Segundo o INCA, estima-se que o país
tenha diagnosticado 15 mil casos novos nos últimos dois anosFreepik
Durante o Novembro Vermelho, o Instituto Paulista de Cancerologia (IPC) chama a atenção para o impacto do câncer de boca, também conhecido
como câncer de lábio e cavidade oral, e ressalta a importância da prevenção,
detecção precoce e tratamento avançado. O câncer de boca atinge estruturas como
lábios, gengivas, bochechas, palato, língua e o assoalho da boca, sendo
considerado o quinto tumor mais comum entre homens no Brasil.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), entre 2022 e
2024, foram estimados 15.190 novos casos de câncer de boca e orofaringe no
Brasil, dos quais 11.180 ocorreram em homens e 4.010 em mulheres. O câncer de
boca afeta principalmente pessoas acima de 40 anos, sendo o tabagismo e o
consumo excessivo de álcool os principais fatores de risco. A infecção pelo
vírus HPV, a falta de higiene bucal, uma dieta pobre em frutas e vegetais e a
exposição ao sol sem proteção também aumentam o risco de desenvolvimento da
doença.
“A detecção precoce é fundamental no câncer de boca, mas,
infelizmente, a maioria dos casos ainda é diagnosticada em estágio avançado, o
que dificulta o tratamento e reduz as chances de cura. Sintomas como feridas na
boca que não cicatrizam, manchas vermelhas ou brancas, nódulos no pescoço,
dores persistentes na garganta e dificuldade para mastigar devem ser levados a
sério e tratados imediatamente,” alerta o Dr. Fábio Feio, oncologista do IPC.
O diagnóstico é confirmado por meio de uma biópsia, enquanto
exames como tomografia, ressonância magnética e PET-CT ajudam a avaliar a
extensão da doença. “A tecnologia tem permitido avanços consideráveis no
tratamento. A radioterapia com a técnica de IMRT (Radioterapia com Feixes
Modulados) é um exemplo. Esse método permite uma dose mais precisa de radiação
no tumor, aumentando a eficácia e diminuindo os efeitos colaterais nos tecidos
saudáveis ao redor,” explica Dr. Fábio.
Nos casos avançados ou metastáticos, a imunoterapia tem se
destacado como opção. Esse tratamento ajuda a fortalecer o sistema imunológico,
promovendo a morte das células tumorais e aumentando a sobrevida e a qualidade
de vida dos pacientes. “A imunoterapia está trazendo novas esperanças para os
pacientes, oferecendo uma resposta mais duradoura, especialmente quando
combinada com a quimioterapia,” destaca o especialista.
Para reduzir as chances de desenvolver câncer de boca, o IPC
recomenda a vacinação contra o HPV para crianças entre 9 e 14 anos, evitar o
tabaco e o consumo excessivo de álcool, manter boa higiene bucal, usar
preservativos durante relações sexuais e realizar consultas regulares com o dentista.
Com o diagnóstico precoce, tratamentos modernos e um estilo de
vida saudável, é possível controlar e até mesmo evitar o avanço do câncer de
boca, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e maior longevidade dos
pacientes.
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