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sexta-feira, 19 de julho de 2024

"A Rainha Procura": Grupo Trampulim estreia sua primeira adaptação e mistura novos elementos cênicos à palhaçaria


Espetáculo será apresentado gratuitamente entre os dias 27 de julho e 11 de agosto, em sete sessões, em Belo Horizonte; baseada em premiada obra da Cia do Quintal, de São Paulo, remontagem passeia entre a palhaçaria, a improvisação e a dramaturgia

 

Uma das maiores referências da arte circense brasileira, com 30 anos de estrada, o Grupo Trampulim, de Belo Horizonte, estreia sua primeira adaptação, trazendo muitas novidades cênicas para o universo da palhaçaria. A remontagem “A Rainha Procura”, inspirada em uma premiada produção da Cia do Quintal, de São Paulo, terá sete apresentações entre os dias 27 de julho e 11 de agosto, que acontecem em quatro palcos emblemáticos da capital mineira: Galpão Cine Horto, Teatro da Biblioteca Pública, ZAP 18 e Casa de Candongas. A entrada para todos os espetáculos é gratuita, mediante retirada de ingressos na bilheteria dos espaços uma hora antes de cada apresentação. Todas as apresentações terão interpretação em Libras.

 

Conhecido por transpor a linguagem da palhaçaria para outros contextos cênicos, há mais de 15 anos o Grupo Trampulim pesquisa e reproduz nos palcos, de forma original, conceitos da técnica conhecida como IMPRO, na qual a improvisação serve como base para a estrutura dos espetáculos. Recentemente, o grupo estreitou ainda mais os laços com a improvisação ao trabalhar com o ator, diretor, dramaturgo e palhaço César Gouvêa, idealizador da Cia do Quintal, campeão Mundial de Improviso, em 2008, e ex-integrante do famoso grupo Doutores da Alegria. Para a concepção do espetáculo “Casamento” (2023), dirigido pelo mexicano José Luis Saldaña, o Trapulim realizou uma residência artística com César Gouvêa, que também trabalhou com a trupe na montagem “Trampulimpro” (2022), desenvolvida para o meio corporativo.

 

“Convidamos o César para dirigir essas montagens e a experiência foi deliciosa. Nos divertimos muito, a comunicação entre nós foi muito empática, fluida e fácil. O César, como diretor, traz o know-how da junção dessas linguagens: palhaçaria e IMPRO. E a Cia do Quintal, criada por ele, é a grande referência nacional dessas linguagens, formada por palhaços incríveis que se tornaram também grandes improvisadores. A partir dessas experiências, César nos falou do espetáculo ‘A Rainha Procura”, peça premiada da Cia do Quintal, que já estava fora do repertório do grupo, e tinha tudo a ver com o Trampulim”, diz Adriana Morales, diretora e integrante do Grupo Trampulim.

 

César Gouvêa conta que viu no Trampulim a possibilidade de remontar “A Rainha Procura” com artistas que ele admira e que combinam com a estética do grupo. “A experiência de remontar um espetáculo depois de dez anos está sendo muito enriquecedora. Como se trata de um espetáculo de palhaços, esses palhaços se apropriam muito da criação. É um espetáculo que tem momentos de improviso, mas também momentos de números dos palhaços que participam da peça. Então, isso tudo acaba alterando muito o espetáculo original e deixando a remontagem muito personalizada, com a cara do Trampulm, o que é bem interessante”, afirma o diretor.

 

Roteiro e improviso

 

A partir dessas conexões, a peça “A Rainha Procura” nasceu da busca desafiadora do Grupo Trampulim por novas linguagens cênicas. O espetáculo tem um roteiro definido: se passa em um jogo de xadrez e conta a história de uma Rainha que perdeu seu reinado, restando a ela apenas a companhia de um Peão. Ao longo do espetáculo, a Rainha vai sendo contagiada pela simplicidade dos palhaços e por seu fiel escudeiro, o Peão. Em sua primeira versão, com a Cia do Quintal, o espetáculo foi sucesso de público e crítica, ao vencer o “Grande Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte" (APCA) e ser eleito o “Melhor Espetáculo do Ano”, pelo “Guia da Folha”, em 2013.

 

Agora, na remontagem do Trampulim, o componente da palhaçaria promete dar um tom surpreendente para a história. “Apesar de termos as direções desses personagens, é imprescindível que os palhaços tragam suas características próprias, que a Rainha e o Peão descubram seu jogo nesse tabuleiro, e que todos estejam abertos para o jogo e o improviso dentro de uma relação estabelecida dramaturgicamente. O desafio tem sido, além das coreografias e marcações, descobrir essas relações. Os palhaços trazem suas lógicas próprias, as suas personalidades, e o reino agora é em Minas Gerais”, comenta Adriana.

