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sexta-feira, 19 de junho de 2020

Relacionamento x quarentena: o amor sobrevive à pandemia?



Especialistas explicam como o atual momento influencia nas relações amorosas
 

A pandemia do novo coronavírus trouxe diversas mudanças para o convívio social, principalmente para os relacionamentos conjugais. Entre elas, duas condições foram impostas aos casais: o total distanciamento ou o confinamento com a pessoa amada. E o resultado dessas situações podem ser catastróficos para alguns casamentos.

A quarentena trouxe inúmeros divórcios. Inclusive, de casais famosos, como o de Whindersson Nunes e Luisa Sonza, o da blogueira Mayra Cardi e o ator Arthur Aguiar, da Mariana Ximenes e Felipe Fernandes e até o romance entre as atrizes Cara Delevingne e Ashley Benson chegou ao fim. Na avaliação do especialista em inteligência espiritual Fabrício Nogueira, a convivência diária pode ser estressante, principalmente se tratando do momento atual. "É como se o isolamento deixasse mais nítido os problemas na relação e, consequentemente, se torna difícil saber lidar com isso".

Além da nova convivência com o parceiro, que passa a ser constante, é preciso conciliar tarefas de casa, home office, momentos de diversão e filhos. A junção de todos esses momentos se torna extremamente exaustiva e a relação acaba sofrendo. O filósofo Marcelo Veronez diz que é necessário criar uma rotina para as coisas funcionarem bem. "É preciso criar hábitos mesmo em casa. Determinar um período para trabalhar, para almoçar, revezar os dias de cozinhar, um momento para passar com os filhos e um momento em casal. A rotina é primordial", afirma.

Agora, quando a condição é se manter longe da pessoa amada, os laços amorosos podem se afrouxar com o tempo. "É necessário o contato físico entre casais e fica ainda mais evidente o quanto isso faz falta nesse momento. Saber driblar essa falta é uma das artimanhas que os casais precisam desenvolver para sobreviver à pandemia", explica Fabrício.

Nesse caso, as evoluções tecnológicas podem se tornar uma aliada. O filósofo Marcelo ainda dá dicas de como melhorar o relacionamento à distância, "Não substitui o contato físico, mas estabelecer um momento do dia para fazer uma videochamada ou uma ligação com o namorado (a), pode fazer diferença e estreitar os laços", conclui.

  

É preciso inteligência emocional para superar a crise


Como diria a música O Amanhã da cantora Simone: “Como será o amanhã? Responda quem puder. O que irá nos acontecer? O meu destino será como Deus quiser”. Todos estamos preocupados com o que virá quando a pandemia acabar. Mas será que estamos aproveitando esse período para nos prepararmos para esse amanhã?

Provavelmente seremos pessoas diferentes após a crise. Vamos voltar às ruas e encontrar um mundo diferente. E como lidar com esse “novo” mundo? Voltar ao trabalho será como o primeiro dia. A empresa com certeza estará diferente, as pessoas antes tão conhecidas, talvez até previsíveis, também estarão diferentes, e como vamos lidar com isso?

Será que é para esse mesmo trabalho que quero voltar? Se tenho um negócio próprio meus clientes estarão diferentes. As prioridades mudaram, a visão de mundo mudou. Quem somos agora? O voltar à vida normal vai ser como o primeiro dia de aula: um lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas, um ambiente talvez até ameaçador.

Mas podemos ter medo e ficarmos afastados tentando até nem sermos notados ou podemos descobrir coisas novas, fazer novas amizades, aprender. Começar do zero. De que lado você vai ficar?

Muitas pessoas vão usar o ocorrido como desculpa para desemprego ou falência, mas se isso realmente fosse verdade 100% das pessoas deveriam falir ou perder seus empregos. Enquanto tiver uma pessoa que esteja ganhando dinheiro ou empregada não podemos culpar nada nem ninguém, além de nós mesmos. O que vai diferenciar as pessoas após essa pandemia não será diploma nem conhecimento, mas sim inteligência emocional e resiliência.

Tudo na vida sempre tem dois lados: sempre tem o que ganha dinheiro e o que perde, quem é feliz e quem é triste, quem é contratado e quem é demitido. De que lado você vai ficar? Isso depende única e exclusivamente da sua saúde emocional, de como você lida e o que faz com os reveses da vida. E é aí onde a oportunidade é igual para todos, porque o menino da favela tem a mesma condição de que o formado em Harvard na hora de dominar seus pensamentos, usar a resiliência e o otimismo para sair dessa muito melhor do que quando entrou.

Quem quer melhorar a própria vida, a economia, o país e qualquer coisa ao redor precisa dominar a própria mente e desenvolver a inteligência emocional necessária para enfrentar momentos como esse. Quem desenvolver o autoconhecimento durante esse período sairá vitorioso dessa fase.






