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quarta-feira, 10 de junho de 2020

Autocine no Uruguai: quando a sétima arte está sintonizada com FM


Voltou o cinema. Os filmes estão de volta. A emoção, o encontro, a magia da sétima arte também. E voltou nos tempos do COVID-19, reinventar-se como, no caso do Ecocinema, AeroLife, AutoCine Club e Autoshow, quatro das iniciativas em andamento, que reformularam boa parte da programação já prevista para exibição em 2020 e que agora, através desses projetos, usarão a tela para tentar fazer do cinema uma ferramenta de transmissão de autoestima e diversão.
No âmbito do COVID-19, o cinema, ou melhor, a forma de assistir filmes em telas grandes, tem novos cenários. Por um lado, de forma itinerante, será projetado em diferentes complexos habitacionais em Montevidéu. Por outro lado, no estacionamento do Aeroporto Internacional de Carrasco, assim como nos acessos ao Farol de Punta Carretas, eles terão suas telas gigantes para exibir filmes. E, finalmente, no Centro de Convenções de Punta del Este, haverá apresentações nos finais de semana para que, mediante o coronavírus, todos possamos desfrutar novamente da magia da sétima arte.

Ligue o rádio e incline-se para fora da janela
O primeiro a fazer a mudança foi o Ecocinema, a plataforma de cinema solar dirigida pelos ex-jogadores Álvaro Recoba e Iván Alonso, junto com o produtor audiovisual Gonzalo Lamela, que apresentou o projeto "Desde mi ventana", iniciativa que começou no último dia 7 de maio no bairro Sayago, com a projeção de filmes em diferentes complexos habitacionais de Montevidéu, cujo áudio pode ser sintonizado através da FM.
De alguma forma, a equipe Ecocinema - uma iniciativa 100% uruguaia que surgiu em 2012 e vem se expandindo desde então para Argentina, Brasil, Chile, Equador, Panamá e México - levará suas telas solares para os lugares onde as pessoas mais precisam de apoio para superar o isolamento social e a crise econômica.
Esta é uma proposta totalmente livre, que une cinema e energias renováveis como ferramenta de mudança e impacto social, dizendo presente para dar um pouco de incentivo à nova realidade.

Na ausência de vôos, o pouso é feito na tela
Do formato mais convencional do cinema drive-in, com uma tela de 20 metros de largura e 11 metros de altura, no sábado 23 de maio foi inaugurado oficialmente o espaço AeroLife, localizado no estacionamento do Aeroporto Internacional de Carrasco.
Esta iniciativa, criada pela Life Cinemas, Magnolio Media Group e o Aeroporto, colocou na tela Sonic, o filme e depois Yesterday, deixando para o encerramento um show especial do DJ Sanata.
Com capacidade para 90 veículos, a AeroLife tem um custo de admissão por carro (que pode ir até quatro pessoas) de $ 590 (pesos uruguaios), incluindo a possibilidade de adquirir um cardápio com pop e refrescos, bem como o serviço gastronômico de uma cadeia de fast food.

Telas para iluminar a estrada
Desde domingo, 22 de maio, nos acessos ao Farol de Punta Carretas, o AutoCine Club também se tornou um novo espaço para 130 veículos estacionarem, sintonizarem em FM e curtirem a magia do cinema.
Criado por Efecto Cine e Movie, a tela deste cinema tem 12 metros de largura por 8, e pode ser acessado pagando do carro, até quatro passageiros, por $ 600 (pesos uruguaios). A entrada é feita através de um QR code que o espectador recebe em seu correio depois de comprar seu bilhete. Neste caso, há também um menu pop e de refrescos.

No leste, as luzes do carro também são desligadas e o cinema é ligado.
Nesta etapa de nova normalidade, Maldonado é o primeiro departamento do país a retornar a uma forma clássica de assistir filmes que é muito característica de outras décadas: o cinema drive-in.
Através do Autoshow, uma iniciativa que surge da mão da A y C producciones, na área de El Jagüel, mais precisamente no Centro de Convenções de Punta del Este, cerca de 200 carros - com quatro pessoas cada - poderão desfrutar por $ 400 (pesos uruguaios) estreias em espanhol.
O áudio dos filmes pode ser ouvido através de um aplicativo ou sintonizando na freqüência 107,9 FM.



Alentejo está entre os 20 destinos mais seguros da Europa



Região portuguesa foi um dos selecionados pelo European Best Destinations

O Alentejo, maior região de Portugal, foi reconhecido como um dos destinos mais seguros de toda a Europa pelo European Best Destinations, um dos maiores sites especializados em turismo europeu do mundo. A lista divulgada pelo portal conta com 20 destinos de 13 países diferentes.

O European Best Destinations destacou que Portugal foi relativamente poupado do coronavírus, com até 40 vezes menos pessoas infectadas que qualquer outro lugar da Europa. Para completar, o Alentejo foi ainda menos afetado, tendo apresentado 260 casos confirmados até o momento, menos de 1% do total de casos no país.

A região atrai viajantes que buscam simplicidade e uma natureza intocada. Entre suas principais atrações estão cidades e vilas históricas como Évora, Elvas, Monsaraz e Marvão, um belíssimo litoral banhado pelo Oceano Atlântico, e algumas das melhores vinícolas do país. É um lugar que não recebe multidões de turistas, o que também facilita manter o distanciamento social.

O Alentejo voltará a receber turistas em 1º de julho, sem exigência de quarentena. Os estabelecimentos seguirão protocolos específicos de higiene, seja em hotéis, restaurantes ou lojas.

Além de avaliar os protocolos sanitários adotados pelos destinos, o European Best Destinations analisou também a proximidade de hospitais e disponibilidade de leitos por habitante de cada destino para o desenvolvimento da lista.



