O
Dia de Luta Contra a Gordofobia (10/09), abre questionarmos sobre as normas
sociais e culturais que perpetuam o preconceito contra pessoas acima do peso. É
um chamado à ação para a inclusão, o respeito e a aceitação em todos os
aspectos da vida. A psicóloga Valeska Bassan, especialista em
transtornos alimentares de São Paulo, reforça que a mudança
começa com pequenas atitudes no dia a dia: "Ao tratarmos todos com
dignidade e respeito, independentemente do peso, estamos contribuindo para um
mundo mais justo e compassivo já que a gordofobia é uma forma de discriminação
que afeta a saúde mental e emocional de milhões de indivíduos, contribuindo
para o aumento de transtornos alimentares, ansiedade e depressão”, alerta a
especialista.
A
psicóloga destaca a importância dessa data como um momento de reflexão e ação.
"A gordofobia não se limita a palavras ou atitudes explícitas. Ela está
presente nas microagressões diárias, nas expectativas irreais impostas pela
mídia e até mesmo nas piadas aparentemente inofensivas. Esses comportamentos
não apenas prejudicam a autoestima, mas também podem desencadear sérios
transtornos alimentares, como a bulimia e a compulsão alimentar", afirma.
De
acordo com Valeska, as vítimas da gordofobia frequentemente enfrentam uma pressão
constante para se conformar a padrões corporais inatingíveis, o que pode
resultar em comportamentos alimentares prejudiciais e na internalização de
sentimentos de inadequação e vergonha. "Muitas vezes, as pessoas acima do
peso se sentem isoladas e culpadas por não se encaixarem no ideal de beleza
dominante. Isso pode levar a um ciclo vicioso de dietas restritivas, episódios
de compulsão alimentar e, consequentemente, ao aumento de peso, reforçando o
estigma que já enfrentam", explica.
Para
lidar de maneira respeitosa e empática com pessoas que estão acima do peso,
Valeska deixa importantes dicas:
- Não comente sobre o corpo de uma pessoa: Mesmo
que a intenção seja positiva, comentários sobre perda ou ganho de peso
podem ser prejudiciais. Concentre-se em elogiar qualidades não
relacionadas à aparência física.
- Incentive a aceitação:
Independentemente do tamanho ou forma do corpo, a saúde não se resume ao
peso na balança.
- Seja um aliado:
Combata a gordofobia ao se posicionar contra comentários preconceituosos ou
estereótipos. Promova um ambiente inclusivo e acolhedor para todos.
- Reconheça que a saúde mental é tão importante quanto a física: Ofereça apoio emocional e encoraje a busca por ajuda profissional quando necessário.
Valeska Bassan - Psicóloga aprimorada em Transtornos Alimentares pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e pós graduanda em Medicina e Estilo de Vida e coaching de saúde no Hospital Israelita Albert Einstein. Coordenou o Curso de Aprimoramento em Transtornos Alimentares Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e a equipe de psicólogos do Grupo de Estudos do Comer compulsivo em mulheres portadoras de obesidade (GRECCO) também do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP). Professora de pós graduação das disciplinas de Transtornos Alimentares Pós Cirurgia Bariátrica e dos Aspectos Psicológicos dos Transtornos Alimentares na Faculdade iGPs.
@psicologavaleskabassan
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