A infidelidade conjugal pode trazer consequências
tanto emocionais quanto jurídicas. No Brasil, embora a traição não garanta
automaticamente o direito a indenização, pode haver casos em que a pessoa
traída pode buscar compensação por danos morais. Isso acontece quando a traição
extrapola a esfera privada e causa humilhação pública ou constrangimento,
especialmente se exposta em redes sociais ou outros meios.Freepik
Tribunais brasileiros, como o TJDFT (Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios), já reconheceram o direito a
indenização nesses casos, desde que a traição tenha causado danos psicológicos,
morais ou sociais significativos. Situações que envolvem a divulgação pública
do adultério, exposição em redes sociais ou ridicularização do traído são
exemplos em que pode haver compensação financeira.
Segundo o Código Civil brasileiro, a fidelidade é
um dever entre os cônjuges, e sua violação pode ser utilizada como fundamento
para o pedido de divórcio ou separação. No entanto, para que a indenização seja
concedida, é necessário que o traído prove que a infidelidade gerou danos emocionais
ou sociais, como constrangimento ou perda de reputação.
Além disso, em alguns casos, a traição pode
influenciar decisões sobre pensão alimentícia ou divisão de bens, caso o juiz
considere que a infidelidade trouxe prejuízos significativos à pessoa traída.
Embora não haja uma multa específica por traição na
legislação brasileira, o valor da indenização por danos morais é calculado com
base no impacto do caso. O montante pode variar, levando em consideração a
gravidade da exposição, o sofrimento emocional e as condições financeiras dos
envolvidos.
Para processar por traição, a simples infidelidade
não é suficiente; é necessário comprovar que houve danos significativos. Provas
como mensagens de texto, fotos, vídeos, testemunhas ou postagens em redes sociais
podem ser fundamentais para embasar o pedido de indenização. Contudo, é
importante lembrar que o processo pode ser desgastante para ambas as partes, e
a mediação ou acordos extrajudiciais podem ser alternativas menos traumáticas
para a resolução do conflito.
A busca por justiça, nesses casos, deve sempre
considerar o impacto emocional e financeiro que o processo pode gerar, além das
consequências para a vida pessoal dos envolvidos.
João Valença - advogado e cofundador
do VLV Advogados, referência nacional em Direito de Família
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