A experiência de compra no varejo depende de dois pilares: a disponibilidade do produto desejado e uma jornada de compra fluida e satisfatória. No entanto, ineficiências nos bastidores — como inventário desatualizado ou operações desalinhadas — podem impactar diretamente a experiência do cliente. O resultado são perdas operacionais, frustração do consumidor e queda nas receitas.
Nesse contexto, a Inteligência Artificial (IA) está se consolidando como uma
aliada estratégica para o varejo atual. Muito além de uma tendência, ela tem se
mostrado essencial para otimizar processos, reduzir desperdícios e aumentar a
capacidade de resposta em um ambiente volátil.
Esse avanço já se reflete nos planos de investimento dos players do setor. De
acordo com o Connected Shoppers Report,
um estudo realizado pela Salesforce em 21 países, 73% dos varejistas
brasileiros afirmaram que pretendem aumentar seus investimentos em inteligência
artificial neste ano.
Os números reforçam a importância do tema. Segundo uma estimativa da plataforma
alemã Statista, o
mercado global de soluções de inteligência artificial no varejo deve alcançar
cerca de 31 bilhões de dólares até 2028. Esses investimentos refletem o valor
que a IA traz para o varejo: transformar a incerteza em decisões orientadas por
dados, que aumentam a agilidade e o desempenho.
Nas operações de varejo, a IA possibilita uma gestão inteligente de estoque,
analisando o comportamento de compra e as tendências de mercado para prever a
demanda com mais precisão. Isso ajuda a evitar tanto a ruptura quanto o excesso
de estoque, resultando em um melhor equilíbrio do capital investido em
produtos, ao mesmo tempo em que melhora a disponibilidade e reduz o
desperdício, comprando apenas o necessário.
A IA também desempenha um papel crucial na melhoria da acuracidade do
inventário. Utilizando algoritmos para comparar dados de vendas e de estoque,
os varejistas podem identificar discrepâncias entre o estoque físico e o
registrado, ajudando a eliminar o chamado “estoque fantasma”, que compromete o
atendimento e o planejamento.
Na loja física, por meio da análise do fluxo de pessoas e do comportamento dos
consumidores, ferramentas com IA recomendam mudanças no layout da loja que
otimizam a utilização do espaço, melhoram a circulação e destacam produtos
estratégicos para impulsionar as vendas. Além disso, ao prever a carga de
trabalho com base nos horários de pico e nos padrões de compra, os gestores
podem alinhar as escalas de trabalho à demanda, garantindo que a equipe esteja
posicionada de forma eficaz para melhorar os níveis de serviço e a eficiência
operacional.
Em última análise, adotar soluções de inteligência artificial deixou de ser uma
vantagem competitiva — passou a ser uma necessidade estratégica para os
varejistas que desejam permanecer relevantes em um mercado cada vez mais
dinâmico e orientado por dados.
José Dutra - Diretor de Arquitetura de Soluções da Relex Solutions
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