O
Psicólogo Rafael Pierini explica como o uso abusivo de telas está ligado a isolamento
social, queda de produtividade e sintomas de ansiedade.
O uso constante de smartphones e
dispositivos digitais já se tornou um hábito quase ininterrupto para grande
parte da população. No entanto, especialistas em saúde mental vêm alertando: o uso
excessivo de telas pode levar a sérios prejuízos emocionais e psicológicos,
como a nomofobia — termo que descreve o medo irracional de
ficar sem o celular.
Segundo um levantamento da Global
Mobile Consumer Survey, da Deloitte, 96% dos brasileiros checam o celular
ao menos uma vez por hora e 43% admitem sentir ansiedade quando estão sem o
aparelho. Já dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apontam que
crianças brasileiras passam, em média, mais de 5 horas por dia diante de telas
— mais do que o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
que sugere um limite de até 2 horas diárias para crianças entre 5 e 17 anos.
De acordo com o psicólogo Rafael
Pierini, o uso abusivo de telas tem sido associado ao aumento de sintomas como
irritabilidade, distúrbios do sono, queda de rendimento escolar ou
profissional, isolamento social e até crises de ansiedade. “A
hiperconectividade interfere diretamente na habilidade de se frustrar, refletir
sobre as coisas e esperar, impactando diretamente nos principais comportamentos
humanos. A diferença é notória principalmente em crianças”, explica.
O cenário preocupa também pelo
impacto entre adolescentes e jovens adultos. Um estudo da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS) revelou que 71% dos estudantes universitários
avaliados apresentaram algum grau de dependência de smartphone, e 20% relataram
sintomas compatíveis com transtornos de ansiedade relacionados ao uso do
celular. “A atual geração de jovens cresceu ligado diretamente a tela e a conectividade,
ter o hábito de pensar ‘offline’ gera uma sensação de vazio, pois as
informações não chegam instantaneamente como habituado; a alta taxa de
comparação que as redes sociais proporcionam são fatores preponderantes para
gatilhos emocionais importantes”, comenta o psicólogo
Diante desse quadro, Rafael
recomendam ações preventivas, como desenvolver atividade analógicas como ler,
ouvir música e conversar sem as telas ao lado podem ajudar, recuperar um pouco
da vida antes das telas e da hiperconectividade ajudará diretamente no
equilíbrio necessário para que estas ferramentas potencializam pessoas e não
prejudique a saúde global do indivíduo. Para casos mais graves, o
acompanhamento psicológico é essencial para ajudar o paciente a resgatar o
equilíbrio emocional e estabelecer uma relação mais saudável com a tecnologia.
“A saúde mental na era digital é um tema urgente e coletivo. Reconhecer os sinais
da nomofobia e do uso excessivo de telas é o primeiro passo para retomar o
controle sobre os próprios hábitos”, conclui Rafael Pierini.
Rafael Pierini - Em São José do Rio Preto, atuou diretamente no atendimento a crianças e adolescentes com dificuldades escolares e transtornos de aprendizagem. Há mais de 13 anos, além desse trabalho, mantém consultório clínico, com foco em psicoterapia e Terapia Cognitivo-Comportamental para insônia. Também ministra aulas e palestras sobre temas como neurodesenvolvimento, sono, Terapia Cognitivo-Comportamental, atuação em equipes interdisciplinares, saúde mental e educação.
Instagram: @rafael_pierini_
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