Cerca de 35% das
mulheres brasileiras sofrem com melasma e a maioria ainda trata de forma inadequada.
Especialista explica por que o outono é o melhor momento para cuidar da pele e
como a farmácia de manipulação pode mudar os resultados.
Divulgação
Com a chegada do outono, dermatologistas e
farmacêuticos voltam a recomendar um alerta: este é o momento ideal para quem
deseja tratar o melasma com segurança e eficácia. Segundo a Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD), a condição atinge aproximadamente 35% das
mulheres brasileiras em idade fértil, sendo mais prevalente em peles morenas e
negras, e com forte relação hormonal, genética e ambiental.
Apesar de não causar riscos diretos à saúde, o
impacto psicológico é profundo. Pesquisas mostram que mais de 60% das pessoas
com melasma relatam prejuízo na autoestima e vida social, de acordo com
levantamento do Journal of Cosmetic Dermatology. Mesmo assim, grande parte dos
tratamentos utilizados ainda são padronizados e sem acompanhamento adequado.
“Melasma não é só uma mancha. É um distúrbio
crônico da pigmentação que precisa ser compreendido em toda a sua complexidade.
E o erro mais comum que vejo no consultório é a tentativa de tratar com
qualquer produto pronto da prateleira, sem considerar as particularidades da
pele de cada pessoa”, afirma Fabíola Faleiros, farmacêutica e diretora da La
Pharma, farmácia de manipulação especializada em dermatologia clínica e
estética.
Outono: a melhor estação para
iniciar o tratamento
Durante o outono e o inverno, a radiação
ultravioleta é naturalmente menor, o que reduz o risco de piora das manchas
durante o tratamento. “A exposição solar é um dos principais gatilhos do
melasma. Quando diminuímos esse fator de risco, podemos trabalhar com ativos
mais potentes e estratégias mais agressivas, como ácidos e tecnologias
associadas, sem comprometer a pele”, explica Fabíola.
Outro ponto importante é a melhor tolerância
cutânea. Com menos suor e oleosidade, a pele responde melhor a tratamentos
tópicos, o que favorece a absorção dos ativos clareadores. “É como se o outono
desse um respiro à pele. Esse momento é precioso e pode representar meses de
avanço no controle das manchas”, acrescenta.
Os ativos mais eficazes – e o
papel da manipulação personalizada
Entre os ativos consagrados no tratamento estão a
hidroquinona, ácido retinoico, ácido tranexâmico, ácido kójico, niacinamida,
vitamina C e ácido azelaico. A eficácia, porém, depende da combinação correta
entre eles, da concentração exata e da forma de liberação ideal para cada tipo
de pele.
É nesse ponto que os manipulados se destacam. “Na
farmácia de manipulação, conseguimos criar fórmulas com sinergia entre os
ativos, levando em conta o fototipo da paciente, sensibilidade cutânea, rotina
de exposição solar e histórico clínico. Isso faz toda a diferença nos
resultados e reduz muito o risco de irritações”, detalha Fabíola.
Ela também destaca o crescimento do uso de
nanotecnologia nos manipulados, que permite entregar os ativos em camadas mais
profundas da pele. “Já temos à disposição nanocápsulas com ácido tranexâmico,
por exemplo, que aumentam significativamente a eficácia do tratamento”, diz.
O acompanhamento conjunto:
dermatologista e farmacêutico
Outro diferencial relevante é o acompanhamento
integrado entre dermatologista e farmacêutico. Segundo Fabíola, a colaboração
entre esses profissionais eleva a qualidade do tratamento. “Recebemos muitas
prescrições de dermatologistas que já conhecem nosso trabalho, e também
atendemos pacientes que chegam com dúvidas. Nesse caso, orientamos, ajudamos na
montagem de fórmulas e encaminhamos de volta ao profissional. O resultado é um
tratamento mais assertivo e com mais adesão.”
Além disso, ela destaca que, no caso do melasma, a
manutenção é tão importante quanto o tratamento inicial. “Muita gente abandona
o tratamento quando a pele melhora. Mas o melasma tem recaídas. A presença do
farmacêutico ao longo da jornada ajuda a ajustar as fórmulas, oferecer ativos
para manutenção e reforçar a importância da fotoproteção diária.”
Tratamentos complementares e
dados de eficácia
Segundo um estudo publicado na revista Dermatologic
Therapy, a combinação entre ácido tranexâmico oral e tópicos personalizados
resultou em redução de 70% da pigmentação em três meses. Quando associado a
peelings e lasers de baixa fluência, os resultados foram ainda mais
expressivos.
“Aqui na La Pharma, acompanhamos centenas de
pacientes que chegaram frustradas e, em poucos meses, começaram a ver melhora
real, justamente por tratarem de forma personalizada, com orientação e tempo. O
Melasma não se cura — se controla. E controlar exige ciência, paciência e
acompanhamento”, completa Fabíola.
A importância da informação
correta
Em tempos de redes sociais e fórmulas virais,
Fabíola reforça o risco de seguir tratamentos caseiros ou modismos. “Recebo
pacientes com a pele queimada por receitas de internet, uso indiscriminado de
hidroquinona ou cosméticos que não passaram por controle nenhum. É essencial
buscar orientação e confiar em profissionais com experiência e formação.”
Conclusão
Com mais acesso à informação, à manipulação
personalizada e ao suporte de especialistas, o melasma deixa de ser um estigma
para se tornar uma condição tratável. O outono abre essa porta — e, com ela, a
chance de resgatar a autoestima com saúde e ciência.
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