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sexta-feira, 14 de março de 2025

Sucesso de público e crítica, premiada Tebas Land, do uruguaio Sergio Blanco, volta a São Paulo para uma temporada no Teatro Vivo a partir de abril

Foto de Rodrigo Lopes

Com direção de Victor Garcia Peralta, peça é uma autoficção que acompanha os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história do crime

 

Ao retratar a instigante relação entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história de seu crime, o espetáculo Tebas Land, escrita pelo conceituado dramaturgo uruguaio Sergio Blanco, conquistou o público brasileiro desde a sua estreia, em 2018, ganhando temporadas em diversos cantos no país até a chegada da pandemia de Covid-19.

Agora, o espetáculo, dirigido por Victor Garcia Peralta e estrelado por Otto Jr. e Robson Torinni, está de volta a São Paulo para mais uma temporada no Teatro Vivo, de 15 de abril a 28 de maio, com apresentações às terças e quartas-feiras, às  20h. A nova temporada é realizada com recursos da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, e conta com o patrocínio da Vivo.

Sucesso de crítica, a peça conquistou os prêmios Shell RJ de melhor ator (Otto Jr.) e Botequim Cultural de melhor espetáculo, direção e ator (Robson Torinni). Também foi indicado ao Botequim Cultural de Melhor Ator (Otto Jr.) e Cesgranrio de Melhor Direção e Melhor Ator (Robson Torinni). Além disso, participou do Festival de Avignon, na França, um dos eventos de teatro mais importantes do mundo. 

“Tivemos que parar o espetáculo, com plateias lotadas, no começo da pandemia. E é com muita alegria que voltamos com esse texto, que ganhou adaptações premiadas em uma série de países”, celebra Torinni, idealizador da peça ao lado de Peralta. 

Na trama, em um presídio de segurança máxima, um dramaturgo coleta o relato de um jovem condenado por assassinar o próprio pai com 21 golpes de garfo. O cenário reproduz a quadra de basquete de uma prisão, onde ocorrem os encontros quase documentais entre os dois personagens, duas pessoas de mundos completamente distintos. 

Assim, começa uma peça dentro da peça, com Robson Torinni na pele tanto do jovem assassino quanto do ator que o representa. Com esse jogo de metalinguagem e autoficção, características tão marcantes nas obras de Blanco, a montagem propõe uma reflexão sobre a construção da dramaturgia, o universo teatral e os limites entre ficção e realidade.

“O texto nos cativou pelos dois diferentes planos, razão e emoção, e pelo processo criativo imbuído neles, em que a dramaturgia é construída durante a ação da peça, oscilando, quase que paralelamente, entre a discussão do fato ocorrido e a construção do texto da peça que será baseada no crime”, conta o diretor.

O espetáculo é inspirado no mito do Édipo e na vida de São Martinho de Tours, santo europeu do século IV e também revisita textos que abordam o tema da paternidade, como “Os Irmãos Karamazov”, de Dostoievski; “Um Parricida”, de Maupassant; e “Dostoievski e o Parricídio”, de Freud. 

Como de praxe nas dramaturgias do autor, a peça nos faz refletir sobre problemas sociais, sempre com sensibilidade e inteligência, como a importância da paternidade, a falta de afeto na contemporaneidade, a solidão, as famílias disfuncionais e a falência dos sistemas prisionais. 

 “A peça aborda uma questão que muito nos toca: as ligações com os pais. Nem todos podemos ser pais, mas todos somos filhos e, portanto, todos temos a experiência da descendência. É também um trabalho sobre a dinâmica do que é a engenharia da construção de uma peça, como o texto pode ser escrito”, define o dramaturgo Sergio Blanco. 

Tebas Land também nos alerta sobre as consequências dos abusos (físicos, sexuais e psicológicos) sofridos na infância, que perduram durante a vida toda das vítimas. No Brasil, um estudo revelou que, apenas no primeiro semestre de 2022, 84% das violações contra crianças de até 6 anos foram cometidas por familiares. Essas agressões têm impacto negativo a curto, médio e longo prazo na saúde física e mental das vítimas e em suas práticas parentais futuras. 

O sucesso da peça, para Peralta, deve-se justamente às reflexões e diálogos sobre esses temas sociais e culturais tão relevantes, promovendo a conscientização e estimulando o pensamento crítico.”Além disso, a história conecta duas pessoas de diferentes origens, criando um espaço de empatia pelo público. Acho que o espetáculo reforça a importância da arte como veículo de transformação social, influenciando positivamente a percepção coletiva e a compreensão dos desafios atuais”, acrescenta. 

 

Ficha técnica

Autor: Sergio Blanco

Tradutor: Esteban Campanela, Robson Torinni e Victor Garcia Peralta

Direção: Victor Garcia Peralta

Atores: Otto Jr. e Robson Torinni

Cenógrafo: José Baltazar 

Iluminador: Maneco Quinderé

Figurino: Criação coletiva

Trilha sonora: Marcello H

Operador de luz: Rodrigo Lopes

Operador de som: Rodrigo Pinho

Assessoria de imprensa: Pombo Correio 

Designer Gráfico: Alexandre de Castro

Fotografia: Rodrigo Lopes e billnog.biz 

Direção de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela 

Produção: Galharufa Produções Culturais

Produção executiva: João Eizô Y Saboya

Realização: REG'S Produções Artísticas

Idealização: Robson Torinni e Victor Garcia Peralta

Sinopse

Com dramaturgia do uruguaio Sergio Blanco e direção de Victor Garcia Peralta, a peça é uma autoficção que acompanha os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história do crime.


Serviço

Tebas Land, de Sergio Blanco

Temporada: 15 de abril a 28 de maio. Às terças e quartas, às 20h.

Teatro Vivo - Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 - Vila Cordeiro, São Paulo

Ingressos: Preço Popular - R$ 40 (inteira) e R$ (meia-entrada) | Ingressos regulares: R$ 120 (inteira) e R$60 (meia-entrada*)

*meia-entrada é válida para participantes do programa Vivo Valoriza (resgatar o voucher pelo app), estudantes, professores, idosos, pessoas com deficiências, funcionários Vivo mediante à apresentação de comprovante

Vendas online em https://site.bileto.sympla.com.br/teatrovivo/

Bilheteria: funciona apenas nos dias de peça e abre 2h antes da apresentação

Telefone: (11) 3279-1520

Capacidade: 274 lugares

Duração: 1h40 minutos

Classificação: 16 anos

Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.  Os ingressos dos assentos reservados para acessibilidade poderão ser adquiridos através de reserva pela bilheteria 11 3430-1524 - (Funcionamento somente nos dias de peça 2h antes da apresentação) ou pelo e-mail teatrovivo@trimitraco.com.br

 

*Obs. O ingresso PREÇO POPULAR é válido para todos os clientes e segue o plano de democratização da Lei Rouanet, havendo uma cota deste valor promocional. O comprovante de meia entrada deverá ser apresentado na entrada do espetáculo.


 

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