 

Na nova versão, Adriana Morales (Benedita Jacarandá) vive a Rainha desiludida em seu reino perdido, enquanto Tiago Mafra (Sabonete) e Rafael Protzner (Alfinete) interpretam os palhaços. Já Ricardo Ikier (Dr. Canhoto), integrante do tradicional grupo Hahaha, é o palhaço convidado para interpretar o Peão. No palco, todos levam para o espetáculo os seus respectivos arquétipos saltimbancos, ou seja, os palhaços e palhaças de cada um, desenvolvidos há anos em apresentações e projetos distintos. E, mesmo diante de um roteiro e de personagens bem demarcados, eles não abrem mão de exercitar a improvisação.

 

“Uma das principais novidades para o Trampulim é que este espetáculo tem personagens, como a Rainha e o Peão. Não nos referimos aos palhaços e palhaças como personagens. Para nós, a figura do palhaço e da palhaça tem características próprias, trazidas por cada indivíduo para compor a personalidade e o jogo de cada palhaço ou palhaça”, avalia Tiago Mafra, artista e diretor do Trampulim. “Em outras palavras, a matéria-prima da palhaçaria pode ser a história de vida do ator, isto é, seu universo particular com sua coleção de qualidades e fracassos. É isso que vai para o palco”, complementa o artista Rafael Protzner, que também integra o Grupo. 

 

Desenvolvido por César Gouvêa e Elisa Rossin, o cenário do espetáculo inclui itens da montagem original e se passa inteiramente em um tabuleiro de xadrez. A montagem traça uma analogia com um jogo, em congruência com a essência da palhaçaria — que se desenvolve por meio de jogos e brincadeiras. “O espetáculo simula um grande tabuleiro de xadrez e suas jogadas clássicas. Essa característica proporciona ao espectador a contemplação imersiva dentro do cenário. A movimentação das peças possui um código corporal bem estabelecido e extracotidiano. E a presença dos palhaços errantes aproxima o público de questões humanas, trazendo leveza e diversão para a trama”, avalia Rafael.

 

Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. 

 

 

Ficha Técnica | Grupo Trampulim - “A Rainha Procura”

Concepção: César Gouvêa e Elisa Rossin

Direção Geral: César Gouvêa

Texto: Rhena de Faria, Cláudio Thebas, Denis Goyos, Davi Taiyu, Álvaro Lages,  César Gouvêa e Grupo Trampulim

Coordenação Geral: Grupo Trampulim

Coordenação de Produção e Produção Executiva: Bela Leite

Elenco: Adriana Morales, Rafael Protzner, Tiago Mafra e Ricardo Ikier

Direção de Arte: Elisa Rossin

Consultoria Dramatúrgica: Gustavo Miranda

Trilha Sonora: Álvaro Lages e Caio Juliano

Transcrição, execução, gravação, edição e mixagem: Chaya Vazquez

Iluminação: Marcel Gilber

Iluminadora: Flávia Mafra

Cenografia: César Gouvêa

Concepção do figurino: Elisa Rossin

Confecção original : Beto de Souza

Confecção novo Figurino: Roberta Mesquita

Fotografia e Audiovisual: Pri Garcia - Plena Filmes

Design Gráfico: Maracujá arte gráfica | Flora Lopes + Mariana Fonseca

Gestão de Redes Sociais e Assessoria de Imprensa: Floriano Comunicação

Intérprete em Libras: Dinalva Andrade Martins

Gestão Financeira: Flávia Mafra

 

 

PROGRAMAÇÃO

 

27 e 28 de julho (sábado e domingo), às 19h

Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3.613 - Horto) 

 

3 e 4 de agosto (sábado e domingo), às 19h

Casa de Candongas (Avenida Cachoeirinha, 2.221 - Santa Cruz)

 

9 de agosto (sexta-feira), às 20h

ZAP 18 (Rua João Donada, 18 - Santa Terezinha)

 

11 de agosto (domingo), às 11h e às 15h

Teatro da Biblioteca Pública (Praça da Liberdade, 21 - Savassi)

 

 

Grupo Trampulim apresenta “A Rainha Procura”

Quando. De 27 de julho a 11 de agosto

Onde. Galpão Cine Horto, Casa de Candongas, ZAP 18, Teatro da Biblioteca Pública

Quanto. A entrada para todos os espetáculos é gratuita, mediante retirada de ingressos na bilheteria dos espaços uma hora antes de cada apresentação

Mais. Em todas as apresentações haverá interpretação em Libras

 

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