Dos
entrevistados, 45% mencionaram ter ansiedade, em maioria mulheres e jovens
entre 18 e 24 anos
A Ipsos, empresa líder em pesquisa de
mercado e opinião pública, lança o estudo “Calendário da Saúde”,
pesquisa que monitorará, no decorrer dos próximos meses, a opinião pública dos
brasileiros sobre questões de saúde atreladas ao calendário oficial de ações do
Ministério da Saúde. A primeira onda da pesquisa é focada no Setembro
Amarelo. Foram ouvidos médicos de diversas especialidades e mais de 1.000
pessoas da poupulação brasileira, de diferentes regiões e classes sociais. Os
dados revelam um cenário preocupante: a prevalência de transtornos mentais como
ansiedade e depressão e a necessidade urgente de maior atenção a esse tema.
O estudo também buscou aprofundar o
entendimento sobre o impacto dos transtornos psíquicos na prática clínica,
especialmente a relação entre suicídio e doenças não diagnosticadas ou
tratadas. A iniciativa visa fomentar informações sobre a campanha 'Setembro
Amarelo', levando em consideração o ponto de vista de atores comuns nas
pesquisas de healthcare, como médicos e população, contribuindo dessa forma
para uma maior conscientização e redução do estigma associado à saúde mental.
Os resultados da pesquisa da Ipsos
reforçam a necessidade de intensificar as ações de prevenção e tratamento dos
transtornos mentais. É preciso investir em políticas públicas que garantam o
acesso a serviços de saúde mental de qualidade, além de combater a estigmatização
e incentivar a busca por ajuda profissional.
Conscientização crescente entre a
população
O estudo revelou que 45% dos
entrevistados mencionaram sofrer de ansiedade, com uma maior prevalência entre
mulheres (55%) e jovens de 18 a 24 anos (65%). Já os que afirmam ter depressão
entre os entrevistados somam 19%, sendo novamente a porcentagem de mulheres
(24%) maior que a dos homens (13%).
O conhecimento sobre campanhas de
saúde também foi um tema questionado aos participantes da pesquisa. O "Setembro
Amarelo" é, atualmente, a terceira campanha de saúde mais conhecida pela
população brasileira (73%), mostrando que as iniciativas promovidas desde 2014
pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) já são bem assimiladas pela
população.
“Vemos que o Brasil segue se
destacando em incidência de problemas relacionados à saúde mental. Em outros
monitoramentos realizados pela Ipsos, o país costuma liderar no tema da
ansiedade e estar entre os mais altos índices na autodeclaração de depressão
quando comparados com outros países. Nesta pesquisa, identificamos que Setembro
Amarelo é a terceira maior campanha de saúde destacada pelas pessoas,
reforçando que a visibilidade da campanha mostra a importância em continuar a
promover o diálogo aberto sobre saúde mental para combater o estigma e garantir
que todos tenham acesso ao diagnóstico e tratamento adequados”, explica Amanda
Sousa, Gerente de pesquisas de saúde na Ipsos.
Doenças mentais e seus efeitos na
prática médica
Os resultados da pesquisa indicam que
os transtornos mentais mais comuns entre os pacientes atendidos pelos
psiquiatras são ansiedade (100%), depressão (100%), transtorno bipolar (70%),
TDAH (63%), TOC (30%), esquizofrenia (23%) e TEPT (23%). Além disso, 93% dos
psiquiatras entrevistados afirmaram que esses transtornos impactam fortemente a
qualidade de vida dos pacientes, pontuando entre 8 e 10 em uma escala de
impacto de 1 a 10.
Entre os desafios mais citados pelos
psiquiatras estão a falta de adesão dos pacientes aos planos de tratamento, o
preconceito e a desinformação sobre saúde mental, a gestão de casos complexos,
a sobrecarga de trabalho e o esgotamento profissional, além de questões legais
e éticas na prática psiquiátrica.
Impacto da saúde mental no tratamento
oncológico e outras especialidades
A pesquisa também revelou que saúde
mental é uma temática cada vez mais multidisciplinar com impacto importante no
tratamento de pacientes oncológicos, por exemplo. Mais de 53% dos oncologistas
entrevistados indicaram que problemas de saúde mental são muito comuns entre
seus pacientes, e 81% destacaram que esses transtornos impactam
significativamente o sucesso do tratamento. Apesar disso, apenas 56% dos
profissionais afirmam ser uma prática comum o encaminhamento dos pacientes
oncológicos para serviços especializados em doenças mentais para realizarem um
acompanhamento conjunto, mostrando uma necessidade de suporte à saúde mental
como um aspecto complementar ao tratamento oncológico.
Nas demais especialidades clínicas,
como dermatologia, cardiologia e endocrinologia, o cenário não é diferente.
Cerca de 55% dos médicos afirmaram que os problemas de saúde mental são muito
comuns entre seus pacientes, e 89% reconheceram o impacto significativo dessas
condições no tratamento. No entanto, o gap dos especialistas que encaminham os
pacientes para realizar um tratamento psíquico paralelo ao de sua especialidade
é ainda maior: apenas 48% mencionam que está é uma prática comum.
A Ipsos reforça seu compromisso em
apoiar a saúde mental no Brasil, utilizando sua expertise em pesquisas para
informar e educar a população sobre a importância do cuidado com a mente. A
empresa acredita que aumentar a conscientização é um passo essencial para
enfrentar os desafios que a saúde mental representa na sociedade atual.
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