Sobre o Alentejo

Considerado o destino mais genuíno de Portugal, o Alentejo é a maior região do país. Privilegiando um lifestyle tranquilo em que a experiência de viver bem dá o tom, conta com belas praias intocadas e cidades repletas de atrações ímpares, como castelos e monumentos históricos. Detentor de cinco títulos da UNESCO e diversos outros prêmios e reconhecimentos internacionais no setor do turismo, o Alentejo oferece opções para todos os tipos de viajantes, sejam famílias, casais em lua de mel ou aventureiros. A promoção turística internacional do Alentejo é co-financiada pelo Alentejo 2020, Portugal 2020 e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Para mais informações, visite www.turismodoalentejo.com.br


República Dominicana anuncia reabertura da indústria turística a partir de 1º de julho



Destino está preparado para receber os viajantes seguindo as recomendações de higiene e distanciamento social dos órgãos nacionais e internacionais


O Ministério de Turismo da República Dominicana (MITUR) informou que o destino já está preparado para receber seus visitantes internacionais a partir de 1º de julho, data prevista para o início da Fase 4 do processo de remoção das medidas anunciadas pela Comissão de Alto Nível para Prevenção e Controle de Coronavírus, que contempla a aplicação de protocolos especiais de salubridade, executados para ampliar as precauções sanitárias e prevenir novos contágios.

“A partir de 1º de julho, a indústria turística dominicana está pronta para começar a receber seus viajantes de maneira responsável e acatando a todas as recomendações dos órgãos nacionais e internacionais sobre higiene, sanitização e distanciamento social”, apontou Francisco Javier García, Ministro do Turismo. “Desde o momento do desembarque dos turistas em nosso país, as medidas implementadas irão garantir uma experiência segura e prazerosa para que possam desfrutar dos atrativos que fazem da República Dominicana o principal destino do Caribe”, completou.

De acordo com o MITUR, a maioria dos hotéis irão operar com normalidade a partir da data de reabertura e diferentes entidades governamentais têm trabalhado em conjunto com as empresas privadas para desenvolver medidas rigorosas de segurança e higiene que garantam a saúde de residentes e turistas.
O órgão também anunciou que os protocolos de segurança da indústria turística já estão prontos, aprovados por entidades públicas correspondentes, e possuem características similares àquelas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para atestar que o setor dominicano continue sendo uma referência de segurança sanitária na região.


Sobre a República Dominicana

A República Dominicana é um destino muito especial e exclusivo, reconhecido mundialmente pelas atrações inusitadas, pela rica cultura, confortos e pelo clima perfeito durante todo o ano. Facilmente acessível em voos diretos da maioria dos principais aeroportos, o país agrada celebridades, casais e famílias. De trilhas para praias desconhecidas e campos de golfe de classe mundial, na República Dominicana é possível se sentir renovado nas luxuosas e diversas acomodações, explorando relíquias antigas de séculos passados, desfrutando da comida típica e de aventuras de ecoturismo nos magníficos parques nacionais, montanhas e rios.

Rodeada pelo mar do Caribe ao sul e pelo Oceano Atlântico ao norte, a República Dominicana oferece uma variedade de esportes, atividades de lazer e entretenimento, além de experiências culturais únicas, como a dança, festas de carnaval e outras especialidades dominicanas, como charutos, rum, chocolate, café, âmbar e larimar (pedra rara e exclusiva do país). Entre a aventureira Puerto Plata, a exuberante Samaná, a histórica Santo Domingo, a ensolarada Punta Cana, a luxuoso La Romana e a alegre Barahona, há um país em que cada região tem muito a oferecer para qualquer viajante e orçamento.

Além das experiências inexploradas de costa a costa, o país também tem uma reputação mundial por seu povo caloroso e hospitaleiro. Com oito aeroportos internacionais e nove zonas ecológicas diferentes, nunca foi tão fácil ou interessante explorar a República Dominicana. Para mais informações e para começar a planejar sua viagem, visite o site oficial do Ministério do Turismo da República Dominicana em: http://www.godominicanrepublic.com/pt-br/


Sua viagem pós pandemia já está decidida?


 Veja o que já é possível adiantar

Ficar o tempo todo em casa por causa da quarentena acabou por alimentar aquele desejo quase incontrolável de viajar e se soltar em algum local encantador e charmoso quando a pandemia passar. Se você já decidiu para onde viajar, então aproveite o período de reclusão para adiantar seus planos para essa viagem que, com certeza, também vai celebrar o fim do isolamento.

Em primeiro lugar, vai ser preciso ficar de olho na atuação das companhias aéreas e ir se atualizando a respeito de como o lugar escolhido para visitar está enfrentando a pandemia. Esse conhecimento pode ajudar a prever se eventualmente a região ou o país não estará sujeito a uma nova onda de contaminação ou mesmo se a atual foi totalmente debelada. Afinal, o fato de as autoridades liberarem o turismo não significa que necessariamente o problema foi solucionado.

Com relação às companhias aéreas, a redução drástica de voos é quase geral, mas as vendas de passagens para o segundo semestre continuam. Por isso, é bom ficar sempre atento à a retomada das atividades delas. Pode ser que, num primeiro momento, a sintonia fina entre oferta e demanda não fique totalmente ajustada e provoque alguns transtornos que podem comprometer sua estada no destino.

Se o local escolhido é no exterior, uma questão é fundamental: o dólar. A moeda americana está acima de R$ 5 e o retorno para níveis mais baixos não é certo. A tradicional empresa de serviços financeiros Morgan Stanley diz que há possibilidade de ele chegar a R$ 6, o que eleva em muito os custos de uma viagem para terras estrangeiras. O melhor, então, é entrar no modo economia máxima para conseguir viajar.

Antes mesmo de procurar fazer reservas de hospedagem, procure se informar a respeito dos documentos exigidos para entrar no país. Justamente por causa da pandemia do novo coronavírus, países podem começar a fazer novas exigências sanitárias. Por exemplo, manter a proibição de passageiros com febre entrarem no país, ou de quem apresentar algum sintoma parecido com os causados pelo vírus, como tosse e dores. O uso de máscara também poderá ser exigido.

