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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Dia Nacional da Mamografia (05/02) alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama


 Segundo novo estudo brasileiro com 3 mil mulheres, 36,9% das que fizeram mamografia antes dos 40 anos estavam em estágio 3 da doença


O câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre a população, depois do de pele não melanoma, e corresponde a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Mais especificamente no Brasil, esse percentual sobe para 29%. Quando descoberto em seu estágio inicial, as chances de cura chegam a 95%, por isso, ressalta-se a importância do diagnóstico precoce. E o principal método de rastreamento para a detecção da doença ainda não-palpável clinicamente (com menos de 1 cm) é a mamografia. 

Uma questão levantada recentemente foi sobre quando iniciar as mamografias periódicas, já que segundo um novo estudo brasileiro, denominado pesquisa Amazona III, feito com quase 3 mil mulheres, mostra que 43% delas tinham idade inferior a 50 anos no momento do diagnóstico. Das que tinham menos de 40 anos, 36,9% estavam no estágio 3 da doença, considerado localmente avançado, e 34,8% das participantes do estudo tinham entre 36 e 50 anos no momento do diagnóstico.

“É muito importante para a saúde das mulheres que, a partir dos 40 anos, elas realizem a mamografia pelo menos uma vez por ano. Todos os outros exames, como ultrassom e ressonância, são considerados exames complementares, pois ela é a principal forma de rastreamento”, explica o mastologista pela Unifesp e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, Dr. Rogério Fenile.

Entretanto, realizar o exame no Brasil não é uma tarefa fácil. Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) apontam que apenas 21,8% dos 5.570 municípios brasileiros possuem um mamógrafo disponível para a população. 
  
A mamografia é um exame de radiografia das mamas feito por um mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas e ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas ou que se torne palpável. “Ela permite surpreender o tumor antes mesmo que ele cause maiores danos à saúde da mulher. No caso de uma paciente que já superou a doença, ela é um método de acompanhamento e controle pós-tratamento”, ressalta Dr. Fenile.


Aborto espontâneo: onde está o risco



O aborto espontâneo acontece em uma a cada cinco gestações detectadas. No caso daquelas que não chegam a ser percebidas, a taxa aumenta para uma a cada três. Está entre as complicações mais comuns da obstetrícia, ocorrendo em aproximadamente 15% das pacientes com menos de 20 semanas de gravidez. 

A origem do aborto espontâneo não está, em sua maioria, nos hábitos ou comportamentos da mãe, contudo, o tabu que existe em torno desse quadro clínico pode levar muitas mulheres à desinformação e a traumas emocionais.

Segundo a doutora Rosiane Mattar, professora titular do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina e coordenadora científica da área na Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (SOGESP), existem várias causas para a perda precoce do bebê. A mais frequente é a anomalia dos genes e cromossomos durante o crescimento do embrião, podendo resultar em seu óbito ou em alterações no ovo fertilizado. Gestantes com condições crônicas como diabetes não controlada e trombofilias também estão mais propensas a sofrerem aborto.

Porém, a gineco-obstetra chama a atenção para alguns fatores de risco. A idade materna avançada aumenta a chance de problemas no desenvolvimento do feto. Aos 45 anos, a probabilidade de perda é 80% maior. Mulheres que já sofreram abortos anteriores, fazem uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas, estão muito abaixo ou muito acima do peso ou possuem anomalias uterinas como endometriose também são alvos dessa condição clínica.

“Mas, depois que a mulher engravida, não existe uma forma de prevenir o aborto. Caso venha a acontecer, o ideal é esperar seis meses para tentar engravidar novamente. Nesse meio tempo, é preciso repor o ferro perdido e manter bons hábitos de saúde. O recomendado é que espere, no mínimo, uma menstruação”, aconselha dra. Rosiane.

A recuperação geralmente é rápida. O cuidado maior é com a questão psicológica e emocional, visto que é uma perda muito difícil para o casal e principalmente para a mulher. A equipe médica deve ter a sensibilidade necessária para conduzir tanto a chamada “espera vigilante”, onde a paciente libera o material espontaneamente, quanto a intervenção clínica, por meio de aspiração ou pílula.

