Estudo mostra que 130 milhões de
brasileiros podem chegar à obesidade ou sobrepeso nos próximos anos; médica
reforça cuidados com a alimentação.
Estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade, no final do mês passado, em São Paulo, apontou que, mantidas as tendências atuais de consumo e estilo de vida, daqui a 20 anos, 130 milhões de adultos brasileiros viverão com sobrepeso ou obesidade.
De acordo com o estudo, atualmente 56% dos adultos brasileiros têm obesidade ou sobrepeso (34% com obesidade e 22% com sobrepeso). Se a previsão do estudo se comprovar, dentro de 20 anos, três quartos dos adultos brasileiros estarão acima do peso.
Conforme a Dra. Lívia Franco, pediatra endocrinologista e docente do curso de Medicina do Centro Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), mesmo que o estudo traz números de pessoas já na fase adulta, muito disso pode ser indícios de uma vida infantil e na adolescência sem os cuidados e prevenção devidas.
“O número de crianças e adolescentes com obesidade, entre cinco e 19 anos, em todo o mundo, aumentou 10 vezes na última década. Se nada for feito, estima-se que a prevalência de obesidade infantil aumente em 60% na próxima década, chegando a 254 milhões de crianças e adolescentes, entre cinco e 19 anos, no ano de 2030. Nesse mesmo ano de 2030, estima-se que o Brasil ocupa rá o quinto lugar no ranking de países com maior número de crianças e adolescente com obesidade”, sintetiza a especialista.
O
mais importante, segundo a médica, é compreendermos é que a obesidade é uma
doença crônica, que não envolve apenas estética e pode acarretar prejuízos para
toda a vida. “É relevante também entender como avaliamos a obesidade na
pediatria, uma vez que ao avaliar os gráficos do índice de massa corporal
diversas vezes nos deparamos com o diagnóstico de obesidade grave em crianças
que aos olhos dos pais são apenas mais cheinhas”, esclarece.
Cuidado
redobrado durante as férias
Tem início já nesse final de semana as férias escolares de grande parte dos estudantes, especialmente crianças e adolescentes. Essa pausa, muito comemorada pelos alunos, chama também a atenção por ser uma fase de menos cuidados com a saúde, com menos horas dedicadas ao sono e uma alimentação desregrada. “Dependendo da idade, temos diferentes perfis, desde o que fica horas à frente da TV, vídeo games e celulares, até àqueles que passam mais tempo na rua, com amigos. Em todos esses casos é comum crianças e jovens se alimentarem de forma desordenada, comendo mais fastfood, salgadinhos, frituras, sucos processados, entre outros”, salienta a pediatra.
A
médica explica que toda sociedade precisa agora lutar contra a epidemia de
obesidade e, consequentemente, contra as telas, que são fatores fundamentais no
processo de aumento de prevalência da doença. “Levando em conta a prevenção do sobrepeso e da obesidade, é fundamental que os
pais estejam atentos às fases da criança, desde a primeira infância, escolhendo
uma alimentação saudável, com alimentos frescos e o mínimo processado possível,
bem como uma rotina de práticas esportivas de acordo com cada idade”, sintetiza.
Ela alerta ainda que, o conceito de antigamente de que saúde era relacionada ao
sobrepeso, em que uma criança “gordinha” era mais aprovada, já não deve ser
levado em consideração.
Grupo UniEduK
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