Fazer o roteiro da viagem em detalhes não só pode ajudar a economizar como também é um ótimo passatempo durante a pandemia. Saber exatamente quais são os locais que pretende visitar, os motivos e o que pretende encontrar por lá ajudam na elaboração deste guia. Ter uma boa ideia dos preços médios de refeição, transporte e dos ingressos com certeza ajuda no planejamento financeiro e evita perda de tempo. Vale também avaliar o tipo de transporte que vai utilizar no seu destino: público, aluguel de carro ou Uber.

O mesmo vale para as acomodações. Em tempos de dólar nas alturas, um hostel ou mesmo alugar um apartamento podem ser opções. Muitos oferecem quartos privados com banheiros e não se diferem muito de um hotel. Claro que tudo depende de seu orçamento. Com todos os possíveis gastos no radar, você pode ajustar o tempo de permanência no local. Os pacotes de viagem também são uma possibilidade mais em conta, por isso, comece desde já a conferir na internet ofertas para o seu destino.

Enquanto ainda não é possível fazer as malas e pôr o pé na estrada, embarque em uma viagem virtual para esse local, conhecendo pela internet mais da cultura local, culinária, sabores, música, literatura, história, curiosidades e aspectos pitorescos. Enfim, tudo o que for possível. E boa viagem!





ViajaNet



Pesquisa aponta que maior parte das pessoas gastará até R$ 240 no presente de Dia dos Namorados


Levantamento do iq mostrou, ainda, que 15% não pretendem comprar nada ao parceiro (a) este ano


Mais da metade (53%) das pessoas pretende comemorar o Dia dos Namorados virtualmente este ano, em virtude das medidas de prevenção à covid-19. Foi o que mostrou pesquisa recente do iq, startup de serviços digitais, realizada com mais de 8 mil respondentes, em todas as regiões do Brasil. O material mostrou, ainda, que 33% das pessoas pretendem se encontrar com parceiro (a). Por conta do cenário atual, uma das mudanças de hábito que aparecem no levantamento é o crescimento da quantidade de pessoas que vai fazer o presente: 18% dos participantes, ante 8% que aderiram à prática em 2019.

Em relação aos valores que os entrevistados pretendem gastar com o mimo, 26% disseram que vão disponibilizar até R$ 60 do orçamento, enquanto 31% gastarão de R$60 a R$120; 16% de R$120 a R$ 240 e 9% vão gastar de mais de R$240. O índice de quem não pretender dar presente ficou em 18%. Para Fernando Iodice, especialista em finanças pessoais e co-fundador do iq, o brasileiro está enfrentando o aumento de alguns gastos no período de isolamento social, como é o caso da conta de gás, que ficou 39% mais cara no estado de São Paulo no mês de abril (conta paga em maio), de acordo com pesquisa da fintech. “Além do aumento do valor das contas domésticas, muitas pessoas perderam os empregos ou tiveram a renda diminuída nos últimos meses, o que obriga a diminuição de alguns gastos considerados supérfluos, como é o caso do presente de Dia dos Namorados”, comenta.

Outro achado da pesquisa foi o interesse das pessoas em comemorar a data assistindo lives (37% dos respondentes) e vendo filmes e séries (48%), além de realizar jantares em casa (38%). Sobre estes pontos,  Iodice comenta que a quarentena está obrigando os casais a economizar, pois em um cenário considerado normal, muitos deles iriam ao cinema ou a um restaurante, como mostrou a pesquisa da Red Ventures: em 2019, 28% dos entrevistados comemoram o dia 12 de junho em frente à telona, enquanto somente 6% o farão em 2020 – em cidades em que há esta opção. Já em relação a jantares fora de casa, 30% dos entrevistados saíram para comer na data no ano passado e apenas 6% que o farão este ano. “Neste cenário, o ideal é diminuir gastos de lazer e priorizar as contas fixas, como aluguel, luz e telefone, para evitar problemas financeiros agora e daqui alguns meses”, finaliza Iodice.



Como se tornar um consultor comercial


Fala campeão (ã)! 

Tenho observado que o perfil do profissional de vendas no agronegócio tem enfrentado um verdadeiro turbilhão de mudanças ao longo dos últimos 20 anos. E falo com tranquilidade sobre esse tempo, pois comecei minha carreira como vendedor agro em 1993, atuando como balconista de loja Agropecuária no Paraná.

 Hoje, não há mais espaço para a dúvida entre ser comercial ou técnico. Vendedor do Agro deve ser um consultor técnico, onde é indispensável o conhecimento de produto, mercado, concorrentes, cultura ou criação. Em vendas deve possuir habilidades comerciais que envolvem: negociação, prospecção e relacionamento com clientes, fechamento de vendas, planejamentos, execução, estratégia, etc.

O maior dos desafios enfrentado por esses “novo profissional” é o uso e o emprego da tecnologia. Tanto a tecnologia de produção empregada no campo, como a tecnologia de informação empregada na empresa para a gestão da carteira de clientes.

E como o profissional enfrenta esses desafios?
A primeira, a tecnologia de produção, é mais “palpável”, mais visível, pois tem referência ao lançamento de um implemento ou uma nova técnica de cultivo ou manejo, um material genético ou uma formulação revolucionária. Para enfrentar essa tecnologia o profissional precisa estudar, conhecer de perto os resultados experimentais, interagir com colegas e buscar na indústria as informações necessárias.

A segunda tecnologia, de informação, envolve o conhecimento e a informação individual do cliente, mais complexa e exige tanto das empresas como dos profissionais da área comercial. É preciso conhecer o cliente e o seu negócio, o potencial e histórico de compra, quem faz a tomada de decisão técnica na fazenda e quem toma a decisão comercial no escritório. O motivador de compra, que é o desejo de lucrar mais ou o medo perder, o desconto e/ou prazo, preço ou valor, refletem o ambiente de negócio que o vendedor está inserido.

Frente a estes desafios, podemos identificar novas oportunidades para o profissional se destacar em vendas. Promove a cooperação entre parcerias pode criar novas soluções e usa-las como um diferencial competitivo entre empresas e profissionais.

O que você faz com as informações do seu cliente ou prospect pode ser determinante para o sucesso da sua empresa ou do seu negócio. Pense sobre isso e boas vendas campeão!
 