É importante que a família esteja ao lado do casal para dar o apoio necessário. As questões emocionais podem levar a mãe a se culpar pelo que aconteceu, resultando em problemas psicológicos e insegurança. Em um momento tão difícil, o melhor é ter paciência e seguir as recomendações do profissional obstetra que acompanha a gestação.


Ginecologista explica as inflamações e infecções ginecológicas mais comuns no verão


Com a chegada do verão, alguns episódios desagradáveis costumam aparecer e prejudicar a saúde feminina. O ginecologista Dr. Domingos Mantelli aponta os  cuidados que as mulheres devem ter com a estação mais quente do ano.

“Ficar com o biquíni molhado ou até mesmo usar roupas sintéticas podem fazer com que os corrimentos se tornem mais recorrentes nessa época do ano”, alerta o médico. Para Mantelli, é fundamental manter uma higienização adequada e evitar a umidade prolongada na região da vagina.  “Trocar os biquínis úmidos por secos, apostar em roupas mais leves e ventiladas como saias e vestidos e, principalmente, buscar orientação médica sempre que notar algo errado”, adverte.

Dentre as doenças ginecológicas que surgem mais no verão, o médico destaca a Candidíase, a Tricomoníase e a Vaginose.  Para evitar problemas, o ginecologista sugere algumas dicas simples que podem minimizar os riscos de desenvolver tais doenças. Entenda cada uma:


Candidíase

“É causada pelo fungo do gênero “cândida”, microrganismo que pode ser transmitido durante o ato sexual, embora não seja considerada uma DST (doença sexualmente transmissível) ”, explica Mantelli. A doença causa coceira e dores vaginal, para urinar e no ato sexual, além de corrimento branco com odor cítrico. O problema tem cura, e o tratamento deve ser feito com medicação antifúngica via oral e creme vaginal, por uma semana”, ressalta.


Tricomoníase

Doença causada pelo parasita Trichomonas vaginalis e a transmissão é por via sexual. O mal causa inflamação da vagina acompanhada de corrimento amarelo-esverdeado com odor desagradável. A doença causa dores ao urinar e durante o ato sexual. Se não for tratada, a doença pode suscitar em infertilidade e câncer do colo do útero. O tratamento é feito com medicamento via oral.


Vaginose bacteriana

Causada principalmente pela bactéria chamada Gardnerella Vaginalis, seu principal sinal é um corrimento amarelo ou branco-acinzentado, com um odor forte, e que piora durante as relações sexuais e na menstruação. Também pode provocar ardor e um pouco de coceira. O tratamento também é realizado com medicamento via oral e creme vaginal.


Infecção Urinária

A infecção urinária pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário como rins, bexiga, uretra e ureteres. Esse tipo de infecção é comum em mulheres devido ao tamanho da uretra feminina. Os principais sintomas são: ardência ao urinar, excesso de vontade de urinar, e urina escura e com forte odor, além de dores pélvica e retal. Em casos mais graves há sangramento na urina.

Para evitar problemas, o ginecologista sugere algumas dicas simples que podem minimizar os riscos de desenvolver tais doenças:

1.   Evite usar calças apertadas, prefira utilizar vestidos e saias, além de calcinhas de algodão;

2.   Sempre apare os pelos pubianos. Isso facilita a higienização;

3.   Faça sempre uma higiene íntima após o ato sexual, urinar e evacuar. Troque o absorvente durante a menstruação. O sabonete utilizado deve ser o neutro ou o íntimo e com indicação do ginecologista;

4.   Não utilize sabonete comum na higiene íntima e, após a lavagem externa, utilize toalha higiênica. O uso regular e descuidado do papel higiênico pode causar irritação local;

5.   Lave as roupas íntimas com água e sabão e seque-as ao sol. Não seque peças íntimas em ambientes fechados e úmidos como banheiros;

6.   Não compartilhe sabonetes, peças íntimas e toalhas.





Dr. Domingos Mantelli - ginecologista e obstetra - autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e residência médica na área de Ginecologia e Obstetrícia pela mesma instituição. Dr. Domingos Mantelli tem pós-graduação em Ultrassonografia Ginecológica e Obstétrica, e em Medicina Legal e Perícias Médicas.
Instagram: @domingosmantelli


Saiba como cuidar da saúde íntima no verão



Dra. Erica Mantelli aponta os maus hábitos que podem prejudicar a região genital

 

 
No verão as mulheres precisam ficar mais atentas com a saúde íntima, principalmente com  os hábitos comuns  nesta época do ano, como por exemplo:  passar o dia inteiro com o biquíni molhado, potencializam o surgimento de fungos e bactérias, naturalmente presentes na flora vaginal, e que proliferam com mais rapidez em ambientes úmidos.


