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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Setembro Amarelo: depressão e psicose puerperal podem aumentar risco de suicídio materno

Pexels
Psicóloga perinatal Rafaela Schiavo alerta para os riscos desses transtornos no período perinatal e a necessidade de identificar sinais precoces


No Setembro Amarelo, o foco na conscientização sobre a prevenção ao suicídio inclui um grupo que muitas vezes enfrenta transtornos graves em silêncio: as mães no período perinatal. Depressão e psicose puerperal são condições sérias que, se não tratadas, podem levar ao suicídio.

Segundo a psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, especialista com mais de 20 anos de experiência e autora de mais de 100 publicações científicas sobre saúde mental materna, há uma estimativa de que, a cada 100 mil mulheres nesse período, 4 cometem suicídio. As mulheres que apresentam transtornos mentais, como depressão e psicose, têm 17 vezes mais chances de desenvolver pensamentos suicidas. 

Schiavo também reforça que a identificação precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar que esses quadros se agravem. A seguir, ela responde às perguntas mais comuns sobre depressão e psicose puerperal. 

  1. O que é a depressão pós-parto?
    É um transtorno mental que pode se manifestar após o nascimento do bebê. Ela varia em intensidade, sendo classificada como leve, moderada ou grave. Entre os sintomas estão tristeza constante, falta de energia, dificuldade em cuidar de si mesma e do bebê, além de, em casos graves, pensamentos suicidas.
  2. Como a depressão pós-parto pode evoluir?
    Se não tratada, pode progredir de leve para moderada e, eventualmente, para grave. Na fase grave, a mulher pode perder a motivação para realizar atividades diárias, chegando a desenvolver pensamentos suicidas, o que representa um risco grave para sua vida.
  3. O que é a psicose puerperal?
    É um transtorno mental raro, mas gravíssimo, que afeta o contato da mulher com a realidade. Mulheres com psicose puerperal podem experimentar alucinações ou ouvir vozes, e, em casos extremos, pode levar ao infanticídio ou ao suicídio.
  4. Quais são os sinais de alerta?
    Alguns dos sinais de alerta incluem:
  • Isolamento social
  • Choro frequente
  • Falta de energia ou motivação para realizar tarefas simples
  • Dificuldade em cuidar do bebê
  • Pensamentos suicidas ou ideias de machucar o bebê
  1. Como buscar ajuda?
    Se a mulher apresentar qualquer um desses sintomas, é fundamental procurar um profissional de saúde mental o quanto antes. O tratamento pode envolver psicoterapia e, nos casos mais graves, internação para garantir a segurança da mãe e do bebê.
  2. Quem está mais vulnerável?
    Mulheres que passaram por violência doméstica durante a gestação ou que já apresentam transtornos mentais têm um risco maior de desenvolver pensamentos suicidas. De acordo com estudos, mulheres nessa condição têm até 17 vezes mais chances de tentar o suicídio se não forem tratadas.
  3. Como prevenir?
    A prevenção envolve o suporte psicológico contínuo e uma rede de apoio forte. Conversar abertamente sobre os desafios da maternidade e reconhecer os primeiros sinais de cansaço extremo ou tristeza pode evitar que o quadro evolua para uma situação mais grave.

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