Medicamento é capaz de aumentar em mais de 12 meses
a sobrevida de pacientes com câncer de pulmão[i],a
principal causa de mortalidade por câncer no mundo, responsável por 18,2% dos
óbitos[ii]
O câncer de pulmão é um dos tumores mais incidentes
dentre os mais de 200 tipos existentes. Esse câncer apresenta 2 milhões de
novos casos por ano no mundo e é responsável por cerca de 1,7 milhões de óbitos
a cada ano[iii], sendo 55% registrados em países emergentes[iv].
Mundialmente, e também no Brasil, é o tipo de câncer mais letal, responsável
por mais de 10% das mortes por câncer[v]. Entre os tipos de câncer de
pulmão, os principais são os de Não Pequenas Células (85% a 90%), dentre os
quais os adenocarcinomas são a maioria (57% do total dos cânceres de pulmão).
O estilo de vida está diretamente relacionado ao
surgimento do câncer de pulmão. A principal causa é o tabagismo, mas a doença
também está relacionada à exposição à poluição, ao excesso de radiação, ao
sedentarismo e à alimentação pobre em frutas e vegetais[vi].
Além disso, os sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras
doenças, pois costumam ser bastante comuns, como tosse, dor no peito,
rouquidão, perda de apetite, falta de ar, fadiga e infecções respiratórias.
Devido a isso, o diagnóstico pode vir a ser tardiovi e acontecer já
em fase de doença avançada.
Muitos brasileiros, ainda hoje, enfrentam
dificuldades na identificação exata de sua patologia. O especialista Dr.
Gustavo Faibischew Prado, Coordenador da Comissão de Câncer de Pulmão da
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, ressalta: “Existe um
conjunto de testes laboratoriais capazes de identificar mutações específicas
nas células tumorais do câncer de pulmão e, a partir dos resultados, permitir
que direcionemos o tratamento mais eficaz ao paciente. Essas escolhas de
medicamentos direcionadas a alvos específicos permite não apenas
racionalizarmos o uso dos recursos (definir o tratamento para quem realmente
terá benefício dele), como atingirmos maiores taxas de respostas no
enfrentamento dessa doença tão agressiva”.
Este foi o caso de Dona Irondina, de 69 anos.
Apesar de nunca ter fumado, a dona de casa descobriu a doença em estágio
avançado entre março e abril de 2013, ao sentir a persistência de uma tosse
seca, que pensava ser uma pneumonia não curada. Dona Irondina procurou um
clínico geral que solicitou uma tomografia, descobrindo uma alteração da imagem
que se revelou, após biópsia e exames complementares, um tumor pulmonar em
estágio avançado. A primeira opção de tratamento teria sido a quimioterapia,
mas recentemente o oncologista de Dona Irondina receitou o medicamento oral
afatinibe, por adequar-se melhor ao perfil molecular da pacienteii.
“Estou
usando o remédio há seis meses e já consigo perceber os resultados. Me sinto
muito bem, não tenho tanta falta de ar e consigo me alimentar e dormir sem
problemas. Os últimos exames que fiz mostraram redução de mais da metade do
tamanho do tumor”, afirma Dona Irondina.
Segundo o pneumologista, o que diferencia o
medicamento das terapias disponíveis no mercado é o mecanismo de ação inédito.
“O
afatinibe (GIOTRIF®) é um tratamento de 2ª geração (ou seja, uma evolução da
primeira geração de medicamentos), capaz de impedir que as células tumorais
continuem se multiplicando. É uma terapia dirigida a um alvo específico, a
alteração molecular responsável por este tipo de câncer de pulmão. A molécula
de afatinibe nunca mais se desliga do receptor que sofre a mutação, bloqueando
de forma prolongada a multiplicação dessas células”, explicai.
O medicamento foi lançado no Brasil em 2016 pela
Boehringer Ingelheim, uma das principais farmacêuticas do mundo, focada em
pesquisa para soluções terapêuticas inovadoras.A chegada do afatinibe traz
esperança para os pacientes que buscam uma nova opção de tratamento. “O
afatinibe abre novas perspectivas para pacientes com mutação do gene EGFR, por
atuar de forma inédita na inibição da doença. Alguns estudos[vii] mostram
que a molécula atua com redução de 27% na progressão da doença e aumento de 25%
na resposta objetiva do tratamento.”, finaliza Dr. Gustavo.
O novo princípio ativo tem o potencial de melhorar
a qualidade de vida de muitos pacientes, como Dona Irondina. Aliado ao
tratamento medicamentoso, o acompanhamento com outros profissionais também
auxilia na reabilitação de pacientes com câncer de pulmão, como pneumologistas,
psicólogos, e fisioterapeutas, que atuam na manutenção da saúde mental e
funcionalidade do corpo, prevenindo o aparecimento de distúrbios secundários e
outras sequelas. Principalmente após o diagnóstico, a participação dessa equipe
multidisciplinar é fundamental, pois oferece apoio e suporte ao longo de todo o
andamento do tratamento.
Boehringer
Ingelheim
[i] Yang JC, Wu YL,
Schuler M, et al. Afatinib versus cisplatin-based chemotherapy for EGFR
mutation-positive lung adenocarcinoma (LUX-Lung 3 and LUX-Lung 6): analysis of
overall survival data from two randomised, phase 3 trials. Lancet Oncol.
2015;16(2):141-51.
[iii] Global Burden of
Disease Cancer Collaboration. Global, Regional, and National Cancer Incidence,
Mortality, Years of Life Lost, Years Lived With Disability, and
Disability-Adjusted Life-years for 32 Cancer Groups, 1990 to 2015A Systematic
Analysis for the Global Burden of Disease Study. JAMA Oncol. Published online
December 03, 2016. doi:10.1001/jamaoncol.2016.5688
[iv] Estimativa 2016:
incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar
Gomes da Silva – Rio
[vii] Park K, et al. Afatinib versus gefitinib as
first-line treatment of patients with EGFR mutation-positive non-small-cell
lung cancer (LUX-Lung 7): a phase 2B, open label, exploratory, randomised
controlled trial. Lancet Oncol 2016; http://dx.doi.org/10.1016/S1470-2045(16)30033-X
Published online 12 April 2016