Segundo a ginecologista, obstetra e sexóloga Dra. Erica Mantelli há um desequilíbrio no PH vaginal. “Esse fator associado à baixa imunidade do corpo, faz com que haja um aumento nas secreções, coceira, corrimentos e até algumas doenças como, por exemplo, a candidíase (infecção causada por fungos) e a vulvite (dermatite de contato ou alérgica na vulva, parte externa da vagina). ”, explica a médica. 


Para evitar os problemas, a ginecologista Dra. Erica Mantelli alerta sobre maus hábitos que podem prejudicar a região genital:


1.      Biquíni molhado é o principal vilão da vagina no verão. As mulheres entram no mar ou na piscina e continuam com a parte íntima úmida. Isso acarreta no desenvolvimento de fungos e bactérias. O ideal é sempre levar uma troca na bolsa e se manter seca durante o dia


2.      Absorventes diários: O uso incorreto de absorventes diários também são um erro. Como são feitos de algodão, a vagina fica ainda mais úmida e isso pode desencadear secreções e corrimentos. Absorventes diários são apenas adequados para situações de emergência ou durante o ciclo menstrual, deixando claro que o recomendável é trocá-lo de quatro em quatro horas, mesmo se o fluxo sanguíneo for baixo.


3.      Sabonetes íntimos: São indicados para o uso sem exageros. Todo e qualquer medicamento, sendo natural ou não, deverá passar pela avaliação médica. 





Dra. Erica Mantelli - ginecologista, obstetra e especialista em saúde sexual - Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Pós-graduada em disciplinas como Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), e Sexologia/Sexualidade Humana. É formada também em Programação Neolinguística, por Mateusz Grzesiak (Elsever Institute). Site: http://ericamantelli.com.br
Instagram: @ericamantelli


Mau uso de lente de contato pode cegar



Deslizes no uso causam 2 em cada 10 contaminações na córnea. Calor aumenta o risco.



A opacidade da córnea, lente externa do olho, é a terceira maior causa de cegueira global de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Afeta no mundo um dos olhos de 30 milhões de pessoas e os dois olhos de 10 milhões. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier no Brasil o mau uso de lente contato é um importante causa das opacificações. Isso porque, os prontuários do hospital mostram que 2 em cada 10 usuários usam lentes vencidas ou cometem falhas na manutenção, armazenamento.

O especialista diz que no verão o risco de opacificações decorrentes desses deslizes é ainda maior. Isso porque, o calor cria o ambiente perfeito para a proliferação de bactérias que sobrevivem na pele, água, ar, areia e terra, afirma. “Basta um descuido na limpeza das lentes e do estojo, ou deixar cair uma gota de água dentro do olho para contrair infecção”, afirma. Por isso, não é exagero recomendar jamais entrar na praia ou piscina usando lente de contato. Afinal, a água é o principal veículo transmissor da acanthamoeba, um parasita que corrói a córnea e é de difícil controle.


Sinais de alerta

Queiroz Neto afirma que os sinais de contaminação da córnea pelo mau uso de lente são: dor nos olhos, vermelhidão, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, diminuição da visão e sensibilidade à luz.  Ficar com os olhos vermelhos depois de um dia inteiro na praia pode sinalizar só uma irritação passageira, mas também pode indicar uma infecção. Por isso, ao primeiro desconforto a recomendação é retirar a lente do olho e consultar um oftalmologista imediatamente.


Como higienizar

O especialista afirma que um erro comum cometido na manutenção das lentes de contato é lavar com soro fisiológico. A única forma de eliminar os micro-organismos é lavar e enxaguar com solução higienizadora tanto as lentes quanto o estojo. Caso aconteça uma reação alérgica a alguma substância da solução higienizadora, Queiroz Neto afirma que o último enxague pode ser feito com soro fisiológico de dosagem única para hidratar a lente. Isso porque o soro não tem conservante e se ficar guardado depois de aberto contamina os olhos caso seja aplicado nas lentes.


