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Abril Azul é o período dedicado à conscientização
sobre o autismo, uma condição que faz parte da vida de milhões de pessoas, e
uma dessas reflexões é sobre o tema do autismo em adultos. Ser diagnosticado
com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na vida adulta pode trazer tanto
alívio quanto novos desafios. A revelação pode esclarecer dificuldades
enfrentadas ao longo dos anos, mas também desperta novas questões: como
assimilar essa nova identidade? Quais caminhos seguir a partir daqui?
Reconhecer o TEA na vida adulta proporciona uma
compreensão mais profunda de si mesmo, facilita a busca por estratégias para
uma melhor qualidade de vida e fortalece o autoconhecimento – um dos maiores
benefícios do diagnóstico tardio.
Segundo dados da Answer ThePublic, os termos
“autismo” e “autismo e TDAH” são pesquisados aproximadamente 6.600 vezes por
mês, refletindo um interesse crescente por informações e suporte sobre o
Transtorno do Espectro Autista.
No passado, a falta de conhecimento sobre o TEA
resultava em diagnósticos equivocados ou até mesmo na ausência de identificação
da condição. Hoje, com o avanço das pesquisas e campanhas de conscientização,
como o Abril Azul, há um movimento mais forte para garantir
diagnósticos precoces e ampliar a inclusão – temas essenciais quando pensamos
em crianças e bebês no espectro, um público que ainda enfrenta desafios
significativos no acesso a terapias e planos de saúde.
No último ano, a Comissão de Direitos Humanos no
Brasil aprovou o projeto de lei (PL
4540/2023) que incentiva o diagnóstico do TEA em adultos e idosos. Apesar
de ainda aguardar apreciação no Senado Federal, a iniciativa reforça o
crescente interesse pelo tema e a demanda por informação.
Compreendendo os diferentes
níveis do autismo
Cada vez mais, personalidades e famosos em todo o
mundo têm compartilhado o diagnóstico de autismo nível 1 na vida adulta, também
chamado popularmente como “autismo leve”. Isso tem gerado curiosidade do
público sobre as classificações do TEA.
O autismo apresenta uma ampla variedade de
manifestações, que variam em intensidade e nas áreas afetadas. O Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) categoriza o autismo
em três níveis de necessidade de suporte:
- Nível
1:
necessidade de pouco apoio;
- Nível
2:
necessidade moderada de apoio;.
- Nível
3:
muita necessidade de apoio substancial.
O chamado “autismo leve”, ou autismo de nível 1, é
caracterizado por desafios na comunicação social, padrões de comportamento
repetitivos e interesses restritos. Embora essas dificuldades estejam
presentes, a necessidade de suporte diário tende a ser menor em comparação com
os outros níveis.
É importante ressaltar que os termos leve, moderado
e severo são uma forma simplificada e acessível de descrever o diagnóstico para
muitas famílias. No entanto, a terminologia mais adequada é falar em níveis de
necessidade e suporte.
“Pessoas nesse espectro costumam ter habilidades
verbais e cognitivas próximas ao padrão neurotípico, mas enfrentam desafios
sutis que impactam relacionamentos, trabalho e rotina”, explica a Terapeuta
Ocupacional da Genial Care, Tamyres Furtado.
Como é o comportamento de uma
pessoa com autismo leve?
Pessoas com autismo de nível 1 geralmente preferem
atividades solitárias e possuem um interesse intenso por temas específicos,
dedicando-se profundamente a eles. Também podem apresentar rigidez em suas
rotinas, o que pode gerar ansiedade diante de mudanças inesperadas. Além disso,
tendem a ter dificuldade em interpretar emoções alheias, embora sejam capazes
de demonstrar empatia cognitiva, compreendendo racionalmente os sentimentos dos
outros.
“O autismo é um espectro, e cada pessoa apresenta
características únicas. Nem todos os autistas nível 1 se comportam da mesma
forma; por isso, é essencial procurar um profissional especializado para
avaliar os sinais e confirmar o diagnóstico”, aponta Tamyres;
Como acontece a confirmação do
diagnóstico?
O diagnóstico do TEA é feito por uma equipe
multidisciplinar, que pode incluir psicólogos, psiquiatras e neurologistas. O
processo envolve avaliação clínica, entrevistas e testes padronizados, que
analisam o histórico de desenvolvimento e os padrões comportamentais do
indivíduo.
“Muitos adultos são diagnosticados tardiamente,
pois os seus sintomas não tiveram um impacto significativo na infância. No
entanto, a intervenção precoce é fundamental, pois quanto antes começar, melhor
o desenvolvimento, devido à neuroplasticidade do cérebro”, explica a Terapeuta
Ocupacional.
O autismo não é uma limitação, mas uma parte fundamental da identidade. Entender e aceitar essa característica pode abrir portas para uma vida mais alinhada às necessidades individuais. O diagnóstico na vida adulta marca o início de uma jornada de autoconhecimento e bem-estar.
Genial Care
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