Pollyanna Esteves de Oliveira - psicoterapeuta  e auxilia pacientes a superarem traumas e se libertarem de amarras e padrões. É mestre em Psicologia positiva, formada em constelação familiar, master em Programação Neurolinguística, certificada em Hipnose e outras terapias. Criadora de programas como Neurofit


O alongamento na quarentena é importante


Ficar muito tempo parado pode fazer mal.

O alongamento é uma técnica que tem como objetivo melhorar a flexibilidade, o exercício leva ao estiramento das fibras musculares e aumenta seu comprimento. Este normalmente é feito pelos atletas na intenção de aquecer o corpo antes de realizar uma atividade física, possui três tipos – estático, dinâmico e balístico.

Esta técnica também é benéfica para quem não quer ficar parado, mas não quer fazer uma atividade de intensidade. O Dr. Daniel Carvalho, ortopedista e traumatologista explica “O alongamento pode ser realizado por todos, ele ajuda na mobilidade e equilíbrio, é essencial neste momento de quarentena, já que muitos estão com o corpo parado e podem acabar desenvolvendo doenças”.

Para realizar um bom alongamento, é preciso conhecer antes os seus tipos. Estático, este alongamento coloca os músculos no maior comprimento possível, a posição é mantida por um tempo que pode variar de 15 a 60 segundos. Alguns exemplos são – Puxar o cotovelo acima da cabeça com a mão nas costas, descer os braços em direção aos pés conforme conseguir, neste é importante colocar o peso na ponta dos dedos do pé.

Dinâmico, este realiza um movimento onde o membro vai da posição neutra até o alcance final e depois volta a posição neutra. Alguns exemplos são – chutar para frente e para trás, dar um passo a frente com uma das pernas, dobrando o joelho até formar um ângulo de 90º, voltar à posição inicial.

O Doutor ensina que o alongamento deve ser realizado diariamente, para quem está trabalhando home office é importante se alongar antes de começar, de uma em uma hora e após finalizar o serviço, assim mesmo parado, o impacto no corpo é menor.





Dr. Daniel Carvalho - Ortopedia do Esporte
@drdanielcarvalhoesporte
Endereço: Av. Sete de Setembro, 6496 – Seminário, Curitiba, PR.




Até que ponto ciúmes é aceitável?


Confira como é possível resolver a situação com a ajuda da hipnose

Por muito tempo o ciúme esteve enraizado em nossa sociedade como parte normal e até saudável de um relacionamento. Não é difícil ouvir que, se alguém tem ciúmes de você, quer dizer que te ama além da conta. Porém, na atualidade, uma cultura de desapego está se instalando, condenando esse sentimento.

“Na verdade, o ciúme realmente pode ser considerado uma expressão de amor, pois é gerado quando um indivíduo sente medo de perder alguém ou alguma coisa”, explica Madalena Feliciano, hipnoterapeuta.

Esse medo é ativado por algo que o indivíduo enxerga como ameaça a algo especial, então o ciúme se forma, criando angústia e preocupações, que podem aumentar até o extremo – é aí que entra o problema.

Até certo nível, é aceitável, porém, quando o ciumento não sabe lidar com esse sentimento e se descontrola, podendo causar desde agressões verbais até físicas, se torna uma obsessão. O ciúme doentio faz ambos os lados sofrerem, e, quando é por falta de controle, apenas envenena o relacionamento.
“Independentemente da situação, seja um romance, mãe e filho, dono e animal de estimação, não se pode colocar em risco sua própria saúde mental, só fará mal para os envolvidos”, afirma. O excesso é o vilão!

Noites sem dormir, paranoia, atitudes de stalker e invasão de privacidade por nervosismo não devem ser toleradas, o mais importante é aprender a lidar com ele.

O melhor a se fazer, sem dúvidas, é pedir ajuda. A hipnose está se destacando no tratamento de pessoas ciumentas, que, em poucas sessões, podem se livrar dessa carga e finalmente praticarem um relacionamento saudável.

“Muitas vezes, esse sentimento está ligado a insegurança, falta de autoestima, traumas com relacionamentos passados, etc., por isso, a hipnose busca, primeiro, encontrar e tratar os motivos que causam o ciúme, para resolver, por tabela, o problema em si”, finaliza a especialista.




Madalena Feliciano - Gestora de Carreira e Hipnoterapeuta
Rua Engenheiro Ranulfo Pinheiro Lima, nº 118, Ipiranga/SP.


CRISE DA COVID-19 AUMENTOU ANSIEDADE E INSEGURANÇA ENTRE JOVENS


Mais de 30% dos pesquisados afirmaram ter sofrido impactos na saúde mental


As incertezas diante pandemia têm afetado a vida das pessoas. Mesmo com a reabertura gradual em algumas cidades, ainda não há vacina nem tratamentos garantidos para quem desenvolve a Covid-19. Essa instabilidade causou demissões e queda de faturamento de empresas, empreendedores e trabalhadores informais. Para entender melhor esse cenário, o Nube - Núcleo Brasileiro de Estágios fez a seguinte pergunta aos jovens: a crise causada pelo coronavírus afetou sua saúde e bem-estar? O estudo foi realizado entre os dias 25 de maio e 5 de junho, com 13.902 participantes de todo o país de idade de 15 a 29 anos. O resultado demonstrou impactos no emocional das pessoas.

