O premiado espetáculo infantil volta ao Rio de Janeiro em projeto gratuito nas arenas culturais
![]() |
Rosana Reátegui e Natalia Sarante – Fotos: Renato Mangolin |
Idealizado e concebido pela narradora e atriz peruana-brasileira Rosana Reátegui, com direção de movimento da atriz brasileira Marise Nogueira, “Canções para afastar o medo – Contos e acalantos latino-americanos”, da Qinti Companhia, vêm, desde 2022, circulando por diversas cidades brasileiras. Agora, o espetáculo que une teatro, contação de histórias, animação e música, inicia uma nova etapa indo para as arenas culturais da zona norte e oeste do Rio de Janeiro e terá ainda apresentações fechadas na Associação Beneficente AMAR, em Vila Isabel, e na escola municipal Bárbara Ottoni, no Maracanã. Tudo de graça. A montagem é realizada através do Edital Pró-Carioca Linguagens da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, dentro da cota para PCDs – em que membros do projeto são portadores de deficiência: Paty Lopes, Diretora de Produção, e Cido Accioly, Produtor Executivo. Eles estarão presentes na Areninha Cultural Herbert Viana com alunos do Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES para assistirem à apresentação.
A peça “Canções para Afastar o Medo –
contos e acalantos latino-americanos”, retrata uma viagem pela América Latina
por meio das canções de ninar locais, que ajudam as mães a acalmarem os seus
filhos em momentos de temor e insegurança, muito comuns na infância e que são
potencializados em um contexto de migração. Mas a circulação especial pelas
arenas culturais da periferia carioca traz, também, o contexto de acalantar a
vida de quem tem uma rotina de privações sociais.
Segundo Rosana, levar a peça ‘Canções
para Afastar o Medo’ para escolas públicas e territórios da periferia do Rio de
Janeiro é de grande importância para a companhia, pois atende ao principal
objetivo que é o de levar cantigas e histórias para espaços onde as crianças
passam por dificuldades, fragilidades e riscos.
- “Onde o medo se apresenta de forma constante pelas carências e vulnerabilidades. Na nossa caminhada artística constatamos que as cantigas são esperança cantada, são melodias maternas feitas de formas simples para proteger e acalentar. O medo vai embora, porque um canto de mãe é entoado para oferecer esperança. E para nós da Qinti isso é fazer arte latino-americana. Oferecer nas linguagens artísticas nossas potências originárias: nossos cantos, lendas, línguas e naturezas para reconhecer e valorizar nossas fortalezas, saber que mesmo com todas as dificuldades, o perigo não durará muito. E o medo pode acabar com um canto originário, um acalanto da terra. No espetáculo trazemos cinco cantos em línguas indígenas para também apresentar e valorizar o grande continente que nos acolhe. Nossa Companhia se chama Qinti que quer dizer Beija-flor na língua quechua, a língua das montanhas andinas. Beija-flor é mensageiro, ele sempre trará esperança aonde chegar”, explica.
Sobre as datas do espetáculo
As apresentações nas arenas culturais
da zona norte e oeste serão em março, no dia 21 - Arena Cultural Chacrinha, às
10h e 15h; 27 - Arena Cultural Hermeto Pascoal (com apresentação e oficina) às
9h e 13h; dia 28 - Areninha Cultural Herbert Viana, às 10h (apresentação em
Libras),
e dia 29 - Arena Cultural Dicró, às 10h. As apresentações fechadas vão
acontecer na Associação Beneficente AMAR, em Vila Isabel, dia 22, às 11h, e na
escola municipal Bárbara Ottoni, no Maracanã, dia 20, às 10h.
Sobre
o espetáculo
O texto é resultado da pesquisa sobre a tradição oral dos povos originários latino-americanos realizada por Rosana Reátegui. Na peça são apresentadas quatro histórias de mães de diferentes territórios da América Latina. Na tentativa de afastar os medos e perigos que cercam seus filhos, elas entoam canções de ninar em suas línguas de origem. As músicas são cantadas e tocadas ao vivo por Natalia Sarante, que também assina os arranjos: “Takuari porá”, em guarani; “Gumayta puñen may”, em mapuche; “Punulla waway”, em quechua; “Duerme negrito”, da tradição oral hispânica; e “Macochi pitentzin”, em nahuatl.
