Especialista aponta sinais de alerta e destaca ações de prevenção fundamentais para a segurança dos idosos
No Brasil, um em cada quatro idosos sofre quedas anualmente, de acordo com o
Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). Entre
aqueles com mais de 80 anos, essa prevalência sobe para 40%, segundo o
Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO). Em asilos e casas de
repouso, o índice pode chegar a 50%.1 As quedas em idosos são um
problema grave, com consequências que podem impactar profundamente sua
qualidade de vida e até aumentar a mortalidade. “A fratura de fêmur, por
exemplo, é uma das mais sérias. Estudos mostram que 30% dos idosos que sofrem
esse tipo de fratura podem morrer em até um ano", afirma a geriatra Dra.
Kelem de Negreiros Cabral, do Hospital Sírio-Libanês.
As causas das quedas entre idosos são diversas e vão desde fatores clínicos, como hipotensão ortostática – que consiste na queda súbita na pressão arterial quando o indivíduo se levanta ao estar sentado ou deitado - e problemas de memória, até questões ambientais, como tapetes soltos e iluminação inadequada. “Os idosos acumulam fatores de risco, como baixa vitamina D, calçados inadequados, uso de medicamentos e condições emocionais, como depressão e medo de cair, que aumentam a probabilidade de acidentes", explica a especialista.
Alguns indicadores podem sinalizar a necessidade de uma avaliação mais
detalhada:
- Quedas ou quase quedas nos últimos 12 meses;
- Sensação de desequilíbrio ao andar;
- Preocupação constante com a possibilidade de cair.
Ao
notar esses sinais, é importante buscar ajuda profissional. “Compreender e agir
sobre os fatores de risco pode salvar vidas e melhorar significativamente a
qualidade de vida dos idosos”, conclui Dra. Kelem. De acordo com ela, a
prevenção de quedas é um esforço coletivo que exige atenção, educação e
mudanças, mas que pode garantir mais segurança e autonomia na terceira idade.
Como prevenir as quedas
A
prevenção de quedas em idosos exige uma abordagem abrangente que combine
ajustes no ambiente doméstico e cuidados clínicos. Medidas simples, como
instalação de corrimãos, luzes noturnas e a eliminação de tapetes soltos, podem
minimizar riscos, mas, segundo a geriatra Dra. Kelem Cabral, é fundamental ir
além. “Avaliar a marcha, o equilíbrio e as condições clínicas do idoso permite
identificar fatores de risco específicos”, destaca. Relatar episódios de quase
quedas ou quedas leves ao médico também é crucial para ajustes no plano de
cuidados, reforçando o papel dos familiares e cuidadores nesse processo.
A
tecnologia é uma aliada poderosa na segurança dos idosos. Dispositivos como
colares e relógios inteligentes, que detectam quedas e enviam alertas
automáticos, e sensores de movimento que iluminam o ambiente durante a noite,
oferecem suporte prático e imediato. Além disso, barras de apoio ergonômicas
adaptáveis contribuem para um ambiente mais seguro. "Esses recursos
reduzem o risco de quedas e promovem tranquilidade tanto para os idosos quanto
para seus cuidadores", conclui a especialista.
Reabilitação e desafios
Quando
uma queda ocorre, o processo de reabilitação pode ser complexo. "Tudo
depende da gravidade da lesão, mas é necessário envolver o idoso, familiares e
cuidadores em um plano integrado, que inclua fisioterapia e adaptações no
ambiente", diz Dra. Kelem. “No Hospital Sírio-Libanês, por exemplo,
pacientes que procuram o pronto-socorro após quedas recebem uma avaliação
direcionada e saem com orientações específicas para prevenir novos acidentes”,
completa.
A
prática de exercícios como Pilates e Tai Chi Chuan, além de fisioterapia focada
em força e equilíbrio, também é recomendada. "Essas atividades ajudam a
melhorar a marcha e reduzem a probabilidade de quedas futuras", afirma a
especialista.
Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês
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