Retire a lente durante o sono

Queiroz Neto ressalta que até as indicadas para uso noturno devem ser retiradas durante o sono. Isso porque, quando estamos acordados a córnea se alimenta da lágrima e do oxigênio retirado do ar. Quando dormimos além da produção da lágrima ser menor, a lente funciona como uma barreira entre a córnea e o filme lacrimal. Resultado: dormir com lente aumenta em 1º vezes o risco de contaminação da córnea.


Atenção ao prazo de validade

No Brasil o tipo de lente de contato mais usada é a gelatinosa de descarte diário, semanal ou mensal. O problema é que muitos usuários não descartam a lente de acordo com o prazo de validade para economizar. “Quem usar lentes vencidas chega ao consultório com os olhos contaminados,” adverte.


Passo a passo

As principais recomendações do oftalmologista para preservar a córnea são:

·         Lavar cuidadosamente as mãos antes de manipular as lentes.
·         Usar solução higienizadora para limpar e enxaguar lente e estojo.
·         Friccionar as lentes para eliminar completamente os depósitos.
·         Não usar água ou soro fisiológico na limpeza.
·         Retirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no 


cabelo.

·         Colocar as lentes sempre antes da maquiagem
·         Guardar o estojo em ambiente seco e limpo.
·         Trocar o estojo a cada quatro meses
·         Respeitar o prazo de validade das lentes.
·         Jamais dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno.
·         Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e procurar o 


oftalmologista.

·         Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas
·         Não entrar no mar ou piscina usando lentes.

Saúde das pálpebras evita problemas de visão


 Cuidados devem ser redobrados ao longo dos anos


Mudanças hormonais, excesso de sol, genética, envelhecimento ou problemas musculares são algumas causas das pálpebras caídas que podem originar fadiga visual, dificuldade de leitura, dor de cabeça constante, entre tantos outros problemas.       
      
Segundo o oftalmologista, com experiência em oculoplástica, especialista pela UCLA de Los Angeles e doutor em Ciências Médicas pela USP, André Borba, é muito importante cuidar dessa região e prestar atenção quando algo não vai bem. “A redução do campo de visão é uma realidade para a maioria dos pacientes que sofre com excesso de pele causado pela perda da elasticidade”, alerta.

Ele explica que o envelhecimento é um processo contínuo e progressivo. "A partir dos 30 anos de idade já é possível notar algumas diferenças na pele da pálpebra, principalmente porque é a pele mais fina do corpo humano e embaixo dela existe uma estruturas que são responsáveis pela abertura e fechamento dos olhos”, explica Borba.

Fatores externos, como o excesso de sol, por exemplo, também podem acelerar o processo de envelhecimento. “O uso de protetores solares e hidratantes específicos para a região, além da utilização de óculos escuros de qualidade, colaboram para a manutenção da saúde das pálpebras”, afirma o cirurgião.

Em alguns casos, a indicação da cirurgia, chamada blefaroplastia, é necessária também pelo aspecto funcional. Em outros casos extremos a pele pesa tanto em cima dos olhos sendo necessário inclinar a cabeça para trás para tentar enxergar por debaixo da pálpebra ou levantar as sobrancelhas repetidamente para elevar a pele na tentativa de ampliar o campo de visão. “Vale lembrar sobre a importância de o procedimento ser feito por um profissional especializado, para minimizar os riscos de complicações", adverte Borba.


Médicos e as graves sanções por assédio contra pacientes



 Atualmente, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) atua de forma mais rígida em relação aos procedimentos internos adotados na análise das denúncias de assédio instauradas contra os médicos atuantes.  As mudanças são necessárias diante do nítido aumento do rigor nos julgamentos envolvendo tais acusações. Dentre as alterações, também foi realizado o aumento do número de câmaras julgadoras de acusações de infrações éticas de quatro para dez, incidindo, desta forma, maior brevidade em suas resoluções.

Conforme estatísticas, já foi possível observar o aumento de julgamentos de 474, entre outubro de 2017 a setembro de 2018, para 537 no período entre 2018 e 2019. O presidente Cremesp, Mario Jorge Tsuchyia, se manifestou no sentido de que a aplicação destes novos métodos, dará maior celeridade aos julgamentos, além de diminuir todo o desgaste voltado ao denunciante e ao denunciado ao decorrer dos anos, sem uma efetiva resposta.

