da doença.
Além disso, 77,2% das entrevistadas pela pesquisa do IQeB também declararam não acreditar que o sistema de saúde terá capacidade para atender o número represado de pacientes após a pandemia. Lembrando que, além dos tratamentos em curso, há os novos casos que deixaram de ser diagnosticados neste período.
Essas pacientes
apresentam vulnerabilidade imunológica, uma característica do câncer e, segundo
a Sociedade Brasileira de Patologia, cerca de 50 mil brasileiros, ao menos,
deixaram de ser diagnosticados com câncer desde o início da pandemia. Um dado
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica informa que 70% das cirurgias de
câncer foram adiadas em abril de 2020, além disso, segundo o Instituto do
Câncer do Estado de São Paulo - Icesp, no período 30% menos pacientes iniciaram
tratamento.
Comportamento
O cotidiano destas pacientes não foi alterado, mas a modificação aconteceu no principal cenário: rotina médica, uma exigência para os casos de câncer, para que se possa desacelerar, tratar e minimizar os sintomas e avanços da doença. Além disso, o receio sobre o pós-pandemia e a retomada da rotina de tratamentos é o que deixa as pacientes mais receosas.
43,5% das respondentes declararam que não saíram de casa durante a pandemia e ficaram em total isolamento social. Elas informaram ter utilizado a internet e as facilidades da tecnologia para fazer compras, evitando contato com possíveis infectados.
"Este estudo
mostra apenas um recorte sobre a situação das pacientes com câncer e deixa a
reflexão sobre o setor de saúde, levantando algumas questões importantes:
Depois do Covid-19 como será o impacto disso quando a área da saúde voltar a
fazer estes atendimentos? O setor da saúde está com a estrutura preparada para
dar atendimento a esta demanda que irá surgir?", comenta Deborah Duarte
Presidente e sócia-fundadora do Instituto Quimioterapia e Beleza e responsável
por conduzir a pesquisa. "Muitas pacientes relatam ter medo do futuro, de
como poderão ter mais qualidade de vida e sobrevida, pois é uma crescente o
número de casos diariamente e a estrutura se mostra despreparada para
isso".
Dados da Pesquisa: "Expectativa do
paciente oncológico para o cenário pós-Covid-19"
Faixas etárias das
entrevistadas
36,5% - 41 a 50 anos
19,8% - 36 a 40 anos
19,3% - 50 a 60 anos
11,6% - 31 a 35 anos
5,9% - 26 a 30 anos
4,6% - 61 a 70 anos
1,3% - 18 a 25 anos
Tipo de tratamento em
andamento
77,2% Das respondentes
declararam estarem em tratamento para o câncer de mama
As demais declararam
câncer de pele, útero, linfoma ou leucemia, ovário, pulmão e intestino.
Tipo de tratamento
32,9% - Curativo
> 74,8 câncer de
mama
29,4% - Adjuvante
> 89,2% câncer de mama
18,7% - Para doença metastática
> 52,9% câncer de
mama
14,1% - Neoadjuvante
> 96,6% câncer de
mama
4,9% - Paliativo exclusivo
> 57,5% câncer de
mama
Impacto da pandemia no
tratamento
54,6% - Não houve
alteração
15,7% - Consultas remanejadas
11,2% - Consultas
remanejadas, exames prorrogados
6,0% - Exames prorrogados
2,6% - Cirurgias
canceladas ou adiadas
1,6% - Consultas
remanejadas, cirurgias canceladas ou adiadas
1,3% - Interrupção no
tratamento (quimioterapia, radioterapia, outros)
Local de tratamento:
Hospital particular, público ou convênio médico
53,4% - Hospital particular com convênio médico
44,3% - Hospital público
> 80,7% - Câncer de
Mama
2,3% - Hospital particular
> 74,4% - Câncer de Mama
Comportamento durante a pandemia
43,5% - Não saíram de
casa durante a pandemia - ficaram em total isolamento social e utilizaram-se de
ferramentas on-line para fazer compras, evitando contato com possíveis
contaminados.
39,5% - Saíram
unicamente para irem ao supermercado, realizar compras de alimentos e à
farmácia para compra de medicamentos.
9% Saíram para
trabalhar
8% Para se exercitar
Segurança para manter
atendimentos durante a pandemia
Embora 17,7%
tenha declarado não considerar seguro manter o tratamento durante a pandemia e
preferir aguardar, a maioria delas declara que reconhece o risco de alteração
do estágio da doença.
Capacidade do Sistema
de Saúde no momento pós pandemia
77,2% declararam não
acreditar que o sistema de saúde terá capacidade para atender o número
represado de pacientes após a pandemia.
Pesquisa
"Expectativa do paciente oncológico para o cenário pós-Covid-19"
Realização: IQeB - Instituto
Quimioterapia e Beleza
Validada por
oncologista: Dr. Felipe Ades (CRM 168018/SP), Diretor científico do IQeB
Respondentes: 820
pacientes oncológicas de todo o Brasil
Entrevistas por e-mail
Período de coleta de
dados: 21/06 a 05/07/2020
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