Marcelo Cerutti – Diretor da empresa CERUTTI Consultoria e Treinamento, especializada em gestão de vendas para o Agronegócio.
www.cursosposagro.com.br



“Máscara, pijama e cloroquina” estão entre os produtos mais procurados no google durante a pandemia da Covid-19


Os segmentos de saúde e bem-estar lideram as pesquisas feitas pelos internautas  


Com as orientações de distanciamento social, as pessoas estão em casa durante a maior parte do tempo e, por isso, a procura por produtos relacionados à saúde e conforto foram as mais acessadas na internet, segundo o Google Trends. A ferramenta, que acompanha as principais tendências relacionadas a uma palavra-chave em um determinado tempo, aponta que máscaras, pijamas e cloroquina, medicamento que vem sendo estudado para o tratamento do vírus, tiveram um crescimento expressivo nos meses de abril e maio, tempo de maior evolução da doença no País.

Para se ter uma ideia, no mês de abril a palavra máscara teve um aumento nas buscas, de aproximadamente 5.500% comparado a meses anteriores, segundo o Google Trends. Já o termo pijama registrou no mesmo mês um crescimento de 4.850% nas buscas. Os estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Distrito Federal foram de maior interesse pelo termo máscara. Nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, pijama teve mais de 90 acessos diários. Em relação ao termo cloroquina, houve crescimento de cerca de 12.700% nas buscas no mês de maio, sendo que o maior pico dos acessos foi registrado entre os dias 15 e 21 de maio. 

Para o sócio e diretor de marketing da MyPharma, plataforma de loja virtual de farmácias e drogarias, Carlos Henrique Soccol, a procura por produtos para o enfrentamento da Covid-19, como as máscaras, tende a cair após o fim da pandemia, mas por trás da procura, há o fortalecimento de uma nova cultura.
“Esses itens sairão da lista de compras dos consumidores, mas o hábito pela compra online irá permanecer e aumentar exponencialmente. Para isso, os comerciantes estão se preparando para continuar atendendo ao público que, em sua maioria, será virtual. É uma nova cultura se aproximando”, explica Carlos.


Venda online X Venda de balcão

O comerciante Cristiano de Andrade Pires é proprietário das farmácias Drogafarto em Rio Pomba e Tabuleiro, no estado de Minas Gerais. Neste tempo de pandemia, viu crescer os pedidos de medicamentos e cuidados com a saúde em quase 100%. Em poucos dias ele chegou a vender 1.200 máscaras em uma de suas farmácias em Rio Pomba, município de pouco mais de 20 mil habitantes. “É um número muito expressivo para uma cidade pequena. A procura por esse e outros itens essenciais tem sido enorme nos últimos tempos”, comenta.

Segundo Cristiano, outro dado interessante é que produtos classificados como B e C, por exemplo, como vitaminas, migraram para a categoria A, devido ao aumento pela busca dos consumidores. “Os clientes estão mais atentos com a saúde nesse período de Coronavírus, logo estão consumindo mais vitaminas para manterem a saúde em dia. Nunca antes tinha visto isso”, comenta.

Na rede de farmácias Usifarma localizadas nos municípios de Caçador, Fraiburgo e Campos Novos, em Santa Catarina, a venda em e-commerce é bastante tímida, pois faz pouco tempo que as estratégias digitais começaram a ser aplicadas. No entanto, o que chama a atenção é o comportamento das pessoas que vão até os estabelecimentos para efetuarem suas compras. “As pessoas chegam até as farmácias todas com máscara e realizam suas compras de forma mais objetiva e em menor tempo possível, para evitarem aglomerações desnecessárias”, explica a supervisora da Rede Usifarma, Kelly Cavichiolli.

Ela relata que como as vendas por e-commerce ainda estão começando na rede, a opção em investir em campanhas de marketing tem sido estratégica. “Pretendemos expandir os negócios e atingir o público de outras regiões e estados com a venda nos meios online. Estamos nos preparando com a ajuda da MyPharma para disseminar a nossa rede de farmácias e alavancar as vendas”, finaliza.


Mais do Google Trends

Outros produtos mais buscados, segundo a ferramenta, entre os dias 15 de março e 15 de maio:
  • Segmento de comidas e bebidas: gim (tipo de bebida destilada), rodízio mexicano, pizza de frigideira;
  • Casa e bens pessoais: escova secadora, pantufa, celular moto G8 plus, robô aspirador;
  • Saúde e beleza: cloroquina, máscara N95, gummy hair (vitaminas para o cabelo), antisséptico e álcool 70%


Para enfrentar a Covid-19, o Brasil conta com 422 mil registros de médicos com menos de 60 anos



Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), mostra que o País conta com quantidade significativa de médicos - formados nas escolas brasileiras e com registro nos conselhos regionais de medicina (CRMs) - em condições de engrossar a linha de frente contra a pandemia de Covid-19. No entanto, a ausência de políticas públicas tem feito com que esses profissionais estejam mal distribuídos pelos estados e regiões.
No momento em que transcorre essa emergência epidemiológica, o País conta com um total de 523.528 registros ativos de médicos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina. Desse montante, 422 mil (80%) têm idade inferior a 60 anos (ACESSE AQUI), ou seja, estão aptos ao atendimento de pacientes com Covid-19, desde que não apresentem comorbidades.  Na avaliação do CFM, médicos nessa faixa etária, assim como na população em geral, integram grupo de risco e, devem, portanto, ficarem afastados de atividades de assistência médica que os exponha a maiores chances de contágio pelo coronavírus.

Graduação - Dado importante na avaliação da força de trabalho médica é que, somente de janeiro a maio de 2020, o Brasil passou a contar com 9.653 novos médicos. São profissionais que concluíram sua graduação em escolas do País e fizeram seus registros nos CRMs. Apenas em três estados - São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – estão concentrados 37,1% desse total.
Dentre os que integram esse grupo de egressos, 40,2% se registraram nos CRMs em janeiro. Desse total, quase 70% colou grau em dezembro 2019. Nos meses seguintes, a distribuição dos novos inscritos se dá assim: fevereiro (6,2%), março (6,7%), abril (32,3%) e maio (14,5% - até dia 21).
Ressalte-se que conjunto importante desses médicos, sobretudo os formados em abril e maio, anteciparam suas formaturas, conforme previsto pela Portaria nº 383, de 9 de abril de 2020, do Ministério da Educação, que dispôs sobre a antecipação da colação de grau para os alunos dos cursos de Medicina, em função da pandemia de Covid-19.