Do ponto de vista legal, o crime de assédio sexual corresponde a constranger alguém, com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se de condição de superior hierárquico ou ascendência inerente ao exercício de emprego, cargo ou função. Além deste conceito, existem variadas definições em comum, onde mencionam o poder que alguém detém sobre o outro, usado de forma a obter vantagens sexuais, por meio de condutas indesejáveis e reprováveis. 

Vale lembrar que na relação médico-paciente é imprescindível o respeito ético ao proceder qualquer tipo de atendimento, além de explicar minuciosamente quais serão os atos e procedimentos a serem realizados, o carinho e a atenção são virtudes que também devem serem atendidas, pois são profissionais que lidam com a vulnerabilidade e fragilidade das pessoas.

Em algumas especialidades, o médico deve respeitar o pedido do paciente em ter um acompanhamento durante exames físicos, independente do sexo do profissional. As denúncias são primeiro avaliadas por uma câmara de juízo para decidir se será aberta uma sindicância sobre o caso. É nesta etapa de apuração preliminar que são coletadas as provas e elaboradas manifestações por escritos e eventualmente a realização de audiência com os envolvidos. Se apurado que os indícios de acusações são consistentes, é instaurado um processo ético-profissional em que o denunciante e o denunciado detêm das mesmas oportunidades para apresentarem seus argumentos, os envolvidos podem, inclusive, recorrer a advogados nessa fase.

O processo é julgado pelas câmaras do conselho e o resultado é publicado pela plenária de conselheiros. As penas são desde a advertência confidencial, a censura pública, a suspensão até a cassação. Os profissionais que perdem o registro ficam impossibilitados de exercer a medicina em todo o território nacional. Em casos de cassação, o profissional pode recorrer ao Conselho Federal de Medicina (CFM).

Portanto, é importante que o profissional médico atue de forma ética para evitar qualquer problema relacionado ao assédio contra pacientes. As sanções podem prejudicar e até encerrar sua carreira de forma prematura.





José Santana Junior - advogado especialista em Direito Médico e da Saúde e sócio do escritório Mariano Santana Sociedade de Advogados

Brasil é o segundo país com mais ocorrências recentes de hanseníase


Atrás apenas da Índia, são registrados, anualmente, cerca de 30 mil novos casos


A hanseníase, que tinha se tornado apenas parte de narrativas religiosas e mitológicas da Idade Média, voltou a ser protagonista no século XXI. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem em média 30 mil novos casos de hanseníase por ano. No país, a doença afeta, principalmente, os homens, com mais de 60 anos, da região Nordeste.

A hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa causada pela microbactéria Mycobacterium leprae que atinge primariamente a pele e os nervos. Em estágios mais avançados, afeta também os órgãos internos, como fígado, testículos e a cavidade ocular. “ Os principais sintomas são manchas com diferentes colorações (vermelhas, brancas ou marrons), nódulos espalhados pelo corpo todo, perda de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa, dores fortes, inchaços, febre e feridas”, explica a dermatologista membro da Doctoralia, Vivian Brazi.

Ainda de acordo com a especialista, dependendo da fase em que o paciente se encontra, os sintomas podem ser diferentes. “Nos estágios iniciais, as manchas que se localizam na pele são discretas. É justamente nesse momento que o diagnóstico deve ser realizado para que seja feito um tratamento adequado. Já em estágios avançados, os sintomas se tornam mais evidentes e outras manifestações podem surgir”, ressalta.

Mas não é preciso se alarmar, pois é difícil contrair a doença. “A hanseníase é transmitida de uma pessoa para outra, principalmente, pelas vias aéreas e por áreas machucadas da pele e das mucosas. Para ser infectado é necessário convívio íntimo e prolongado com uma pessoa doente sem tratamento. Além disso, cerca de 90% da população possui uma carga autoimune contra a doença, ou seja, o organismo reage antes que ela se prolifere”, esclarece a Vivian.

