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sábado, 15 de fevereiro de 2025

Estudo revela que infância marcada por violência aumenta risco de transtornos mentais na vida adulta

 

Psicólogo explica os impactos dos maus-tratos no desenvolvimento emocional, social e cognitivo de uma criança

 

A infância é uma fase decisiva para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo de uma pessoa. Quando marcada por maus-tratos, essa construção saudável pode ser comprometida, deixando impactos profundos que se estendem ao longo da vida adulta. 

Experiências de violência, negligência e abusos aumentam significativamente o risco do desenvolvimento de condições como depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático e dificuldades de socialização. Os impactos ultrapassam a esfera individual e refletem na sociedade, elevando os índices de evasão escolar, vulnerabilidade social e problemas de inserção no mercado de trabalho.

Uma pesquisa publicada no JAMA Psychiatry, da Associação Médica Americana,  em maio de 2024, quantificou essas consequências e revelou que aproximadamente 1,8 milhão de casos de transtornos de saúde mental poderiam ter sido evitados se os indivíduos não tivessem sofrido maus-tratos na infância. 

O estudo também aponta que mais de 184 mil anos de vida saudável foram perdidos devido a transtornos mentais diretamente relacionados a esses eventos adversos. Os dados evidenciam a gravidade do impacto da violência infantil sobre a saúde pública e reforçam a necessidade de fortalecer políticas de proteção e apoio às vítimas.

“A violência doméstica contra crianças e adolescentes representa um dos principais fatores de risco para a saúde mental das vítimas. Seus efeitos não se limitam à infância, pois impactam a construção da identidade, a capacidade de estabelecer vínculos e a forma como esses indivíduos enxergam o mundo e a si mesmos. Crianças expostas a essas situações desenvolvem níveis elevados de estresse, o que compromete áreas do cérebro responsáveis pelo controle emocional, pela memória e pela tomada de decisões”, destaca Fernando Caffarello, psicólogo e gerente de Projetos da ONG Ficar de Bem.

Para reduzir os danos causados pela violência infantojuvenil, a ONG Ficar de Bem atua há mais de três décadas na proteção integral de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e na defesa de seus direitos, realiza campanhas de conscientização além de oferecer assistência psicossocial gratuita e apoio especializado às vítimas e suas famílias.

“A atuação da Ficar de Bem se baseia em um modelo multidisciplinar, envolvendo psicólogos, assistentes sociais, advogados, pedagogos e educadores sociais. O objetivo é oferecer suporte integral às vítimas, promovendo a reconstrução de vínculos familiares saudáveis e contribuindo para a superação dos traumas vivenciados”, ressalta Caffarello. 

Além do atendimento direto, a ONG também trabalha em parceria com instituições públicas e privadas, fortalecendo redes de proteção e políticas públicas voltadas à infância e juventude.

O estudo evidencia ainda a urgência de fortalecer e ampliar os esforços na proteção de crianças e adolescentes, assegurando suporte e visibilidade a iniciativas como as desenvolvidas pela Ficar de Bem. Além da atuação do poder público, o engajamento da sociedade é fundamental para a prevenção e o combate à violência infantil. “Denunciar casos de maus-tratos, apoiar organizações sociais e promover ambientes seguros para o desenvolvimento infantil são ações concretas que podem fazer a diferença”, comenta o psicólogo. 

A erradicação da violência infantil é um desafio coletivo que exige comprometimento e ação imediata. Com um trabalho sério e comprometido, a Ficar de Bem segue atuando para garantir que cada criança e adolescente tenha a oportunidade de um futuro digno e promissor.

Para ampliar seu impacto, a organização convida a sociedade a se engajar em suas ações. Há diversas formas de apoio, como doações, trabalho voluntário e a divulgação das iniciativas nas redes sociais (@ficardebem). Mais informações também podem ser obtidas pelo site https://ficardebem.org.br/ ou WhatsApp: 99862-4355. 

“A proteção da infância não é apenas uma questão social, mas um investimento na saúde mental e no futuro do país”, conclui Fernando Caffarello. 

 

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