Aperfeiçoamento de técnicas têm deixado
procedimentos mais confortáveis para os pacientes e melhorado a precisão
diagnóstica
O mês de novembro marca a campanha mundial de
conscientização sobre a saúde masculina, conhecida como Novembro Azul. Uma das
principais pautas desse movimento é o diagnóstico precoce do câncer de próstata,
que é o tipo mais comum entre os homens, excetuando-se a neoplasia de pele não
melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença deve
registrar cerca de 70 mil novos casos no Brasil em 2025. Por isso,
especialistas reforçam a importância do rastreamento, que continua a ser
fundamental para detectar o problema em estágios iniciais e aumentar as chances
de cura e minimizar os impactos do tratamento no organismo.
O urologista Carlos Henrique Segall Jr., da
Oncoclínicas Espírito Santo, destaca que o exame clínico, composto pelo toque
retal e a dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico), continua a ser a
forma mais eficaz, rápida e barata de rastreamento. "O PSA elevado pode
sugerir alterações na próstata, inclusive a presença de um tumor maligno",
explica. Contudo, Segall ressalta que a evolução nas técnicas diagnósticas tem
ajudado a refinar a investigação e racionalizam a utilização de procedimentos
invasivos, como a biópsia.
Avanços no diagnóstico
Nos últimos anos, inovações laboratoriais têm
permitido uma análise mais detalhada dos exames de sangue. Uma delas é o Índice
de Saúde Prostática, conhecido pela sigla em inglês PHI. "Esse exame mede
três tipos de PSA: total, livre e a fração proPSA2, o que por algoritmo
matemático permite calcular a probabilidade de o paciente ter um câncer na
próstata", explica Segall. O PHI é uma ferramenta valiosa para classificar
o risco em três níveis: baixo, intermediário ou alto. Dessa forma, ele auxilia
médicos a decidirem com maior precisão a necessidade de realizar uma biópsia ou
não.
"Esse procedimento só deve ser indicado quando
há uma suspeita consistente de câncer, e o Índice de Saúde Prostática ajuda a
reduzir a quantidade de biópsias desnecessárias", afirma o urologista.
Esta inovação, segundo ele, já representa um avanço significativo na triagem
dos pacientes que realmente precisam passar por essa etapa invasiva do
diagnóstico.
Ressonância multiparamétrica: precisão na detecção
Outra inovação que tem revolucionado o diagnóstico
do câncer de próstata é a ressonância nuclear multiparamétrica. "Esse
exame aumentou muito a acurácia diagnóstica. Além de mostrar lesões
clinicamente significativas, nos ajuda a localizar o nódulo com precisão,
direcionando a retirada de material na biópsia para a região correta",
afirma Segall. Antes, a probabilidade de um falso negativo chegava a 30%,
número que caiu para menos de 10% com a introdução do exame.
Esta técnica permite uma avaliação mais completa da
próstata, reduzindo a chance de diagnósticos errôneos e ajudando a identificar
com maior precisão a necessidade de intervenção.
O procedimento de biópsia também sofreu importantes
melhorias. Antigamente, a amostra do tecido era coletada via ultrassom
transretal, método que apresentava riscos maiores de infecções e sangramentos.
"Hoje, a biópsia transperineal é a primeira escolha na Europa e tem sido
cada vez mais usada no Brasil", destaca o urologista. Esta técnica,
realizada através do períneo, minimiza os riscos e aumenta a precisão na coleta
do material.
“Juntas, essas inovações — o índice de saúde
prostática, a ressonância multiparamétrica da próstata e a biópsia
transperineal — transformaram a maneira de diagnosticar o câncer de próstata,
oferecendo aos pacientes uma abordagem mais segura, menos invasiva e com maior
precisão”, avalia.
Importância do diagnóstico precoce
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que
homens a partir de 50 anos façam os exames de rotina para o rastreamento do
câncer de próstata. Aqueles com histórico familiar da doença ou fatores de
risco, como obesidade e sedentarismo, devem começar aos 45 anos. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), a detecção precoce aumenta as chances de
cura em até 90%, reforçando a importância de campanhas como o Novembro Azul
para conscientizar a população masculina.
"O diagnóstico precoce continua sendo a nossa
principal arma na luta contra o câncer de próstata", conclui o urologista
Carlos Henrique Segall. "Com os avanços tecnológicos, estamos cada vez
mais próximos de tornar esse processo menos invasivo e mais eficaz, o que, sem
dúvida, impacta positivamente a vida dos nossos pacientes".
Oncoclínicas&Co
www.grupooncoclinicas.com
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