Tendência - O acréscimo de quase 10 mil novos médicos (ACESSE AQUI), apenas nos primeiros cinco meses de 2020, reflete a tendência de crescimento desse contingente de profissionais no País, nos últimos anos. Desde 2000, um total de 280.948 egressos deixaram as escolas médicas brasileiras. Descontando-se, no período, 29.584 baixas nesses cadastros por motivos diversos (aposentadoria, óbito e cancelamento), essa população médica aumentou em 251.364 indivíduos.
Esse fenômeno resulta da abertura indiscriminada de novos cursos de medicina e da ampliação de vagas em escolas médicas já existentes. Atualmente, o País conta com 341 escolas médicas em funcionamento, das quais 162 (47,5%) iniciaram suas primeiras turmas entre os anos de 2011 e 2019.  O número total de vagas estimado em fevereiro era próximo de 36 mil vagas (de primeiro ano). Todos esses dados fazem parte do estudo Demografia Médica no Brasil, desenvolvido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o qual deverá ser lançado ainda este ano.

Razão por habitante - O aumento recente do número de novos médicos de médicos tem impacto na evolução da razão médicos por 1.000 habitantes, indicador útil para comparações regionais. O Brasil como um todo passou a ter 2,5 médicos por 1.000 habitantes. Essa razão é superior ao registrado na Coreia (2,3), Polônia (2,4), Japão (2,4) e México (2,4) e ligeiramente abaixo dos Estados Unidos (2,6), Canadá (2,8) e Reino Unido (2,9).
Internamente, os dados mostram que a distribuição dos médicos brasileiros é desigual entre os Estados (ACESSE AQUI). Há pelos menos oito estados com razão de profissionais por 1.000 habitantes igual ou superior ao índice brasileiro: Paraná (2,5), Minas Gerais (2,6), Santa Catarina (2,6), Espírito Santo (2,7), Rio Grande do Sul (2,9), São Paulo (3,2), Rio de Janeiro (3,7) e Distrito Federal (5,1).

Questionamento - Diante do cenário descrito, que aponta um grande número absoluto de médicos, surge um questionamento: se não há falta de profissionais, por que, então, em alguns locais a relação entre estes e população é menor do que a média nacional? A resposta está na fragilidade das condições de trabalho e de propostas do Governo que atraiam e fixem os médicos em áreas de difícil provimento. O histórico dos últimos anos é de terceirização e quarteirização dos serviços médicos, atrasos nos pagamentos e, muitas vezes, calotes.
Um exemplo é o Amazonas, que entre 2019 e 2020 perdeu 549 médicos, segundo o Conselho Regional de Medicina (Cremam). Uma das razões está nos constantes atrasos salariais. Como a maioria dos médicos que trabalham no serviço público recebem como pessoa jurídica (PJ), a cada dificuldade de caixa dos governos estaduais e municipais, eles vão tendo seus pagamentos preteridos. Em abril, no pico da pandemia do Covid-19 em Manaus, foram pagos os salários de fevereiro dos médicos que trabalhavam como PJ ou como cooperados. E esta é uma realidade que se repete em quase todos os estados, variando apenas o tempo de atraso.
No Rio de Janeiro, que entre 2015 e 2018 viu a população médica diminuir de 61.346 para 59.566, reduzindo a relação médico por mil habitantes de 3,75 para 3,55, a insegurança salarial e a violência têm levado a classe médica a procurar outros sítios. Em abril, os médicos das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) estavam com os salários atrasados. Todos eram contratados por Organizações Sociais. Já os médicos e demais profissionais de várias clínicas de saúde receberam um salário 25% a 30% menor do que o devido.

Condições de trabalho - Some-se a esse quadro a falta de condições de trabalho, também é uma constante. Em plataforma desenvolvida pelo CFM, médicos brasileiros têm relatado dificuldades ligadas ao enfrentamento da Covid-19.  No primeiro levantamento divulgado, em maio, os médicos denunciaram 17 mil irregularidades, em 2.160 serviços médicos.
As maiores reclamações foram sobre a falta de EPIs (38,2%). Entre estes, foram apontados problemas com a falta de máscaras N95 ou equivalentes (24,6%), avental (22%), óculos ou protetor facial (18,8%), máscara cirúrgica (16,1%), gorro (10%), luvas (4%) e luvas cirúrgicas (3,7%). Em relação a insumos, os profissionais informaram a ausência de kits de exame para a covid-19, com 29,4% das denúncias; medicamentos, com 21,9%; exames de imagem, com 13,8%; material para uso em unidades de tratamento intensivo (UTIs), com 10,2%; e material para curativo, com 6,1%.
Entre as denúncias apresentadas, 30,8% relataram a falta de álcool em gel; 22%, a de álcool 70%; 19,3%, a de papel toalha; e 17,4%, a de sabonete líquido. Os médicos também denunciaram a falta de leitos de UTI adulto (39,3%) e de leitos de internação para adultos (32%). A falta de leitos de UTI para crianças e adolescentes foi apontada por 17,6% dos que fizeram a denúncia na plataforma do CFM. 11,1% também relataram a falta de leitos de internação para este público.

Voluntários – Finalmente o trabalho do CFM, destaca o grau de interesse dos médicos em atuarem, de forma voluntária, no combate à Covid-19. Na análise dos recursos humanos em medicina disponíveis no contexto da luta contra a Covid-19, chama a atenção o grau de desprendimento dessa população médica. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 10 mil profissionais da área se cadastraram no programa Brasil Conta Comigo e se apresentaram como voluntários para ajudar no atendimento da população.
Desse total, mais de 50% estavam concentrados em São Paulo (19,6%), Minas Gerais (12,9%), Rio Grande do Sul (10,3%), Paraná (6,5%) e Rio de Janeiro (6,2%). Além desses estados, houve adesão importante em Santa Catarina, Bahia, Distrito Federal, Ceará, Pernambuco, Goiás e Espírito Santo.