A maioria dos pesquisados (31,57% ou 4.389) afirmou: “sim, fiquei mais ansioso e inseguro”. Na visão de Marianne Lisboa, recrutadora do Nube, em um período como esse, é preciso respeitar as limitações de quais coisas estão em nosso controle e entender os aspectos situados fora dele. “Além disso, não existe uma receita para enfrentar essa situação, mas podemos refletir sobre quais objetivos são possíveis nesse momento e criar estratégias para eles. Também faz parte compreender: algumas coisas serão adiadas”, orienta. 

Ela deixa algumas dicas para ajudar a vencer o sentimento, como ajustar a rotina de sono, ter atenção maior com a alimentação e encaixar na jornada alguma atividade prazerosa. “Vale também escolher uma ocasião do dia para informar-se por meios de comunicação confiáveis, mas delimitar um tempo para isso. Pode ser um hábito saudável para não passar o dia todo chateado em decorrência do conteúdo das notícias. Se ainda assim o incômodo permanecer, procure a escuta profissional de um psicólogo para ajudar nas estratégias individuais”, ressalta Marianne.

Outros 26,21% (3.644) colocaram: “um pouco, meu humor se altera constantemente”. Segundo a especialista, isso acontece por causa da falta de respostas em relação ao futuro. “Tudo isso costuma gerar uma sensação de frustração, uma das principais causas do mau gênio. Para fugir um pouco dessa condição, é necessário entender o real motivo da chateação naquela hora e quais atitudes podem ser tomadas para melhorar esse contexto. Contudo, respeite o seu momento e não se force a situações desconfortáveis; pratique alguma técnica de relaxamento e retome aos poucos suas tarefas”, indica a selecionadora.

A resposta de 18,29% (2.543) dos jovens foi: “não, pude dedicar mais tempo a atividades físicas”. Essa ação sempre está entre as recomendações médicas para diversos problemas de saúde. “Além do condicionamento muscular, é importante para ajudar na auto regulação do nosso corpo, estimular a produção de hormônios e neurotransmissores para gerar satisfação e também influenciar hábitos relacionados à organização da rotina e autocuidado”, pontua Marianne.

Uma parcela de 12,10% (1.682) declarou: “muito, me sinto mais depressivo e desanimado”. Para a especialista, isso é natural em uma crise de tamanha dimensão, a qual provoca dúvidas e adiamentos. “Esse estado de alerta constante nos modifica até mesmo fisiologicamente, aumentando por exemplo as substâncias responsáveis por nos manter atentos. No entanto, não podemos ser guiados exclusivamente por esses sentimentos. É produtivo buscar o autoconhecimento para assim reconhecermos também nossas potencialidades e identificarmos possíveis estratégias para lidar com a realidade”, analisa. Vale lembrar a importância de respeitar seus próprios limites. “Técnicas como a de meditação, yoga entre outras são bons caminhos para iniciar e ajudar a relaxar um pouco em meio a tantas preocupações”, indica a recrutadora.

Por fim, 11,83% (1.644) observaram: “pelo contrário, diminuí o ritmo e isso me deixou muito melhor”. Nas grandes capitais, associamos muito o alto nível de estresse e correria ao tempo perdido no deslocamento. “Por outro lado, essa percepção pode se tornar relativa caso no ambiente de home office se assuma o modo multitarefas, como acontece com muitas mães, por exemplo. O fato de poder acordar um pouco mais tarde e não se preocupar se vai conseguir chegar no horário planejado tira um peso de nossas costas, mas também impõe uma transformação dos espaços e das relações de trabalho”, finaliza a especialista.



Fonte: Marianne Lisboa, recrutadora do Nube.
www.nube.com.br

Por uma Educação contra o ódio



Aristóteles afirmava que cada coisa tinha uma finalidade no mundo. O fim era a realização plena da natureza de cada coisa. O nosso fim, como animais que pensam, era alcançar a excelência da razão, por meio de uma vida voltada para esse fim. E para chegarmos lá, precisávamos praticar, desenvolver o hábito, condicionar nossas atividades para que elas não se perdessem em outras atividades que não eram propriamente ruins, como as paixões, mas que estavam longe de ser tudo o que poderíamos alcançar e que Aristóteles chamou de “estado de graça” (eudaimonia).

No entanto, esse estado de graça que uma vida voltada para o desenvolvimento do espírito poderia atingir não era uma tarefa que se realizaria solitariamente. Somos seres sociais e a polis é a nossa natureza a priori, isto é, anterior à nossa percepção de que somos indivíduos. Assim, o bem comum, a felicidade geral, eram o verdadeiro fim da jornada humana. Alcançar esse estágio era a realização. Depois disso, bastava contemplar essa beleza toda. Nada mais seria tão perfeito.

