Pesquisar no Blog

sexta-feira, 14 de março de 2025

“Canções para afastar o medo – Contos e acalantos latino-americanos” une teatro, contação de histórias, animação e música

 O premiado espetáculo infantil volta ao Rio de Janeiro em projeto gratuito nas arenas culturais 


Rosana Reátegui e Natalia Sarante – Fotos: Renato Mangolin

 

Idealizado e concebido pela narradora e atriz peruana-brasileira Rosana Reátegui, com direção de movimento da atriz brasileira Marise Nogueira, “Canções para afastar o medo – Contos e acalantos latino-americanos”, da Qinti Companhia, vêm, desde 2022, circulando por diversas cidades brasileiras. Agora, o espetáculo que une teatro, contação de histórias, animação e música, inicia uma nova etapa indo para as arenas culturais da zona norte e oeste do Rio de Janeiro e terá ainda apresentações fechadas na Associação Beneficente AMAR, em Vila Isabel, e na escola municipal Bárbara Ottoni, no Maracanã. Tudo de graça. A montagem é realizada através do Edital Pró-Carioca Linguagens da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, dentro da cota para PCDs – em que membros do projeto são portadores de deficiência: Paty Lopes, Diretora de Produção, e Cido Accioly, Produtor Executivo. Eles estarão presentes na Areninha Cultural Herbert Viana com alunos do Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES para assistirem à apresentação. 

 

A peça “Canções para Afastar o Medo – contos e acalantos latino-americanos”, retrata uma viagem pela América Latina por meio das canções de ninar locais, que ajudam as mães a acalmarem os seus filhos em momentos de temor e insegurança, muito comuns na infância e que são potencializados em um contexto de migração. Mas a circulação especial pelas arenas culturais da periferia carioca traz, também, o contexto de acalantar a vida de quem tem uma rotina de privações sociais.


Segundo Rosana, levar a peça ‘Canções para Afastar o Medo’ para escolas públicas e territórios da periferia do Rio de Janeiro é de grande importância para a companhia, pois atende ao principal objetivo que é o de levar cantigas e histórias para espaços onde as crianças passam por dificuldades, fragilidades e riscos.  

        

- “Onde o medo se apresenta de forma constante pelas carências e vulnerabilidades. Na nossa caminhada artística constatamos que as cantigas são esperança cantada, são melodias maternas feitas de formas simples para proteger e acalentar. O medo vai embora, porque um canto de mãe é entoado para oferecer esperança. E para nós da Qinti isso é fazer arte latino-americana. Oferecer nas linguagens artísticas nossas potências originárias: nossos cantos, lendas, línguas e naturezas para reconhecer e valorizar nossas fortalezas, saber que mesmo com todas as dificuldades, o perigo não durará muito. E o medo pode acabar com um canto originário, um acalanto da terra. No espetáculo trazemos cinco cantos em línguas indígenas para também apresentar e valorizar o grande continente que nos acolhe. Nossa Companhia se chama Qinti que quer dizer Beija-flor na língua quechua, a língua das montanhas andinas. Beija-flor é mensageiro, ele sempre trará esperança aonde chegar”, explica.

 


Sobre as datas do espetáculo 

As apresentações nas arenas culturais da zona norte e oeste serão em março, no dia 21 - Arena Cultural Chacrinha, às 10h e 15h; 27 - Arena Cultural Hermeto Pascoal (com apresentação e oficina) às 9h e 13h; dia 28 - Areninha Cultural Herbert Viana, às 10h (apresentação em Libras), e dia 29 - Arena Cultural Dicró, às 10h. As apresentações fechadas vão acontecer na Associação Beneficente AMAR, em Vila Isabel, dia 22, às 11h, e na escola municipal Bárbara Ottoni, no Maracanã, dia 20, às 10h.  