A viagem começa em
uma vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma criança com medo chora, porque raposas
rondam a sua casa. O que pode fazer a mãe para acalmá-la? Seguindo as
cordilheiras do Andes, rochas ecoam o canto de uma mãe para sua filha doente,
numa cantiga que se repete durante toda a noite para evanescer a dor. Longe
dali, um outro canto ressoa nas areias das Antilhas: um bebê só quer dormir
quando a mãe voltar do trabalho. E, por fim, chega-se ao México, onde mãe e
filha cantam para se reencontrarem.
O cenário dessa
viagem é criado pelas artistas no decorrer das histórias. É feito de oito metros
de juta – tecido oriundo de uma planta indiana, cultivada no Brasil e em outros
países da América Latina. Versátil, a juta se transforma numa grande
cordilheira, se desdobrando em montanhas com cavernas, num enorme rio e em
caminhos íngremes percorridos pelos personagens confeccionados em lã, por
Rosana.
A peça recebeu
sete indicações no 7º Prêmio CBTIJ de Teatro para Crianças 2022: melhor
espetáculo, texto adaptado, cenário, figurino, formas animadas, atriz (para
Rosana Reátegui) e música adaptada/trilha sonora (para Natalia Sarante) – tendo
levado o troféu nas duas últimas categorias. No Festival de Teatro de
Pindamonhangaba 46°FESTE recebeu o Prêmio Especial pela Pesquisa em Cultura
Latina para Crianças.
A trama, um
projeto cênico da Qinti Companhia, traz um universo de texturas, palavras e
melodias da mãe terra para falar da imensa e potente América Latina. A história
começa no sul do continente, numa vila chilena, na Terra do Fogo, onde uma
criança com medo chora, com medo das raposas que rondam a casa. Seguindo as
cordilheiras, nas terras altas andinas, rochas ecoam o canto de uma mãe para
sua filha doente, uma cantiga que se repete durante toda a noite para
desvanecer a dor. Longe dali, num outro canto, ressoa nas areias das Antilhas
um bebê que só quer dormir quando a mãe voltar do trabalho. Indo além, uma
montanha de juta abre um novo caminho até o México, onde mãe e filha, para se
encontrar, cantam cantigas de ninar na linguagem dos povos indígenas, em Tupi e
Guarani.
Em uma interação
com o público, as artistas começam a contação de histórias caminhando entre a
plateia como andarilhas a procura de um lugar onde as pessoas falem palavras em
guarani. Depois desse encontro esperado, elas apresentam a história da juta
como tecido migrante que veio da Índia para renascer no Brasil. E, abrindo um
grande tecido, convidam a todos para uma viagem pelo continente
latino-americano.
A obra
recebeu sete indicações para o Prêmio CBTIJ de Teatro Infantil, ganhando dois
deles, Melhor Atriz para Rosana Reátegui e Melhor Trilha Sonora para a cantora
e musicista uruguaia Natalia Sarante, que assina a parte musical e atua
juntamente com Rosana: “É um trabalho feito com muita dedicação e carinho.
Colocamos muitas temáticas latino-americanas que transcendem as linguagens e
conectam todo mundo, no ponto de vista humano, sobre infância e maternidade”,
comemora.
Oficinas
Sobre
a oficina on-line de Introdução à Acessibilidade para PCD e Neurodivergentes
Além das
apresentações, o projeto contará com a oficina on-line de Introdução à
Acessibilidade para PcD e neurodivergentes, com a consultora de Acessibilidade
e Inclusão Chris Muñoz, dia 18 de março, às 20h. O público-alvo é
direcionado à professores da rede pública de ensino, mas a oficina é aberta a
simpatizantes da questão neuroatípica.