Aristóteles disse tudo isso ao seu filho, Nicômaco, em um esforço de pai que busca orientar, guiar, indicar o caminho para uma vida plena. O preço disso era o que o filósofo chamou de “virtude”, que consistia em manter o equilíbrio das atitudes, evitar tanto os excessos quanto às faltas, e também, como já dito, o hábito, a prática, o exercício diário dessa virtude, que não é rígida, nem única. Cada um sabe os limites e a capacidade que tem e, por isso, o excesso e a falta dependerão desses parâmetros. O conceito virtuoso de coragem, por exemplo, era um só, traduzido por um meio termo entre  não fazer o que um cidadão poderia ter feito e fazer algo que não estava ao seu alcance. A régua da coragem ia, assim, variando de acordo com o amadurecimento de cada um, até atingir aquele momento que, com nosso esforço diário, podemos chamar de sabedoria.

Tudo isso foi pensado e dito há mais de dois mil anos. Hoje, diante do descalabro das paixões que se avolumam por todos os lados, sem peias, martelando nossos ouvidos com palavrões e ameaças, gritos e gestos cheios de fúria, sentimos a falta de as escolas não terem incluído, para os jovens, a leitura, a reflexão e a prática desses conselhos de Aristóteles ao seu filho e aos jovens de sua época. Afinal, como ele asseverou, lembrando que fazer a coisa certa é muito mais simples e fácil e, principalmente, ainda possível: “Os homens são bons de um modo apenas, porém são maus de muitos modos”.




Daniel Medeiros - doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo.


Relações digitais: como humanizar os contatos em tempos de reclusão


Psicóloga orienta para buscar entender o que mantém as pessoas conectadas para além da virtualidade


Em tempos de pandemia da Covid-19 e quarentena, em que grande parte da população mundial precisa ficar isolada em suas residências para manter o distanciamento social, as relações digitais se tornaram mais frequentes. Pessoas que não faziam uso mínimo da tecnologia em suas relações passaram a conectar-se para estar virtualmente presentes com a família, os amigos, o trabalho.

Com a chegada do coronavírus e a necessidade de distanciamento, dois grandes impactos podem ser observados, de acordo com Luana Menegatti, psicóloga e Conselheira do Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina: “o não poder estar fisicamente próximo de quem se gostaria e o não poder fugir de relações difíceis quando elas estão dentro da própria casa”, constata Luana.

Vivemos uma época em que se observa uma tendência maior à superficialidade das relações, comumente associada à tecnologia. Isso é resultado de mudanças econômicas e culturais, que impõem pressa, elevado nível de exigência e a liberdade individual acima do cuidado com os relacionamentos, e a empatia com os limites do outro e até os pessoais. “Seja nos contextos de trabalho, família, amizades ou mesmo na observação clínica, é possível ver o impacto dessa superficialização”, afirma Luana.  A psicóloga explica que, consequentemente, quando se fala em relações digitais, é comum a ideia de que “falta algo”. No entanto, para alguns, a intensidade da relação não requer o toque, o abraço, o beijo, a presença física. Para outros, essa é a morada da intensidade. “Quando falamos de relações digitais não estamos falando de faltas necessariamente, mas de mudança de paradigma. Para aqueles que, ao precisarem se relacionar virtualmente sentem que há uma falta, a origem dela pode ser tão diversa quanto a sua solução”, alerta. 

“Aqueles que não podem estar fisicamente próximos de quem desejam, muitas vezes buscam formas de manter a relação de forma virtual. Conversas, vídeo chamadas, encontrar formas de desenvolver atividades juntos. É possível que as pessoas se deparem com a percepção de não ter suficiente proximidade ou interesse para continuar ou estabeleçam nova forma de vínculo”, explica Luana. “Já aqueles que não podem fugir das relações que vinham evitando precisam desenvolver novas habilidades, seja para suportar, seja para melhorar a forma de se relacionar”. 


Na prática

Exemplos disso são os casais com dificuldade para lidar com seus problemas conjugais; mães e pais que precisam passar dias inteiros com seus filhos e ajudá-los com todos os seus limites e dificuldades comuns às crianças e aos adolescentes; filhos descobrindo como é a rotina com os pais. 

“As relações digitais são um fenômeno observado já há algum tempo. É necessário entender o que mantém essas pessoas conectadas para além da virtualidade. Valores, planos, desejos, a satisfação oferecida um ao outro, um horizonte de futuro. Para alguns, esse modelo de relação nunca será possível, para outros é o ideal. E há as pessoas que irão se adaptar pois acaba se tornando a forma possível de perpetuar um relacionamento”, analisa a psicóloga.


