Infectologista
do Hospital Japonês Santa Cruz alerta sobre a doença que possui sintomas
parecidos com os da dengue e da chikungunyaTransmissão do vírus oropouche ocorre por meio da
picada do mosquito conhecido como “maruim”
Créditos: Conselho Federal de Farmácia/Divulgação
O Ministério da
Saúde apontou um aumento nos casos de febre Oropouche no Brasil. Segundo o
último boletim divulgado, foram registrados no total 5.102 casos desde o início
do ano, enquanto em 2023 foram registrados apenas 832 casos ao longo de todo o
ano.
Entre os
principais estados afetados estão Amazonas e Rondônia. Outros casos confirmados
e em investigação foram contabilizados em estados como Acre, Amapá, Bahia,
Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Santa
Catarina.
Segundo o
infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Dr. Silvio Bertini, a doença é
causada por um arbovírus e sua primeira aparição no Brasil foi em 1960. “A
febre Oropuche é transmitida principalmente pela picada de mosquitos
infectados, especialmente o Culicoides paraenses. O vírus também pode ser
transmitido por outros mosquitos, como Aedes serratus e Coquillettidia venezuelensis,
mas em menor frequência.”
Parecida com a
dengue e a chikungunya, a febre oropouche tem como sintomas dor de
cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Podendo só
ser diagnosticada por meio de exames laboratoriais, por causa da grande
semelhança. O tratamento da febre Oropouche é principalmente
sintomático, uma vez que não há um antiviral específico para o vírus. É
recomendado repouso, hidratação e acompanhamento médico.
“A prevenção da
febre Oropouche se baseia em medidas para evitar a picada dos mosquitos
vetores. É recomendado o uso de repelentes nas áreas expostas da pele e sobre as
roupas, seguindo as instruções do fabricante. Também é importante usar roupas
de manga longa e calças compridas para minimizar a exposição da pele. A
instalação de telas mosquiteiras em janelas e portas é uma medida eficaz para
evitar a entrada de mosquitos nas residências”, orienta o infectologista.
Outra ação
fundamental é a eliminação de criadouros de mosquitos, removendo água parada em
recipientes como pneus, vasos de plantas e outros objetos que possam acumular
água, onde os mosquitos depositam seus ovos.
A febre
Oropouche está na lista de doenças de notificação compulsória devido ao seu
potencial epidêmico e alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça
significativa à saúde pública. “É fundamental que todos estejam cientes das
medidas de prevenção e do papel que cada um pode desempenhar na luta contra a
disseminação da doença”, finaliza o infectologista.
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