Cris Muñoz é
atriz, palhaça, escritora, palestrante e consultora de acessibilidade. Faz seu
pós-doutorado em Artes Cênicas, na UNIRIO, com pesquisa sobre cuidados
artísticos para pessoas neurodivergentes em situação de vulnerabilidade. Tem
formação em Direitos Humanos com ênfase em direitos culturais das pessoas com
deficiência e pós-graduação em Educação. É integrante de Palhaços Sem
Fronteiras-Brasil, representante brasileira da IIAN ( International
Inclusive Arts Network) e professora do IIP (Instituto
Internacional de Psicanálise). Cris Muñoz é uma mulher com tripla excepcionalidade:
autista de nível 1 de suporte, TDAH e altas habilidades/superdotação; é mãe de
uma adolescente também autista, de nível 2 de suporte e não oralizada.
Interessados devem
acessar o instagram @qinticompanhia
Oficina
presencial e interativa com a Qinti Companhia
Dia 27
de março a partir das 13h na Lona Cultural Hermeto Pascoal
A Cia oferecerá a
oficina “Soy loca por tí, América”, uma aula – espetáculo para professores e
público em geral interessado no repertório literário e musical de América
Latina. Natalia Sarante e Rosana Reátegui, artistas pesquisadoras das
expressões populares latinoamericanas oferecem um encontro em formato de aula -
espetáculo para todas as idades. Serão apresentadas histórias músicas, poesias
e receitas de alguns dos países da América hispanofalante com dinâmicas lúdicas
onde os participantes poderão conhecer e praticar os cantos, conhecer as
poesias e histórias tradicionais dos povos que habitam este continente e
experimentar algumas delícias de culinária típica. O objetivo é num encontro de
2 horas trazer para o público brasileiro elementos culturais dessa
"outra" América que às vezes é pouco conhecida, de uma forma
interativa, participativa, lúdica, sensorial e divertida. No final da oficina
entregaremos aos participantes material com informações e citações
bibliográficas.
Interessados devem
acessar o instagram @qinticompanhia .
Ficha Técnica
Concepção e
Dramaturgia: Rosana Reátegui
Direção: Rosana
Reátegui
Direção de
Movimento e Formas Animadas: Marise Nogueira
Produção: A4
Filmes
Artistas em cena:
Rosana Reátegui e Natalia Sarante
Cantos e Arranjos
Musicais: Natalia Sarante
Figurino:
Francisco Leite
Costureira: Maria
Brandão
Iluminação: Thiago
Monte
Operação de luz e
Montagem: Renato Marques
Cenário: Renato
Marques e Rosana Reátegui
Bonecos de lã:
Rosana Reátegui
Direção de
Produção: Paty Lopes
Oficineira: Cris
Muñoz
Arte, projeto de
mídia, fotos e vídeos: Rodrigo Menezes
Tradutora de
libras: Thamires Ferreira
Coordenação
Pedagógica: Marcia Renault
Produtor Executivo:
Cido Accioly
Assessoria de
Imprensa: Alexandre Aquino e Cláudia Tisato
Este edital é
realizado com recursos provenientes do Edital Pró-Carioca Linguagens – Programa
de Fomento à Cultura Carioca, integrado à PNAB – Plano Nacional de Aldir Blanc,
promovido pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, em parceria
com a Secretaria Municipal de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro.
Serviço:
Espetáculo: “Canções para afastar o medo - Contos e
Acalantos Latino-Americanos”
Duração: 50 min
Classificação: Livre (acima de 4 anos)
Entrada Gratuita
Datas, locais e horários:
- 20/3- Escola Municipal Bárbara Ottoni às 10h
Rua Senador Furtado, 94 – Maracanã (fechada para
estudantes)
- 21/3- Arena Cultural Chacrinha às 10h e 15h
Rua Soldado Eliseu Hipólito, 138 -Guaratiba
- 22/3- Associação Beneficente AMAR - apresentação fechada –
11h
- 27/3- Arena Cultural Hermeto Pascoal
Apresentação e oficina às 9h e 13h
Praça Primeiro de Maio, S/N, Bangu.
- 28/3 Areninha Cultural Herbert Viana às 10h
R. Evanildo Alves, s/nº - Maré
*apresentação em Libras
- 29/3- Arena Cultural Dicró às 10h
Nenhum comentário:
Postar um comentário