A pandemia trazida pelo COVID19 acelerou processos previstos para os próximos dez anos, aumentou os índices de desemprego e mudou perspectivas de trabalho e das relações humanas. Em um contexto de tantas incertezas, estar preparado para um futuro mais breve é hoje, ainda mais imprescindível “Estamos preparados para absorver essa procura maior justamente por conta deste despertar da sociedade para performance e assertividade durante esse ano sabático. É um movimento que já estava se desenhando, com a pandemia está sendo acelerado e deve se consolidar nos próximos anos”, opinou Bárbara Perpétuo, Diretora de Gestão e Franquias do Supera.
O que eu preciso saber a partir
de agora? – Solange Jacob, Diretora Acadêmica do Supera
listou algumas das principais características que estarão em maior evidência
nos próximos anos em processos seletivos e relações humanas de crianças,
jovens, adultos e idosos.
Como meu cérebro recebe tudo
isso?
Com muito tempo em casa o uso maior de tecnologia
foi uma constante em 2020. Esses estímulos em maior intensidade afetam o
cérebro que não apenas se desenvolve, mas também é moldado pelo que fazemos e
pela experiência da vida cotidiana. O cérebro, em outras palavras, é maleável -
não apenas na primeira infância, mas também na idade adulta e na velhice. O
ambiente em que vivemos e as experiencias vivenciadas tem um enorme impacto,
tanto na maneira como nosso cérebro se desenvolve quanto na forma como esse
cérebro é transformado em uma mente humana única “Nosso cérebro está sob o
impacto de um mundo em constante expansão de novas tecnologias: televisão
multicanal, videogame, internet, redes sem fio, links Bluetooth - uma lista
quase sem fim. Dispositivos eletrônicos e medicamentos farmacêuticos têm
impacto na estrutura micro celular e na bioquímica complexa de nossos cérebros.
E isso, por sua vez, afetam nossa personalidade, nosso comportamento e nossas
características. Em suma, o mundo moderno pode muito bem estar alterando nossa
identidade humana”, disse a educadora.
Novos modelos de
aprendizagem
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, vamos
experimentar nos próximos anos uma revolução tecnológica que mudará
completamente a maneira como vivemos, trabalhamos e até nos relacionamos. Da
maneira como a Revolução Industrial 4.0 (ou Quarta Revolução Industrial) está
transformando o mundo, tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), Big Data e
Inteligência Artificial (AI), robótica, realidade aumentada, sensores
miniaturizados (nano e biotecnologia, por exemplo) e impressão 3D, para citar
alguns, estão impactando as principais indústrias e, por sua vez, os
empregos.
Uma vez somadas, as tecnologias trazem inovações
surpreendentes. Este deve ser o início de uma grande revolução industrial que
já estamos vivenciando: a Quarta Revolução Industrial. A Indústria 4.0 não
afetará apenas as indústrias propriamente, mas consequentemente transformará a
maneira como os empregos e a educação serão vistos. Isso resultará na evolução
da Educação 4.0. No conceito de Educação 4.0, o aluno passa a viver a
experiência da aprendizagem por meio de projetos colaborativos, nos quais os
professores e colegas atuam juntos. Os recursos disponíveis na escola passam a ser
usados de maneira criativa e novas estratégias são baseadas nas metodologias
ativas para as atividades em sala de aula “Aceleração do ensino remoto,
aprendizagem personalizada, aumento do uso da tecnologia, e aprendizagem
baseada em projeto são alguns pontos de atenção nos próximos anos”, destaca
Solange.
A importância de pensar e
resolver problemas
O mundo pós pandemia deve exigir dos indivíduos
maior habilidade para resolução de problemas. Diante disso, lembramos do
conceito de inteligências múltiplas datado de 1980 e liderado pelo psicólogo
Howard Gardner em Harvard. Segundo ele, temos diversas capacidades para
aprender que variam de acordo com a condição genética e as experiências pelas
quais passamos. Ele denominou oito tipos de inteligência, cada qual relacionado
a diferentes "redes" do cérebro: inteligência linguística,
físico-cinestésica, interpessoal e intrapessoal, lógico-matemática, musical,
espacial, naturalista e existencial “O mercado de trabalho está mais aberto a
individualidade de seus colaboradores, mas quando falamos de empregabilidade no
contexto atual estamos falando principalmente de profissionais que ofereçam às
empresas a possibilidade de resolver problemas, considerando as
individualidades dentro do conceito de múltiplas inteligências, mas, ainda
assim, que saibam resolver problemas. Isso deve ser ainda mais evidente nas
contratações nos próximos anos”, detalhou Raquel Attuy, analista de Recursos
Humanos Sênior do SUPERA.
Use sua inteligência
a seu favor
A verdade é que a grande maioria dos profissionais que estão hoje no
mercado de trabalho não foram ensinados a lidar com suas emoções e não
conseguem desenvolver com totalidade as suas capacidades profissionais, porque
simplesmente não foram ensinados a desenvolver isso. Segundo Solange as
mudanças trazidas pela pandemia explicitaram a urgência de desenvolver
habilidades cognitivas e comportamentais em crianças e jovens e trabalhar em
adultos falhas que podem comprometer ou atrasar suas carreiras nesta nova
realidade mundial “A Inteligência é a força que direciona o organismo para se
modificar e modificar a estrutura do pensamento e reação para responder às
necessidades que aparecem. Ser inteligente é ser capaz de adaptar-se a
diferentes situações e lidar com elas com sucesso, compreender ideias complexas
e utilizar diferentes formas de raciocínio. Quer dizer: uma pessoa inteligente,
é aquela que é mais modificável, mais adaptável: aprende mais e melhor a partir
de experiências, mantém as informações na memória de curto prazo. Nosso grande
desafio enquanto Supera neste momento é oferecer aos nossos alunos em
diferentes faixas etárias desempenho e performance, mas mais do que isso:
ensiná-los a desenvolver o que há de melhor dentro deles”, concluiu.