A FRAUDE INTELECTUAL DOS "ANTIFASCISTAS"

        Quando penso que se abre alguma fresta para o bom senso, eis que parte da grande mídia brasileira compra, por vinte centavos, a fraude intelectual dos antifas, ou seja, dos autorrotulados antifascistas.

        Admito que o estudo da História no ambiente acadêmico e, em particular, na preparação dos jovens jornalistas ande ideologicamente comprometido. Percebo, também, que uma das cláusulas desse pacto é a de explorar, em cada evento histórico, a narrativa mais conveniente sob o ponto de vista político. Trata-se de um compromisso que exige imensos esforços de dissimulação e manipulação.  Quer saber o tamanho disso? É mais ou menos o que custaria esconder sob um tapete bordado uma centena de gulags soviéticos onde milhões de prisioneiros foram jogados, viveram e morreram sob a acusação de serem... fascistas.  

        Já no final dos anos 1920, entre os comunistas de vários países europeus, o adjetivo fascista era largamente utilizado inclusive para designar facções internas do próprio movimento ou forma de empacotar e mandar para o outro mundo toda dissidência. Foi assim em relação aos russos Brancos, durante a consolidação do domínio soviético. O Partido Comunista da Alemanha usava o conceito até para os sociais-democratas, chamados de sociais-fascistas. Os nazistas alemães eram chamados fascistas até a assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop (1939) quando a formação do acordo entre a Rússia comunista e a Alemanha nazista levou Stalin a difundir uma visão positiva do regime de Hitler. Tudo mudou dois anos depois quando o monstro alemão rasgou o pacto e invadiu a União Soviética. A partir daí, toda conduta antagônica ao comunismo, ficou sob o qualificativo fascista.

Para a cartilha marxista-leninista o fascismo era a fase final da "inevitável crise do capitalismo". Sob Stalin, a exemplo de toda divergência a ele, Trotsky era fascista. Todos os países de economias livres eram, igualmente, assim declarados e continuam sendo assim definidos pelos comunistas que neles atuam e se expressam politicamente. Sem exceção, foram ditos fascistas todos os movimentos liberais na segunda metade do século passado - Primavera Húngara (1956), Primavera de Praga (1968), a  revolta da Praça da Paz Celestial (1989), as Revoluções de 1989 (Outono das Nações) e as dezenas de mobilizações liberais entre 1989 e 1991.

Aliás, é muito pouco referido o fato de que o famoso Muro de Berlim, construído pelo lado comunista da Alemanha para impedir seus cidadãos de fugirem para a liberdade, era chamado pelos hipócritas que o construíram de Muro de Proteção Antifascista (Antifaschistischer Schutzwall).

Punto e basta! Continuar demonstrando o óbvio seria soterrar este texto, desnecessariamente, com evidências.  O epíteto fascista caracteriza muito mais objetivamente a pessoa que dele faz uso do que a pessoa a quem é imputado. Nove décadas de história mostram inequivocamente que quem o utiliza se autodefine como comunista. Desconhecer tal fato não é cascata nem catarata. É cegueira, mesmo.

 Portanto, como pode alguém levar a sério a natureza democrática dos antifas? Como aceitar que certos eventos sejam apresentados à nação como antifascistas, ou reconhecidos como Movimento pela Democracia quando seus membros se dedicam a distribuir o adjetivo fascista àqueles a quem se opõem?

Difícil encontrar hoje maior evidência de desonestidade intelectual, mormente entre quem tem a missão de bem informar! Por fim, como exercer a cidadania sem avaliar cuidadosamente os movimentos em ambos os lados da cena política real?






Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


Evoluímos muito em pouco tempo



O mundo se transformou em um curto espaço de tempo, especialmente devido à pandemia do novo Coronavírus, que afeta a todos globalmente. Temos nos transformado a uma velocidade recorde, em meio a tantas mudanças, seja no âmbito profissional, seja pessoal. Isso nos faz refletir sobre nossa evolução e nossos aprendizados até aqui. Em tão pouco tempo, as pessoas mudaram suas ações, forma de pensar, gastar e repensaram, inclusive, valores e crenças. No que diz respeito ao trabalho, boa parte das empresas tem conseguido se reinventar de inúmeras formas e mudar o modus operandi, forçadamente ou não.

Algumas empresas, por exemplo, instituíram o antigo home office, algo que era um receio em muitos casos, tanto pelos entraves jurídicos governamentais para essa implementação, quanto pela postura de controle dos funcionários. Com a pandemia, foi necessário realizar uma mudança cultural repentina, e a digitalização foi colocada em prática nas empresas, sem pedir licença. Aquelas que não estavam preparadas tiveram que sair da “zona de conforto” e se reinventar rapidamente, uma vez que era a única forma possível para manter as entregas aos seus clientes.

O trabalho remoto, via plataformas digitais, naturalmente reforçou a parceria e o comprometimento dos profissionais na grande maioria dos casos. A forma de liderar as equipes também foi alterada, exigindo novas competências e habilidades ainda mais fortalecidas. Em muitos momentos, foi importante ter mais agilidade nas decisões, confiança e menos burocracias. Além disso, a maneira de comunicar foi otimizada e se tornou mais assertiva e objetiva. Até mesmo a estruturação do plano estratégico de curto, médio e longo prazos ganhou força dentro das organizações, assim como as práticas voltadas para a responsabilidade social.

De outro lado, a vida pessoal foi “virada de cabeça para baixo”. Mas algumas mudanças relacionadas ao período de isolamento social tendem a permanecer, como as transformações na forma de conviver em sociedade, de consumir, o cuidado com o próximo, o verdadeiro valor do abraço, do beijo e das relações presenciais com as pessoas que amamos. Como seres humanos, “abrimos nossa mente” e ampliamos nosso nível de consciência sobre questões mais profundas: sustentabilidade, minimalismo, coletivo, solidariedade e empatia.