No trabalho

Ainda segundo Luana, uma particularidade das relações de trabalho é que em alguns ramos, o formato home office vem sendo preferido há algum tempo por ser considerado mais produtivo e econômico. A empresa pode contratar pessoas além do que comporta a sua estrutura física e os trabalhadores passam a ter menos exposição a fatores estressores do dia a dia como trânsito, relações formais, dress code, limitações de horário, e isso lhes permite serem mais produtivos e satisfeitos com a atividade. No entanto, também não serão todas as pessoas ou todas as atividades que se adaptarão à virtualidade plena”, explica.


Relações pós-pandemia

Para Luana, é impossível prever como será o mundo pós-pandemia, mas é possível dizer com razoável tranquilidade que muitas mudanças irão ocorrer no modo de vida de uma forma geral. “As relações e os códigos de conduta sociais estão se reinventando neste momento e seguirão esse caminho de reinvenção por algum tempo ainda. Podemos ter mais pessoas sedentas por intimidade em suas relações assim como podemos ter mais pessoas com aversão à proximidade. Será necessário tempo para compreender as mudanças e seus impactos nas relações e na saúde das pessoas”, finaliza.





Conselho Regional de Psicologia da 12° Região - Santa Catarina (CRP-12)


Tratamento de pacientes com COVID, ou outra patologia, requer cuidado redobrado em clínicas odontológicas



A principal recomendação nesses tempos, além de atender somente urgência e emergência, é de sempre garantir que pacientes com sintomas suspeitos de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) ou outra infecção respiratória, não fiquem esperando atendimento entre os outros pacientes. 

O ideal é disponibilizar uma área separada, e um espaço bem ventilado, para que os pacientes sintomáticos em espera fiquem afastados e com fácil acesso a suprimentos de higiene respiratória e das mãos. Estes pacientes devem permanecer nessa área separada até a consulta.

Idosos ou crianças, com uma ou mais patologia, são de atendimento prioritário. Estes pacientes recebem um cuidado especial e devem ser monitorados a todo momento, são atendidos com hora marcada, e não ficam esperando o atendimento.

Considerando-se as diferenças fisiológicas, patológicas e psicológicas decorrentes do processo de envelhecimento, é imprescindível atentarmos para algumas questões durante os procedimentos odontológicos.

Estes pacientes apresentam baixa resistência ao estresse, atraso no reparo de feridas, susceptibilidade a infecção, principalmente naqueles que tomam corticoides e apresentam alterações sistêmicas (ex: diabetes), hipotensão postural naqueles que tomam anti-hipertensivos e alterações de coagulação, por exemplo.

É fundamental determinar a capacidade física e emocional do paciente. A anamnese deve ser eficiente, para que seja possível reconhecer as alterações sistêmicas e, assim, prevenir complicações e sequelas.

Algumas vezes, tal procedimento pode não revelar com exatidão a realidade, devido à deficiência de memória dos usuários, problemas auditivos, dificuldades para entender e responder algumas perguntas. Assim, o prontuário de família é um recurso de suma importância, porque contém todo o histórico de saúde daquele indivíduo.

Deve-se também avaliar qual o grau de autonomia e mobilidade que o paciente apresenta. É prudente verificar se existe alguma condição sistêmica (acuidade visual, deficiência de memória) que dificulte a tomada dos medicamentos. Nestes casos, a presença de algum familiar ou cuidador se faz necessária. É importante avaliar quais são os medicamentos em uso, e possíveis interações com os fármacos comumente utilizados em odontologia.

A maioria dos idosos tolera bem os procedimentos quando realizados pela manhã, com exceção feito aos portadores de enfermidade pulmonar crônica.  O ideal é sempre optar por sessões breves e procedimentos não extensos.

Separei alguns tópicos em relação aos cuidados necessários para receber esses pacientes:
  1. Fornecer uma máscara cirúrgica para paciente com sintomas de infecção respiratória (tosse, espirros, secreção nasal, etc). Estes pacientes sintomáticos devem utilizar a máscara cirúrgica durante toda a sua permanência na sua clínica.
  1. Lenço descartável para higiene nasal na sala de espera. Deve também uma lixeira com acionamento por pedal para o descarte.
  1. Em todas áreas comuns da clínica, prover dispensadores com preparações alcoólicas para a higiene das mãos (sob as formas gel ou solução a 70%) nas salas de espera e sempre estimular a higiene das mãos após contato com secreções respiratórias.
Logo que chegar ao consultório, todo paciente precisa higienizar as mãos, no lavatório/pia com dispensador automático de sabonete líquido, e papel toalha, e jogar o papel na lixeira com abertura sem contato manual.

Todos os profissionais de saúde que atuam naquele consultório também devem ter os próprios equipamentos de proteção individual (EPI), sendo que eles não podem circular pelas áreas da clínica usando o equipamento (EPI).

Em relação ao equipamento de proteção, devem ser utilizados para a higienização das mãos água e sabonete líquido ou preparação alcoólica a 70%, óculos de proteção ou protetor facial (face shield), máscara cirúrgica (N95/PFF2) que deve ser trocadas a cada duas horas,  avental, luvas de procedimento e gorro.

