Doença que afeta uma em cada 4 mil crianças pode ter efeitos minimizados graças a diagnóstico precoce
A deficiência no hormônio do crescimento é uma doença
caracterizada pelo atraso no crescimento e atinge uma a cada 4 mil crianças no
mundo. A doença pode ser congênita ou se desenvolver após o nascimento e é
devida a problemas que afetam a hipófise, glândula localizada na parte inferior
do cérebro, responsável pela produção de hormônios. A avaliação periódica
realizada por pediatra , permite a suspeita de baixa estatura e o encaminhamento
para um diagnóstico mais preciso e tratamento adequado.
Para o Dr. Mário Roberto Hirschheimer, pediatra e endocrinologista
do Hospital Santa Catarina – Paulista, a identificação da deficiência desse
hormônio é a estatura aliada à baixa velocidade de crescimento a idade da
criança, segundo parâmetros das curvas de crescimento e a assimetria com
estatura alvo da família, calculada a partir da altura dos pais biológicos.
“A avaliação periódica da criança é importante para acompanhar a
normalidade do crescimento e da evolução neurológica, além de diagnosticar
síndromes e promover a estimulação e a intervenção precoce quando identificado
qualquer desvio. A finalidade é impedir progressos de agravos e garantir o
pleno desenvolvimento da criança”, afirma o pediatra.
Diagnóstico
Para o diagnóstico, é feita uma análise cuidadosa, que inclui a
história clínica detalhada do paciente, ou seja, o acompanhamento desde
condições de gestação, parto e nascimento, doenças prévias e respectivos
tratamentos, além de doenças hereditárias ou familiares, avaliação das
aferições sequenciais anteriores de peso e altura e medida das proporções
corpóreas, como a relação entre altura sentado e altura em pé, comparando com
curvas padrões de normalidade, segundo sexo e idade. Nos casos que apresentam
anormalidade nos resultados da avaliação médica, o paciente é submetido a uma
investigação com exames complementares, entre eles, a radiografia de mão e
punho para avaliar se a idade óssea coincide com a cronológica. “Uma idade
óssea significativamente menor que a idade cronológica mostra que há atraso de
crescimento causado por uma doença orgânica, dentre elas a deficiência do
hormônio do crescimento”, explica o Dr. Hirschheimer.
Tratamento
A reposição do hormônio do crescimento sintético
(hormônio de crescimento humano recombinante - rhGH) é o único tratamento
disponível e deve ser acompanhada por um especialista, que irá indicar a dose
correta para cada paciente individualmente, pois inúmeros fatores influenciam
na resposta da criança ao rhGH, dentre eles: idade do início do tratamento, da
fase de evolução da puberdade e da resposta individual à dose prescrita.
“O objetivo do tratamento com rhGH é a adequação da estatura do
paciente para a idade, sexo e estágio da puberdade, de acordo com a população
geral e o canal familiar calculado, ou seja, a estatura alvo familiar. Também
se busca a readequação da composição corporal e melhora da qualidade de vida.
Geralmente, estes objetivos são atingidos com a individualização das doses da
medicação”, explica o médico.
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