 

Sobre o espetáculo

O texto é resultado da pesquisa sobre a tradição oral dos povos originários latino-americanos realizada por Rosana Reátegui. Na peça são apresentadas quatro histórias de mães de diferentes territórios da América Latina. Na tentativa de afastar os medos e perigos que cercam seus filhos, elas entoam canções de ninar em suas línguas de origem. As músicas são cantadas e tocadas ao vivo por Natalia Sarante, que também assina os arranjos: “Takuari porá”, em guarani; “Gumayta puñen may”, em mapuche; “Punulla waway”, em quechua; “Duerme negrito”, da tradição oral hispânica; e “Macochi pitentzin”, em nahuatl.

 

A viagem começa em uma vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma criança com medo chora, porque raposas rondam a sua casa. O que pode fazer a mãe para acalmá-la? Seguindo as cordilheiras do Andes, rochas ecoam o canto de uma mãe para sua filha doente, numa cantiga que se repete durante toda a noite para evanescer a dor. Longe dali, um outro canto ressoa nas areias das Antilhas: um bebê só quer dormir quando a mãe voltar do trabalho. E, por fim, chega-se ao México, onde mãe e filha cantam para se reencontrarem.

 

O cenário dessa viagem é criado pelas artistas no decorrer das histórias. É feito de oito metros de juta – tecido oriundo de uma planta indiana, cultivada no Brasil e em outros países da América Latina. Versátil, a juta se transforma numa grande cordilheira, se desdobrando em montanhas com cavernas, num enorme rio e em caminhos íngremes percorridos pelos personagens confeccionados em lã, por Rosana.

 

A peça recebeu sete indicações no 7º Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças 2022: melhor espetáculo, texto adaptado, cenário, figurino, formas animadas, atriz (para Rosana Reátegui) e música adaptada/trilha sonora (para Natalia Sarante) – tendo levado o troféu nas duas últimas categorias. No Festival de Teatro de Pindamonhangaba 46°FESTE recebeu o Prêmio Especial pela Pesquisa em Cultura Latina para Crianças.

 

A trama, um projeto cênico da Qinti Companhia, traz um universo de texturas, palavras e melodias da mãe terra para falar da imensa e potente América Latina. A história começa no sul do continente, numa vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma criança com medo chora, com medo das raposas que rondam a casa. Seguindo as cordilheiras, nas terras altas andinas, rochas ecoam o canto de uma mãe para sua filha doente, uma cantiga que se repete durante toda a noite para desvanecer a dor. Longe dali, num outro canto, ressoa nas areias das Antilhas um bebê que só quer dormir quando a mãe voltar do trabalho. Indo além, uma montanha de juta abre um novo caminho até o México, onde mãe e filha, para se encontrar, cantam cantigas de ninar na linguagem dos povos indígenas, em Tupi e Guarani.

 

Em uma interação com o público, as artistas começam a contação de histórias caminhando entre a plateia como andarilhas a procura de um lugar onde as pessoas falem palavras em guarani. Depois desse encontro esperado, elas apresentam a história da juta como tecido migrante que veio da Índia para renascer no Brasil. E, abrindo um grande tecido, convidam a todos para uma viagem pelo continente latino-americano.

 

 A obra recebeu sete indicações para o Prêmio CBTIJ de Teatro Infantil, ganhando dois deles, Melhor Atriz para Rosana Reátegui e Melhor Trilha Sonora para a cantora e musicista uruguaia Natalia Sarante, que assina a parte musical e atua juntamente com Rosana: “É um trabalho feito com muita dedicação e carinho. Colocamos muitas temáticas latino-americanas que transcendem as linguagens e conectam todo mundo, no ponto de vista humano, sobre infância e maternidade”, comemora.

 


Oficinas


Sobre a oficina on-line de Introdução à Acessibilidade para PCD e Neurodivergentes


Além das apresentações, o projeto contará com a oficina on-line de Introdução à Acessibilidade para PcD e neurodivergentes, com a consultora de Acessibilidade e Inclusão Chris Muñoz, dia 18 de março, às 20h. O público-alvo é direcionado à professores da rede pública de ensino, mas a oficina é aberta a simpatizantes da questão neuroatípica.