Já em casa, é preciso também realizar alguns procedimentos como higienizar a escova de dentes com peróxido de hidrogênio a 0,5% (para obtê-lo, misture 150 ml de água destilada com 30 ml de água oxigenada), deixando-a mergulhada por dez minutos. Não deixe as escovas próximas umas das outras, guardando-as na posição vertical e com as cerdas para cima.

Evitar roer unhas, porque prejudica os dentes e pode ser a porta de entrada do vírus. Alimentos e demais utensílios não devem ser compartilhados. Lave as mãos com água e sabão antes de escovar os dentes ou de usar fio dental, e jamais use escova de outras pessoas. Mantenha uma rotina de hidratação, que é boa para o corpo e para a saúde bucal.





Maria Carolina L. B. de Oliveira - dentista e graduada pela Universidade São Paulo. Possui uma clínica odontológica chamada L.B Sorrisos Assistência odontológica há 11 anos, todos dedicados ao atendimento ao idoso e implantação de próteses aliado a tratamento estéticos. Devido ao seu atendimento diferenciado, se tornou referência no segmento em que atua. Para mais informações, acesse:  https://www.facebook.com/LBSorrisos


Dia Nacional de Controle da Asma são alertas para doenças no inverno


A baixa umidade do ar, característica do período, favorece o aumento de doenças, principalmente em crianças e idosos.

A baixa umidade do ar, característica do clima nos meses de outono e inverno, favorece o aumento de alergias respiratórias, principalmente em crianças, idosos e portadores de doenças crônicas. Logo, 21 de junho se tornou o Dia Nacional de Controle da Asma, a fim de conscientizar a população sobre os riscos de contrair doenças neste período.  A asma é uma doença comum das vias aéreas causada pela inflamação dos brônquios e provoca sintomas como falta de ar, dificuldade para respirar, sensação de aperto do peito, chiado e tosse. 
Já a rinite alérgica é uma inflamação do nariz causada por alergias respiratórias que podem variar a causa, e, entre os sintomas estão espirros persistentes, obstrução nasal, coriza e coceira no nariz, que também podem ser acompanhados de coceiras nos olhos, garganta e ouvidos. Segundo a ASBAI, Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, cerca de 30% da população sofre com algum tipo de alergia, sendo a rinite uma das mais comuns. 
Quando a temperatura está baixa, as pessoas se fecham mais em suas casas, criando ambientes propícios para o desenvolvimento de agentes precursores da doença, como ácaros e fungos. A Dra. Milena Costa, médica otorrinolaringologista, explica que a asma e a rinite são doenças concomitantes e ainda que seus sintomas sejam diferentes, as duas possuem gatilhos em comum. 
Vale lembrar que o tratamento adequado de ambas as doenças somente é determinado após diagnóstico do médico e, mesmo sendo crônicas, as duas podem ser controladas por meio de medicamentos e hábitos de prevenção, como:
                            Realizar lavagem nasal com soro fisiológico ao menos uma vez por dia;

                            Manter a casa bem arejada;

                            Evitar o acúmulo de poeira;

                            Limpar o ambiente com pano úmido;

                            Evitar dormir com animais domésticos;

                            Trocar a roupa de cama duas vezes por semana e fazer revestimentos para os cobertores com capas laváveis;

        



Dra. Milena Costa - Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e também fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.    


Os casos de asma tendem a aumentar com a chegada do Inverno e os riscos são eminentes por conta da COVID-19



Com a chegada do inverno há um aumento dos casos de asma, mais conhecida como "bronquite asmática" ou "bronquite alérgica", é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que, em indivíduos suscetíveis, pode causar episódios recorrentes de chiado, falta de ar e tosse, devido a obstrução ao fluxo aéreo. Em casos mais graves, pode haver o impedimento da passagem do ar pelo sistema respiratório, o que é algo extremamente preocupante neste momento de pandemia pela COVID-19.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 300 milhões de pessoas no mundo sofram com a asma, que já é a quarta maior causa de internação no Brasil e a terceira causa entre crianças e adultos jovens. Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, já são 6,4 milhões de indivíduos acima de 18 anos com a doença. 

Por isso, com a chegada do inverno e o Dia Nacional de Controle da Asma, 21 de junho, a Dra. Ana Paula Cruz Gonçales, Pneumologista Pediátrica do Hospital Sepaco, faz um alerta à população sobre a importância de ter um acompanhamento médico para não ser acometido por doenças que podem acarretar em crises graves. “A asma é resultado de interações entre fatores ambientais e genéticos, pode se manifestar em qualquer fase da vida e também fora do período sazonal. A boa noticia é que, com tratamento adequado, as crises podem ser amenizadas e os sintomas controlados durante todo o ano”, destaca a especialista.

Durante o inverno, os dias são mais frios, secos e há um maior acúmulo de poeira e poluição, fazendo com que os pacientes acabem sofrendo mais com as crises, principalmente, as crianças e os idosos que são mais sensíveis a estes “agentes externos”, os chamados alérgenos.

Quando a mucosa respiratória é agredida por agentes externos, envia um sinal de alerta para a medula óssea, que por sua vez produz células especiais de defesa. Este sinal é recebido como um ‘alerta de ataque’ ao aparelho respiratório e, literalmente, ‘contra ataca’ ao mandar células especiais que provocarão um processo inflamatório nas vias aéreas (brônquios) para expulsar estes ‘invasores’. Quem possui a doença descreve como um ‘sufocamento’, com muita tosse, falta de ar, cansaço, sensação de aperto e chiados no peito, isso devido à obstrução variável do fluxo aéreo causada pela inflamação das vias respiratórias.  


A médica ressalta que a doença não tem cura, mas pode ser controlada, as crises evitadas ou até amenizadas, com controle ambiental associado à medicações especificas para cada paciente e de acordo com a gravidade da sua doença. Desta forma, é necessário estar atento, inclusive a outros alérgenos, tais como cigarros, ácaros, mofos, poeiras, pelos de animais, produtos com cheiros fortes (perfumes, incensos, tintas, vernizes etc).

Para finalizar, a Dra. Ana Paula destaca que é importante toda a família ter consciência das causas que agravam as crises de asma e criarem hábitos saudáveis, contribuindo assim para que as pessoas asmáticas não sofram tanto e possam ter uma melhor qualidade de vida.





Sepaco
www.sepaco.org.br
www.facebook.com/hospitalsepaco


Novo boletim traz análise detalhada do perfil de casos e óbitos da Covid-19


O boletim segue o mesmo modelo da nova plataforma do Ministério da Saúde, o SUS Analítico, com informações mais detalhadas sobre o perfil de casos e óbitos pela Covid-19


O Ministério da Saúde publicou, nesta quinta-feira (18), o Boletim Epidemiológico Especial nº 18 sobre a Covid-19 no Brasil. O novo boletim segue o mesmo modelo da nova plataforma do Ministério da Saúde, o SUS Analítico, com informações mais detalhadas sobre o perfil de casos e óbitos pela doença e sobre as hospitalizações e os óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O objetivo é trazer informações mais precisas sobre o cenário atual da doença e permitir ao Poder Público adequar ações e agir com mais efetividade na proteção e assistência à população.

De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, o país está entrando em um platô de novos casos da Covid-19. “É possível observar que há uma tendência de estabilização de novos casos e de queda no número de óbitos pela doença”, afirmou o secretário durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (18), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
Segundo a publicação, ao longo do tempo houve uma disseminação dos casos das capitais para o interior. Ao final da Semana Epidemiológica 24, 59% dos casos registrados da doença no país foram notificados em municípios do interior. Em relação aos óbitos, também houve aumento na proporção de registros fora das capitais, com um percentual de 48% nessa mesma semana.
Até o dia 13 de junho, 3.405 municípios brasileiros (61,1%) não tinham óbitos pela Covid-19 notificados e cerca de 1.000 municípios (17,6%) não tinham casos notificados. Nesse período, 4.590 municípios (82,4%) apresentavam pelo menos um caso, com a maior parte dos municípios (70,3%) apresentando entre 2 e 100 casos, enquanto 128 municípios (2,8%) apresentaram mais de 1.000 casos confirmados.
Quanto aos óbitos pela doença, houve um total de 2.165 municípios com mortes confirmadas, o que representa 38,9% do total de cidades brasileiras. Deste total, 849 (39,2%) municípios apresentaram apenas um óbito confirmado para Covid-19, enquanto 110 (5,1%) apresentaram mais que 50.
CASOS DE PESSOAS CURADAS SUPERAM CASOS ATIVOS
O número de pessoas curadas do coronavírus já é 7,5% maior que os casos ativos no Brasil. Nesta quarta-feira (18), o Ministério da Saúde registrou 482.102 pessoas recuperadas da doença, número representa praticamente a metade do total de casos acumulados no país (978.142). Outros 448.292 pacientes estão em acompanhamento médico, ou seja, são os casos atualmente ativos. As informações estão atualizadas até às 17h30 e foram enviadas pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

Os resultados são reflexo dos esforços constantes feitos pelo Governo do Brasil, em parceria com estados e municípios, desde o início da pandemia. O objetivo é cuidar da saúde de todos e salvar vidas, além de promover e prevenir a saúde da população. Desta forma, o Ministério da Saúde tem enviado recursos extras e fortalecido a rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com envio de recursos humanos (médicos e profissionais de saúde), insumos, medicamentos, ventiladores pulmonares, testes de diagnóstico, habilitações de leitos de UTI para casos graves e gravíssimos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) para os profissionais de saúde.