Com a crise, ainda foi possível desenvolver novas habilidades relativas à inteligência emocional, gestão do tempo e da rotina, foco, feedbacks e gestão remota, dentre outras. Esse é um processo de evolução contínua e é fundamental usá-lo a nosso favor. No que tange à tecnologia, mais do que nunca as pessoas e organizações devem se apropriar positivamente do digital, das plataformas e ferramentas online para ampliar os negócios, gerar relações, construir novos mercados, elaborar treinamentos, inovar e buscar estar à frente das tendências. A educação à distância é outro ponto que ganhou um destaque jamais visto, quebrando outro pré-conceito cultural.

Enfim, o ser humano tem uma capacidade tão grande de se transformar e se movimentar em busca de evolução, que é essencial usar esse período de desafios para se fortalecer e continuar crescendo. A adaptação já é uma das competências mais exigidas de agora em diante. Vale ressaltar que a mudança deve ser de dentro para fora. As empresas e pessoas que estão preparadas para essa realidade conseguem utilizar esse período para se desenvolver e avançar os negócios.





 Bárbara Nogueira - diretora, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos, com escritórios em São Paulo e Belo Horizonte. Ao longo de sua carreira, já avaliou mais de cinco mil executivos de alta gestão, selecionando para clientes em toda a América Latina.


Assembleias gerais e sociedades cooperativas: os tempos apontam para uma mudança paradigmática?


Artigo aborda iniciativa legislativa que trata da possibilidade de participação e votação à distância nas assembleias de cooperativas trazida pela Medida Provisória nº 931/2020


Em meio ao cenário de estado de calamidade pública decorrente da pandemia, diversas iniciativas legislativas propõem regimes jurídicos provisórios no intuito de dar respaldo aos atos e negócios jurídicos a serem realizados nesse período. Dentre elas, destaca-se a possibilidade de participação e votação à distância nas assembleias de cooperativas trazida pela Medida Provisória nº 931/2020.

É recorrente o argumento de que a Lei Geral das Sociedades Cooperativas precisa ser integralmente substituída, fundada no argumento simplista de que sua edição data do início da década de 1970. Embora quase cinquentenária, é preciso ponderar que boa parte de suas balizas dogmáticas se mantêm incólumes e, assim, verificar em que medida a subsunção das mudanças sociais eventualmente justificam a atualização de alguns de seus dispositivos – tal qual se coloca o tema das assembleias.

As características específicas e condições fáticas e jurídicas para a implementação de assembleias remotas para as sociedades limitadas e anônimas são muito distintas das cooperativas.

A título exemplificativo, para citar somente uma característica, as limitadas dispensam a realização de reuniões e assembleias sempre que a totalidade dos sócios subscrever documento com o conteúdo da respectiva pauta – que pode também ser assinado por um procurador.

No caso das sociedades anônimas, há distinção de tratamento conferido às companhias abertas e fechadas, e, nos termos da medida provisória e normativas da Comissão de Valores Mobiliários, somente às primeiras foi conferida a autorização legal para a realização de assembleia digital conforme já bem alertou Marcelo Vieira von Adamek[1]. A constatação de que existem diferentes graus de maturidade no processo de digitalização das assembleias nas companhias abertas e nas cooperativas parece evidente, especialmente porque a figura do acionista não pode ser equiparada ao do cooperado, cujos interesses e condições socioeconômicas, de modo geral, são bastante distintos.

A partir desse breve contexto, caso a medida provisória seja convertida em lei nos termos em que foi proposta, a Lei das Cooperativas terá acrescido ao seu texto, como norma permanente, o art. 43-A, segundo o qual, “o associado poderá participar e votar a distância em reunião ou assembleia, nos termos do disposto na regulamentação do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia.” Por conseguinte, só haverá permissão para as cooperativas de qualquer natureza realizarem assembleias gerais semipresenciais, não prevalecendo a alternativa, contida na Instrução Normativa nº 79/2020 do DREI, que previu a possibilidade de serem também implementadas assembleias gerais digitais (ou virtuais). Se alguma cooperativa optar por realizar uma assembleia geral exclusivamente virtual há de avaliar o risco de sua anulação, dada a flagrante ilegalidade, nessa parte, da referida norma administrativa do DREI.

E a restrição legal faz muito sentido, pois, no caso de assembleias gerais das cooperativas singulares, a participação do associado é um direito e um dever de caráter personalíssimo, vez que vedado o voto por procuração, que deve, ainda, ser integrado ao princípio universal da gestão democrática. Assim, facultar a realização de assembleias gerais em plataforma digital, sem local para o comparecimento pessoal, seria criar um grande obstáculo para muitos cooperados terem acesso ao evento.

De fato, para além da questão da autorização legal, a assembleia digital cria restrições de ordem material quanto ao acesso aos recursos de tecnologia e da sabida falta de cobertura de internet nas mais diversas regiões do país, que, por si só, podem configurar hipóteses de anulação da deliberação, visto que a inviabilidade de participação afronta os princípios cooperativos e lesa o direito individual do cooperado.

No plano concreto e diante desse cenário de incertezas, deve-se aplaudir, porém, a alteração legislativa que insere na legislação cooperativista a modalidade de assembleia geral semipresencial, que se realiza na sede da cooperativa, por ampliar a possibilidade de participação do cooperado, assim presencialmente, como pelos meios eletrônicos, ambos permitindo sua intervenção efetiva e sua manifestação de voto.

Sabe-se que as assembleias gerais das cooperativas têm papel primordial na consecução da autogestão e na democratização da sociedade, de modo que a sua realização na forma presencial constitui pilar central da sua estrutura. Sob esse ângulo, também, não há que se olvidar que o formato semipresencial amplia o direito de participação do cooperado, o que vai ao encontro de tal paradigma, constatação que, ao contrário, não se verifica no formato digital.

Muitas cooperativas têm por costume bastante difundido realizar reuniões pré-assembleares dada a extensão da área de ação e o grande número de cooperados, visando a ampliar a participação e a dar maior transparência e publicidade sobre os atos de gestão e das contas da administração. Tal oportunidade pode ser ideal para que o associado possa manifestar seu voto por meio do boletim, já que terá a sua disposição representantes da diretoria e (ou) dos conselhos de administração e fiscalização para prestar quaisquer esclarecimentos que porventura existam.





Alfredo de Assis Gonçalves Neto - professor titular em Direito Comercial da Faculdade de Direito da UFPR, advogado especialista em Direito Empresarial, Cooperativo e Econômico, sócio do escritório Assis Gonçalves  Kloss Neto Advogados Associados



Micheli Mayumi Iwasaki - mestre em Direito e especialista em Sociologia Política pela UFPR, membro da Comissão de Direito Cooperativo da OAB Paraná, advogada e sócia do escritório Assis Gonçalves  Kloss Neto Advogados Associados





[1]VON ADAMEK, Marcelo Vieira. Companhias abertas à parte, assembleias virtuais são realidade no Brasil? Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2020-mai-02/direito-civil-atualas-assembleias-virtuais-sao-realidade-direito-societario-brasileiro>. Acesso em 03.06.2020.


A hipótese das três crises



Ao colocar as pessoas em isolamento social, a pandemia do coronavírus gerou uma crise múltipla: parou parte do sistema produtivo, fábricas e lojas fecharam, estabelecimentos de serviços pessoais deixaram de atender, o desemprego aumentou, e milhões de profissionais autônomos perderam sua renda. O estrago econômico nacional foi grande, a perda financeira das famílias foi expressiva e os efeitos psicológicos do isolamento e do empobrecimento econômico está aí, visível para todos. Esta crise, porque ela ainda não acabou, acendeu um debate novo sobre a previsão de crises futuras.

A pergunta principal é: há alguma crise em formação que não estamos vendo e que pode explodir em algum momento do futuro? A pergunta pode parecer um pouco ingênua, pois crises fazem parte da vida econômica, social e política, logo, outras crises virão certamente. Mas, a questão não é essa, e sim tentar ler a realidade mundial e, por meio de informações e estudos, captar sinais que ajudem a prever determinada crise de uma ou outra natureza. Para entrar no debate, penso em três crises possíveis.

O mundo vem criando ondas globais que podem terminar em crises de efeitos devastadores. Essas ondas, por mais que sejam graves, não são facilmente visíveis aos olhos da multidão. Buckminster Fuller (1895-1983), o gênio inventor, futurista, arquiteto e escritor, estabeleceu certa diferença entre o cérebro e a mente humana. Segundo ele, o cérebro vê os objetos tangíveis, mas aquilo que não é tangível nem perceptível somente é visto com os olhos da mente. Ele alerta: “você não pode desviar-se de coisas que não vê movendo em sua direção”.

A primeira, por óbvio, é a crise econômica pós-coronavírus. Que o produto mundial vai cair é algo que todos sabemos. Se o produto cai e a população aumenta, o produto por habitante – que é a versão real da renda per capita – declina, em uns países mais e em outros, menos. Nem a taxa de redução da renda por habitante será igual em todos os lugares nem o empobrecimento terá o mesmo significado. Uma coisa é a queda de 20% na renda per capita da Dinamarca, que hoje está em 61 mil dólares/ano, outra coisa é essa mesma queda no Brasil, cuja renda anual por habitante não chegou aos 11 mil dólares.

De qualquer forma, a queda do produto mundial já está levando milhões de empresas à falência e à redução do tamanho, os salários médios irão cair, o desemprego aumentará e o padrão médio de vida será reduzido. Então, a queda do produto e da renda será uma crise enorme que o mundo sofrerá, iniciando a partir de agora. Se será apenas uma recessão não tão grave ou uma depressão profunda, é o que veremos. Essa é a primeira crise dos próximos anos, que demandará a atenção e a inteligência da humanidade para superá-la.

A segunda crise, e essa é mais estrutural, é o aumento do número de pessoas desocupadas. É a crise do desemprego, que pode criar aquilo que o escritor Yuval Harari (1976-) chamou de uma “enorme classe sem utilidade”. Além do desemprego causado pelos efeitos da pandemia do coronavírus, o mundo caminha para outro tipo de desemprego com o qual ainda não sabe como lidar. Trata-se do seguinte: nas revoluções tecnológicas do passado, as máquinas competiam com o ser humano em habilidades físicas, mas agora, na quarta revolução tecnológica, as máquinas e os robôs vão competir com o ser humano em habilidades cognitivas, e milhões de pessoas perderão seu emprego.

A terceira crise, se houver, fará parte das grandes catástrofes financeiras. Será a crise dos derivativos. Em 2008-2009 o mundo viu explodir uma grave crise financeira, cujos efeitos foram devastadores. Essa crise não explodiu do nada em 2008. Suas causas foram plantadas e desenvolvidas durante pelo menos os 20 anos anteriores. Porém, praticamente ninguém não a previu. Uns poucos especialistas tentaram alertar sobre a formação da onda que estava vindo em nossa direção. Mas não foram ouvidos.

Atualmente, há uma onda em formação que pode terminar em uma crise financeira de grandes proporções. Trata-se das operações de derivativos (contratos futuros mercantis e financeiros, derivativos de commodities, ações, títulos de crédito, juros, câmbio, moedas etc.). Segundo algumas estimativas, o total de operações com derivativos chega a ser igual ao valor do produto bruto mundial, que é de US$ 135 trilhões, multiplicado por seis.

Derivativos são instrumentos financeiros de proteção e especulação que ajudam a incentivar a economia mundial e dar liquidez a ativos representados por bens, direitos ou obrigações. Não são operações maléficas nem ilegais. O problema dos derivativos é que são soluções novas, cujas regras ainda não foram testadas suficientemente. Isso pode representar a maior bolha financeira da história.

Se essas crises vão ocorrer ou não, é difícil saber. Mas há sinais que merecem ser observados e estudados, pois eles podem representar elos de uma rede que vai estourar lá frente, com todos seus efeitos danosos.





José Pio Martins - economista, é reitor da Universidade Positivo.

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