Nos casos em que a microbactéria se instala, o tratamento é realizado de acordo com o estágio da doença. “Geralmente, são ministrados antibióticos específicos para combater a microbactéria causadora da hanseníase. A boa notícia é que, logo no início do tratamento, a doença deixa de ser transmissível”, revela a dermatologista.

Segundo Vivian, não há formas específicas de prevenir a hanseníase. “A melhor maneira de evitar a contaminação é com o diagnóstico precoce da doença e com o tratamento adequado de todos os portadores” finaliza.




Grupo DocPlanner

Seu filho está indo mal na escola? Fale com o seu pediatra!


 Um novo estudo aconselha os pediatras a darem ao fracasso acadêmico a mesma atenção que a qualquer outro problema complexo que afeta uma criança


 A Academia Americana de Pediatria publicou um relatório sobre o que os pediatras podem - e devem - fazer para ajudar "crianças em idade escolar que não estão progredindo academicamente". Segundo o documento, os pediatras podem desempenhar um papel importante no trabalho com crianças que estão com dificuldades na escola.

“O relatório estabelece um padrão para o cuidado da criança que não está indo bem na escola, destacando que essa situação merece a mesma atenção que qualquer outro problema complexo que atrapalhe a criança. O pediatra deve garantir que o quadro seja investigado adequadamente e a causa seja encontrada, embora grande parte dos testes e tratamentos específicos sejam realizados por outros profissionais”, afirma o pediatra homeopata Moises Chencinski.

Segundo dados da Academia Americana de Pediatria, uma em cada seis crianças, nos EUA, está enfrentando dificuldades na escola a ponto de realmente sofrer. Elas sentem que estão “falhando”. O documento se refere a crianças que estão lutando apenas para não afundar de vez. Às vezes, é uma criança que estava indo bem até que algo mudou ou deu errado no ambiente escolar - uma incompatibilidade de professores, uma situação social ruim com os colegas de classe. E, às vezes, é um problema com o perfil de aprendizagem ou com o estado de espírito da criança que vem à tona, à medida que as demandas acadêmicas aumentam.

“O fracasso escolar é um conjunto complexo de causas, como muitas situações na medicina. A abordagem feita por meio de uma conversa rápida ou um teste simples nem sempre ajuda as crianças. Isso não dará as respostas apropriadas para a maioria delas”, defende o médico.


Sobre desempenho

Um ponto é importante destacar: as crianças que não conseguem atingir resultados acadêmicos expressivos não são necessariamente preguiçosas. Geralmente, há um problema subjacente e costuma ser complexo, pois todas as crianças querem ter sucesso.

“Crianças mais novas podem ter um problema auditivo que foi esquecido no início da vida ou uma deficiência intelectual, enquanto as mais velhas podem estar enfrentando bullying ou lutando com distúrbios emocionais, depressão ou ansiedade. E não é possível esquecer que crianças de qualquer idade podem se encontrar na sala de aula inadequada com o professor ou os colegas não compatíveis. Descobrir o que realmente está acontecendo significa olhar atentamente para a criança, ouvir a história dela e, muitas vezes, superar a primeira solução fácil”, pondera o pediatra.

Nem todas as crianças que estão com dificuldades na escola precisam de uma avaliação comportamental completa do desenvolvimento.  Muitas vezes, há dicas precoces de que algo está inadequado, quando seu filho é diferente desde o início. “Os pais podem ter notado que uma criança fica atrás de outras crianças ao aprender a rimar ou a aprender o alfabeto. Um histórico familiar de dificuldades de aprendizagem também pode indicar riscos adicionais. Se formos gentis e empáticos, isso ajuda muito. As crianças não estão fazendo isso porque se comportam mal, elas estão trabalhando de acordo com a própria capacidade”, explica Moises Chencinski.

De acordo com a nova diretriz americana, se você sabe que seu filho está com dificuldades na escola, marque uma consulta, sente-se com seu pediatra e peça uma orientação. “Isso não significa que existam necessariamente problemas médicos (embora eles possam certamente desempenhar um papel). Mas é preciso lembrar que toda criança gosta de aprender e, quando algo a atrapalha nessa missão, ela pode se sentir desencorajada, infeliz e progressivamente insatisfeita”, observa o médico.



 Moises Chencinski
Instagram: @doutormoises
Facebook: @doutormoises.chencinski


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