Psicóloga
perinatal Rafaela Schiavo alerta para os riscos desses transtornos no período
perinatal e a necessidade de identificar sinais precocesPexels
No Setembro Amarelo, o foco na conscientização
sobre a prevenção ao suicídio inclui um grupo que muitas vezes enfrenta
transtornos graves em silêncio: as mães no período perinatal. Depressão e
psicose puerperal são condições sérias que, se não tratadas, podem levar ao suicídio.
Segundo a psicóloga perinatal Rafaela Schiavo,
especialista com mais de 20 anos de experiência e autora de mais de 100
publicações científicas sobre saúde mental materna, há uma estimativa de que, a
cada 100 mil mulheres nesse período, 4 cometem suicídio. As mulheres que
apresentam transtornos mentais, como depressão e psicose, têm 17 vezes mais
chances de desenvolver pensamentos suicidas.
Schiavo também reforça que a identificação precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar que esses quadros se agravem. A seguir, ela responde às perguntas mais comuns sobre depressão e psicose puerperal.
- O
que é a depressão pós-parto?
É um transtorno mental que pode se manifestar após o nascimento do bebê. Ela varia em intensidade, sendo classificada como leve, moderada ou grave. Entre os sintomas estão tristeza constante, falta de energia, dificuldade em cuidar de si mesma e do bebê, além de, em casos graves, pensamentos suicidas. - Como
a depressão pós-parto pode evoluir?
Se não tratada, pode progredir de leve para moderada e, eventualmente, para grave. Na fase grave, a mulher pode perder a motivação para realizar atividades diárias, chegando a desenvolver pensamentos suicidas, o que representa um risco grave para sua vida. - O
que é a psicose puerperal?
É um transtorno mental raro, mas gravíssimo, que afeta o contato da mulher com a realidade. Mulheres com psicose puerperal podem experimentar alucinações ou ouvir vozes, e, em casos extremos, pode levar ao infanticídio ou ao suicídio. - Quais
são os sinais de alerta?
Alguns dos sinais de alerta incluem:
- Isolamento
social
- Choro
frequente
- Falta
de energia ou motivação para realizar tarefas simples
- Dificuldade
em cuidar do bebê
- Pensamentos
suicidas ou ideias de machucar o bebê
- Como
buscar ajuda?
Se a mulher apresentar qualquer um desses sintomas, é fundamental procurar um profissional de saúde mental o quanto antes. O tratamento pode envolver psicoterapia e, nos casos mais graves, internação para garantir a segurança da mãe e do bebê. - Quem
está mais vulnerável?
Mulheres que passaram por violência doméstica durante a gestação ou que já apresentam transtornos mentais têm um risco maior de desenvolver pensamentos suicidas. De acordo com estudos, mulheres nessa condição têm até 17 vezes mais chances de tentar o suicídio se não forem tratadas. - Como
prevenir?
A prevenção envolve o suporte psicológico contínuo e uma rede de apoio forte. Conversar abertamente sobre os desafios da maternidade e reconhecer os primeiros sinais de cansaço extremo ou tristeza pode evitar que o quadro evolua para uma situação mais grave.
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