 

Cris Muñoz é atriz, palhaça, escritora, palestrante e consultora de acessibilidade. Faz seu pós-doutorado em Artes Cênicas, na UNIRIO, com pesquisa sobre cuidados artísticos para pessoas neurodivergentes em situação de vulnerabilidade. Tem formação em Direitos Humanos com ênfase em direitos culturais das pessoas com deficiência e pós-graduação em Educação. É integrante de Palhaços Sem Fronteiras-Brasil, representante brasileira da IIAN ( International Inclusive Arts Network) e professora do IIP (Instituto Internacional de Psicanálise). Cris Muñoz é uma mulher com tripla excepcionalidade: autista de nível 1 de suporte, TDAH e altas habilidades/superdotação; é mãe de uma adolescente também autista, de nível 2 de suporte e não oralizada.


Interessados devem acessar o instagram @qinticompanhia

 

Oficina presencial e interativa com a Qinti Companhia

Dia 27 de março a partir das 13h na Lona Cultural Hermeto Pascoal

A Cia oferecerá a oficina “Soy loca por tí, América”, uma aula – espetáculo para professores e público em geral interessado no repertório literário e musical de América Latina. Natalia Sarante e Rosana Reátegui, artistas pesquisadoras das expressões populares latinoamericanas oferecem um encontro em formato de aula - espetáculo para todas as idades. Serão apresentadas histórias músicas, poesias e receitas de alguns dos países da América hispanofalante com dinâmicas lúdicas onde os participantes poderão conhecer e praticar os cantos, conhecer as poesias e histórias tradicionais dos povos que habitam este continente e experimentar algumas delícias de culinária típica. O objetivo é num encontro de 2 horas trazer para o público brasileiro elementos culturais dessa "outra" América que às vezes é pouco conhecida, de uma forma interativa, participativa, lúdica, sensorial e divertida. No final da oficina entregaremos aos participantes material com informações e citações bibliográficas.

Interessados devem acessar o instagram @qinticompanhia .

 


Ficha Técnica

Concepção e Dramaturgia: Rosana Reátegui

Direção: Rosana Reátegui 

Direção de Movimento e Formas Animadas: Marise Nogueira

Produção: A4 Filmes

Artistas em cena: Rosana Reátegui e Natalia Sarante

Cantos e Arranjos Musicais: Natalia Sarante

Figurino: Francisco Leite

Costureira: Maria Brandão

Iluminação: Thiago Monte

Operação de luz e Montagem: Renato Marques

Cenário: Renato Marques e Rosana Reátegui

Bonecos de lã: Rosana Reátegui

Direção de Produção: Paty Lopes

Oficineira: Cris Muñoz

Arte, projeto de mídia, fotos e vídeos: Rodrigo Menezes

Tradutora de libras: Thamires Ferreira 

Coordenação Pedagógica: Marcia Renault

Produtor Executivo: Cido Accioly

Assessoria de Imprensa: Alexandre Aquino e Cláudia Tisato

 

Este edital é realizado com recursos provenientes do Edital Pró-Carioca Linguagens – Programa de Fomento à Cultura Carioca, integrado à PNAB – Plano Nacional de Aldir Blanc, promovido pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro.

 

 

Serviço:


Espetáculo: “Canções para afastar o medo - Contos e Acalantos Latino-Americanos”

Duração: 50 min

Classificação: Livre (acima de 4 anos)

Entrada Gratuita

 

Datas, locais e horários:

- 20/3- Escola Municipal Bárbara Ottoni às 10h

Rua Senador Furtado, 94 – Maracanã (fechada para estudantes)

 

- 21/3- Arena Cultural Chacrinha às 10h e 15h

Rua Soldado Eliseu Hipólito, 138 -Guaratiba

 

- 22/3- Associação Beneficente AMAR - apresentação fechada – 11h

 

- 27/3- Arena Cultural Hermeto Pascoal

Apresentação e oficina às 9h e 13h

Praça Primeiro de Maio, S/N, Bangu.

 

- 28/3 Areninha Cultural Herbert Viana às 10h

R. Evanildo Alves, s/nº - Maré

 *apresentação em Libras

 

- 29/3- Arena Cultural Dicró às 10h

Parque Ari Barroso - Entrada pela, R. Flora Lôbo, s/n - Penha Circular


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados