O mundo se transformou em um curto espaço de tempo,
especialmente devido à pandemia do novo Coronavírus, que afeta a todos
globalmente. Temos nos transformado a uma velocidade recorde, em meio a tantas
mudanças, seja no âmbito profissional, seja pessoal. Isso nos faz refletir
sobre nossa evolução e nossos aprendizados até aqui. Em tão pouco tempo, as
pessoas mudaram suas ações, forma de pensar, gastar e repensaram, inclusive,
valores e crenças. No que diz respeito ao trabalho, boa parte das empresas tem
conseguido se reinventar de inúmeras formas e mudar o modus
operandi, forçadamente ou não.
Algumas empresas, por exemplo, instituíram o antigo
home office, algo que era um receio em muitos casos, tanto pelos entraves
jurídicos governamentais para essa implementação, quanto pela postura de
controle dos funcionários. Com a pandemia, foi necessário realizar uma mudança
cultural repentina, e a digitalização foi colocada em prática nas empresas, sem
pedir licença. Aquelas que não estavam preparadas tiveram que sair da “zona de
conforto” e se reinventar rapidamente, uma vez que era a única forma possível
para manter as entregas aos seus clientes.
O trabalho remoto, via plataformas digitais,
naturalmente reforçou a parceria e o comprometimento dos profissionais na
grande maioria dos casos. A forma de liderar as equipes também foi alterada,
exigindo novas competências e habilidades ainda mais fortalecidas. Em muitos
momentos, foi importante ter mais agilidade nas decisões, confiança e menos
burocracias. Além disso, a maneira de comunicar foi otimizada e se tornou mais
assertiva e objetiva. Até mesmo a estruturação do plano estratégico de curto,
médio e longo prazos ganhou força dentro das organizações, assim como as
práticas voltadas para a responsabilidade social.
De outro lado, a vida pessoal foi “virada de cabeça
para baixo”. Mas algumas mudanças relacionadas ao período de isolamento social
tendem a permanecer, como as transformações na forma de conviver em sociedade,
de consumir, o cuidado com o próximo, o verdadeiro valor do abraço, do beijo e
das relações presenciais com as pessoas que amamos. Como seres humanos,
“abrimos nossa mente” e ampliamos nosso nível de consciência sobre questões
mais profundas: sustentabilidade, minimalismo, coletivo, solidariedade e
empatia.
Com a crise, ainda foi possível desenvolver novas
habilidades relativas à inteligência emocional, gestão do tempo e da rotina,
foco, feedbacks e gestão remota, dentre outras. Esse é um processo de evolução
contínua e é fundamental usá-lo a nosso favor. No que tange à tecnologia, mais
do que nunca as pessoas e organizações devem se apropriar positivamente do
digital, das plataformas e ferramentas online para ampliar os negócios, gerar
relações, construir novos mercados, elaborar treinamentos, inovar e buscar
estar à frente das tendências. A educação à distância é outro ponto que ganhou
um destaque jamais visto, quebrando outro pré-conceito cultural.
Enfim, o ser humano tem uma capacidade tão grande
de se transformar e se movimentar em busca de evolução, que é essencial usar
esse período de desafios para se fortalecer e continuar crescendo. A adaptação
já é uma das competências mais exigidas de agora em diante. Vale ressaltar que
a mudança deve ser de dentro para fora. As empresas e pessoas que estão
preparadas para essa realidade conseguem utilizar esse período para se desenvolver
e avançar os negócios.
Bárbara
Nogueira - diretora, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de
busca e seleção de executivos, com escritórios em São Paulo e Belo Horizonte.
Ao longo de sua carreira, já avaliou mais de cinco mil executivos de alta
gestão, selecionando para clientes em toda a América Latina.
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