Natália Monteiro
Agência Saúde

Pesquisadores desenvolvem sistema para identificar insuficiência respiratória pela voz



     Trabalho apoiado pela FAPESP tem como objetivo ajudar na triagem de pacientes com suspeita de COVID-19
        (imagem: divulgação)


Além da temperatura, da oxigenação no sangue e da frequência cardíaca, a voz pode se tornar um parâmetro para ajudar a identificar mais rapidamente pacientes com suspeita de COVID-19.

Por meio da análise da fala, pesquisadores apoiados pela FAPESP pretendem detectar a insuficiência respiratória, um dos principais sintomas da doença. O projeto, batizado de Spira – sigla de Sistema de Detecção Precoce de Insuficiência Respiratória por meio de Análise de Áudio –, está sendo desenvolvido com apoio do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM-USP).

“A ideia é identificar pela voz se uma pessoa que está falando ao telefone ou na frente da tela de um computador, por exemplo, apresenta um nível de insuficiência respiratória que indique a necessidade de ir imediatamente para um hospital para ser avaliada por uma equipe médica”, diz à Agência FAPESP Marcelo Finger, professor do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP e coordenador do projeto.
Para desenvolver o sistema, os pesquisadores criaram um programa para coletar gravações de frases como “o amor ao próximo ajuda a enfrentar o coronavírus com a força de que a gente precisa”, lidas por pacientes com COVID-19 internados no Hospital das Clínicas.
As amostras de voz coletadas serão comparadas com as de pessoas sem a doença para identificação de padrões diferentes por programas baseados em inteligência artificial.
Por meio de técnicas de aprendizado de máquina, como de redes neurais, o sistema irá aprender a identificar se uma pessoa apresenta insuficiência respiratória pela quantidade de pausas, respirações e outros padrões presentes na voz ao proferir uma sentença, por exemplo.
Ao constatar que a pessoa apresenta insuficiência respiratória, o sistema emitirá um alerta para o profissional de saúde que está monitorando o paciente remotamente entrar em contato com ele ou com seu acompanhante para encaminhá-lo a um hospital.
“A ideia é que o sistema facilite o trabalho de triagem dos pacientes pelas equipes médicas, principalmente no momento atual, em que o sistema de saúde está sobrecarregado”, afirma Finger.
Para fazer um pré-treinamento do sistema, os pesquisadores pretendem usar um acervo de vozes de falantes de língua portuguesa, de todas as regiões do Brasil, reunidas ao longo dos últimos 50 anos.
O sistema pré-treinado com essa quantidade de dados será adaptado para que com muito menos amostras de vozes consiga classificar se uma pessoa apresenta ou não insuficiência respiratória, explica Finger.
“Esse projeto, que usará processamento de linguagem natural para fazer diagnóstico médico, está na fronteira do conhecimento. Pode ser que o grau de precisão que alcançaremos em uma primeira fase não seja o ideal. Mas também estamos aprendendo e abrindo uma via de pesquisa que pode ter inúmeras aplicações”, diz. Os pesquisadores participantes do projeto estão recebendo novos registros de voz por meio do site do projeto. Mais de 7 mil pessoas já acessaram a plataforma, gravaram três frases e contribuíram com a pesquisa.


Percepção tardia

O sistema será especialmente útil no diagnóstico da COVID-19 porque a doença tem progressão muito lenta. Por isso, a maioria dos pacientes percebe muito tardiamente a piora do quadro e demora para ir a um hospital, conta Anna Shaffermanprofessora da FM-USP e integrante do projeto.
As pessoas que evoluem para quadros mais graves da doença começam a piorar só após o sétimo dia de infecção e entre o oitavo e o 11º dia ocorre uma piora súbita, disse a pesquisadora em um evento on-line promovido pelo Jornal da USP.
“No começo da epidemia, perguntávamos por que as pessoas demoravam tanto para procurar um hospital. Constatamos que isso se deve ao fato de não notarem que estão piorando. Por isso, a orientação é não ficar em casa esperando perceber que está com insuficiência respiratória porque essa percepção é muito tardia”, diz.
Uma das razões para a progressão lenta da doença é o tipo de comprometimento pulmonar, mais intersticial, que mantém a complacência dos pulmões e dá a falsa impressão para o paciente de que o órgão está funcionando bem, explica a pesquisadora.
“É muito frequente os pacientes com COVID-19 apresentarem saturação de oxigênio entre 85 e 87, que são números muito baixos. Um sistema capaz de identificar esse quadro de insuficiência respiratória por meio da voz facilitará muito o diagnóstico”, avalia.
O sistema também será muito útil mesmo após superada a epidemia de COVID-19, uma vez que a insuficiência respiratória é um sintoma comum de outras doenças, como a pneumonia, aponta a pesquisadora.
“Os profissionais de saúde também vão poder usar esse sistema na triagem de pacientes em um pronto-socorro, por exemplo”, afirma.



Elton Alisson
Agência FAPESP 


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