Em um mundo digital acelerado, Renato Troglo, especialista em autocuidado, revela como boas práticas pode salvar a saúde mental da Geração Z
A Geração Z,
nascida entre 1997 e 2012, cresceu em um mundo de rápidas mudanças tecnológicas,
alta exposição digital e uma crescente conscientização sobre a saúde mental. No
entanto, apesar dos avanços e do acesso a informações, eles enfrentam desafios
específicos que afetam seu bem-estar emocional e mental. Renato Troglo,
especialista em autoconhecimento e terapeuta, explora essas questões e como o
autocuidado pode ser uma ferramenta essencial para essa geração.
De
acordo com Renato, um dos principais fatores que diferenciam a Geração Z de
seus predecessores, como os millennials, é a forma como lidam com o tempo e as
expectativas. “O sistema deles entende que tudo tem que ser o mais rápido
possível. Eles foram construídos em um mundo de imediatismo, onde não há espaço
para espera. Isso gera uma fragilidade no sistema nervoso, que não está
preparado para tantas informações em tão pouco tempo”, explica ele.
Enquanto
os millennials cresceram em uma transição tecnológica, experimentando a chegada
da internet e das redes sociais durante sua juventude, a Geração Z foi imersa nesse
ambiente desde cedo. Eles são acostumados a respostas rápidas e a uma constante
interação com o mundo digital, o que muitas vezes leva à frustração quando
enfrentam situações que exigem paciência e espera.
Redes
sociais e saúde mental
Outro
ponto levantado por Renato é o impacto das redes sociais sobre a saúde mental
da Geração Z. "O cérebro não entende o que é externo ou interno. Nas redes
sociais, estamos constantemente sendo bombardeados com imagens de vidas
perfeitas, que o cérebro entende como realidade. Isso cria uma sensação de que
tudo precisa ser ideal, gerando pressão e ansiedade", destaca o
especialista.
A
comparação social, intensificada pelas plataformas digitais, acaba contribuindo
para a criação de uma realidade distorcida. Para muitos jovens, a vida que
vivem não parece corresponder ao que veem nas redes, o que pode causar
sentimentos de inadequação e angústia. Segundo Renato, essa sobrecarga de
informações e padrões inalcançáveis afeta diretamente o sistema nervoso,
resultando em níveis crescentes de ansiedade.
Diante
desse cenário, práticas de autocuidado tornam-se essenciais para a Geração Z.
Renato defende o uso de técnicas como meditação, mindfulness e auto-hipnose
para combater os efeitos do estresse e da sobrecarga digital. “Essas práticas
ativam o nosso sistema parassimpático, que é o freio do corpo. Elas ajudam a
relaxar, a esvaziar a mente e a encontrar um equilíbrio em meio ao bombardeio
de informações”, explica.
Ele
sugere que essas técnicas sejam aplicadas especialmente ao acordar e antes de
dormir, para que o corpo e a mente tenham tempo de se desconectar das
exigências do dia a dia e processar as informações de maneira saudável. Renato
também enfatiza que, quanto mais cedo essas práticas forem introduzidas,
melhores serão os resultados no longo prazo.
Geração
Z: resistência ou adaptação?
Ao
contrário da crença de que a Geração Z seria resistente a mudanças, Renato
aponta que eles são extremamente adaptáveis. “Eles estão constantemente sendo
absorvidos e transformados por mudanças. Seja de local, de atitude ou de
parâmetros, a Geração Z está em um ambiente de transição constante. Eles só
precisam aprender a lidar com a rapidez dessas mudanças e evitar o imediatismo,
entendendo as causas antes de reagirem”.
Essa
capacidade de adaptação é vista como uma das maiores forças da Geração Z, que
se destaca pela velocidade com que assimilam novas informações e mudam suas
percepções. No entanto, essa velocidade também pode ser uma armadilha, caso não
seja acompanhada por um entendimento mais profundo dos impactos dessas mudanças
em suas vidas.
O
mal do século: depressão e ansiedade
Renato
ressalta que o sistema nervoso humano não foi preparado para lidar com o volume
de informações que as gerações modernas recebem diariamente. “É como se o nosso
cérebro estivesse em um notebook que fica ligado o tempo todo. Isso cria um
estado ansioso constante, onde o nosso corpo se prepara para situações que
muitas vezes nem chegam a acontecer, gerando uma pressão que é difícil de
administrar”.
Para
a Geração Z, esse ritmo acelerado de informações e a constante exigência de
performance criam um ambiente propício ao desenvolvimento de transtornos de
ansiedade, que, segundo Renato, é o “mal do século”, além da depressão. Ele
reforça a importância de desacelerar, desconectar e encontrar momentos de pausa
ao longo do dia para cuidar da saúde mental.
Como
enfatiza Renato Troglo, "eles são poderosos, mas precisam aprender a dosar
o tempo e cuidar de si mesmos. O autocuidado é essencial para enfrentar as
pressões do mundo moderno e viver de forma equilibrada".
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